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NEUROSES ATUAIS

O CONCEITO DE ANGUSTIA
E
RECALQUE
4ª semana
ANGÚSTIA - RECALQUE
encontrar formas adequadas de ANGUSTIA aparece como o
Para Freud a função receber, organizar e distribuir a resultado do mecanismo de defesa
primordial do aparelho energia psíquica que o mais poderoso:
psíquico movimenta o recalcamento.

Processo de defesa do EGO RECALQUE processo psíquico da


O processo que se tornou
contra uma moção pulsional formação do sintoma.
sintoma por obra do
recalcamento afirma a sua
existência fora da
organização do EGO Poder de influência do EGO
sobre o acesso da
representação à consciência,

O EGO sempre se enfraquece pela formação do sintoma


no recalcamento, ele inibe e como substituição, ou, pelo
lesiona o ID, mas abdica de resultado, apontado para um
uma parte da sua autonomia enfraquecimento do EGO
ANGÚSTIA
• A angustia, como estado afetivo,
1. é a reprodução de um evento antigo que representou uma ameaça
de perigo;
2. a angustia está a serviço da autoconservação e é o sinal de um
novo perigo;
3. ela surge da libido que se tornou de algum modo não-utilizável e
4. também, no processo de repressão;
5. ela é substituída pela formação de sintoma, é como que
psiquicamente ligada por esta – sente-se que aqui está faltando
algo.
CASO CLINICO
• Joana tem 32 anos de idade e, por três anos, fez psicoterapia em uma clínica-escola.
A paciente procurou terapia logo que se divorciou, pois após a separação ficou com
“depressão”: chorava muito, não queria trabalhar ou fazer qualquer outra atividade.
Simultaneamente à terapia, começou a ser acompanhada por um psiquiatra, que a
medicou com ansiolítico e antidepressivo.
• Na primeira sessão, a paciente iniciou sua fala justificando seu atraso devido a seus
problemas de saúde: “acabei de fazer uma biópsia, porque estou com suspeita de
lúpus. Além disso, tenho depressão, bronquite, pressão alta e um problema na
coluna. Estou afastada do trabalho há quase um ano por causa da coluna”. Joana
toma muitos remédios em função dos seus problemas de saúde e expressa que, por
causa deles, engordou muito e se sente “inchada”.
• Por estar com licença temporária do trabalho, dispõe de muito tempo livre e seus
compromissos diários resumem-se a consultas médicas e exames laboratoriais.
Demonstra ter pouco contato social, com exceção do contato com a família e de
frequentar a igreja.
Primeiras informações
• Queixa: após a separação ficou com “depressão”: chorava muito, não queria
trabalhar ou fazer qualquer outra atividade.

• Atraso na 1ª sessão justificativa: problemas de saúde e relata: suspeita de lúpus,


depressão, bronquite, pressão alta e problemas de coluna.

• Afastamento do trabalho por conta dos problemas de coluna.

• Engordou muito e sente inchada por causa dos muitos remédios que toma.

• Rotina diária: consultas médicas e exames laboratoriais.

• Pouco contato social: somente com a família e igreja.


AVALIAÇÃO INICIAL DO CASO
Avaliação – usando como ferramenta a Escala Diagnóstica de Adaptativa
Operacionalizada - EDAO. (Simon, 1997)

• Setor Orgânico: Problemas de saúde, busca de atendimento médico, mas os remédios


não resolvem, causam inchaço e aumento do peso corporal.

• Setor Afetivo Relacional: Divorcio do marido e consequente adoecimento, muito


choro – respostas pouquíssimo adaptativas frente a crise frente ao divórcio, revela
dificuldades de lidar com separação.

• Setor Produtividade: Comprometido, afastamento do trabalho em função dos


problemas na coluna.

• Setor Sociocultural: Restrito a família e igreja.


Tentativa de Compreensão do funcionamento da
paciente
• Falava muito de seus problemas de saúde e apresentava dificuldades em descrever
seu estado subjetivo em relação ao que passava em sua vida. Assim, sua fala
voltava-se essencialmente aos acontecimentos concretos.
• [...]. A paciente não estabelece relação entre o evento divorcio com o processo
de adoecimento, atraso justificado pela doença etc.
• A fala se refere aos acontecimentos externos, mais objetivos, as doenças.
• Não expressa sentimentos relacionados ao evento separação, não traz
informações para compreender os motivos da separação, os seus sentimentos
frente a isto.
Tentativa de Compreensão do funcionamento da
paciente
• Frente a separação do marido – NÃO aparece sinal de angústia.

• A presença de ANGUSTIA seria um indicativo que o ego colocou em ação


mecanismos frente a uma situação traumática, evitando ser submergido pelo
afluxo das excitações externas e internas.

• O aparelho psíquico NÃO cumpriu a função primordial de encontrar formas


adequadas de receber, organizar e distribuir a energia psíquica que o
movimenta.

• Pressuposto teórico freudiano: A angústia aparece como resultado da presença


do mecanismo de defesa mais poderoso: o recalcamento.

• Hipótese: Pouca capacidade de simbolização.


Fundamentos teóricos

• Hipótese: Pouca capacidade de simbolização.

• Pensamento simbólico, à criação e ao manejo de símbolos. O termo


simbólico designa a relação que une o conteúdo manifesto de um
comportamento, de um pensamento, de uma palavra, ao seu sentido
latente.

• No caso clínico podemos associar as concepções de Freud (Neuroses


Atuais), os sintomas atuais são principalmente de ordem somática que leva
diretamente as concepções modernas sobre as doenças psicossomáticas.
Fundamentos teóricos

• O modo com a paciente fala de suas doenças, explicação sobre o atraso para a
primeira sessão; a não identificação do que sente. Pode ser associado ao
conceito de pensamento operatório de Pierre Marty (1990 ).
• Conceito de Pensamento Operatório:
• Define como características dos pacientes que somatizam, a presença de
pensamentos superficiais, desprovidos de afeto (sem valor libidinal), orientados
para a realidade externa, e vinculados a materialidade dos fatos.
• Assim como restrição da capacidade de fantasiar (diminuição da atividade
fantasmática). O que permite uma compreensão que o adoecimento orgânico
como uma expressão corporal de afetos não elaborados psiquicamente.
Tentativa de Compreensão do funcionamento da
paciente
• Numa das primeiras sessões.
• Ao ser perguntada como ela se sentia em relação à suspeita de possuir lúpus,
respondeu: “Como assim? Ah, não sinto nada, não sei ainda se tenho... Tem que esperar
o resultado pra ver. O duro é que vai ser mais remédio. Só não queria tomar mais
remédio”.
• Resposta da paciente a pergunta da Psicóloga: Como assim? Ah, não sinto nada, não
sei ainda se tenho ... Tem que esperar o resultado pra ver. O duro é que vai ser mais
remédio. Só não queria tomar mais remédio”.

• Hipótese:

• A fala descritiva e concreta, mostra a dificuldade de acessar e descrever seu


estado subjetivo, a angústia aparentemente não está presente.
Fundamentos teóricos
• O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença crônica de natureza
autoimune na qual ocorre a deposição de complexos imunes (autoantígenos e
autoanticorpos) nos pequenos vasos de diversos tecidos do organismo,
acarretando numa série de lesões.

• Estudos apontam para o caráter psicossomático do LES (Araújo, A. D.;


Traverso-Yépez, M. A (2007) ao descreverem a correlação entre o surgimento
dos primeiros sintomas da doença e condicionantes psicossociais, tais quais
situações de perda, problemas conjugais, entre outros.
Fundamentos teóricos
• Segundo a teoria winnicottiana (1954, 1964), entende-se que, na totalidade da
relação psique-soma de um indivíduo, surge a mente, que seria um
funcionamento diferenciado da psique.
• Na SAÚDE , A MENTE atua de forma a simbolizar determinadas falhas do
ambiente, podendo atribuir um caráter positivo adaptativo às falhas.
• No entanto, um ambiente com falhas excessivas, isso convocará REAÇÕES
EXACERBADOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL que, nessa situação
não-saudável, assume o cuidado do psique-soma e acaba por substituir o
ambiente não suficientemente bom.
• Este funcionamento mental hipertrofiado, chamado por Winnicott de
pensamento catalogador, operaria como um corpo estranho, o que seria
compatível com uma resposta autoimune do organismo.
• A construção do processo da psique começa quando o bebê começa a fazer uma elaboração
imaginativa dos tecidos vivos, do corpo vivo, que é denominado por Winnicott de SOMA.
• O SOMA, e a herança fisiológica que o bebê herdou ao nascer. No início da vida do bebê, embora o
Psique-Soma soma seja um corpo vivo, ele ainda não é um corpo habitado.

• O soma produz as sensações fisiológicas das quais o bebê vai se apropriando através de um
processo denominado por Winnicott de “elaboração imaginativa”. As sensações e os movimentos do
corpo vivo reunidos pelos cuidados oferecidos pelo ambiente, possibilitará as primeiras inter-relações
Elaboração entre psique e soma.
imaginativa • O soma se transforma em corpo. O corpo= espaço pessoal = ali existe uma pessoa.

• Último elemento a surgir é a mente, como consequência natural do estabelecimento da psique.


• A mente começa a operar quando a adaptação total do ambiente nãos é mais necessária e nem
desejável e o intelecto inicia a tarefa de dar conta das falhas ambientais, que são esperadas
nessa fase do processo maturacional.
• As experiências do bebe em direção ao mundo se ampliam e a mãe vai perdendo a função de
Mente objeto subjetivo. Gradativamente o bebê chega a realidade compartilhados objetos percebidos
(Winnicott, 1965).
Uma entidade primitiva. Funcionamento mental imaturo.
O corpo é muito vivido.

Elaboração imaginativa das funções corporais através de


imagens e fantasias acerca do funcionamento corporal

Ego/Consciência
Capacidade de sentir, pensar, representar
Abstrata/Difusa no corpo
Angústia
Emerge desde o nascimento; mais
fundamento da constituição Situa-se entre o primitiva
da subjetividade registro psíquico e
somático
Mundo Angustia
externo realística
FREUD
Na 2ª. Tópica novo Angustia
modelo de aparelho o id neurótica
ANGÚSTIA psíquico – conflito do
ego com três instancias Angustia
Superego moral ou
culpa
WINNICOTT “angustias impensáveis” O bebê não conquistou a
‘agonias primitivas” capacidade de recalcar,
Sentimentos da criança frente organizar um ego e
ANSIEDADE - termo as irritações e intrusões estabelecer relações
adequadamente ambientais objetais
empregado quando o
indivíduo alcançou
Falhas em seu ambiente como ameaça de
um certo grau de
aniquilação completa – sentida no corpo.
maturidade
Fundamentos teóricos
• Na saúde, a mente atua de forma a simbolizar determinadas falhas do ambiente,
podendo atribuir um caráter positivo adaptativo às falhas.
• No entanto, um ambiente com falhas excessivas, isso convocará reações
exacerbadas do funcionamento mental que, nessa situação não-saudável, assume o
cuidado do psique-soma e acaba por substituir o ambiente não suficientemente
bom. Este funcionamento mental hipertrofiado, chamado por Winnicott de
pensamento catalogador, operaria como um corpo estranho, o que seria
compatível com uma resposta autoimune do organismo.
• A noção de pensamento catalogador, pelo aspecto comum do discurso da paciente,
pouco associativo e afetado. Pode-se hipotetizar uma dificuldade de
reconhecimento e aceitação do estranho, o que foi aproximado da dissociação
psique-soma, e indicou que o “estranho” do paciente com lúpus corresponderia,
primariamente, não ao funcionamento mental, mas a seu próprio corpo.
Fundamentos teóricos

• [...] Por exemplo, falava de seus problemas emocionais. Quando tocava no assunto, dizia ser
“coisa de seu sistema emocional”. [...] “Quando ‘peguei’ depressão, sentia tonturas, enjoo, e
chorava bastante, não sei dizer o porquê”.

• Ao falar sobre seus problemas emocionais refere-se sistema emocional, ela descreve-os
tal como outros sistemas orgânicos. Impressão de estar “separada” psiquicamente de suas
emoções. {ver conceito de DESAFETAÇÃO de Joyce McDougall}.

• Ao se referir a depressão – fala que pegou depressão, como se a doença viesse de uma
fonte externa, como se fosse uma doença comum, exclui a relação com o aparelho
psíquico, descreve os sintomas físicos.
Tentativa de Compreensão do funcionamento da paciente

• [...] Afirmava nunca chorar, exceto no período em que teve depressão. Dizia:
“Eu não choro, guardo tudo pra mim. Mas daí me dá dor de cabeça e na
nuca”.

• Não expressar tristeza, estado de desamparo, sem apoio frente a situação


de separação. Chorar aqui poderia ser pensado como uma forma de
representar seu sentimento, não ocorre, então o corpo fala, ocorre uma
substituição da simbolização pela reação biológica.
Tentativa de Compreensão do funcionamento da
paciente
• [...] Joana descrevia situações em que atuava dessa maneira: “Às vezes eu sou muito impulsiva,
sabe? Quando eu vejo já fiz. Uma vez minha irmã e o namorado estavam discutindo e eu fiquei
tão nervosa com a situação que dei um tapa na cara dele! Nem pensei, sabe?”.

• Descrevia, em sessão, situações em que andava “estressada”, dando “patadas” nas pessoas de
sua convivência, afirmando ter dito essas palavras sem pensar ou sem querer.

• Ao presenciar a discussão da irmã com o namorado, ela deu um tapa na cara do namorado, sem
pensar.

• Não consegui transformar os impulsos em sentimentos e representar, simbolizar, abstrair,


refletir e extrair significados deles (impulsos).
Fundamentos teóricos
• Segundo McDougall (1991) “o sujeito é impulsionado a agir ao invés de se utilizar de uma elaboração
mental, como forma de dispersar esta energia. Deste modo, a ação só acontece diante de um excesso
afetivo e sofrimento mental, que não podem ser minimizadas através de defesas comuns. Neste processo, a
emoção fica impossibilitada de elaboração, sendo esta a única forma de descarregar da tensão acumulada”.

• A energia psíquica dos sujeitos portadores de fenômenos psicossomáticos se encontra livre e fomenta a
utilização de caminhos mais rápidos de seu escoamento, o que provoca também uma propensão a ação
em detrimento da simbolização, tornando o aparelho sensório-motor como a via principal de
exteriorização das demandas pulsionais.

• McDougall (1987) diz que pacientes que se exprimem pelo agir sintomático, que substitui o
recalcamento e toma o lugar da elaboração psíquica, tem sido alvo de muitas reflexões.

• “No fenômeno psicossomático, a falência da representação de ideias capazes de suscitar afetos


intoleráveis para o sujeito, caminha paralelamente com a tendencia ao agir e à descarga da tensão
(McDougall, 1987, p.13).
Fundamentos teóricos
• [...] Joana narrou um episódio muito marcante de sua infância, quando ela tinha aproximadamente 8 anos de idade.
Seu pai viajava muito a trabalho e Joana contou ser muito apegada a ele naquela época. Durante uma viagem mais
duradoura do que o usual, Joana ficou doente sem explicações médicas – disse ter ficado “doente de saudade”. No
dia do retorno do pai, ela conta: “Quando eu vi ele pela janela, saí correndo pra debaixo da cama. Meu pai chegou
e me chamou, mas eu não queria sair não. Daí quando eu saí, eu comecei a gaguejar, acredita? Gaguejei por mais
ou menos um ano, e fui melhorando com a fonoaudióloga”.

• Os sujeitos que apresentam fenômenos psicossomáticos têm um grau pobre de mentalização, o


que deixa o corpo biológico desprotegido entregue a linguagem somática.

• O conceito de mentalização é utilizado para concernir a quantidade e a qualidade das


representações, ou seja, o quanto o indivíduo tem capacidade para compreender e interpretar o
comportamento humano levando em conta os seus estados mentais subjacentes.

• Essa capacidade se desenvolve quando um indivíduo experimentou a si mesmo na mente de um


outro durante a infância, num contato de apego seguro, contexto que seria condição para seu
amadurecimento.
Tentativa de Compreensão do funcionamento da paciente

• Hipótese:

• Não experimentou um apego seguro. A paciente não desenvolveu a capacidade


de transformar impulsos em sentimentos e representar, simbolizar, abstrair,
sublimar, refletir e extrair significados deles.

• Joana contou sobre a reação de sua mãe: “Minha mãe disse que foi lombriga, algum
bicho que atacou e que deu a gagueira”.

• A mãe introduz no corpo uma situação que claramente foi resultado de um


conflito psíquico mal resolvido, mostrando dificuldades de ajudar a criança
(paciente) a simbolizar o seu sofrimento psíquico. A resposta da mãe não
combina com o estado interno da criança.
Fundamentos teóricos

• A importância da relação mãe-bebê e sua função na formação psíquica


da criança.
• A mãe tem uma função de para-excitação, os sinais pré-verbais que o
bebê emite devem ser inseridos em um código linguístico.
• Quando as experiencias que a criança vive não são devidamente
simbolizadas, e seu corpo se apresentará como a via privilegiada de
exteriorização de seus conflitos, engendrando o desenvolvimento de
somatizações.
Modalidade de intervenção na psicoterapia
• [...] No seguinte trecho de um diálogo entre a psicóloga e a paciente, quando esta contava do
aparecimento recente de manchas, que ela dizia ser por causa do lúpus, mas os exames
mostravam que a doença estava inativa.

• [...] Psicóloga: Você acha que o aparecimento dessas manchas justamente agora pode ter alguma
relação com algo que você está passando na sua vida? Como já discutimos antes, você apresentou
muitos problemas orgânicos em momentos em que você teve que lidar com alguma separação
significativa, tal como na sua infância, na separação com seu pai, ou ainda no seu divórcio.

• Assinalamento : mostrar relações entre dados ou fatos não relacionados explicitamente pelo paciente
(Fiorini, 2004) .

• Joana: Hum... eu entendi o que você está falando. Eu não sei, mas quando você falou, lembrei que
minha irmã vai se casar. Eu posso não aparentar, mas está bem complicado para mim, minha vida
vai mudar bastante.
Quais as Peculiaridades das neuroses atuais?
Sintomatologia Especificidade da relação
Neuroses atuais de temporalidade do Causa
somática
sintoma precipitante

FREUD ênfase no
fator etiológico da
não-satisfação das
pulsões sexuais (o
Segundo Laplanche caráter atual)
& Pontalis
Freud não incluiu na
gênese dos sintomas Enfase na
Transformação direta da SINTOMATOLOGI
neuróticos atuais, a
causa em sintoma, sem a A SOMÁTICA,
repressão da
mediatização simbólica NÃO
agressividade
do recalque. MEDIATIZADA
pelo mecanismo de
RECALCAMENTO
Contribuições da Teoria Psicanalítica na gênese da Teoria
Psicossomática
A sintomatologia – é o Livre acesso da excitação
Na impossibilidade
destaque na estrutura psíquica não representável para o
da elaboração
(diverge essencialmente da plano somático
psíquica
formação neurótica)
Mecanismo de ação divergente
do recalque, área de formação
do sintoma não abrangida pela
simbolização.

O ser humano se caracteriza pela capacidade de criar uma rede de símbolos que retratam
suas experiencias ao longo de sua vida e que constituem o psiquismo.
Nos pacientes psicossomáticos há um prejuízo no processo de integração das excitações
no psiquismo e em estabelecer entre elas conexões associativas.
Contribuições da Teoria Psicanalítica

Representação simbólica
Elaboração Processo através do qual a criada pelo próprio sujeito
em função das suas
psíquica simbolização se exerce;
experiencias.
Seria o trabalho realizado pelo
Como se dá o processo
aparelho psíquico para dominar as
de criação de símbolos,
excitações que chegam até ele e cuja
como ele ocorre?
acumulação ameaça ser patogênica.
Consiste em integrar as E o que se passa no
excitações no psiquismo e funcionamento mental
estabelecer entre elas conexões quando há falha no
associativas. processo de criação de
símbolos?
Como produzimos os pensamentos (que são constituídos de símbolos e como o utilizamos
– mais importante como pensamos do que apenas o que pensamos.
Teoria Psicossomática Contemporânea

Pressuposto teórico: Acontece de forma deficiente – o


processo de integrar as excitações no psiquismo e em
estabelecer entre elas conexões associativas.

Pierre Marty e Joyce McDougall – dois psicanalistas da Escola de


Psicossomática de Paris – procuraram compreender a
impossibilidade de elaboração psíquica.
REFERENCIAS

• Araujo, A. D.; Traverso-Yépez, M. A. Expressões e sentidos do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Estudos de
Psicologia 2007, 12(2), 119-127.

• Fiorini, H. J. (2004). Teoria e técnica de psicoterapias. São Paulo, SP: Martins Fontes.

• Laplanche, J.; Pontalis, J. B. (1986) Vocabulário de Psicanálise. São Paulo. Livraria Martins Fontes editora Ltda.

• MARTY, P. A psicossomática do adulto (1990). Tradução: Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul.

• NASIO, J. D. (1999) O prazer de Ler Freud. Rio de Janeiro: Zahar.

• McDougall, J. (1987) Conferencias Brasileiras. Xênon Editora e Produtora Cultural Ltda. Rio de Janeiro.

• Simon, R. (1997). Proposta de redefinição da E.D.A.O. (Escala Diagnóstica Adaptativa


Operacionalizada). Boletim de Psicologia, 47(107), 85-94.

• Winnicott, C. (1994)Explorações Psicanalíticas. D. W. Winnicott, Artes Médicas. Porto Alegre.

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