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PSICOMETRIA

Aula 02 – FUNDAMENTOS DA PSICOMETRIA

Profª. Ms. Ana Cristina Guilhon Lôbo Ximenes


anaximenes@unigrande.edu.br
Objetivos
➢ Apresentação da disciplina aos alunos.
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➢ Enquanto os psicólogos em geral realizam avaliações.
➢ Os psicólogos clínicos, entre outras tarefas, realizam
psicodiagnósticos.
➢ Pode-se dizer que avaliação psicológica é um conceito muito
amplo.
➢ Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, feita com
propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os
modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais.
➢ É um processo que visa a identificar forças e fraquezas no
funcionamento psicológico, com um foco na existência ou
não de psicopatologia.
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➢ Isso não significa que a classificação psiquiátrica seja um
objetivo precípuo do psicodiagnóstico, mas sim que, para medir
forças e fraquezas no funcionamento psicológico, devem ser
considerados como parâmetros os limites da variabilidade
normal.
➢ É esta abordagem que confere a perspectiva clínica a esse tipo
de avaliação de diferenças individuais.
➢ O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica, introduzida por
Lighter Witmer, em 1896, e criada sob a tradição da psicologia
acadêmica e da tradição médica.
➢ Consta que nem ao fundador da psicologia clínica agradou a
designação “clínica”, adotada apenas por falta de melhor
alternativa (Garfield, 1965).
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➢ Tudo indica que essa tradição médica, associada à psicologia
clínica, teria efeitos marcantes na formação da identidade
profissional do psicólogo clínico,
➢ Oferecendo-lhe, por um lado, modelos de identificação e, por
outro, acentuando as suas dificuldades nas relações
interprofissionais.
➢ No fim de século e o começo do seguinte foram marcantes pelos
trabalhos de Galton, que introduziu o estudo das diferenças
individuais,
➢ De Cattell, a quem se devem as primeiras provas, designadas
como testes mentais,
➢ E de Binet, que propôs a utilização do exame psicológico (por
meio de medidas intelectuais) como coadjuvante da avaliação
pedagógica.
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➢ Por tais razões, a esses três autores (Lighter Witmer, Alfred Binet
e Théodore Simon) é atribuída a paternidade do psicodiagnóstico.
➢ A nossa tradição psicométrica, assim alicerçada, ficou melhor
sedimentada pela difusão das escalas Binet, seguidas pela
criação dos testes do exército americano, Alfa e Beta
desenvolvidos pelo psicólogo Robert Yerkes .
➢ Se a contribuição da psicometria foi e é essencialmente
importante para garantir a cientificidade dos instrumentos do
psicólogo, torna-se importante, conforme salienta Groth-Marnat
(1999), estabelecer a diferença que existe entre o psicometrista e
o psicólogo clínico.
➢ O primeiro tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem,
enquanto, no psicodiagnóstico, há a utilização de testes e de
outras estratégias, para avaliar um sujeito de forma sistemática,
científica, orientada para a resolução de
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➢ Apesar das controvérsias, os testes são extremamente
eficazes e amplamente utilizados.
➢ O primeiro modelo, que serviu de base para os demais, foi
proposto em 1905 pelos psicólogos franceses Alfred Binet e
Théodore Simon.
➢ A ferramenta criada por eles buscava avaliar a capacidade
das crianças em idade escolar.
➢ Aquelas que tinham baixo rendimento eram enviadas para
programas especiais de educação.
➢ A versão, incrementada posteriormente pelo psicólogo Lewis
Terman, funcionava mais ou menos assim: uma avaliação
com 30 tarefas era dada a um grupo de crianças.
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➢ Funcionava mais ou menos assim:
➢ Uma avaliação com 30 tarefas era dada a um grupo de
crianças.
➢ Se um menino ou menina com 7 anos conseguisse acertar
uma pergunta respondida pela maioria dos indivíduos com a
mesma idade, então teria a idade cronológica igual à sua
idade mental.
➢ Por outro lado, se não fosse capaz de resolver o problema,
teria uma idade mental abaixo da média e precisaria de
ajuda na aprendizagem.
➢ De lá para cá, o teste foi modificado e outras versões foram
criadas
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➢ Em meados de década de 1950, o psicólogo americano
David Wechsler publicou novos modelos chamados Escala
Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC, na sigla em
inglês)
➢ E Escala Wechsler de Inteligência para Adultos (WAIS, na
sigla em inglês), amplamente usadas até hoje em versões
atualizadas.
➢ Ambas são compostas por testes que avaliam capacidade
verbal, memória de trabalho, raciocínio perceptivo e
velocidade de processamento.
➢ No Brasil, eles foram adaptados para a cultura local.
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➢ As pessoas que conseguem alcançar entre 85 e 115,
segundo o modelo de Wechsler, têm uma inteligência média;
➢ Aquelas que alcançam valores menores são considerados
indivíduos com baixa inteligência;
➢ Por fim, as pessoas com notas acima desse patamar são
aquelas chamadas de superdotadas.
➢ No Brasil, os profissionais também costumam usar testes
como o R-1 (Teste Não Verbal de Inteligência), o R-2 (Teste
Não Verbal de Inteligência para Crianças) e o TIG-NV (Teste
de Inteligência Geral Não Verbal).
➢ Assim como os anteriores, eles têm questionamentos e
tarefas.
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➢ Os resultados obtidos nesses testes, no entanto, não
contam toda a história sobre a inteligência de um indivíduo,
➢ Segundo Alessandro Antonio Scaduto, professor do
Departamento de Psicologia da Universidade Federal do
Paraná (UFPR):
➢ “uma coisa que gera confusão nas pessoas é que esses
testes seriam uma medida de toda a capacidade intelectual,
mas nem na psicologia científica a gente tem essa
expectativa. Às vezes, isso é só o começo da conversa, já
que isoladamente a inteligência é um preditor modesto do
desempenho geral da pessoa.”
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➢ Valéria Thiers, professora do curso de psicologia da Escola
de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), tem opinião
semelhante.
➢ Ela explicou que os números dos testes não podem ser
considerados como o único ponto a ser considerado.
➢ “Eu poderia dizer que uma pessoa com suspeita de
deficiência intelectual tem QI inferior a 70, mas esse não é o
único critério.
➢ Outra questão a ser considerada para eu falar de deficiência
intelectual seria a autonomia com relação a atividades de
vida diária, atividades funcionais, como higiene própria,
organização, trabalho e estudos, por exemplo.”
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➢ Para os especialistas, o ideal é que os testes de QI não
sejam usados de forma isolada,
➢ Mas sim como ferramentas dentro de um contexto mais
amplo, tal qual uma avaliação educacional, um exame de
saúde ou mesmo um processo previdenciário.
➢ No geral, existem os testes de fator geral – a avaliação
psicotécnica para tirar carteira de motorista é um exemplo –
e os testes de fatores múltiplos, focados em educação,
problemas cognitivos e potencialidades.
➢ Eles têm perguntas padronizadas e, conforme o tipo, podem
durar de 30 minutos a três horas.
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➢ Nas clínicas-escolas dos cursos de psicologia, disse Valéria, os
testes de QI são frequentemente usados em avaliações de
aprendizagem.
➢ Um exemplo é o caso de alunos que não aprendem ou estão
com dificuldade de absorver os conteúdos.
➢ “Ao longo da avaliação, além de entrevistas com responsáveis,
professores e alunos, escolhemos um instrumento como um
teste de inteligência.
➢ Nesse processo, precisamos ver se a questão do aprender é um
problema do aluno, do conteúdo, da didática, da escola ou uma
situação pela qual a família passa.
➢ Então a avaliação psicológica vai ter que responder a isso para
não onerar e responsabilizar o sujeito como o único responsável
pelo aprender ou não aprender”.
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➢ “Outro exemplo é a pessoa que está entrando com uma
solicitação de aposentadoria especial em virtude de contato com
produtos químicos danosos.
➢ É uma avaliação específica, que precisa passar por anamnese
(conversa), entendimento sobre quem é esse sujeito, qual a
condição de vida dela, quais suas necessidades, o que está
acontecendo, quais as queixas envolvidas, e que também vai
contemplar um teste de inteligência para verificar a cognição.
➢ Aí dessa avaliação a gente vai fazer a síntese e propor um
encaminhamento.
➢ A avaliação psicológica está sempre a serviço de uma resposta
para um problema que foi apresentado”, disse Valéria.
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➢ Na saúde, um dos principais exemplos do uso de testes de QI é
com pessoas idosas que começam a ter problemas de memória,
de se organizar para as tarefas do dia a dia, entre outros.
➢ Nesse tipo de situação, compreender a inteligência é importante
para se fazer o diagnóstico do indivíduo, segundo Scaduto.
➢ Assim como o teste de QI sofreu alterações, o próprio conceito
de inteligência também vem mudando ao longo do tempo.
➢ No último século, pesquisadores relacionaram a inteligência à
capacidade de pensar racionalmente, memorizar informações,
se adaptar e lidar com as circunstâncias e o ambiente, pensar
de forma global, formar conceitos, planejar, resolver problemas,
usar a linguagem e por aí vai.
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➢ Hoje, um dos conceitos mais difundidos entre a
comunidade científica é a teoria das inteligências
múltiplas, proposta pelo psicólogo americano Howard
Gardner em 1983.
➢ No total, são oito tipos:
•Espacial – Capacidade de conceituar e mapear objetos
e espaços de larga escala. Exemplo de profissionais:
pilotos de avião, marinheiros e arquitetos;
• Musical – Envolve sensibilidade à música e a
habilidade de cantar, tocar instrumentos e compor
músicas. Exemplo: regente musical e cantor;
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• Corporal – Capacidade de usar todo o corpo ou partes
dele para resolver problemas ou criar produtos.
Exemplo: dançarinos;
• Linguística – Sensibilidade ao significado e ao uso,
tanto verbal como oral, das palavras. Exemplos: poetas
e escritores;
• Lógico-matemático – Aptidão para analisar problemas
com a lógica. Exemplos: matemáticos e cientistas;
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• Interpessoal – Chamada também de inteligência social, é a
habilidade de interagir efetivamente com os outros.
Exemplos: psicólogos e professores;
• Naturalista – Habilidade de perceber, manipular e classificar
a fauna e a flora. Exemplo: biólogos;
• Intrapessoal – Sensibilidade aos próprios sentimentos,
objetivos e ansiedades.
➢ De acordo com Howard, esse é um tipo de inteligência
global necessária em uma “sociedade moderna complexa,
em que cada um tem que tomar decisões consequentes
para si mesmo”.
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➢Na década de 1990, na linha da capacidade intrapessoal, a
ideia de Inteligência emocional, do psicólogo, escritor e
jornalista Daniel Goleman, também começou a ganhar
espaço.
➢Em resumo, Goleman diz que esse tipo de inteligência é a
capacidade do indivíduo identificar e lidar com as emoções e
os sentimentos.
➢Os testes de QI, apesar dos inúmeros benefícios e usos,
também têm um lado bem sombrio.
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➢ Em meados de 1920, no estado norte-americano da
Virgínia, por exemplo, a Suprema Corte dos Estados Unidos
autorizou a esterilização de pessoas com baixa inteligência.
➢ Na Alemanha nazista, o governo do genocida e líder
totalitário Adolf Hitler autorizava o assassinato de crianças
com baixo QI.
➢ E não pense que o uso indevido da avaliação é algo do
passado.
➢ Até hoje, cientistas renomados usam resultados de teste de
inteligência para tentar justificar a falsa ideia de
superioridade de determinadas raças em relação a outras.
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➢ É o caso do biólogo americano James Watson, ganhador do
prêmio Nobel de 1962 pela colaboração na descoberta da
estrutura da molécula do DNA.
➢ Os cientistas Maurice Wilkins e Francis Crick também foram
agraciados naquele ano.
➢ Em 2019, ao ser entrevistado para o documentário
“American Masters: Decoding Watson” (“Mestres
Americanos: Decodificando Watson”, em tradução livre), da
emissora PBS,
➢ Ele disse que brancos costumam tirar notas maiores do que
negros por questões genéticas, algo sem fundamento
científico.
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➢ Ele já tinha feito afirmações semelhantes em outras
ocasiões.
➢De fato, testes de QI feitos nas décadas de 1960 e 1970
apontaram as diferenças citadas por Watson.
➢No entanto, as avaliações eram enviesadas, e não levavam
em consideração questões sociais, ambientais e culturais.
➢“Os testes de QI aplicados naquela época foram adaptados
para uma população americana com uma escolaridade média
muito superior à escolaridade dos outros sujeitos,
➢Que no geral eram imigrantes e não tinham muito domínio da
língua, e aí foi produzido o fator cor de pele.
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➢ Para que o instrumento seja válido, ele precisa mostrar que
é capaz de ser sensível a questões culturais e identificar as
diferenças em função de grupos diferentes.
➢ Scaduto ressaltou que tudo o que o ser humano é como
pessoa resulta de experiências, e uma parte delas tem a ver
com o acesso a direitos e à cidadania.
➢ A população preta, no entanto, é historicamente vítima de
exclusão social, disse.
➢ “É aquela coisa simples que se eu não tiver condições de
viver bem para aproveitar e ir pra escola e me dedicar a
coisas que tenho curiosidade, eu não vou conseguir utilizar
o potencial que eu tenho e nem aproveitar adequadamente
a minha capacidade.”
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➢ TESTE DE QI ONLINE FUNCIONA?
➢ Todo mês, segundo o Google, há entre 100 mil e 1 milhão
de buscas pelo termo “teste de QI”.
➢ As expressões “teste de QI online”, “teste de QI gratis”,
“teste de QI gratuito” também são bastante procuradas.
➢ Para aproveitar esse excesso de pesquisa, e monetizar em
cima delas, há diversos sites e blogs que oferecem
avaliações de inteligência.
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➢ TESTE DE QI ONLINE FUNCIONA?
➢ Esses testes de QI gratuitos, no entanto, não são
recomendados pelos profissionais da psicologia.
➢ As avaliações, conforme o Concelho Federal de Psicologia,
devem ser aplicadas por profissionais treinados.
➢ Uma avaliação de inteligência sem motivo nítido e sem
prestar atenção em outras características psicológicas corre
o risco de ser uma medida muito imprecisa e inadequada.
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➢ Os testes psicológicos são instrumentos fundamentais na
prática da psicologia, usados para avaliar uma variedade de
características mentais e comportamentais.
➢ Estes testes são desenvolvidos com rigor científico e
metodológico, visando medir aspectos como a inteligência,
personalidade, habilidades específicas e emoções.
➢ De todas as características avaliadas pelos testes
psicométricos, existem quatro grupos ou categorias
principais: aptidão, comportamentos, personalidade e
inteligência emocional. Enquanto a aptidão mede as
habilidades cognitivas, os testes de comportamento
analisarão como um candidato age ou se comunica.
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➢ Os testes psicológicos são ferramentas para avaliação de
personalidade e comportamentos.
➢ Por meio deles é possível identificar se um candidato está alinhado
à cultura da empresa e se tem as habilidades necessárias para
ocupar o cargo.
➢ Por isso são importantes no processo de recrutamento e seleção.
➢ As contratações são feitas com mais agilidade e tendem a ser
muito mais acertadas.
➢ E a taxa de rotatividade na empresa (turnover) diminui, como
consequência dessa contratação compatível.
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➢ Os testes psicológicos são úteis, não apenas em processos
seletivos, mas também com colaboradores antigos da
organização.
➢ Justamente porque eles auxiliam no direcionamento dos
funcionários certos para as ocupações certas.
➢ Pode ser que um colaborador tenha habilidades compatíveis
a alguma vaga que foi disponibilizada ou até mesmo a uma
nova função na empresa.
➢ Por meio dos testes de comportamento, essa possibilidade
de troca de posição fica muito mais fácil de ser ajustada.
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Consequências positivas da utilidade dos testes psicológicos
na empresa, por exemplo:
• otimização do processo seletivo, auxiliando na triagem das
pessoas que não têm fit cultural;
• diminuição da taxa de turnover, por ter pessoas que gostam
e evoluem em seus cargos;
• maior satisfação para os funcionários, por estarem em
funções alinhadas às suas competências;
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Consequências positivas da utilidade dos testes psicológicos
na empresa, por exemplo:
• aumento de produtividade, em função da satisfação desses
colaboradores;
• melhoramento do trabalho em equipe, pois é possível criar
times estratégicos com profissionais complementares dentro
das equipes;
• clima organizacional saudável, pois as divergências
diminuem quando se tem times coesos.
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TIPOS DE TESTES:
Testes psicométricos
Testes projetivos
Testes objetivos
Testes subjetivos
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➢ Teste psicométrico é um dos tipos de testes psicológicos.
➢ Procura colocar um valor determinado a uma qualidade
psicológica.
➢ Nesse caso, o que esses testes fazem é medir, dentro de
uma escala de valores, vários aspectos que podem ser:
•O Coeficiente Intelectual (CI)
•A atenção
• A memória
• A compreensão de leitura
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➢ Esse tipo de teste psicológico tem como finalidade avaliar,
selecionar e, em muitos casos, dividir a amostra de pessoas
escolhidas segundo suas capacidades intelectuais.
➢ Por isso, ele é geralmente usado em escolas, para saber
que alunos têm um maior rendimento escolar, e em
entrevistas de emprego, para saber quem são os melhores
candidatos para o cargo.
➢ Em algumas ocasiões, os testes psicométricos também são
utilizados no âmbito clínico para que um diagnóstico possa
ser realizado.
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➢ No livro “Psicometria”, Luiz Pasquali escreve que a
etimologia da palavra se refere à junção da teoria e da
técnica de medida dos processos mentais.
➢ Basicamente, as técnicas psicométricas
possibilitam transformar o nosso processo mental em
métodos quantitativos. Isto é, em números.
➢ “De um modo geral, a psicometria procura explicar o sentido
que têm as respostas dadas pelos sujeitos a uma série de
tarefas, tipicamente chamadas de itens.”
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➢Os testes psicométricos apresentam três características de
destaque:
▪ Baseiam-se em instrumentos de construtos (formação de
pensamentos que resulta de experiências passadas e
impressões do presente) e psicológicos;
▪ Possuem alta confiabilidade, reproduzindo resultados
consistentes;
▪ Medem exatamente o que se propõe e refletem
adequadamente o construto que está sendo medido,
segundo estudos de especialistas.
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➢ Porém, vale um alerta: o uso de testes psicométricos tem
como um dos problemas a falsa impressão de que os
resultados podem garantir certezas ao RH sobre uma
seleção. Na prática, isso não acontece.
➢ Eles são fundamentais para revelar pontos importantes de
aprimoramento e uma previsão sobre padrões
comportamentais, mas nada se compara ao dia a dia e à
experiência para legitimar que um candidato é realmente
adequado para a função.
➢ O que podemos afirmar é que eles aumentam as chances
de acerto!
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➢ São diversos os tipos de avaliação que se utilizam da
psicometria, divididos entre os de aptidão e os de
personalidade.
➢ Para escolher a melhor opção em cada caso, o RH deve
levar em consideração a descrição das atividades de um
cargo, aplicando assim o teste que melhor avalia um
profissional.
➢ Vamos a alguns dos testes psicométricos mais usados na
sequência:
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Focados nas competências esperadas de uma pessoa
colaboradora para exercer determinado cargo, os formatos
mais comuns para testes de aptidão são:
• Raciocínio verbal: a partir de um texto, pode-se analisar o
nível de compreensão semântico, gramatical ou de
interpretação do candidato;
• Raciocínio numérico: o objetivo é descobrir se o
profissional consegue entender e manipular dados
numéricos, e normalmente apresentam tabelas e gráficos;
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Testes de Aptidão são:
• Raciocínio mecânico: fazem uma análise sobre habilidades
relacionadas a circuitos elétricos, matemática aplicada e
técnicas voltadas à mecânica e engenharia;
• Raciocínio lógico: com imagens ou padrões fornecidos ao
candidato, a finalidade aqui é testar sequências, tendências e
informações;
• Pensamento crítico: avaliam se o profissional tem um perfil
questionador, é capaz de elaborar e explorar argumentos,
desenvolver conceitos e compreender informações.
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Além de saber o que são testes de personalidade, podemos
buscar diferentes maneiras de fazer essa avaliação, como:
• Discernimento situacional: para avaliar o comportamento
do indivíduo, simula-se um cenário correspondente ao
ambiente de trabalho a fim de visualizar suas ações e
decisões frente a situações cotidianas;
• Motivação: para identificar as expectativas de um candidato,
o teste investiga o que mais pode trazer motivação no
trabalho, a exemplo de salário, reconhecimento,
pertencimento, desenvolvimento ou segurança profissional.
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Além de saber o que são testes de personalidade, podemos
buscar diferentes maneiras de fazer essa avaliação, como:
• Discernimento situacional: para avaliar o comportamento
do indivíduo, simula-se um cenário correspondente ao
ambiente de trabalho a fim de visualizar suas ações e
decisões frente a situações cotidianas;
• Motivação: para identificar as expectativas de um candidato,
o teste investiga o que mais pode trazer motivação no
trabalho, a exemplo de salário, reconhecimento,
pertencimento, desenvolvimento ou segurança profissional.
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Testes projetivos:
➢ São testes menos estruturados que colocam à prova a
individualidade e a resposta aberta de cada indivíduo para
poder conhecer seus traços de personalidade mais íntimos.
➢ Os testes projetivos são muito comuns em âmbitos
escolares, clínicos e até de medicina legal forense e, por sua
vez, também contam com subtipos ou categorias.
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Testes projetivos:
➢ Uma delas são os testes projetivos expressivos, nos quais
quem estiver o realizando deve desenhar um elemento
concreto que será analisado depois pelo profissional da área
de psicologia.
➢ Um exemplo é o bastante utilizado teste de personalidade
HTP (Casa - árvore - pessoa), no qual através do desenho
de uma criança ou de um adulto pode-se descobrir algumas
das partes mais ocultas de sua personalidade.
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Testes projetivos:
➢Outro subtipo de teste psicológico projetivo é o dos testes
estruturais, nos quais um material visual, como desenhos e
outras imagens, têm que ser analisados e organizados por
quem estiver fazendo a prova.
➢Nesse caso, o teste de Rorschach, mais conhecido como
o teste das manchas de tinta é um dos mais conhecidos.
Nele, o indivíduo tem que interpretar o significado das
manchas de tinta que são mostradas a ele em diversas
lâminas.
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Testes projetivos:
➢Já uma terceira categoria desses testes são os associativos.
Como o próprio nome já fala, neles a pessoa deve associar
imagens ou palavras que são apresentadas pelo psicólogo ou
psiquiatra.
➢O teste de associação de palavras é um deles.
➢É importante ressaltar, no entanto, que esses tipos de testes
psicológicos contam com uma alta liberdade de respostas, já
que elas são dadas por quem está fazendo o teste e não são
pré-determinadas pela prova.
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Testes projetivos:
➢Por isso, costumam a ser mais demorados e mais complexos
de serem analisados.
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Testes psicológicos objetivos:
➢ Esses testes se baseiam em respostas fisiológicas para
medir um determinado elemento.
➢ Diferentemente dos testes projetivos, os objetivos contam
com respostas já prontas, como em testes de verdadeiro ou
falso ou de múltipla escolha, que devem ser eleitas pela
pessoa que for realizá-lo e não com percepções do
inconsciente, que são os resultados, por exemplo, do teste
de Rorschach.
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Testes psicológicos objetivos:
Para o estudioso Raymond Cattel, esses testes são aqueles
nos quais "o comportamento do sujeito é medido, para definir
sua personalidade, sem que ele saiba de que maneira seu
comportamento poderá afetar sua interpretação".
Entre esses testes também podem-se encontrar subcategorias:
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Subcategorias dos Testes psicológicos objetivos:
• Testes objetivos motores, nos quais as respostas motoras e
musculares a diversos estímulos são medidas.
• Testes objetivos psicofisiológicos, nos quais é analisada a
relação entre o comportamento do sujeito e aspectos
fisiológicos do mesmo, como respiração, temperatura e
velocidade dos batimentos cardíacos.
• Testes cognitivos, nos quais elementos como a percepção,
a rapidez e a atenção envolvidas durante o teste são
analisados.
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Testes psicológicos subjetivos:
➢ Trabalham novamente sem respostas pré-determinadas,
mas sim com perguntas com espaços abertos para respostas
pessoais e opiniões.
➢ Por isso, eles costumam demorar mais para serem criados e
depois avaliados por profissionais, que devem medir as
respostas com diferentes escalas.
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Testes psicológicos subjetivos:
➢ Geralmente, os testes subjetivos são realizados quando se
deseja medir um elemento concreto das vivências e da
personalidade da pessoa através de perguntas
de autodescrições ou valorações.
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Importância dos Testes Psicológicos:
➢ Os testes psicológicos são indispensáveis no âmbito clínico,
➢ Já que eles podem ajudar a diagnosticar patologias e
distúrbios psicológicos que podem afetar negativamente a
vida de um indivíduo como, depressão, ansiedade,
dificuldade na retenção de conteúdo e problemas na
aprendizagem, transtorno do déficit de atenção, dislexia,
autismo, problemas de memória e até demência.
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➢ Importância dos Testes Psicológicos:
➢ Nesses casos, crianças com problemas de aprendizado ou
que sofreram abusos e outros eventos traumáticos, por
exemplo, podem ser diagnosticadas e tratadas corretamente.
➢ Além disso, além de diagnosticar patologias, quando usados
em outros ambientes, como o do mercado de trabalho, os
testes psicológicos podem ser ótimas ferramentas para saber
que candidato tem os melhores qualidades e personalidade
para se juntar à empresa.
Referências

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. Porto


Alegre: Artmed, 2000.

MASSIMI, Marina(Org.). História da psicologia no Brasil do século


XX. São Paulo: EPU, 2004.

PENNA, Antônio Gomes. Introdução a história da psicologia


contemporânea. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

FIGUEIREDO, Luís Cláudio Mendonça. Matrizes do pensamento


psicológico. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

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