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FICHAMENTO
1) Referência:
forneceu as devidas
informações nos
Estudos sobre a Histeria, (...)
Graças a uma sugestão pessoal de
Breuer, Freud retomou o
procedimento e o pôs à prova
num número maior de enfermos”.
(p. 1
método psicoterápico que Freud
exerce e chama de Psicanálise tem
origem no processo
catártico relatado nos Estudos
sobre Histeria
(1895)
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Freud, então, encontrou um tal substituto plenamente suficiente nas ocorrências3 [Einfälle] dos
doentes, isto é, naquelas ocorrências involuntárias, geralmente sentidas como pensamentos que
atrapalham e que, por isso, sob condições normais seriam afastados, pois costumavam
atravessar o contexto de uma apresentação [Darstellung] intencionada. Para se apoderar dessas
ocorrências, ele convida os doentes a falarem à vontade em suas comunicações, ‘como, por
exemplo, em uma conversa na qual de um assunto se passa a outro totalmente diferente’.4
Antes de convidá-los à narrativa detalhada do histórico de sua doença, ele reforça a instrução
de que eles lhe contem tudo que lhes vem à cabeça, mesmo se acharem não ser importante, ou
se acharem que aquilo não vem ao caso, ou que não faz sentido. Mas com bastante ênfase exige
deles que não excluam nenhum pensamento ou nenhuma ocorrência da comunicação pelo fato
de lhes parecer vergonhoso ou embaraçoso. Nos esforços de reunir esse material a partir das
ocorrências, até então esquecidas, Freud então observou aquilo que viria a ser determinante
para toda a sua concepção. (FREUD.p. 53).
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(...) Sem amnésia de qualquer tipo não há histórico da doença neurótica. Se insistirmos com o
narrador que preencha essas lacunas da memória com um esforço de atenção, perceberemos
que as ocorrências que surgem a partir daí são refreadas [zurückgedrängt] por ele com todas as
formas de crítica, até que, por fim, ele sinta o mal-estar direto quando a lembrança realmente
aparece. A partir dessa experiência, Freud conclui que as amnésias são resultado de um
processo que ele chama de recalque [Verdrängung], e cujo motivo ele entende serem as
sensações de mal-estar. Ele julga sentir as forças psíquicas que trouxeram à tona esse recalque
na resistência que se ergue contra o restabelecimento. (FREUD.p. 53).
(...) Freud desenvolveu uma arte da interpretação, que tem o mérito de, a partir dos minérios
das ocorrências involuntárias, representar o teor de metal dos pensamentos recalcados. Os
objetos desse trabalho de interpretação não são apenas as ocorrências do doente, mas também
os seus sonhos, que permitem o acesso mais direto ao conhecimento do inconsciente, bem
como seus atos involuntários e não planejados (atos sintomáticos) e equívocos em suas
realizações5 [Leistungen] na vida cotidiana (equivocar-se ao falar [Versprechen], ao agir
[Vergreifen] e assemelhados). Os detalhes dessa técnica de interpretação ou de tradução ainda
não foram publicados por Freud. Segundo as suas indicações, trata-se de uma série de regras
obtidas empiricamente, mostrando como, a partir de ocorrências, pode-se construir o material
inconsciente, bem como instruções acerca de como entender quando as ocorrências do paciente
falham, além de experiências sobre as resistências típicas mais importantes que aparecem no
decorrer de um tratamento deste tipo. Um alentado livro sobre A interpretação dos sonhos [Die
Traumdeutung], publicado por Freud em 1900, pode ser visto como precursor de uma
introdução a essa técnica. (FREUD.p. 53).
(...) A tarefa que o método psicanalítico quer resolver pode ser expressa em várias fórmulas,
mas que em essência se equivalem, todas. Pode-se dizer: a tarefa do tratamento é suspender as
amnésias. Se todas as lacunas da memória forem preenchidas e todos os efeitos misteriosos da
vida psíquica forem esclarecidos, impossibilita-se a continuidade e até mesmo uma nova
formação do sofrimento. Podemos formular essa condição de outro modo: tornar todos os
recalques reversíveis; o estado psíquico, então, seria o mesmo que aquele em que todas as
amnésias foram preenchidas. Em outra formulação, ainda vamos além: tratar-se-ia de tornar o
inconsciente acessível ao consciente, o que ocorre através da superação das resistências. Mas
não podemos esquecer aqui que um estado ideal como esse também não existe em uma pessoa
normal, e que só raras vezes conseguimos nos aproximar minimamente desse ponto no
tratamento. Assim como a saúde e a doença não são separadas por princípio, mas apenas por
um limite somatório determinável a partir da prática, assim também o objetivo do tratamento
nunca será algo diferente do que a cura prática [praktische Genesung] do doente, o
estabelecimento de sua capacidade de realizar e de gozar. (FREUD.p. 54).
(...) Precisamos fazer várias exigências à pessoa que será submetida com sucesso à Psicanálise.
Em primeiro lugar, ela deverá ser capaz de mostrar um estado psíquico normal; em tempos de
confusão ou de depressão melancólica, nada podemos fazer, nem no caso de uma histeria.
Além disso, podemos exigir determinado grau de inteligência natural e de desenvolvimento
ético; no caso de pessoas desprovidas de valores, logo o interesse abandonará o médico,
interesse que no início o capacitava a se aprofundar na vida anímica do doente. Deformações
marcantes de caráter, traços de constituição realmente degenerativa expressam-se no tratamento
[Kur] como uma fonte de resistências praticamente insuperáveis. Nesse sentido, a constituição,
aliás, coloca limites para a curabilidade através da psicoterapia. Também uma faixa etária por
volta do quinto decênio cria condições desfavoráveis para a Psicanálise. A massa de material
psíquico não será mais dominável nessa fase, o tempo necessário para o restabelecimento será
longo demais e a capacidade de reverter processos psíquicos começa a fraquejar. (FREUD.p.
55).
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inconsciente acessível à
consciência, o que se consegue
mediante a superação das
resistências.
(...) Assim como a saúde e
a doença não se diferenciam
em princípio, estando apenas
separadas por fronteiras
quantitativas determináveis na
prática, não se pode estabelecer
como
meta de tratamento outra coisa
senão o restabelecimento prático
do enfermo, a restauração de
sua capacidade de rendimento e
de gozo”. (p.3)
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6) Questionamentos
Sem questionamentos.
Data: 20/04/2022.