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A resposta veio prontamente e consistiu, mais uma vez, numa série de razões dispostas em ordem cronológica a
partir de seu acervo de lembranças: “Estou pensando em como, quando eu era criança, muitas vezes acontecia
que, por malcriação, recusava-me a comer carne ao jantar. Minha mãe era muito severa a esse respeito e, sob a
ameaça de um castigo exemplar, eu era obrigada, duas horas depois, a comer a carne, que era deixada no mesmo
prato. A essa altura a carne já estava muito fria e a gordura, muito dura” (ela demonstrou sua repulsa) “…Ainda
posso ver o garfo na minha frente… um de seus dentes era meio torto. Sempre que me sento à mesa vejo os pratos
diante de mim, com a carne e a gordura frias. E me lembro como, muitos anos depois, morei com meu irmão, que
era oficial e teve aquela doença horrível. Eu sabia que era contagiosa e tinha um medo terrível de apanhar sua
faca e seu garfo por engano” (estremeceu) “…e apesar disso, fazia minhas refeições com ele, para que ninguém
soubesse que ele estava doente. E como, logo depois disso, cuidei de meu outro irmão quando esteve muito
–Jaime Silveira
doente de tuberculose. Sentávamos ao lado de sua cama, e a escarradeira ficava sempre sobre a mesa,
aberta” (estremeceu de novo) “…ele tinha o hábito de escarrar por sobre os pratos na escarradeira. Isso sempre me
provocava muita náusea, mas eu não podia demonstrá-la, temendo magoar os sentimentos dele. E essas
escarradeiras ainda estão na mesa sempre que faço uma refeição, e ainda me causam náuseas.”
Ibid.
Disponível em: http://discursopsicanalitico.blogspot.com/2017/04/caso-2-sra-emmy-von-n-
idade-40-anos-da.html
Freud já destacava a importância dos elementos
psíquicos e da sexualidade na gênese dos processos
neuróticos