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Introdução à Psicologia

1. Psicologia como ciência

Psicologia é uma Ciência do comportamento que estuda e explica as reacções do organismo


perante diferentes estímulos, em diferentes condições ambientais.

A descrição do comportamento que resulta do estudo psicológico, não é casual e sem objectivo.
O estudo tem como seus propósitos a previsão e controle.
Por exemplo, ensinar uma criança a dar nome às cores da bandeira de Moçambique é controlo
de comportamento. Antever que a criança pode reconhecer a diferença entre azul e vermelho
(ainda que não possa dar nomes a essas cores) é previsão de comportamento.

Como podemos imaginar, pela natureza do objecto da psicologia que é o comportamento


humano, leva a que as pessoas a ponham em prática na sua vida quotidiana. No entanto, ela é
uma ciência bem sistematizada e com respectivas regras. Neste contexto, o propósito deste
capítulo é debruçar sobre a psicologia de senso comum e a psicologia científica.

Antecedentes da psicologia

Antecedentes da Psicologia
Muitas vezes, você se pergunta quando é que esta ou aquela ciência apareceu ou ainda
porque é ciência.
Na história do empreendimento científico, a psicologia é considerada como disciplina
relativamente nova. Conquanto muitas outras disciplinas, tais como a Biologia, a Física e a
Química, tenham tradições de estudo que remontam à antiguidade, a data usualmente escolhida
para o inicio da Psicologia é 1879. Assim foi porque, nesse ano, Wilhelm Wundt (1832-1920)
deu inicio ao primeiro laboratório de psicologia.
Wundt estabeleceu o seu laboratório na Universidade de Leipzig, na Alemanha.
Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de Agosto de 1832 Großbothen, 31 de Agosto de
1920, foi um médico, filósofo e psicólogo Alemão. É considerado um dos fundadores de
moderna
psicologia experimental, junto com Ernst Heinrich Weber (1795 - 1878) e Gustav Theodor
Fechner (1801- 1889). Entre as contribuições que o fazem merecedor desse reconhecimento
histórico estão a criação do primeiro laboratório de Psicologia, no instituto Experimental de
Psicologia da Universidade de Leipzig ( Lipsia ), na Alemanha, em 1879 e a publicação de
Principles of Physiological Psychology (Princípios de psicologia Fisiológica) em 1873, onde
afirmava, textualmente, que o seu propósito, com o livro, era o de demarcar um novo domínio
da
ciência.
Outros pesquisadores antecederam Wundt em investigações psicológicas, mas foi este o
primeiro a declarar-se psicólogo e a descrever as suas instalações como laboratório
psicológico.
Wundt também lançou a primeira revista de psicologia e escreveu um dos primeiros livros
na área de psicologia filosófica.
Portanto, podemos perceber que a psicologia não surgiu subitamente no cenário científico, pois
que o interesse pelas questões “psicológicas” remonta à antiguidade. Com efeito, o
comportamento do ser humano e do animal sempre foi de interesse dos comerciantes, cientistas,
filósofos e de todos os pensadores. Algumas áreas que contribuíram para o desenvolvimento
da psicologia, como disciplina autónoma, incluem a Filosofia, as Ciências naturais, a
Medicina e, até mesmo, algumas áreas não cientificas ou pseudo científicas.

Psicologia Científica e Psicologia do Senso Comum

Características

Baseada em conhecimentos proporcionados pela experiência

Não apresenta objectivos, métodos, princípios e nem uma


clara correlação objecto \ método

Apresenta fraquezas pela forma casual como se busca e se


adquire informação (fontes de informação não confiáveis)

Apresenta um corpo de conhecimentos inexactos difíceis de


Senso Comum serem validados e continuados

Pode perpetuar mitos e limitar as possibilidades de


transformação do ser humano

Existe uma grande correlação Objecto \ método

Apresenta um estudo sistematizado e com base em


conhecimentos científicos

Apresenta directrizes para avaliar as evidências


Apresenta um campo autónomo de conhecimento e pesquisa

Psicologia Científica Apresenta um objecto, objectivos, métodos e princípios.

Objectivos da Pesquisa Psicológica

Controle - capacidade de influenciar o comportamento.


Descrição – Uso de estratégias directas para reunir factos a respeito do comportamento e do
funcionamento mental com o objectivo de formar quadros precisos e coerentes dos fenómenos.

Explicação – Explicação dos factos e comportamentos descritos com o objectivo de


estabelecer a relação causa-efeito.

Previsão – Com base nas explicações disponíveis, compreender a probabilidade com que um
comportamento poderá ocorrer.

Princípios da Psicologia Científica

Precisão - como forma de alcançar a precisão, define-se os métodos a serem adoptados, o


objecto específico de estudo que são colocados de forma numérica e apresenta-se relatório
detalhado.

Objectividade – pressupõe a probabilidade do controle dos resultados alcançados pelo


cientista bem como a sua continuidade e isto ultrapassa o âmbito da experiência individual e a
tendência e eliminar todo o elemento subjectivo.

Empirismo – Observação directa como melhor fonte de conhecimento

Determinismo – Todos acontecimentos tem causas naturais e estas podem ser internas ou
externas

Fatalismo – relaciona-se com o determinismo.

METODOS DA PSICOLOGIA

Estudo do caso: o estudo de caso envolve o estudo de uma pessoa ou de um número restrito
de pessoas, quanto a alguns aspectos do comportamento humano como a performance na
escola, as relações interpessoais, as relações mãe-filho, as relações marido-mulher, etc. O
objectivo é o de examinar um determinado comportamento em profundidade, e fornecer
detalhes de factores que podem contribuir para o comportamento em questão. Esta informação
é analisada objectivamente e de forma cientifica para que a autenticidade de estudo não possa
ser questionada. Apesar de esta informação sobre comportamento humano ser de natureza
restrita, por conta da amostra utilizada e da forma como foi seleccionada é contudo valida a
sua contribuição para nossa compreensão sobre comportamento humanos.

Testes Psicológicos: Os testes psicológicos são utilizados para avaliar e conhecer aspectos do
comportamento humano em diversas dimensões. Uma vez que já foram utilizados e testados
varias vezes, provaram ser de confiança e são um grande contributo para a nossa compreensão
sobre o comportamento humano. Apesar de alguns testes tenderem a ser parciais culturalmente,
com modificações menores pode tornar-se úteis entre-culturas e utilizáveis. Exemplo testes da
personalidade usados e concebidos na Europa. Podem ser modificados para serem utilizados
em África.

Estudos Transversais: Um estudo transversal envolve o estudo de grupos etários diferentes


num dado momento. Se por um lado este método tem vantagem de ser rápido, económico e
fácil, por outro, pode enfrentar o problema das diferentes cohrtes das pessoas em estudo. Isto
pode afectar a precisão dos resultados obtidos.

Estudos Longitudinais: O estudo longitudinal implica o estudo de um grupo de uma


determinada idade, durante um longo período de tempo. Os participantes são testados em
intervalos regulares para monitorizar as mudanças à medida que o crescimento e
desenvolvimento acontecem. Enquanto os estudos longitudinais deram um grande contributo
para o conhecimento do crescimento e desenvolvimento humano, apresentam, contudo,
desvantagens com base na duração das investigações necessárias para que os mesmos estudos
se concluam.

Método da Observação: O método de observação é utilizado para reunir dados científicos


sobre o comportamento humano. Uma das abordagens recomendadas é conhecida como o
método de observação natural, em que uma pessoa é estudada de tal forma que não exista
influência de outros factores. A informação obtida desta forma será tendencialmente muito
mais precisa e ajuda-nos a avançar na compreensão do comportamento humano.

Investigação de Pesquisa: E questionário estruturado desenhado para solicitar informações


sobre um determinado aspecto do comportamento do sujeito. Numa pesquisa, as perguntas
podem ser colocadas aos participantes por correio, telefone, ou através de interacção pessoa –
pessoa, conhecida como entrevista. Tanto o questionário como as entrevistas são formas
comuns de coleccionar dados.

Questionário; consiste em perguntas escritas, abrangendo um número de questões


relacionadas com o tópico ou tópicos de interesse. Na entrevista, o investigador fala
directamente com a pessoa entrevistada solicitando os dados necessários ao participante. E
menos uniforme que o questionário dado a interacção que ocorre.

Estudos Correlacionados: Os estudos correlacionais envolvem o estabelecimento de uma


relação entre dois aspectos do comportamento humano. A correlação pode ser positiva,
negativa ou nula. Numa correlação positiva, o aumento numérico de uma variável implica o
aumento quantitativo de outra variável. Na correlação quantitativa de o aumento quantitativo
de uma variável significa o decréscimo quantitativo de outra variável.

Uma correlação zero (ou nula) indica que as variáveis não se relacionam de forma alguma. O
conhecimento dos estudos correlacionais contribui para o nosso entendimento do
comportamento humano e permite-nos adiantar decisões racionais e seguras baseadas nas
conclusões das investigações.

Estudos Experimentais: Representa-se, possivelmente, como o método mais científico, entre


todos os métodos de investigação já referido. O seu objectivo principal é a determinação da
causa e do efeito do comportamento humano, o que é considerado fundamental para se
compreender e prever o complexo e profundo comportamento das pessoa. Os componentes
fundamentais da investigação experimental são as variáveis independentes e dependentes e os
grupos experimentais e de controlo. Enquanto a variável independente é administrada um
tratamento especial, o efeito desse tratamento é verificado na variável dependente. Isto baseia-
se na suposição de que, de facto, o tratamento causa algum efeito, se não será observada
qualquer mudança na variável dependente. Na abordagem experimental, o que é feito com o
grupo experimental não se aplica com o grupo de controlo. Isto faculta-nos uma forma
científica de determinar o efeito de um tratamento especial, administrado a um grupo
experimental, em oposição a um grupo de controlo que não foi sujeito a esse tratamento
especial.

Lugar da Psicologia no Sistema de Ciências


Psicologia com outras ciências

Biologia: Porque todos os nossos macrossistemas são biológicos. Sem a compreensão do nosso
património genético, do funcionamento celular não é possível estudar os mecanismos que
presidem ao pensamento, a tristeza e a alegria.

Matemática: Para a quantificação de fenómenos físicos.

Linguística: Para o estudo de línguas enquanto reflexo da estrutura psicológica

Sociologia: Resolução de tarefas da psicologia social

Ciências de Educação: Porque educar e é compreender a interacção entre a cognição, a fase


de desenvolvimento psicossocial da criança e do jovem e a dinâmica grupal do contexto
educativo.

Ciências Naturais: Vão se relacionar no estudo dos processos de auto regulação psíquica da
actividade humana.

Diferentes áreas da Psicologia

Psicologia Clínica: Avalia e trata pacientes com problemas psicológicos.

Psicologia do desenvolvimento: Visa conhecer a dinâmica do desenvolvimento humano.

Psicologia da Personalidade: Estuda as características psicológicas em que os seres humanos


se diferenciam.

Psicologia social: Estuda os fenómenos psíquicos que surgem no processo de interacção das
pessoas em diversos grupos organizados e não organizados.

Psicologia Pedagógica: Estuda as Leis psicológicas de ensino e educação.

Psicologia Organizacional: Cabe analisar e compreender o funcionamento dos organizadores,


explicando e prevendo o comportamento dos grupos.

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