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ID, EGO E SUPEREGO

Profª: Idalia Macedo Pagamissi


O que é o ID?
• O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja,
as pessoas nascem com ele.
• Consiste nos desejos, vontades e pulsões
primitivas, formado principalmente pelos instintos
e desejos orgânicos pelo prazer.
• Predominam os impulsos e sensações corporais
de forma mais desorganizada a partir do contato
com o meio ambiente.
• Está localizado na zona inconsciente da mente,
sem conhecer a “realidade” consciente e ética,
agindo portanto apenas a partir de estímulos
instintivos, o que lhe atribui a característica de
amoral.
• A partir do ID, desenvolvem-se as outras partes
que compõem a personalidade humana: Ego e
Superego.
O que é ego?
• O Ego surge a partir da interação do ser humano com a sua
realidade, adequando seus instintos primitivos (o Id) com o
ambiente em que vive.
• É também chamado de "princípio da realidade",
aparecimento da consciência eu/outro e capacidade de
espera.
• O ego é a parte consciente da mente, sendo responsável por
funções como percepção, memória, sentimentos e
pensamentos.
• É o mecanismo responsável pelo equilíbrio da psique. Ele
procura regular os impulsos do Id, ao mesmo tempo que
tenta satisfazê-los de modo menos imediatista e mais
realista, negociando as satisfações das necessidades.
• O Ego tem três tarefas básicas:
• Autopreservação
• Autocontrole
• Adaptação ao meio ambiente
O que é superego?
• O Superego se desenvolve a partir do Ego e consiste na representação dos ideais e valores morais e
culturais do indivíduo.
• O superego é o componente inibidor da mente, atuando de forma contrária ao id.
• Considerado hipermoral, segue o “princípio do dever, sendo evidenciado nele a capacidade de
julgamento moral (noção de certo e errado).
• O Superego atua como um “conselheiro” para o Ego.
• Isto porque o alerta sobre o que é ou não moralmente aceito, segundo os princípios que foram
absorvidos pela pessoa ao longo de sua vida.
• O superego é, então, componente moral e social da personalidade.
• De acordo com Freud, o Superego começa a se desenvolver a partir do quinto ano de vida.
• É quando o contato com a sociedade começa a se intensificar (através da escola, por exemplo).
Id, Ego e Superego
• Em suma, o Id, o Ego e o Superego são os três
componentes da formação da personalidade.
• São as representações da impulsividade, da racionalidade
e da moralidade, respectivamente.

• EXEMPLO:
• Se você sente vontade de comer logo após o almoço, a
tendência do Id é imediatamente ir em busca de comida
para satisfazer sua vontade.
• O Superego manifesta posição contrária, dizendo ser
totalmente desnecessário comer no momento, uma vez que
você acabou de fazer uma refeição.
• O Ego, por sua vez, mediará o conflito e vai criar questões
como “seria melhor eu esperar um pouco mais para comer
novamente? ” e “estou realmente satisfeito ou preciso
comer mais?”
Como somos...
Mesclando os três fatores
• O Id, Ego e SuperEgo vivem em busca de um nível de equilíbrio que
nos permita ter o máximo possível de experiências boas e o
mínimo de experiências ruins.
• Muitas vezes nos encontramos dentro de situações das quais não
gostaríamos de participar, mas não vemos outra saída.
• Outras vezes, ainda, nos percebemos querendo e não querendo
alguma coisa ao mesmo tempo.
• Nessas situações se estabelecem conflitos dentro de nós.
• Os conflitos podem ser extremamente desgastantes do ponto de
vista emocional.
• Sempre em busca do equilíbrio, lançamos mão de “estratégias”
que nos tirem pelo menos temporariamente daquela situação.
• A essas “respostas de proteção”, que são, em geral, inconscientes e
automáticas, chamamos mecanismos de defesa.
• Os mecanismos de defesa não são, por eles mesmos, patológicos
nem saudáveis.
• É o uso que fazemos deles e o grau de rigidez que estabelecemos
internamente para seu uso que faz com que sejam mais ou menos
favoráveis ao nosso ajustamento.
Ansiedade é doença?
• A ansiedade apresenta reações emocionais e fisiológicas.
• As reações emocionais são ligadas ao medo e se
apresentam como desconforto, intranquilidade, apreensão.
As reações fisiológicas são ligadas à tensão e aparecem
como sudorese, taquicardia, opressão no tórax ou
epigastro, dores musculares, cefaleia, boca seca,
queimação no estômago, ou ainda diarreia, náuseas,
vômito, tonturas, visão turva.
• Ansiedade está intimamente ligada às situações de
mudança, uma vez que teremos de sair do ritmo com o
qual estamos acostumados, o que mexe com nossa
segurança.
• Por isso, todos nós experimentamos ansiedade em vários
momentos de nossas vidas.
• Ansiedade é uma emoção normal, como a tristeza ou a
alegria, e até um certo ponto desejável, visto que pode
estimular a inteligência e a criatividade, além de nos
impulsionar para mudanças necessárias.
Crise
• O termo crise foi inicialmente empregado em Psiquiatria
em 1963, por Kaplan e Lindemann, para descrever as
reações de uma pessoa a situações traumáticas, tais como
uma guerra, desemprego, morte de alguém querido.
• Eric Erikson usou o mesmo termo para descrever as
diversas etapas normais do desenvolvimento de uma
pessoa, momentos nos quais ela teria que passar por
mudanças.
• Ele identificou essas crises que ocorrem na vida de todos
nós desde o nascimento até a morte (passando pela
infância, adolescência, idade adulta e velhice) como crises
evolutivas.
• Ele também nomeou as crises imprevisíveis, anteriormente
descritas, como crises acidentais.
Estresse

• O estresse foi conceituado, em princípio, como um


conjunto de reações fisiológicas, comandadas pelo sistema
nervoso autônomo, possivelmente desenvolvidas em nossa
longa história de adaptação ao mundo.
• Tais reações têm o objetivo de preparar nosso organismo
para lutar ou fugir diante de uma situação de perigo, que,
na época das cavernas, poderia ser, por exemplo, o ataque
de algum animal.
• O estresse é uma resposta de adaptação do organismo ao
meio.
• Tanto o estresse crônico quanto o agudo podem ser
precipitadores de quadros de sofrimento mental, não só
pelas inúmeras reações fisiológicas, como também pelas
emocionais que provocam.
Observação
• Todos esses fatores ligam-se socialmente à vulnerabilidade, segundo a qual a exposição a
experiências adversas aumenta a incidência dos transtornos.
• A vulnerabilidade manifesta-se diante do estresse ambiental e, sobretudo, frente ao efeito
duradouro de múltiplos acontecimentos estressantes e à ausência ou déficit de recursos ou
suportes sociais adequados.
• Salienta-se a ideia principal da valorização da pessoa como ser biopsicossocial, para contemplar
deste ponto de vista o processo dinâmico saúde-doença, referindo-se, ao falar de etiologia, a uma
pluricausalidade relacionada com a interação dos aspectos biológico, psicológico e social.
Sinais e Sintomas de Transtornos Mentais
• Alterações de Sensopercepção
• Sensopercepção é a capacidade que desenvolvemos
de formar uma síntese de todas as sensações e
percepções que temos a cada momento e com ela
formarmos uma ideia do nosso próprio corpo e de
tudo o que está à nossa volta.
• Para isso, fazemos uso de todos os nossos órgãos dos
sentidos.
• As alucinações, típicas dos estados psicóticos, não
costumam constituir um nome estranho,
especialmente para quem trabalha em um setor de
psiquiatria, mas, às vezes, são confundidas com
outras alterações.
Alucinações
• São sensações ou percepções em que o objeto não existe, mas que é extremamente real para o paciente,
e ele não pode controlá-las, pois independem de sua vontade.
• Assim, numa alucinação auditiva, o paciente não dirá “parece que ouço vozes”, e sim “as vozes voltaram e
estão me dizendo para não escutar o que você diz”.
• As alucinações podem ser:
• Auditivas: falsa percepção de sons, em geral vozes;
• De comando: audição e vozes que ordenam a fazer algo;
• Visuais: imagens com ou sem forma;
• Táteis: falsa percepção de toque ou sensação na superfície da pele
• Olfativa: falsa percepção de cheiro,
• Outras: gustativas e das relações e funções corporais.
• Nas ilusões, ao contrário das alucinações, o objeto percebido existe, mas sua percepção é falseada,
deformada.
• O paciente pode, por exemplo, estar convencido que o teto está baixando e que poderá esmagá-lo.
Alterações do Pensamento

• Pensamento é o processo pelo qual associamos e


combinamos os conhecimentos que já adquirimos no
mundo e chegamos a uma conclusão ou a uma nova
ideia.
• Inicia-se com uma sensação (visão, olfato, paladar,
audição e tato) e conclui-se com o raciocínio, que é
caracterizado pela associação de ideias.
• É um fluxo de ideias, símbolos e associações, com
um objetivo.
• É composto de curso, forma e conteúdo.
Curso

• É o fluxo do pensamento, que se apresenta normal,


lentificado ou acelerado.
• Sua alteração é a fuga de ideias onde o indivíduo tem
um aporte tão grande de ideias que não consegue
concluí-las.
• Em geral possui boa fluência verbal e possui grande
dificuldade de interromper o fluxo do seu
pensamento, que é contínuo.
• O indivíduo “emenda” um assunto no outro de tal
maneira que torna difícil sua compreensão.
• Bastante típico dos quadros maníacos.
Forma
• É a estrutura básica com que as ideias se apresentam, de
modo lógico e organizado.
• Quando o indivíduo constrói sentenças corretas, muitas
vezes até rebuscadas, mas sem um sentido compreensível,
fazendo associações estranhas, tem-se a alteração de
desagregação do pensamento, que é típica da
esquizofrenia.
• Um bom exemplo é a seguinte frase “se você não gostava
de jaca porque roubou minha bicicleta”?
• Na perseveração existe uma continuação ou repetição
involuntária ou excessiva de uma única resposta, ideia ou
atividade.
• Ainda, o neologismo consiste na criação de novas palavras,
frequentemente por combinação de sílabas de outras
palavras.
Conteúdo
• Temática do pensamento, preocupações, crenças, o
assunto em si, o significado expresso na comunicação do
indivíduo.
• Evidencia – se a pobreza do conteúdo, caracterizada pelo
pensamento que oferece poucas informações, com caráter
vago.
• Na obsessão, existe a persistência patológica de um
pensamento ou sentimento irresistível e geralmente
aversivo, associado com ansiedade e que não pode ser
eliminado pela lógica.
• As ideias sobrevalorizadas e obsessivas apresentam-se
como ideias que assumem papel central no pensamento do
indivíduo.
• Ele mantém um discurso circular, retornando a elas por
mais que se tente diversificar o assunto. Já as ideias
delirantes (delírios) são ideias que não correspondem à
realidade, mas que para o indivíduo é a mais pura verdade.
Tipos de Delírio

• De perseguição ou persecutório: falsa crença de que


o indivíduo está sendo enganado ou perseguido;
• De grandeza: concepção exagerada da própria
importância, poder ou identidade;
• Somático: falsa crença envolvendo o próprio corpo,
ou partes dele, e a existência de doenças;
• Místico ou religioso: crença de que o sujeito é
favorecido por um ser superior ou de que é
instrumento desse ser ou o próprio ser.
Alterações da linguagem
• As ideias, pensamentos e sentimentos são expresso por meio da
linguagem, um sistema complexo de expressar, receber e
compreender palavras.
• Podem se tratar de alterações na articulação da linguagem ou no
uso da mesma.
• A pobreza da fala consiste em restrição na qualidade da linguagem
e respostas monossilábicas.
• A logorreia é a fala acelerada e compulsiva; a gagueira é a
repetição de sílabas, com dificuldade para dar início e
prosseguimento à fala.
• Na ecolalia há repetição, como em eco, das últimas palavras
proferidas por alguém; na glossolalia, o paciente usa a linguagem
de forma estranha e incorreta, muitas vezes com a criação de
novos termos, incompreensíveis (neologismos).
• Na bradilalia ocorre uma diminuição da velocidade da fala.
• No mutismo, o indivíduo mantém-se mudo, sendo comum em
estados depressivos e de esquizofrenia catatônica.

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