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Determinação e Formas de Avaliar a

Inteligência

APRESENTAÇÃO

O que nos torna únicos no mundo são as nossas diferenças individuais. Para a Psicologia da
Educação, importa reconhecer e avaliar algumas destas variações individuais, quando
relacionadas à inteligência, ao estilo de aprendizagem, à personalidade e ao temperamento de
cada indivíduo. Nesta Unidade de Aprendizagem trataremos da determinação e das formas de
avaliar a inteligência dos indivíduos e ainda de algumas controvérsias a respeito da utilização de
testes de inteligência por parte dos educadores.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Avaliar a importância e as limitações dos chamados testes de inteligência.


• Listar os principais testes de medição de inteligência, tanto individuais como os de grupos.
• Reconhecer um conjunto de inteligências e habilidades, a partir dos estudos de inteligência
múltipla propostos por Howard Gardner.

DESAFIO

Em um colégio de Curitiba, dois alunos do ensino fundamental relatam um fato ocorrido a seu
professor. Dias atrás, um colega da classe deles havia compartilhado com toda a classe um link
para um "teste de QI" (Teste de medição do Quociente de Inteligência de cada indivíduo).

Os alunos logo acessaram o link, baixaram o aplicativo e puseram-se a fazer individualmente o


teste. Para acessar o teste era preciso fazer o login por meio dos dados da conta de uma rede
social a que todos tinham acesso. Pelo relato dos dois alunos, o professor entendeu que a
empolgação se tornou, depois, motivo de incômodo, sobretudo para alguns alunos. Os scores de
cada criança que fazia o teste ficava listado em um ranking com as pontuações dos outros
alunos, pois todos eram amigos na rede social que usaram para acessar o aplicativo do teste.
Por sorte o tal ranking não foi publicado para mais pessoas, pois aparecia apenas no próprio
aplicativo. Mas isso já havia sido o suficiente para que os alunos fizessem comparações entre
eles, e até críticas aos que fizeram menos pontos no teste. Alguns alunos estariam
envergonhados, pois, para eles, estava provado pelo teste o quanto eram pouco inteligentes.

O professor logo percebeu que uma situação como esta poderia afetar a autoestima de alguns
alunos que, em decorrência disso, poderiam apresentar uma piora no desenvolvimento
estudantil. Logo, tratou de esclarecer que estes tipos de teste às vezes não são capazes de
medições muito justas e que, mesmo os melhores testes de QI, não mensuram os vários tipos de
inteligência que, segundo ele, cada aluno possui. Outra vez, a empolgação dos alunos foi
grande. Agora, todos queriam entender essa história sobre vários tipos de inteligência.

O professor então, baseando-se em uma teoria sobre inteligências múltiplas, listou alguns tipos
de inteligência ou habilidades com as quais trabalharia ao longo do próximo bimestre. O
objetivo dele era que cada aluno se reconhecesse mais ou menos capacitado em uma ou mais
destas habilidades, para que em seguida pudessem perceber essas diferenças individuais e assim,
respeitarem mais o próprio jeito de ser de cada um. As habilidades listadas pelo professor são:
- Habilidades matemáticas.
- Habilidades sinestésico-corporais.
- Habilidades musicais.
- Habilidades intrapessoais.
- Habilidades de expressão.
- Habilidades interpessoais.
- Habilidades de geolocalização.
- Habilidades em artes plásticas.

Seu desafio consiste em ajudar o professor a conseguir que seus alunos pratiquem algumas
destas habilidades! Escolha três habilidades entre as citadas acima. Em seguida, pense em uma
atividade para cada uma das habilidades que escolheu, pela qual os alunos poderão exercitar
aquele tipo de inteligência. As atividades, podem ser interdisciplinares, por exemplo: para
trabalhar atividades de geolocalização, os alunos podem fazer um trabalho com mapas,
utilizando-se de conhecimentos de geografia para trabalhar a cartografia da cidade e, assim,
localizar a posição de pontos históricos. Agora é com você!

Habilidade 1:
- Atividade:

Habilidade 2:
- Atividade:

Habilidade 3:
- Atividade:

INFOGRÁFICO

A teoria do psicólogo americano Howard Gardner é bastante utilizada, e não apenas no universo
educacional. Empresas, cursos de treinamento e liderança e outros ambientes profissionais
abordam uma lista estendida de nove tipos de inteligências ou habilidades, apresentadas no
infográfico a seguir.

CONTEÚDO DO LIVRO

Na leitura do capítulo Determinação e Formas de Avaliar a Inteligência, da obra Psicologia da


Educação, aprenda sobre as questões envolvendo o conceito de inteligência no campo
educacional.
Boa leitura.
PSICOLOGIA DA
EDUCAÇÃO

Carla Tatiana Flores Carvalho


Determinação e formas
de avaliar a inteligência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Avaliar a importância e as limitações dos chamados testes de


inteligência.
„„ Listar os principais testes de medição de inteligência, tanto individuais
como de grupos.
„„ Reconhecer um conjunto de inteligências e habilidades, a partir dos
estudos de inteligência múltipla propostos por Howard Gardner.

Introdução
Neste capítulo, você estudará sobre a importância e as limitações dos
testes de inteligência e verificará que os mesmos são regulamentados
pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, pois só assim podem ser
utilizados. O processo de validação de um teste é bastante rigoroso e
requer muita dedicação de quem se propõe a fazê-lo.
Você verá, também, os principais testes de inteligência que estão no
mercado atualmente e são autorizados para aplicação, tanto individuais
como coletivos. A lista de testes é bastante extensa, por isso, trabalha-
remos com os mais utilizados, como o G 36, Wisc III, R 1, entre outros.
Serão estudados os testes de inteligência tanto verbais quanto não
verbais.
Por fim, você estudará as inteligências múltiplas propostas por Howard
Gardner — trata-se de um tema complexo, porém fascinante, pois, assim,
podemos nos dar conta do quanto somos capazes.
2 Determinação e formas de avaliar a inteligência

A importância e as limitações dos


testes de inteligência
Vamos iniciar nosso estudo conceituando inteligência, para que possamos
compreender melhor a importância e as limitações dos testes de inteligência.
Segundo Gardner (1995), a inteligência é a capacidade de resolver proble-
mas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou
em uma comunidade cultural. Essa capacidade de resolver problemas permite à
pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar
a solução adequada para esse objetivo.
Tendo em vista que nós, seres humanos, somos submetidos diariamente a
diversas situações em que devemos resolver situações que nos são apresentadas,
a inteligência é fator determinante no sucesso das mesmas.
Os testes de inteligência são instrumentos de uso exclusivo dos psicólogos
e regulamentados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), e são utilizados
em avaliações psicológicas, em concursos públicos, nas escolas, para verificar
a deficiência cognitiva e a inteligência superior à média, entre outros.
Podemos dizer que os testes de inteligência são parte da vasta gama de testes
psicológicos existentes atualmente e que tiveram seu início no final do século
IX e início do século XX, sendo possível inferir que são bastante recentes.
Para Cronbach (1996 apud PASQUALI, 2001, p. 18), “[...] um teste é um
procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com
a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas [...]”. Podemos dizer, então,
que um teste, minimamente, precisa ser válido e fidedigno para que possa
existir. Isso quer dizer que ele é preciso e apresenta consistência em seus
dados, ou seja, se ele for exposto a repetidas mensurações, os resultados serão
sempre os mesmos.
Os testes de inteligência são psicométricos, ou seja, sua avaliação é reali-
zada de forma objetiva. Já a validade se refere à capacidade de o teste medir/
mensurar aquilo que ele propõe: se for para avaliar a inteligência, então,
necessariamente, ele deve ser capaz de avaliar a inteligência de uma pessoa.
Conforme Silva (2008), os primeiros testes de inteligência foram desen-
volvidos por volta de 1900, a Década de Binet — o qual foi um pedagogo e
psicólogo francês, que contribuiu muito para a psicometria.
Na década de Binet, a avaliação das aptidões humanas, tendo em vista
a predição na área acadêmica e da saúde, exerceu total predomínio com os
trabalhos de Binet, o qual, concomitantemente a Simon, psicólogo e psico-
metrista francês, elaborou testes de conteúdo mais cognitivo, não sensorial,
que abrangiam funções mais amplas, não específicas. Todavia, no mesmo
Determinação e formas de avaliar a inteligência 3

período, Spearman, um psicólogo inglês conhecido pelo seu trabalho na área


da estatística, contribuiu com a elaboração dos fundamentos da teoria clássica
dos testes psicológicos (SILVA, 2008).
Nascia, assim, a era dos testes com base no Quociente de Inteligência (QI).
Esse período, que ocorreu de 1910 a 1930, desenvolveu-se sob a influência
dos trabalhos, até então, elaborados por Galton, Binet, Simon e Spearman e
o impacto da Primeira Guerra Mundial, que impôs a necessidade de seleção
rápida, eficiente e universal de recrutas para o exército. Esse fenômeno fez
com que vários estudiosos desenvolvessem testes de inteligência e de seleção
para soldados, os quais introduziram os testes de aplicação coletiva, pois, até
então, eles eram todos de aplicação individual, e passaram a ser maciçamente
utilizados (PASQUALI, 2001).
Na década da análise fatorial, 1930, os testes de inteligência eram dema-
siadamente dependentes da cultura em que eram criados, e os psicólogos
estatísticos começaram a repensar a ideia de fator geral ou universal, a qual
já havia sido abordada por Spearman. Por conseguinte, estudiosos como
Thomson, psicólogo inglês, e Thurstone, engenheiro mecânico americano
e psicólogo conhecido por ser o mais famoso psicometrista de sua época,
dedicaram-se à elaboração de testes psicológicos que levavam em consideração
os fatores universais, os quais também passaram a ser muito utilizados, de
forma indiscriminada e pejorativa, nas indústrias e nas instituições de ensino,
resultando na falta de credibilidade dos mesmos (SILVA, 2008).
No Brasil, mais especificamente na Bahia, em 1924, o educador Isaias
Alvez fez a adaptação da escala Binet-Simon, considerada um dos primeiros
estudos de adaptação de instrumentos psicométricos no Brasil (NORONHA;
ALCHIERI, 2005).
Sabemos que os testes de inteligência têm várias limitações, pois dependem
de variáveis como examinador, local, escolha adequada do teste.
Cabe ressaltar que o próprio CFP orienta que o uso de testes de inteligência
não deve ser um instrumento único na avaliação da inteligência, mas, sim,
mais um recurso que auxilia o profissional na compreensão e no fechamento
das considerações acerca de uma pessoa, independentemente do fim a que se
destina, ou seja, em processos seletivos ou em pacientes, tanto na avaliação
psicológica quanto no psicodiagnóstico.
Outro ponto de fragilidade dos testes de inteligência é a existência de
inúmeros sites que divulgam indiscriminadamente testes de QI, rotulando,
muitas vezes, as pessoas. Porém, devemos sempre nos lembrar de que os testes
de inteligência são de uso exclusivo dos psicólogos.
4 Determinação e formas de avaliar a inteligência

É importante salientar que os testes de inteligência, bem como todos os


testes psicológicos, apresentam uma numeração e só podem ser comprados
por psicólogos, sendo vetado o uso de cópias. Todas essas orientações são
determinadas pelo CFP.

Conheça a Legislação que regulamenta os testes psicológicos, acessando o link a seguir.

https://goo.gl/qJ3w6K

Principais testes de medição de inteligência,


individuais e coletivos
Para compreendermos este capítulo, primeiro classificaremos a forma de
aplicação dos testes de inteligência, ou seja, eles podem ser individuais ou
coletivos.
Os testes individuais são aqueles que só podem ser aplicados individual-
mente, ou seja, a aplicação é realizada com uma pessoa de cada vez.
Já os testes coletivos são aqueles que podem ser aplicados coletivamente,
ou seja, a sua aplicação é realizada com duas ou mais pessoas. É importante
ressaltar que cabe ao psicólogo avaliar, caso não exista orientação diferente
no manual do teste, o número ideal de pessoas para a aplicação do teste,
considerando, inclusive, o tamanho da sala de aplicação. Podemos, também,
recorrer ao Conselho Regional de Psicologia (CRP), para uma consulta técnica
sobre o assunto.
Os testes coletivos são geralmente utilizados quando existe a necessidade de
uma avaliação psicológica para um concurso público, por exemplo, pois, assim,
se pode aplicar, simultaneamente, o teste em um grande número de pessoas.
É claro que a aplicação de forma coletiva quase que anula a possibilidade
de o psicólogo observar os examinandos, diferentemente do que acontece com
os testes individuais, em que é estabelecida uma relação, onde a cooperação
é nitidamente percebida, e a observação pode ser mais uma das ferramentas
utilizadas pelo psicólogo na elaboração das suas considerações.
Determinação e formas de avaliar a inteligência 5

Para conhecermos os testes psicológicos, é importante ter acesso ao SA-


TEPSI, que é o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos.
O SATEPSI foi instituído em 2001 e é o sistema de avaliação de testes
psicológicos desenvolvido pelo CFP para divulgar informações sobre os testes
psicológicos à comunidade e aos psicólogos.
O psicólogo dispõe de um conjunto de ferramentas para sua prática
profissional.
A Lei nº 4119/62, art. 13 §1º, dispõe que o psicólogo poderá utilizar métodos
e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: diagnóstico psicológico,
orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de
problemas de ajustamento.
A Resolução CFP nº 002/2003, em seu art. 3º, definiu os requisitos mí-
nimos que os instrumentos devem ter para serem reconhecidos como testes
psicológicos.
No site do SATEPSI, são apresentados, em duas abas, os testes psicológicos
e instrumentos. Pode-se obter informações sobre os testes psicológicos com
parecer favorável e desfavorável, verificando a possibilidade de uso do teste na
avaliação psicológica, bem como da identificação de instrumentos privativos
e não privativos do psicólogo.
A seguir, veremos a lista com os principais testes de inteligência, tanto
verbal quanto não verbal, existentes atualmente no mercado, bem como a sua
forma de aplicação, individual ou coletiva, e autorizados pelo CFP.

Teste Não Verbal de Raciocínio Dedutivo (TRAD)

„„ Objetivo: auferir o raciocínio analógico dedutivo.


„„ Público-alvo: adolescentes e adultos.
„„ Aplicação: individual ou coletiva.

Teste Verbal de Inteligência (V-47)

„„ Objetivo: avaliar a capacidade de compreensão verbal.


„„ Público-alvo: adolescente e adultos a partir do ensino médio.
„„ Aplicação: individual ou coletiva, sem limite de tempo.
6 Determinação e formas de avaliar a inteligência

G-38 Teste Não Verbal de Inteligência

„„ Objetivo: avaliar o fator G de inteligência.


„„ Público-alvo: adolescentes e adultos com escolaridade a partir do ensino
médio.
„„ Aplicação: individual ou coletiva, 30 minutos ou tempo livre dependendo
da finalidade.

R 1 Teste Não Verbal de Inteligência

„„ Objetivo: avaliar o fator G de inteligência.


„„ Público-alvo: adultos a partir dos 18 anos.
„„ Aplicação: individual ou coletiva, com limite de tempo de 30 minutos.

R 2 Teste Não Verbal de Inteligência para Crianças — Atualização de


normas em avaliação

„„ Objetivo: avaliar o fator G de inteligência de crianças.


„„ Público-alvo: crianças com idade de 5 a 11 anos.
„„ Aplicação: individual, sem limite de tempo, sendo que a maioria das
aplicações leva em média 8 minutos.

WISC-III Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, 3.ed.

„„ Objetivo: avaliar a capacidade intelectual.


„„ Público-alvo: crianças e adolescentes com idade de 6 a 16 anos.
„„ Aplicação: individual.

BFM-3 (Bateria de Funções Mentais para Motorista — Teste de Racio-


cínio Lógico)

„„ Objetivo: a Bateria de Funções Mentais para Motoristas – BFM-3 visa


a estabelecer uma investigação, avaliação e mensuração nas diversas
operações mentais envolvidas no raciocínio lógico dos motoristas.
„„ Público-alvo: pode ser aplicado desde sujeitos alfabetizados até nível
superior de instrução e com mais de 18 anos de idade.
„„ Aplicação: individual ou coletiva.
Determinação e formas de avaliar a inteligência 7

Teste Não Verbal de Inteligência G-36

„„ Objetivo: avaliar o fator G de inteligência.


„„ Público-alvo: adolescentes e adultos com escolaridade a partir do ensino
médio.
„„ Aplicação: individual ou coletiva, 30 minutos ou tempo livre dependendo
da finalidade.

Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS III)

„„ Objetivo: a Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS III)


tem por objetivo avaliar a capacidade intelectual, o funcionamento
cognitivo global do indivíduo.
„„ Público-alvo: adolescentes, a partir dos 16 anos e adultos de até 89 anos.
„„ Aplicação: individual.

Teste de Inteligência Geral — Não Verbal (TIG-NV)

„„ Objetivo: o Teste de Inteligência Geral Não Verbal TIG-NV tem como


objetivo avaliar a inteligência.
„„ Público-alvo: pessoas com idade entre 10 a 79 anos, com escolaridade
do ensino fundamental ao superior.
„„ Aplicação: individual ou coletiva.

TONI-3: Teste de Inteligência Não Verbal: Uma Medida de Habilidade


Cognitiva Independente da Linguagem

„„ Objetivo: o Teste Não Verbal de Inteligência – TONI-3 tem por obje-


tivo avaliar a inteligência geral de crianças por meio da resolução de
problemas-desenhos de figuras abstratas, que não requerem leitura,
escrita, fala ou audição.
„„ Público-alvo: crianças com idade entre 6 e 10 anos.
„„ Aplicação: individual.
8 Determinação e formas de avaliar a inteligência

Teste Não Verbal de Inteligência — SON-R 2½-7[a]

„„ Objetivo: o SON-R 2 ½-7[a] – Teste Não Verbal de Inteligência tem


por objetivo a avaliação geral do desenvolvimento e das habilidades
cognitivas, fornecendo escores que avaliam habilidades espaciais e
viso-motoras e de raciocínio abstrato e concreto.
„„ Público-alvo: crianças de 2 anos e 6 meses a 7 anos e 11 meses de idade.
„„ Aplicação: individual.

Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV), 4.ed.

„„ Objetivo: a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC IV)


tem como objetivo avaliar o desempenho cognitivo, a capacidade inte-
lectual e o processo de resolução de problemas em crianças.
„„ Público-alvo: crianças na faixa etária entre 6 anos e zero meses e 16
anos e 11 meses.
„„ Aplicação: individual.

Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI)

„„ Objetivo: a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI) visa a


atender à necessidade de uma medida breve de inteligência.
„„ Público-alvo: crianças de 6 anos de idade até idosos na faixa etária
dos 89 anos.
„„ Aplicação: individual.

Matrizes Avançadas de Raven

„„ Objetivo: o Matrizes Progressivas de Raven (APM) tem por objetivo


proporcionar uma avaliação da inteligência, fator G, bem como fornecer
informações sobre a capacidade edutiva do indivíduo.
„„ Público-alvo: pessoas com 17 a 63 anos de idade e escolaridade mínima
de ensino superior em andamento.
„„ Aplicação: o teste APM pode ser administrado individualmente por
um psicólogo, autoadministrado individualmente na presença de tal
profissional ou administrado de modo coletivo.
Determinação e formas de avaliar a inteligência 9

Teste Não Verbal de Raciocínio para Crianças (TNVRI)

„„ Objetivo: o Teste Não Verbal de Raciocínio para Crianças (TNVRI)


tem por objetivo avaliar o potencial intelectual de crianças e jovens
com base no fator G de inteligência.
„„ Público-alvo: destinado a crianças com idade entre 5 anos e 9 meses e
13 anos e 3 meses, desde analfabetos.
„„ Aplicação: individual ou coletiva (máximo de 10 crianças por turma)
— no caso de crianças com idade inferior a 7 anos ou com deficiências
intelectuais ou motoras, faz obrigatória a forma de aplicação individual.

Teste Não Verbal de Inteligência Geral BETA-III


(Subtestes Raciocínio Matricial e Códigos)

„„ Objetivo: o Teste Não Verbal de Inteligência Geral – BETA III tem


por objetivo a avaliação da inteligência, mais especificamente a ca-
pacidade para resolver problemas novos, relacionar ideias, induzir
conceitos abstratos e compreender implicações e avaliar a velocidade
de processamento.
„„ Público-alvo: adolescentes e adultos com baixa escolaridade até o nível
superior.
„„ Aplicação: individual ou coletiva.

Teste de Inteligência Verbal (TIV)

„„ Objetivo: o Teste de Inteligência (TI) avalia o fator G ou inteligência


geral proposto por Spearman, por meio do preenchimento de espaços em
branco que devem ser completados pela análise de relações e matrizes.
„„ Público-alvo: pessoas com idade entre 18 e 67 anos, de ambos os se-
xos, com nível de escolaridade entre ensino fundamental incompleto
e pós-graduação.
„„ Aplicação: individual ou coletiva, em grupos de no máximo 20 pessoas.

Existem vários outros testes de inteligência validados pelo Conselho Federal


de Psicologia, os quais não foram contemplados no texto, em virtude do livre
acesso no SATEPSI para conhecimento.
10 Determinação e formas de avaliar a inteligência

No site do SATEPSI, ou seja, o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos, do Conselho


Federal de Psicologia (CFP), você encontrará a lista de todos os testes com pareceres
favoráveis e desfavoráveis. Este site é para consulta dos psicólogos e da população
em geral.

https://goo.gl/rzC2hc

Inteligências múltiplas propostas por


Howard Gardner
Para iniciarmos o nosso estudo, primeiramente, precisamos compreender o
que são habilidades.
Entende-se por habilidade a capacidade que a pessoa desenvolve para
desempenhar determinada função. Isso significa que podemos desenvolver
habilidades voltadas para as nossas áreas de interesse. Você já parou para
pensar quais são as suas áreas de interesse?
Já a inteligência nos remeterá, por exemplo, à nossa capacidade de apren-
der, compreender e nos adaptar às coisas. Para isso, precisamos desenvolver
habilidades, tais como a capacidade de resolver adequadamente os problemas
que nos são apresentados diariamente em nosso cotidiano.
Gardner (1994) refere que as inteligências apresentam uma escala de de-
senvolvimento de acordo com os seguintes estádios:

„„ habilidade de padrão cru ou “inteligência pura” — compreende o pri-


meiro ano de vida dos bebês, quando eles começam a entender melhor
o mundo que os rodeia, tendo a capacidade de receber uma diversidade
de informação, porém não são capazes de manifestá-las;
„„ estádio de sistemas simbólicos — compreende a faixa etária dos dois
aos cinco anos de idade, é o momento das simbolizações básicas, pois,
nesta fase, as inteligências se revelam por meio de símbolos;
„„ sistemas de segunda ordem — compreende níveis mais elevados de
destreza, pois, aqui, aprendem a escrever e desenhar;
„„ realização em campo específico — compreende desde a adolescência
e vai até a idade adulta, onde a inteligência expressar-se-á por meio de
atividades profissionais ou ocupacionais.
Determinação e formas de avaliar a inteligência 11

Nós, adultos, estamos no estágio da realização do campo específico, pois é


aqui que já desenvolvemos, ou ainda estamos desenvolvendo, a descoberta da
nossa escolha profissional e estamos trilhando o caminho para trabalharmos
nela. É claro que, muitas vezes, realizamos escolhas que não são tão adequa-
das aos nossos interesses — por falta de informação ou por pensarmos que
não temos capacidade para nos arriscarmos em determinadas áreas —, mas
sempre é tempo de reavaliarmos e buscarmos novos caminhos, pois somos
seres inteligentes.
Dessa forma, podemos dizer que o ser humano passa por vários estágios
para desenvolver a sua inteligência, para que possa pensar, aprender e agir.
Tendo em vista que somos inteligentes e capazes de desenvolvermos ha-
bilidades, vamos conhecer um pouco da Teoria das Inteligências Múltiplas
de Howard Gardner, desenvolvida por volta dos anos 1980.
Gardner desafiou o conceito de Quociente de Inteligência (QI), que se
baseia na ideia da existência de uma inteligência genérica e única, capaz de
ser medida por meio de testes. Dessa forma, o QI acabou rotulando muitas
pessoas e, consequentemente, desmerecendo muitos talentos.
Para Gardner (1995), a Teoria das Inteligências Múltiplas diverge dos pontos
de vista tradicionais. Numa visão tradicional, a inteligência é definida opera-
cionalmente como a capacidade de responder a itens em testes de inteligência.
A inferência a partir dos resultados de testes, de alguma capacidade subjacente,
é apoiada por técnicas estatísticas que comparam respostas de sujeitos em
diferentes idades; a aparente correlação desses resultados de testes através
das idades e de diferentes testes corrobora com a noção de que a faculdade
geral da inteligência, G, não muda muito com a idade ou com o treinamento
ou a experiência — ela é um atributo ou uma faculdade inata do indivíduo.
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, por outro lado, pluraliza
o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver
problema ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente
ou numa comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite
à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e loca-
lizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural é
crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento
ou expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem
resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para
campanhas políticas de sucesso (GARDNER, 1995).
12 Determinação e formas de avaliar a inteligência

Gardner (1995) desenvolveu a teoria na tentativa de reconhecer a


plurali-dade das capacidades mentais. Tendo em vista a diversidade do
intelecto, ele desenvolveu oito inteligências: inteligência linguística,
inteligência lógico--matemática, inteligência espacial, inteligência musical,
inteligência cinestésica/corporal, inteligência interpessoal, inteligência
intrapessoal e inteligência naturalista.
Segundo o autor, nós temos, minimamente, oito competências intelectuais
que se combinam e organizam de maneira diferente em cada indivíduo.
Gardner (1994) considera, ainda, que essas competências são independentes,
no entanto todos os indivíduos as apresentam, só que algumas podem estar
mais desenvolvidas do que outras, dependendo dos estímulos que as crianças
recebem do ambiente cultural onde se inserem.
Dessa forma, podemos dizer que a Teoria das Inteligências Múltiplas consi-
dera não só o indivíduo, mas, também, a sociedade, como meio ao qual estão in-
seridos. Assim, podemos dizer que cada indivíduo aprenderá de forma diferente,
considerando o seu tempo, os seus interesses, bem como a sua história de vida.
Segundo Gardner (1995), as inteligências começam a ser visualizadas nas
crianças desde cedo, pois é quando elas mostram alguma aptidão para uma
determinada inteligência.
Veremos, no Quadro 1, a seguir, a descrição das oito inteligências propostas
por Gardner (1995).

Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner

Tipo Descrição

Inteligência Esta competência caracteriza-se pela capacidade de lidar bem


linguística com a linguagem oral e com a linguagem escrita e é uma das
ou verbal inteligências mais estimuladas no ensino. Assim, os principais
componentes desta inteligência são: a sensibilidade para os sons,
a identificação dos significados das palavras e, a compreensão das
diferentes funções da linguagem. Esta inteligência assenta ainda,
na habilidade de usar a linguagem para agradar, convencer outras
pessoas, ou transmitir ideias e opiniões. Essa habilidade se verifica
nos alunos por meio da capacidade para contar histórias originais
ou para relatar com alguma precisão experiências vivenciadas.

(Continua)
Determinação e formas de avaliar a inteligência 13

(Continuação)

Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner

Tipo Descrição

Inteligência Esta inteligência é considerada como uma das inteligências


lógico- de maior prestígio na sociedade, assenta na habilidade para a
-matemática resolução de problemas que envolvam números ou outros
elementos matemáticos e está, ainda, ligada à capacidade para
explorar padrões, por meio da manipulação controlada de objetos,
e à habilidade para lidar com diversos raciocínios a fim de resolver
problemas. O aluno que manifesta aptidão nesta inteligência revela
facilidade para contar, para realizar cálculos matemáticos ou para
perceber a geometria nos espaços.

Inteligência Nesta inteligência, o aluno tem a capacidade de formar um modelo


espacial mental de uma situação espacial e utilizá-lo para se orientar no
espaço ou entre objetos. Gardner (1994) descreve esta inteligência
como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de
uma forma mais precisa. Nos alunos, o potencial nesta inteligência
verifica-se por meio da habilidade para quebra-cabeças ou outros
jogos espaciais.

Inteligência Esta inteligência se caracteriza pela habilidade para organizar sons


musical de maneira criativa, a partir de elementos como tom ou timbre.
Manifesta-se por meio de uma habilidade para admirar, reproduzir
ou compor uma peça musical. Os alunos demonstram, desde
cedo, facilidade em identificar diferentes sons e frequentemente
cantam para si.

Inteligência Nesta inteligência, os alunos revelam habilidade para usar e


cinestésica/ controlar os movimentos do seu corpo e para manipular habilmente
corporal objetos. É possível, ainda, usar a motricidade fina ou global no
desporto. A inteligência cinestésica/corporal se verifica nos alunos
quando estes demonstram uma grande destreza e coordenação
motora.

Inteligência Nesta inteligência, os alunos manifestam habilidade para


interpessoal responder adequadamente aos diferentes estados de humor, às
motivações e aos desejos das outras pessoas. O indivíduo tem a
capacidade de se relacionar bem com as outras pessoas e, ainda, a
capacidade de compreender e perceber as motivações e inibições
dos outros. Os alunos manifestam habilidade para entender as
intenções e os desejos das outras pessoas e a capacidade de reagir
apropriadamente a partir dessa percepção.

(Continua)
14 Determinação e formas de avaliar a inteligência

(Continuação)

Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner

Tipo Descrição

Inteligência Esta é a capacidade de se conhecer, diferenciando as suas próprias


intrapessoal emoções, manifestando facilidade em reconhecer as suas fraquezas
e forças. O indivíduo deve, ainda, gerir as suas emoções e os seus
sentimentos em função dos seus objetivos. Esta inteligência é a
mais pessoal de todas.

Inteligência Esta inteligência consiste na capacidade de compreender e


naturalista organizar os objetos e padrões da natureza, tais como reconhecer
e classificar plantas, animais, meio ambiente e seus componentes.
Essa competência engloba a capacidade de observar e entender
o ambiente natural.

E você, conseguiu reconhecer para qual(quais)


inteligência(s) suas habilidades estão voltadas?

Fonte: Gardner (1995).

Para saber mais sobre as inteligências múltiplas, leia o livro “Inteligências múltiplas: a
teoria na prática”, escrito em 1995 por Howard Gardner.

BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1972. Dispõe sôbre os cursos de formação em


psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1950-1969/L4119.htm>. Acesso em: 12 jun. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP nº 2/2003. Alterada pela Reso-
lução CFP n° 006/2004 e Resolução CFP nº 005/2012. Define e regulamenta o uso, a
elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP n°
025/2001. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/resolucoes/resolucao-n-2-2003/>.
Acesso em: 12 jun. 2018.
Determinação e formas de avaliar a inteligência 15

GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1994.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.
NORONHA, A. P. P.; ALCHIERI, J. C. Reflexões sobre os instrumentos de avaliação
psicológica. In: PRIMI, R. (Org.). Temas em avaliação psicológica. Porto Alegre: IBAP;
São Paulo: Casa do Psicólogo.
PASQUALI, L. Técnicas de exame psicológico: T.E.P manual. São Paulo: Casa do Psicó-
logo, 2001.
SILVA, V. G. Os testes psicológicos e as suas práticas. 2008. Disponível em: <http://www.
psicologia.pt/artigos/textos/A0448.pdf >. Acesso em: 11 abr. 2018.

Leituras recomendadas
ARSUFFI, E, S. História dos testes psicológicos: origens e transformações. [S.l.]: Vetor, [2010].
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA; CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Sistema
de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). [2018]. Disponível em: <http://satepsi.cfp.
org.br/>. Acesso em: 12 jun. 2018.
GARDNER, H. Cinco mentes para o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GARDNER, H. Mentes que mudam. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
DICA DO PROFESSOR

Existem testes que fornecem estimativas da inteligência de um indivíduo ou de grupos, mas eles
não estão isentos de controvérsias. É o que abordaremos a seguir, nesta Dica do Professor.

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EXERCÍCIOS

1) O primeiro teste para medir a capacidade intelectual foi desenvolvido no início do


século XX pelo psicólogo francês Alfred Binet, sendo que inicialmente o teste era
aplicado apenas nas escolas, para identificar estudantes com dificuldades de
aprendizado. Binet desenvolveu o conceito de Idade Mental (IM), um nível de
desenvolvimento mental que é medido por meio de testes específicos. Em 1912,
William Stern criou o conceito de Quociente de Inteligência (QI), cujo cálculo
consiste na divisão da idade mental, pela idade cronológica do indivíduo,
multiplicando-se, em seguida, este resultado por 100. Considere que um teste de
aluno, aplicado por Stern, indique o QI de 135. De acordo com a metodologia do
teste, o que podemos dizer a respeito deste aluno?

A) Sua pontuação indica que ele terá dificuldades em realizar até mesmo tarefas muito fáceis,
mesmo com ajuda do professor.

B) Sua pontuação sugere que ele possui um baixo quociente de inteligência.

C) Sua pontuação indica que ele, o aluno, possui a mesma idade mental que sua idade
cronológica.

D) Sua pontuação indica que ele está acima da média para sua idade mental, ou seja, sua idade
mental está acima de sua idade cronológica.
E) Sua pontuação só poderá ser analisada se soubermos com exatidão a idade cronológica do
aluno.

2) Não somos capazes de medir a inteligência tal como fazemos com outras
características individuais como altura ou peso. Uma tentativa de fornecer
estimativas da inteligência de um indivíduo é a aplicação de testes, que podem ser
individuais ou em grupos. Considere que Annabele é uma aluna reconhecida por seus
professores na escola, onde já estuda desde a primeira infância, como uma aluna
muito esperta. Nesta escola as provas são discursivas, isto é, os alunos respondem
sempre a questões abertas, algo que ocasiona uma variação maior do padrão de
respostas das avaliações. Annabele geralmente se sai bem nas avaliações e testes de
sua escola. Entretanto, Annabele não se saiu nada bem na avaliação cujas respostas
deveriam ser entregues por meio de um gabarito, aplicada em um processo seletivo
de uma outra escola para qual pretende se transferir. Entre os demais candidatos,
quase todos se saíram bem. Assinale a alternativa que apresenta uma das possíveis
causas da discrepância do resultado de Annabele, considerando que seu desempenho
na escola atual aparenta ser satisfatório.

A) A escola de Annabele tem, em média, um nível mais exigente de testes e avaliações mais
difíceis, se comparados aos exercícios da avaliação aplicada pela outra escola.

B) Mesmo empenhando-se com esmero na resolução das questões, Annabele foi prejudicada
por sua tranquilidade, uma vez que ela mesma acreditava que se sairia bem no teste.

C) Os professores da escola de Annabele podem estar habituados a analisar tendenciosamente


o desempenho da aluna nas questões discursivas, influenciados por um estereótipo de que
ela é muito inteligente.

D) Testes realizados em grupo não conseguem captar as capacidades dos alunos. Neste caso,
deveriam ser aplicados testes adaptados às habilidades de cada aluno, para que Annabele
pudesse demonstrar suas capacidades.

E) Uma vez que na escola de Annabele o feedback sobre o seu desempenho nos testes e
exercícios é sempre positivo, certamente a autoestima da aluna é alta e isto não colabora
com o desempenho de nenhum estudante.

3) A inteligência de um estudante pode ser pensada não apenas como um tipo de


capacidade geral, mas também como um número de capacidades específicas. Uma
das teorias mais conhecidas na atualidade é do psicólogo Howard Gardner, que
buscou analisar e descrever melhor o conceito de inteligência. Em relação às
habilidades propostas por Gardner, marque a alternativa que apresenta a associação
CORRETA:

A) Situações em que as crianças aprendam sobre as próprias emoções, como algo que
naturalmente pode ser trabalhado, são próprias da habilidade naturalista.

B) Situações que possam inspirar as crianças a pensar e a construir uma compreensão de


números demonstram suas habilidades espaciais.

C) Situações que encorajem as crianças a realizarem trabalhos em grupo ajudam no exercício


de suas habilidades intrapessoais.

D) Situações que ofereçam às crianças oportunidades de atividade física, e encoraje-as a


participar, promovem a habilidade sinestésico-corporal.

E) Situações que envolvem o trabalho com mapas e exercícios de geo-localização são ótimas
para demonstrar a habilidade lógico-matemática das crianças.

4) Natureza e meio são dois conceitos que se referem à questão do "inato-aprendido" e


envolvem o debate sobre se o desenvolvimento é primariamente influenciado pela
natureza (inato) ou pelo meio (aprendido). Considerando as afirmações apresentadas
abaixo, qual é a mais consistente quando se considera o conceito de inteligência, de
acordo com as atuais pesquisas sobre a questão do desempenho inato-aprendido?

A) Aumentos expressivos na inteligência no decorrer dos anos indicam que ela é


principalmente determinada pela idade e consequentemente pela hereditariedade.

B) Já que a inteligência é influenciada tanto pela hereditariedade quanto pelo meio, uma sala
de aula com um ambiente motivador pode exercer uma influência positiva sobre a
inteligência dos estudantes.

C) Estudantes que se atrasam nos anos escolares tendem a atingir pontuações mais altas nos
testes de inteligência, o que sugere que o meio é mais importante para a inteligência do
que a hereditariedade.

D) Já que a inteligência é principalmente herdada, há uma pequena chance de se aprimorar a


inteligência dos estudantes, pois a genética é o fator determinante nesses casos.

E) Mesmo uma alta qualidade na educação de uma criança não traria melhoras para o
desenvolvimento de sua inteligência, caso esta criança vivesse em uma família pobre.

5) Defensores do conceito de inteligência geral apontam para seu sucesso em prever o


desempenho acadêmico. Por exemplo, as pontuações que dizem respeito a testes de
inteligência geral se relacionam substancialmente com o rendimento acadêmico. Ao
considerarmos que, globalmente, a população branca possui nos testes de inteligência
geral uma pontuação média maior que a população negra, é CORRETO admitir que:

A) a genética é um fator determinante e exclusivista em relação à inteligência das pessoas.

B) a cultura africana, de onde a raça negra descende, é inferior à cultura europeia, que por sua
vez é mediana em relação à superioridade da cultura asiática.

C) os testes de inteligência deveriam considerar as variações culturais de modo a promover


uma avaliação culturalmente imparcial dos indivíduos.

D) os testes de inteligência não conseguem captar a influência de fatores familiares, culturais,


étnicos e socioeconômicos dos indivíduos.

E) se exclusivamente modificássemos as condições econômicas da maior parte da população


do continente africano, os resultados seriam completamente diversos.

NA PRÁTICA

Conheça a história de Maria, suas habilidades e dificuldades em algumas áreas da inteligência


humana, e o apoio escolar que recebeu para superar-se.

SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Howard Gardner: o psicólogo que mudou a forma de pensar a inteligência

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Dificuldades de aprendizagem: na busca de alguns axiomas

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