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PSICANÁLISE

PSICOLOGIA: CIÊNCIA & PROFISSÃO


Professora JÉSSICA DE SOUSA VILLELA
“Psicanálise é o nome:
1) de um procedimento para a investigação de
processos anímicos que são pouco acessíveis de outra
maneira;
2) de um método de tratamento das perturbações
neuróticas que se funda nesta investigação;
3) de uma série de concepções psicológicas adquiridas
por essa via, que crescem progressivamente para se
reunirem numa nova disciplina científica”.

(Freud, 1923, p. 183)


O pai: Sigmund Freud
(1856-1939)

• Medicina – neurologia
• Joseph Breuer - mentor
• Charcot – histeria: “cura” das paralisias
histéricas através da hipnose.
• Bernhein – a “cura” pela sugestão em
vigília.
Caso ANNA O.
• Jovem atendida por Breuer
• Sintomas: hidrofobia, paralisias injustificadas
neurologicamente em partes do corpo,
alternâncias cíclicas de humor. Em
determinado momento, só conseguia se
expressar em inglês (sua língua materna era o
alemão), tinha alucinações e visões
amedrontadoras, sofria de crises de ansiedade
etc.
Paralisias motoras de ordem física: são
danos/lesões de órgãos.
Paralisias motoras de ordem psíquica: são
danos de representação.
Caso ANNA O.
Freud fazia uso da hipnose para saber sobre os sintomas.
Durante a hipnose ou sob os efeitos dessa, a paciente
descobria a ligação que faltava. Seus sintomas tinham um
significado e eram resíduos ou lembranças daquelas situações
emocionais que lhe ocorriam enquanto cuidava do pai
enfermo.

O sintoma é substituto de um afeto que, na impossibilidade


de ser expresso, ficou enquistado/represado. O método
catártico propunha que, sob o efeito da hipnose o sujeito
retornasse à situação psíquica traumática original (situação
na qual o afeto não pode aparecer) e descarregasse agora
o afeto correspondente.
“Os histéricos sofrem,
principalmente, de
reminiscências”
Breuer e Freud

Ou seja... LEMBRAR DÓI!


Caso ANNA O.
A cura pela fala/ talking cure:
limpar a chaminé

Breuer: histeria de retenção


Freud: histeria de defesa

SEXUALIDADE
Freud supõe que a vida psíquica é regulada por três
sistemas:
• o inconsciente
• o pré-consciente
• o consciente

Os três sistemas compõem um aparelho psíquico.


Essa é primeira tópica freudiana.
METAPSICOLOGIA

De acordo com Birman (2009, p. 29), “pela invenção da palavra e do


conceito metapsicologia, o que o discurso freudiano realizava era
uma leitura outra da psicologia”. Isso significa que, ao forjar seu
método a partir da metapsicologia, Freud inaugurou uma nova
abordagem psicológica, para além das descrições das faculdades
psíquicas e da consciência do eu: a psicanálise.
Freud inaugura a concepção de que o psiquismo é composto por
relações dinâmicas entre instâncias em conflito umas com as
outras.

Sintoma = resultado de um jogo de forças entre partes ameaçadoras


(inconscientes) e partes que se defendem dessas ameaças (inconscientes +
preconscientes + conscientes).
Alguém que fala Alguém para quem fala

Do que se fala?

Sintomas

Trauma
Alguém que Alguém para
fala quem fala

TRANSFERÊNCIA
Fundamentos
• Metapsicologia
• Desenvolvimento psicossexual
• Complexo de édipo

Como diferenciar a
psicanálise das demais
abordagens psicológicas?
A psicanálise não é, como as filosofias, um sistema que parta de
alguns conceitos básicos nitidamente definidos, procurando
apreender todo o universo com o auxílio deles, e, uma vez
completo, não possui mais lugar para novas descobertas ou uma
melhor compreensão. Pelo contrário, ela se atém aos fatos de seu
campo de estudo, procura resolver os problemas 85 imediatos da
observação, sonda o caminho à frente com o auxílio da
experiência, acha-se sempre incompleta e sempre pronta a corrigir
ou a modificar suas teorias. Não há incongruência (não mais que
no caso da física ou da química) se a seus conceitos mais gerais
falta clareza e seus postulados são provisórios: ela deixa a definição
mais precisa deles ao resultado do trabalho futuro.

(Freud, 1923, p. 179)


As noções de conflito e de defesa, que fundamentam a concepção de psiquismo
psicodinâmico, possibilitaram a Freud uma releitura da etiologia da histeria e,
também, da neurose obsessiva = neuropsicoses de defesa

A dimensão traumática não está mais calcada em uma reminiscência perdida,


mas em uma impossibilidade de “resolver a contradição entre a ideia
incompatível e seu ego (eu) por meio da atividade de pensamento” (S. Freud,
1894/1980, pp. 59-60).

Frente a essa impossibilidade, o eu opta pelo recalcamento das representações


intoleráveis produzindo o sintoma.

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