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A DESCOBERTA DAS
RESISTÊNCIAS
O CASO ELISABETH VON
R.
•Ex: um afeto doloroso reprimido durante uma refeição – provoca náusea e vômito – persiste
•Ex: Jovem que vela em angústia o leito de um doente – descansa o braço direito na poltrona –
tem um pensamento ligado a um afeto – desenvolve uma paresia – tenta rezar – não encontra
trauma psíquico
•Toda vivência que suscita angústia, vergonha, dor psíquica PODE atuar como trauma
psíquico
•O trauma age como um corpo estranho
motivador
CONFLITO E SINTOMA
•Ego, Id e superego
•Paciente fala – associação livre – essas estruturas Ego, ID são acionadas trazendo os conflitos
•Sintoma seria um símbolo dos conflitos que estão acontecendo em Id, Ego e Superego
•Sintoma como uma denúncia – ex: febre = sintoma, mas o que está por trás da febre, uma infecção
viral.
•Ideia de sintoma como algo que carrega em si algo mais profundo ligado ao afeto e desejo
•O sintoma é a volta ao conteúdo reprimido
•Conteúdo ligado ao desejo, pulsional
•Ex: Beth deseja o cunhado, o superego reprime, ela suprime esse desejo, o desejo retorna, o retorno
traz sofrimento.
• Os sintomas são as expressões de um conflito
•Ele abandona a hipnose, pois percebeu que através da fala algo acontecia que aliviava o
sofrimento
•Descobre a resistência
•A resistência como mecanismo de defesa do Ego
•Freud tenta hipnotizá-la, pois desconfia que existe algo oculto por trás
dos sintomas
•Elisabeth não se deixa hipnotizar
•Freud, abandona a hipnose
• Utiliza a Sugestão
• Passa a usar essa técnica, como forma de sugerir ao paciente
• Colocava a mão na testa da paciente e questionava
• Depois foi utilizando a associação livre
O caso Elisabeth Von R.
No início do tratamento ,Freud começou a atende-la oferecendo estímulos elétricos para tratar as
fortes dores que a moça sentia. A moça se mostrava “empolgada” com os estímulos na região das
coxas
•A dor nas pernas
•Elisabeth cuidava do pai, antes namorava um rapaz, mas abdicou do
relacionamento para se devotar ao pai
•Surge o primeiro sintoma: dor na coxa
“Quando se excita uma região dolorosa em um doente orgânico ou um neurastênico, sua fisionomia
mostra a pura expressão do desassossego ou da dor física; ademais, o doente se sobressalta, se furta
ao exame e se defende. Mas quando se beliscava ou se pressionava a pele e a musculatura
hiperálgica das pernas da srta. v. R…, seu rosto tomava uma expressão peculiar, mais de prazer que
de dor, ela soltava gritos — como em meio a cócegas voluptuosas, não pude evitar pensar —, seu
rosto se enrubescia, ela jogava a cabeça para trás, cerrava os olhos, o tronco se curvava para trás, e
tudo isso não era muito grosseiro, mas sim bastante nítido, e só podia se harmonizar com a
concepção de que o distúrbio era uma histeria e a excitação teria atingido uma zona histérica”
(FREUD, p. 104).
•Dores nas pernas: recalque de um desejo erótico
•Recalque: pressiona para o inconsciente desejos e impulsos
inaceitáveis para o Ego
“Decidi, portanto, dirigir diretamente à consciência ampliada da doente a pergunta sobre que
impressão psíquica estava ligada à primeira manifestação das dores nas pernas. Para este propósito, a
doente devia ser colocada em hipnose profunda. Mas tive de reconhecer, lamentavelmente, que meus
procedimentos nesse sentido não a levaram a nenhum outro estado de consciência que não aquele no
qual me havia feito suas confissões. Ainda me dei por bastante satisfeito de que dessa vez ela se
abstivesse de me advertir, triunfante:
“Você vê, realmente não durmo, não sou hipnotizável”. Em tal apuro, ocorreu-me a
ideia de empregar aquele artifício da pressão sobre a cabeça, a respeito de cuja
origem informei detalhadamente numa observação anterior, a de Miss Lucy. Assim
fiz, exortando a doente a me comunicar rigorosamente o que emergia ante seu olhar
interior ou atravessava a sua lembrança. Ela calou-se longamente e então, à minha
instância, admitiu que havia pensado numa noite em que um jovem a acompanhara
de uma reunião até sua casa, nas conversas que se desenrolaram entre os dois e nas
sensações com as quais depois retornara ao cuidado de seu pai” (FREUD, p. 110).
• Freud vai encontrando dificuldades para acessar o conteúdo
oculto que estava causando a piora das dores nas pernas de
Elisabeth
em relatá-las, formara-se em mim uma suspeita específica. Contudo, ainda não ousava torná-la a base de
meu procedimento. Uma percepção acidental foi aí determinante. Certa vez, durante o trabalho com a
doente, ouvi passos de homem no quarto contíguo e uma voz que soava agradavelmente e parecia fazer
alguma pergunta. Minha paciente ergueu-se em seguida e me pediu que interrompêssemos por aquele dia;
ouvira seu cunhado chegar e perguntar por ela. Até então, estivera sem dor; depois dessa perturbação, sua
fisionomia e seu andar denunciaram o súbito aparecimento de dores violentas. Minha suspeita foi reforçada
e resolvi provocar a explicação decisiva. Assim, perguntei-lhe sobre as circunstâncias e causas da primeira
“[...] ela se sentiu em tal sintonia com tudo o que ele dizia, que o desejo de ter um homem que se
assemelhasse a ele tornou-se nela avassalador. Seguiu-se então, poucos dias mais tarde, a cena em que, na
manhã após a partida do cunhado e da irmã, ela se dirigiu ao lugar panorâmico que fora um passeio
predileto dos ausentes. Sentou-se ali sobre uma pedra e novamente sonhou com uma felicidade vital
como a que coubera à sua irmã e com um homem que soubesse cativar seu coração como aquele
cunhado. Ao levantar-se, sentiu dores que, entretanto, mais uma vez passaram. Só à tarde, após o banho
quente que tomou no lugar, abateram-se sobre ela as dores que desde então não a haviam deixado”
(FREUD, p. 117).
•Freud tenta investigar o tipo de pensamento que lhe
atravessava no banho, mas nada significativo foi encontrado
•No dia que irmã morreu ela e a mãe viajam para a casa da irmã
•Elisabeth se recorda do momento em que chega em Viena, das
impressões que receberam dos parentes e de que o cunhado
não as recebeu naquele momento
• Ficam diante do caixão da irmã, um silêncio e um pensamento
atravessa a mente de Elisabeth
“Agora ele está livre outra vez e posso me tornar sua mulher”.
“Assim, pois, tudo estava claro. O esforço do analista fora ricamente compensado:
as noções de “defesa” contra uma ideia intolerável, da gênese de sintomas
histéricos por conversão da excitação psíquica em algo físico, a formação de um
grupo psíquico separado mediante o ato de vontade que leva à defesa, tudo isso me
apareceu nitidamente diante dos olhos naquele momento. Assim e não de outra
forma sucedera. Essa moça dedicara a seu cunhado uma terna inclinação, mas todo
seu ser moral se opunha a admiti-la em sua consciência.
Ela conseguira se poupar da dolorosa certeza de que amava o marido de sua irmã, criando para si,
em contrapartida, dores físicas. Nos momentos em que essa certeza quis se impor a ela (no passeio
com ele, durante aqueles devaneios matinais, no banho, diante do leito da irmã), produziram-se, por
se separara de seu conhecimento o grupo de ideias relativo a esse amor; de outro modo, penso, ela
não teria jamais concordado com um tratamento desse. A resistência que, repetidas vezes, ela
qual a ideia intragável fora impelida para fora da associação” (FREUD, p. 118)
• Elisabeth deixa de ir as sessões
conflito pode ser manifesto (entre um desejo e uma exigência moral, por exemplo, ou entre dois
perturbações do caráter, etc. A psicanálise considera o conflito como constitutivo do ser humano, e isto
em diversas perspectivas: conflito entre o desejo e a defesa, conflito entre os diferentes sistemas ou
instâncias, conflitos entre as pulsões, e por fim o conflito edipiano, onde não apenas se defrontam desejos