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FICHAMENTOS DOS ARTIGOS

EM ORDEM CRONOLOGICA

 2015 - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA:


VIOLÊNCIA NO COTIDIANO DA PRÁTICA DA
ENFERMAGEM

AUTORES: Silva, Silva, Wall, Lacerda, Maftum, 2015

ARTIGO QUALITATIVO: Trata-se de uma pesquisa


exploratório- qualitativa, cujos dados foram coletados em três
reuniões e analisados segundo a Análise de Conteúdo
proposta por Bardin

FICHAMENTOS:

Locais de trabalho como as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)


proporcionam risco de ocorrência para atos violentos contra o
profissional no desempenho do cuidado ao paciente, pela
proximidade e frequência de contato durante o cuidado e ainda pelo
delírio ou alucinação proveniente de efeito colateral de fármacos
sedantes.
Este ambiente propicia intercorrências caracterizadas por violência
física e/ou psicológica advinda de paciente, de familiares e, ainda,
de eventos adversos que resultam em violência entre os integrantes
da equipe de saúde (2) .

a violência psicológica como a mais recorrente. O estudo pontuou


ainda que, em consequência dessa forma de violência, os
profissionais apresentam sintomas como irritabilidade, sofrimento
mental e frustração, entre outros, que trazem reflexos diretos no
cuidado que prestam ao paciente (3) .

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No desempenho dessa prática, inadvertidamente, podem ocorrer


situações em que a equipe de enfermagem pode se tornar alvo da
agressividade de pacientes, acompanhantes ou mesmo dos
próprios membros da equipe (2) .

De acordo com a literatura, as situações em que ocorre a


agressividade do paciente endereçada à equipe de enfermagem
podem ser decorrentes do despreparo da equipe na abordagem ao
indivíduo em agitação psicomotora. Isso porque, quando um
paciente se encontra nessa situação, ele pode interpretar as ações
da equipe como uma agressão e se sentir pressionado ou, de
alguma forma, agredido e, no intuito de se defender, pode se tornar
violento com os profissionais que o atendem naquele momento(4)
Pode ocorrer ainda violência advinda de familiares ou
acompanhantes desse paciente, motivada pela insatisfação com o
cuidado prestado (5) .

Pesquisa de campo exploratória desenvolvida, no período de


agosto a setembro de 2010, em uma UTI de adulto de um hospital
de ensino da cidade de Curitiba, Paraná.

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Com relação aos motivos que levam o indivíduo a causar violência


contra a equipe de enfermagem, os sujeitos acreditam que a
personalidade desse indivíduo e a falta de comunicação da equipe,
como antecipação a um procedimento, são os principais
desencadeante

Conforme os sujeitos pesquisados, os potenciais agressores à


equipe de enfermagem são pacientes com sequela de AVE e a
própria equipe.

PAG. 890

Há necessidade de ser desenvolvida uma comunicação eficaz com


o paciente, acerca dos cuidados a serem realizados, de modo a
proporcionar maior tranquilidade a ele e, consequentemente,
prevenir eventos de agressão mencionados pelos sujeitos

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 2016 - VIOLENCIA NO TRABALHO DOS
ENFERMEIROS NO SERVIÇO DE URGÊNCIA

AUTORES: Correia, 2016

ARTIGO QUALITATIVO: Trata-se de um estudo de


metodologia qualitativa, do tipo exploratório-descritivo e
observacional. (PORTUGAL)

FICHAMENTOS:

De acordo com o NIOSH (2002), os profissionais de saúde


apresentam baixo risco de sofrer homicídio no trabalho, no entanto,
apresentam um elevado risco de sofrerem agressões não fatais.
Estas agressões não fatais mais frequentes e relatadas na
literatura, no que se refere aos enfermeiros, estão incluídas na
violência de natureza psicológica (Arnetz, 1998). Por fim,
relativamente à violência especificamente nas Instituições de
Saúde, segundo estudos de Contrera-Moreno e Contrera-Moreno
(2004) é nos SU e nos serviços de psiquiatria que os profissionais
são mais afetados.

PAG.58
Também Contrera-Moreno e Contrera-Moreno (2004) referem que a
violência ocupacional pode ser classificada segundo outros três
tipos:

PAG.59

Violência provocada pelo cliente - na qual os trabalhadores da área


da saúde são afetados pelo facto de lidarem com uma clientela
muito diversificada, como doentes do foro psiquiátrico, com
demências ou embriagados ou até ter de lidar com os seus
familiares, que muitas vezes em situações de crise se tornam
violentos

Segundo a Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, o ato de violência a


profissionais de saúde no exercício das suas funções ou por causa
delas, é considerado crime público.

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 2016 - VIOLENCIA FISICA E PSICOLOGICA


PERPETRADA NO TRABALHO EM SAUDE

AUTORES: Pai, Sturbelle, Santos, Tavares, Lautert, 2016


ARTIGO QUANTI- QUALI: Estudo de abordagem mista. Os
dados quantitativos foram coletados sobre amostra aleatória
de 269 profissionais da equipe de saúde em hospital público
da Região Sul do Brasil, dentre os quais, 20 sujeitos, vítimas
de violência, compuseram sequencialmente a etapa
qualitativa.

FICHAMENTOS:

Para a Organização Internacional do Trabalho, a violência no


âmbito laboral caracteriza-se por incidentes envolvendo abuso,
ameaça ou ataque em circunstâncias de trabalho

Os malefícios da violência podem ser de difícil identificação,


especialmente quando não se configuram em repercussões físicas.
No entanto, estudos já revelaram os impactos negativos para a
saúde psíquica dos trabalhadores7-8 e para a saúde física,
manifestados por sintomas como dor e palpitações, bem como
reflexos sobre o desempenho no trabalho e, por vezes, implicam no
desejo de desistir da profissão.9

Desenvolveu-se um estudo transversal, de abordagem mista, com


delineamento quanti-qualitativo, em hospital público referência em
trauma para a Região Sul do Brasil. O hospital funciona 24 horas
por dia e realiza atendimentos em especialidades ambulatoriais

PAG. 2
para o levantamento da violência ocorrida nos últimos 12 meses

Esse questionário mensura a ocorrência da violência física e a


violência psicológica, sendo a violência psicológica composta pela
agressão verbal, assédio moral, assédio sexual e discriminação
racial.

Na etapa qualitativa do estudo foram entrevistados 20 sujeitos


vítimas da violência no último ano

Compuseram a amostra 269 sujeitos, sendo 122 (45,4%) técnicos


de enfermagem

27 (10%) enfermeiros

PAG. 3

Alterações neurológicas, história de abuso de álcool/drogas e


distúrbios mentais foram as principais causas das agressões,
segundo os profissionais

PAG. 4

A aproximação com as vivências dos trabalhadores frente às


agressões sofridas no trabalho possibilitou identificar a estrutura
organizacional que permite, instiga, incita ou mesmo perpetua a
violência. No que tange às agressões perpetradas pelos pacientes,
estes foram interpretados como usuários revoltados diante da
qualidade do serviço prestado no hospital

Aos déficits no atendimento se soma a exigência dos pacientes pelo


atendimento imediato, previamente esperado de um hospital de
prontosocorro. Essa questão agrava os conflitos nos setores que
recebem os pacientes externos, pois, quando a expectativa pela
atenção imediata não se cumpre, ocorre a revolta

Este fragmento sinaliza para aspectos que contribuem para a maior


exposição dos auxiliares ou técnicos de enfermagem à violência no
trabalho, (POR SEREM ELES A ESTAREM NA LINHA DE FRENTE)
seja pela maior interação física ou pelo maior espaço temporal em
contato com os pacientes. Além disso, os auxiliares ou técnicos de
enfermagem se sentem golpeados pela percepção de baixo
prestígio socioprofissional ao serem alvo de ataques que não
atingem na mesma frequência os demais profissionais.

PAG. 5

Na maioria dos relatos dos participantes, a violência originada pelas


relações socioprofissionais foi vinculada ao fato de se tratar de um
serviço público, no qual a estabilidade do emprego justifica as
formas de expressão

É um serviço público, e existem pessoas que tão aqui dentro há


anos [...]. E isso permite, na cabeça da pessoa que é o agressor,
permite uma margem de segurança. Então, eu posso voltar a
agredir o colega porque não vai dar nada comigo, já estou aqui há
tantos anos (E6). Como visto, diante do trabalho sem regras,
prevalece como regra de ofício o poder do mais antigo, e a violência
se manifesta no abuso assegurado pela inexistência de medidas de
controle, prevenção ou punição

PAG. 6

2016 - CONDIÇÕES DE TRABALHO DA


ENFERMAGEM

AUTORES: Machado, Santos, Oliveira, Wermelinger, Vieira,


Lemos, Lacerda, Filho, Junior, Justino, Barbosa, 2016

ARTIGO QUALITATIVO: É um estudo transversal cuja


população alvo é constituída por todos os enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem do Brasil, que possuem
registro ativo no Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O
estudo tem representatividade nacional, sendo capaz de gerar
resultados para cada unidade da federação

FICHAMENTOS:

Neste artigo se analisará as condições de trabalho da equipe de


enfermagem, seja enfermeiros, técnicos e auxiliares. Mostrará como
eles se relacionam entre eles, com a equipe de saúde, com seus
superiores e com a população.

Quanto aos enfermeiros 59,9% declaram receber tratamento cordial


e respeitoso daqueles que são atendidos por eles. Reforça mais
ainda uma percepção negativa quando 29,4% indicam que somente
‘às vezes’ e 2,8% não receber, o que significa quase de 1/3 delesou
seja, 32,2% são desrespeitados pelos pacientes e/ou familiares
usuários do sistema de saúde. Entre os auxiliares e técnicos
apenas 43,4% informam receber tratamento gentil daqueles que
são atendidos por eles. Reforça ainda mais uma percepção
negativa quando 40,1% indicam que somente ‘às vezes’ e 5,5% não
receber, o que significa que quase metade do contingente (45,6%) é
maltratada com frequência pelos pacientes e/ou familiares usuários
do sistema de saúde

PAG. 64

VIOLENCIA NO TRABALHO

contra 21,8% que se sentem ‘às vezes’ e 40,1% que não se sentem
protegidos. A somatória de 61,9%, das duas variáveis que expressa
insegurança, mostra um ambiente marcado pela falta de segurança
e desproteção de mais de 1 milhão de trabalhadores da
enfermagem

Entre os enfermeiros, a maior frequência é a violência psicológica


(65,2%); seguida pela institucional (23,5%); a física (10,6%), sendo
a sexual a que menos aparece, com apenas 0,6%. Já no meio dos
auxiliares e técnicos de enfermagem, a psicológica (67%)

PAG. 66

é a mais destacada; seguida pela física (17,5%); a institucional


(14,6%), sendo a sexual a menos apontada, com 1%

PAG. 66-67

Discriminação no trabalho

Além disso, torna-se fundamental analisar mais profundamente, no


futuro, de onde parte essa discriminação por gênero, uma vez que
se trata de uma categoria feminina com claro crescimento da
participação masculina, mesmo que ainda, diminuta.

Analisando a situação dos enfermeiros nota-se que: discriminação


por gênero (52,3%)

Quanto a tipologia de discriminação é possível afirmar dos


auxiliares e técnicos. Destacam: gênero com 42,9%

PAG.67

 2016 - VIOLENCIA RELACIONADA AO TRABALHO


NA PSIQUIATRA: PERCEPÇÃO DOS
TRABALHADORES DE ENFERMAGEM
AUTORES: Paula, Oliveira, Silva, Souza, Fabri, Guerra, 2016.

ARTIGO QUALITATIVO: Pesquisa qualitativa, descritiva,


realizada em unidade de internação psiquiátrica de hospital
universitário

FICHAMENTOS:

a violência relacionada ao trabalho em unidade de internação


psiquiátrica, de acordo com a percepção dos profissionais de
enfermagem. Na abordagem teórico-metodológica da violência,

PAG.87

Portanto, há de se considerar a própria característica do trabalho de


enfermagem psiquiátrica e suas exigências de cunho técnico e
relacional, que demandam esforços físicos e psíquicos, como
observado nas emergências psiquiátricas e no cuidado de pacientes
acamados, sedados e/ou contidos que necessitam de auxílio e
supervisão contínuos(4

O campo de pesquisa foi uma unidade docente assistencial


psiquiátrica de hospital universitário público, no município do Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.

PAG. 88

Violência psicológica – quando o paciente agride a equipe


A violência psicológica foi relatada pelos depoentes em face de
agressões verbais e físicas perpetradas pelos pacientes sob os
cuidados da equipe. Quanto à agressão verbal, quando cometida
por pacientes com transtorno mental, é naturalizada no local de
trabalho como expressão da insatisfação em face da colocação de
limites pela equipe. No entanto, há situações em que a agressão
infligida pelo paciente é vista como ameaça à integridade e
segurança dos profissionais, principalmente nos quadros de
agitação psicomotora, em que há necessidade de utilização de
contenção química (uso de neurolépticos)

PAG. 89

Violência perpetrada pelo familiar

por representar a rede de apoio e os laços afetivos de indiscutível


importância na instituição do tratamento e na prevenção de
recaídas. No entanto, diante da internação do ente querido,
considerada evento traumático, e da falta de clareza no que diz
respeito às regras estabelecidas, o familiar pode comparecer ao
serviço com sintomas de ansiedade, projetando na equipe o próprio
desgaste, e resvalando em atitudes hostis.

O predomínio de mulheres entre os trabalhadores de enfermagem é


histórico e vem se associando, ao longo do tempo, à ideologia
patriarcal da sociedade, que estigmatiza a enfermagem como
classe desvalorizada e inferiorizada perante a coletividade, pois o
objeto de trabalho e estudo da categoria, o cuidar, tem forte ligação
com atividades femininas. Além desse aspecto, as mulheres, na
enfermagem, sofrem violência por meio de imposição de dominação
e autoritarismo da classe médica, o que remete às relações
assimétricas de poder existentes entre homens e mulheres(1

PAG. 90

 2017 - Violência física ocupacional em serviços de


urgência e emergência hospitalares- percepções
de trabalhadores de enfermagem

AUTORES: Scaramal, Haddad, Garanhani, Nunes, Galdino,


Pissinati, 2017.

ARTIGO QUALITATIVO: Estudo qualitativo desenvolvido por


meio de 16 entrevistas individuais, cujos dados foram
coletados entre março e maio de 2015 em dois hospitais de
média complexidade, localizados no norte do Paraná.

FICHAMENTOS:
agressões verbais e psicológicas sejam os tipos mais
predominantes de violência ocupacional, evidencia- -se que os
abusos físicos têm crescido significativamente nessa população,
podendo chegar à prevalência de 58% entre os trabalhadores dos
setores de emergência. Os autores da violência ocupacional
incluem gerentes, colegas de trabalho – profissionais de saúde e de
outras áreas –, pacientes e familiares.4,5 Na área hospitalar, o risco
de violência ocupacional é maior entre os profissionais de
enfermagem dos serviços de urgência e emergência,6-9 visto que
eles integram a linha de frente e são responsáveis pelo cuidado em
tempo integral

A violência contra esses trabalhadores traz implicações negativas


para sua segurança e saúde, como lesões físicas traumáticas,
depressão, síndrome de burnout, transtornos psíquicos menores,
insônia, estresse, diminuição da satisfação no trabalho e da
qualidade da assistência prestada ao paciente.

, investigando a prevalência e a natureza dessa violência,7,12


comumente associando a vulnerabilidade às condições desse
ambiente laboral, que é permeado por elevada demanda de
atividades, gravidade dos casos, longas jornadas de trabalho, déficit
de recursos humanos e materiais, estrutura física inadequada,
tensão hierárquica, além da pressão dos familiares e do convívio
diário com a possibilidade de morte.13

PAG. 2
O agressor e as possíveis causas para a violência física
ocupacional

influenciado pela sobrecarga de atividades e superlotação das


unidades. Muitas vezes, na tentativa de minimizar as situações de
insatisfação em relação ao atendimento oferecido, eles explicam a
real condição de trabalho ao usuário, o que pode provocar mais
revolta no agressor. A comunicação utilizada antes da agressão
física pode ser desencadeadora da violência e é considerada no
interacionismo simbólico como uma estrutura que instiga o
desenvolvimento das pessoas, conhecida como a janela para a
verdadeira natureza humana

Infere-se que a principal defesa do trabalhador em relação às


ameaças e tentativas de agressão física foi, inicialmente, a
comunicação, no sentido de alterar os símbolos interpretados pelo
agressor e transformar a realidade para evitar o fenômeno. Ou seja,
os trabalhadores criaram os símbolos (comunicação) como uma
alternativa de resiliência para manter a situação menos ofensiva
para si mesmos

Em nível relacional, os entrevistados indicaram como potenciais


causas da violência as formas com que se estabelecem as relações
sociais, os problemas de comunicação, a disputa pelo poder e a
hierarquia, conforme se desvelou no seguinte depoimento:
Ainda, as falas dos entrevistados revelaram que as condições de
trabalho também desencadearam violência ocupacional, conforme
representa o fragmento a seguir

As razões pelas quais a violência contra os trabalhadores de


enfermagem acontece foram diversas, mas todas estiveram
relacionadas ao processo de trabalho, seja pela demora na
prestação de serviços, disputa de poder ou pela condição
patológica dos pacientes.

PAG. 4

As narrativas também indicaram a fragilidade do sexo feminino


diante das agressões físicas, demonstrando que as mulheres são
consideradas alvos fáceis:

Diante da relevância da violência, a Agenda 2030 para o


Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas
tem como uma de suas metas promover o empoderamento das
mulheres e eliminar todas as formas de violência contra elas nas
esferas públicas e privadas,19 o que inclui a violência ocupacional.

PAG.5

Reações dos trabalhadores frente à agressão física ocupacional

Em relação às diversas reações dos trabalhadores frente à


violência, foram citadas situações em que o agredido tentou manter
a calma, por saber que qualquer ato poderia prejudicar não
somente a sua vida profissional, mas também sua vida pessoal. Na
busca pela autodefesa esses profissionais desenvolveram
mecanismos como a hostilidade com pacientes ou até mesmo com
outros colegas, além da negação e do distanciamento afetivo.

atribuindo a repetição do fato à sua condição desfavorável e falta de


habilidade profissional, como quem diz que não saberia enfrentar o
agressor novamente.

PAG. 6

 2018 - Delineamento da violência sofrida pela


equipe de enfermagem na emergência hospitalar

AUTORES: Fernandes, Passos, 2018.

ARTIGO QUALITATIVO: trata-se de recorte de estudo


qualitativo, descritivo, utilizando a técnica de análise de
conteúdo, por meio de entrevista com 24 profissionais de
enfermagem que trabalhavam na emergência de um hospital
público de grande porte no Rio de Janeiro, em 2012.

FICHAMENTOS:

Problemas organizacionais
Ambientes com excessiva estimulação sensorial, como ruídos,
iluminação excessiva ou deficiente, falta de espaço, calor ou frio
excessivos contribuem para aumentar no indivíduo a irritabilidade e
os níveis tensionais, podendo estimular comportamentos
agressivos. Corroborando com os achados, a literatura cita a
infraestrutura dos espaços de cuidado, falta de recursos humanos,
recursos materiais, de organização do trabalho e superlotação
enquanto fatores geradores de tensão para o paciente que busca
atendimento na emergência hospitalar, como desencadeadores da
violência2 . Estes problemas também influenciam o sofrimento do
trabalhador13 e a qualidade da assistência prestada14, podendo
contribuir para o enfrentamento inadequado das situações de
violência

PAG. 2

A gente escuta muita reclamação de demora de atendimento.


Então, a maioria da violência é porque está demorando muito, falam
palavrões e a ausência do médico. A reclamação é sempre essa:
ausência de médico e a demora de atendimento. (EH5

Em suma, os fatores organizacionais do trabalho no serviço de


emergência interferem diretamente na qualidade do serviço de
saúde prestado à população. Problemas dessa natureza possuem
sua gênese na falta de comprometimento com a humanização do
cuidado por parte de gestores, chefias e profissionais de saúde que
compõem a equipe multiprofissional.
Fatores humanos que influenciam a violência

A resposta do profissional de maneira inadequada, através de


palavras rudes, utilizando-se de ameaças, ironias e deboche são
percebidas pelos respondentes como estratégias de defesa contra a
violência sofrida

As atitudes negativas frente a um episódio de violência podem ser


consideradas como estratégias de enfrentamento diante de uma
situação de sofrimento

psíquico daquele profissional que sofreu a violência no ambiente de


trabalho. As falas dos respondentes apontam para a criação de
sistema defensivo específico para o medo da violência sofrida. As
estratégias de defesa, portanto, visam à proteção do profissional
contra os efeitos penosos da organização do trabalho. Assim,
podem aliviar o sofrimento advindo do trabalho diminuindo as
chances de adoecimento físico e mental

A falta de reconhecimento profissional e a ausência de espaços


para diálogo, aliados à sobrecarga de trabalho e à sensação de
desamparo, contribuem para a degradação da saúde mental dos
profissionais17, sendo o mau relacionamento entre pares e a falta
de confiança no serviço apontados como fatores contribuintes para
a diminuição da satisfação do profissional18, podendo exacerbar
reações negativas frente à violência sofrida
, a presença de profissional da segurança, da equipe e também a
capacidade de empatia do profissional agredido foram citados como
atenuantes. Estudos apontam a importância da rede de apoio
social, da confiança e cooperação entre os pares para a saúde
mental dos profissionais e para a satisfação no trabalho

Estratégias como fuga de conflitos, afastamento físico do local ou


não envolvimento são observadas como aliviadores do estresse
causado pelo conflito2, além de diminuírem a probabilidade de
agravamento da violência. O contato com a família e amigos e a
manutenção dos círculos de afeto são apontados como estratégias
de enfrentamento positivas para a manutenção da saúde mental
dos profissionais20.

Formas de violência

Foram identificadas violência verbal, física e psicológica, que


culminaram, algumas vezes, em acidente de trabalho ou de trajeto

PAG.3

os pacientes e familiares/acompanhantes como principais agentes


da violência no ambiente de trabalho da enfermagem em
emergência hospitalar1,4,21. Além disso, a violência verbal foi a
mais citada, como insultos, humilhações e ameaças3,6

Perfil dos usuários


Segundo os entrevistados, as dificuldades enfrentadas pela
população, devido a suas condições socioeconômicas, contribuem
para que os indivíduos expressem sua insatisfação com o
atendimento recebido na unidade de saúde de maneira violenta.

Estudos apontam para o tipo de personalidade do paciente como


fator de risco para desencadeamento de atitudes violentas frente a
frustrações

Portanto, as características individuais do paciente, tais como:


impulsividade, baixo nível de escolaridade, antecedentes agressivos
e até mesmo histórico de maus tratos, devem ser consideradas1

predominância de idosos, de acometidos por doenças crônicas e


cuja classificação de risco foi estabelecida entre emergência e
urgênc

PAG.4
 2020 - VIOLÊNCIA NO TRABALHO DA
ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS HOSPITALARES
PONDERAÇÕES TEÓRICAS

AUTORES: Queiroz, Barreto, 2020.

ARTIGO BIBLIOGRAFICO: trata-se de um


estudo bibliográfico, descritivo, tipo revisão integrativa
da literatura, abrangendo estudos científicos nacionais

FICHAMENTOS:

Aponta-se, pelo Conselho Federal de Enfermagem, que 70% da


equipe de Enfermagem está exposta à violência no espaço de
trabalho e que tal fato pode advir das relações pessoais, seja com
público interno (colegas de trabalho) ou externo (usuários), das
condições e da organização do trabalho.

Entende-se que a violência no trabalho da Enfermagem não é um


produto social isolado, já que aparentemente está relacionada com
a forma de organização da sociedade e das oportunidades dos
grupos.9
Observa-se que o conflito entre trabalhadores e usuários é uma das
numerosas situações que podem contribuir para gerar hostilidade
no trabalho, influenciado pela sobrecarga de atividades e
superlotação das unidades

PAG. 8

Nota-se, no que se refere às condições do local de trabalho, que o


desmonte que o Sistema Único de Saúde vem sofrendo no decorrer
dos anos tem agravado esse aspecto: a ausência de insumos, de
conforto e até mesmo de salários dignos. Produzem-se, além disso,
pela fragmentação do processo de cuidado em tarefas estanques,
resultados ineficazes, desumanos e ineficientes

PAG. 8-9

Acarretam-se, pela precariedade das condições de trabalho,


somada à dificuldade de convivência com os colegas de profissão,
prejuízos na vida cotidiana privada deste trabalhador, tendo em
vista que, pela permanência no hospital, devido às escalas extras
de plantões, os trabalhadores se veem forçados a abdicar do seu
lazer em favor de melhores condições salariais, mas, para isto,
sacrificam parte do tempo dedicado à convivência familiar, o que
gera um sentimento de vazio, fragilização dos laços afetivos e um
estresse ocupacional
Revelou-se, ainda com relação à violência disfarçada ou aquela
que, muitas vezes, não é percebida, por um estudo, que, das
situações de assédio apresentadas aos participantes, a exposição a
constrangimentos e a humilhações no local de trabalho esteve em
evidência, com (40,9%); em seguida, as críticas ao trabalho da
vítima (17,04%) e condições opressivas de trabalho (13,63%).
Acrescenta-se, em se tratando das situações de agressão na
presença dos colegas de trabalho ou em reuniões, que essas
representaram 12,5% das respostas, mas houve também críticas

Acredita-se que a organização dos espaços de trabalho são


incubadoras de violência laboral, pois a divisão do trabalho em
saúde é desigual, sobrecarregando um trabalhador ou parte de uma
equipe; além disso, o ritmo de trabalho imposto e as formas de
contratação e vinculação dos profissionais de Enfermagem têm se
tornado cada vez mais precarizados, além da ausência de um piso
salarial para a categoria e da falta de reconhecimento pelos
serviços prestados.

Encontrou-se, no que se refere às questões de gênero, uma


prevalência maior de trabalhadoras do sexo feminino expostas à
violência ocupacional, mostrando que situações como essa têm
sido recorrentes no setor da saúde, colocando em evidência as
questões de gênero como um possível agravante. Deve-se a
implicação do gênero sobre a compreensão da violência considerar
a histórica desigualdade cultural e econômica entre os sexos, na
qual mulheres se encontram em condições desfavoráveis.14
Pode-se a violência apresentar-se de diferentes formas, não apenas
em forma de agressões físicas ou verbais e, algumas vezes, não
necessariamente percebidas, como a questão do assédio moral
encontrado em algumas literaturas. Considera-se, para alguns
participantes, o assédio moral abuso de poder, ou seja, as pessoas
não sabem liderar e acabam abusando desse poder e assediando
moralmente as pessoas que estão abaixo de sua hierarquia.
Provoca-se, a partir disso, por essas condutas negativas por parte
de superiores ou colegas de trabalho, a degradação das condições
de trabalho, muitas vezes, podendo provocar sentimentos de
humilhação e constrangimento

PAG. 9

Revelou-se, ainda com relação à violência disfarçada ou aquela


que, muitas vezes, não é percebida, por um estudo, que, das
situações de assédio apresentadas aos participantes, a exposição a
constrangimentos e a humilhações no local de trabalho esteve em
evidência, com (40,9%); em seguida, as críticas ao trabalho da
vítima (17,04%) e condições opressivas de trabalho (13,63%).
Acrescenta-se, em se tratando das situações de agressão na
presença dos colegas de trabalho ou em reuniões, que essas
representaram 12,5% das respostas, mas houve também críticas à
imagem corporal do indivíduo ou a aspectos de sua vida privada
(10,22%) e prejuízo do acesso aos instrumentos de trabalho
(5,68%).

PAG. 9-10
Utilizam-se, em meio às situações de violência, algumas estratégias
pelos profissionais para tentarem diminuir ou evitar essas atitudes,
dentre elas, adotar um posicionamento de rejeição à violência, uma
postura firme e a adoção de um posicionamento que sinalize a não
aceitação da violência que podem, mesmo que sem resolver o
problema, evitar ou amenizar novos episódios de agressões; outra
estratégia seria afastar-se do paciente agressor, tentando
“contornar” situações potenciais de conflito, evitando discordar por
meio do silêncio ou cedendo à vontade do paciente ou até mesmo
tolerando o comportamento violento.17

Expressou-se, tratando-se da resposta ou sentimento após os


episódios de violência, pelos participantes de um estudo,
sentimento de revolta, decepção, impotência, constrangimento e
tristeza nas situações que passaram, sendo que a principal
expressão utilizada pelas testemunhas de violência no ambiente de
trabalho foi a impotência, mencionada no discurso de 24% dos
participantes.16

Mostrava-se a vida cotidiana dos enfermeiros que foram


entrevistados cheia de sofrimentos, medos, receios, angústias,
revoltas e, infelizmente, o conformismo, contrapondo-se ao apreço
e à paixão pela profissão, o desejo e a esperança de oportunidades
melhores e a expectativa silenciosa por um ambiente de trabalho
que esteja envolvido de justiça e respeito.12
Perpassam-se, além disso, as consequências da violência no
trabalho da Enfermagem pela instituição de saúde empregadora,
pelas repercussões em seus trabalhadores, o que pode levar à
redução da força de trabalho, adoecimento ou desgaste da equipe,
comprometer a qualidade do cuidado prestado àqueles que
recorrem aos serviços e gerar custos.18

PAG.10

 2021 - Violência no trabalho contra os


trabalhadores de enfermagem e seus
imbricamentos com a saúde mental

AUTORES: Junior, Gusmão, Araújo, Cardoso,


Castro, Silva

ARTIGO QUALITATIVO: Foi conduzido um estudo


de cunho qualitativo, tendo como suporte técnico conceitual os
preceitos da teoria do Interacionismo Simbólico, em um hospital
público de grande porte. A coleta de dados foi realizada, por meio
de entrevista semiestruturada, a partir do referencial de Minayo, no
qual utilizou-se a Análise de Conteúdo.

FICHAMENTOS:
Referindo-se à enfermagem, a violência contra seus profissionais
no ambiente de trabalho é considerada uma epidemia mundial pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo objeto de discussões
que tem problematizado sua gravidade na contemporaneidade(

Nessa interface, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no


ano de 2017, lançou a campanha denominada Respeito na veia,
com abrangência em todo território nacional. Essa campanha teve
como pressuposto principal propor o debate da temática, a fim de
conhecer o seu crescimento, os profissionais que são expostos, os
transtornos acarretados, além de conscientizar a população do
papel dos trabalhadores de enfermagem para a saúde brasileira(

É preocupante o número de profissionais da enfermagem no mundo


que vivenciam situações de violência no exercício laboral e,
portanto estão vulneráveis às suas repercussões. Estudo conduzido
pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Brasil,
evidenciou que 74% dos profissionais já sofreram alguma violência
no local de trabalho e 73% confirmam que as ocorrências de
violência continuaram a se repetir após o primeiro episódio(

A violência no ambiente de trabalho produz consequências


importantes implicando em comprometimento na vitalidade, saúde
mental e saúde geral dos profissionais de saúde
É muito comum a ocorrência de sofrimento emocional relacionado
ao bullying e assédio sexual sofrido por enfermeiras e parteiras.
Além disso, é perceptível que as repercussões da violência
ocupacional não se limitam ao ambiente de trabalho, podendo
produzir implicações na vida social e familiar de enfermeiros

violência ocupacional possui um potencial considerável para a


geração de consequências à saúde e vida do trabalhador, muitas
vezes graves, com repercussões na sua relação com a instituição
de saúde e trabalho que podem se estender à sociedade.

Não há dúvidas de que a violência se confirma como um problema


de saúde pública e produz malefícios à saúde dos profissionais,
suas carreiras e à prestação de cuidados que desenvolvem à
população

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Fatores como sobrecarga de trabalho e superlotação dos serviços


de saúde podem favorecer o sofrimento mental dos trabalhadores
de enfermagem e manter causalidade com a ocorrência de violência
entre pacientes e profissionais. A falta de apoio social e de suporte
organizacional, para o enfrentamento de situações que geram
violência no trabalho, é predisponente para o adoecimento mental e
até ocorrências de transtorno mental(8) .
É importante a construção e incorporação de ações institucionais
que valorizem condições de trabalho e organizacionais que
busquem ambientes seguros para que os profissionais de
enfermagem possam atuar com qualidade. Essas ações podem
incluir a adoção de medidas de segurança, adequação ao número
de profissionais, acesso à estrutura adequada, acesso aos
materiais e equipamentos necessários, organização dos
atendimentos para possibilitar acolhimento e acesso da população
aos serviços de saúde, qualificação e implantação de modelos de
gestão comprometidos com a saúde dos trabalhadores

PAG. 3

é contraditório para eles a exposição a situações de violência.


Assim, interpretaram a violência no trabalho como humilhação e
abuso, desvalorização, falta de respeito, injustiça, um fator que
prejudica o seu trabalho e que se manifesta de diversas formas,
seja física ou psicologicamente.

PAG. 5

Os trabalhadores de enfermagem são a categoria na área da saúde


que mais está exposta à violência no trabalho e a vivencia. As
justificativas a esse fenômeno decorrem do contato direto com os
usuários que são demandados pela necessidade de cuidado e pela
longa permanência no serviço, nos regimes de plantões, ficando
expostos por mais tempo(15). Os trabalhadores de enfermagem
neste estudo relataram a violência psicológica, como a forma de
violência mais comum vivenciada, assim também como formas de
violência: a violência psicológica, verbal e física, o assédio moral, a
discriminação racial e a violência de gênero

Nessa discussão, a violência psicológica tem a agressão verbal, o


assédio moral, sexual e a discriminação racial como subtipos.
Configura-se como o uso de poder contra uma pessoa ou
coletividade, a fim de controlar ações, comportamentos, decisões,
gerando problemas para o desenvolvimento físico, moral ou social
do indivíduo, comprometendo, assim, a sua saúde mental. (1).
Corroborando com pesquisas sobre a temática, a violência verbal,
que é uma forma de violência psicológica, foi relatada como a forma
de violência ocupacional mais comumente experienciada pela
enfermagem em diversos estudos

A violência verbal se manifesta nas formas de ameaças,


xingamentos, desmoralização e intimidação. É considerada um tipo
de violência psicológica por se tratar de ameaças verbais,
discriminação racial, assédio moral, intimidações e provocar
prejuízos psíquicos.

Tem o poder de causar humilhação, indicando desrespeito e


desconsideração à dignidade e ao valor do indivíduo(6) . A violência
verbal, muitas vezes, não é valorizada pelo serviço e equipe, uma
vez que a grande maioria dos profissionais não registra o ocorrido.
No entanto tal situação pode produzir sofrimento psíquico aos
trabalhadores, comprometimento das relações no ambiente de
trabalho e familiar(
A violência verbal, muitas vezes, não é valorizada pelo serviço e
equipe, uma vez que a grande maioria dos profissionais não registra
o ocorrido. No entanto tal situação pode produzir sofrimento
psíquico aos trabalhadores, comprometimento das relações no
ambiente de trabalho e familiar

A violência verbal no trabalho pode parecer inofensiva por ser uma


agressão não fatal, ou seja, não causar morte. Mas a alta
prevalência desses acontecimentos e suas repercussões
psicossociais alertam considerar-se a importância dessas
exposições(1,18). Nesse aspecto, o trabalhador que mais sofre
agressões verbais, como ser tratado com desprezo, ignorado, com
desdém, tratamentos inapropriados, olhares hostis, insultos,
observações desrespeitosas, chamados de incompetentes ou
estúpidos, são os profissionais da enfermagem(16) .

Uma forma de violência exposta neste estudo referiu-se à violência


verbal impetrada por profissionais de outras categorias, com
destaque à categoria médica. A violência entre médicos e
enfermeiros está relacionada a uma questão histórica e cultural que
remete às relações hierárquicas entre as profissões. Assim, existe a
ideia de que algumas profissões são superiores a outras(6) .

Dessa forma, o assédio moral no trabalho é definido por qualquer


comportamento humilhante, que desqualifica ou desmoraliza o
trabalhador de forma excessiva. Objetiva-se rebaixar os
trabalhadores durante a jornada de trabalho. É mais prevalente em
relações hierárquicas autoritárias e assimétricas

Uma questão que merece destaque referese à predominância


feminina na enfermagem. Nesta pesquisa, 83,3% dos participantes
eram do sexo feminino, ou seja, as vivências de violência
majoritariamente representam os discursos desse gênero. Assim,
toma destaque a história de submissão social a que tanto a
enfermagem como as mulheres são submetidas, refletindo
condições vulneráveis para as exposições a situações de violência
no trabalho(

As trabalhadoras de enfermagem são as mais vulneráveis por ser a


categoria cujo gênero é predominante sobre o masculino. O sexo é
fator importante para determinar quem sofrerá violência no trabalho

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As mulheres estão mais suscetíveis a receber atos violentos, assim


como profissionais mais jovens e com pouca experiência de
trabalho

PAG. 6-7
A análise do gênero, como categoria de estudo das situações de
violência vividas no trabalho, foi desenvolvida junto do surgimento
das teorias feministas, a fim de compreender as desigualdades
entre os sexos. Essas desigualdades, historicamente, são
traduzidas pela diferença entre homens e mulheres, dentro de um
contexto que é sociocultural e que define a diferença de sexo no
exercício de funções e competências distintas

Com a emergência da violência psicológica, como forma de


agressão mais prevalente no contexto do trabalho em enfermagem,
é preciso reconhecer as repercussões que podem produzir na
saúde mental dos profissionais e os desafios que se devem
enfrentar para o alcance da saúde do trabalhador de forma plena. O
sentimento de culpa e o questionamento sobre o que pode ter
gerado o ato violento produzem preocupação e tensão no
trabalhador. O estresse, o desespero, a revolta e a raiva são
consequências relatadas. As consequências psicológicas aparecem
como fundo dessas vivências acompanhadas das expressões como
“sentir-se muito mal” e “depressiva”. Reconhece-se, dessa forma, o
quanto as vivências da violência repercutem de forma negativa na
saúde mental dos trabalhadores de enfermagem

A exposição da enfermagem à violência no trabalho tem sido


vinculada a problemas de saúde, problemas físicos, manifestações
emocionais e transtornos mentais que resultam em baixo
desempenho do trabalhador e prejuízos em seu contexto familiar e
social(5). As agressões físicas e verbais produzem prejuízos à
saúde dos trabalhadores, como tristeza, raiva, desapontamento,
medo e perda de satisfação com o trabalho. Os trabalhadores que
sofrem violência, de modo geral, referem-se a problemas físicos,
emocionais, pessoais e profissionais, baixa autoestima, prejuízos no
sono e alimentação, ausência de motivação, fadiga e irritabilidade

Assim, a violência no trabalho tem repercussão na saúde do


trabalhador por implicar repercussões na saúde geral, saúde mental
e vitalidade. Essas consequências acabam por não se restringir ao
contexto do trabalho. Sendo assim, a vida como um todo do
trabalhador pode ser afetada, com destaque à dimensão familiar e
social(19-20) . Tais manifestações denotam que a violência no
trabalho pode tornar os trabalhadores de enfermagem
psiquicamente vulneráveis.

além de já terem que lidar com situações desafiadoras em seu


cotidiano, ainda, podem sofrer violência, durante o desempenho de
sua função, o que faz suscitar sobre a necessidade de os serviços
criarem mecanismos para cuidarem dos cuidadores(5

Em relação às reações e atitudes dos profissionais quanto à


violência sofrida, grande parte dos profissionais relatou que, após
exposição à violência, procuram manterem-se calmos, tratar o
paciente como queriam que fosse tratado. Algumas providências
acabam sendo necessárias, como informar à chefia imediata,
acionar a guarda para proteção física, informar órgãos
competentes, como a comissão ética do hospital e/ou procurar os
serviços de assistência social e psicológica

Em relação às inúmeras reações dos trabalhadores quanto à


violência, sua atitude em tentar manter-se calmo, acontece por
medo de que qualquer ato que façam pela violência sofrida resulte
em prejuízos em sua vida profissional e pessoal. No entanto, na
busca de autodefesa, esses profissionais desenvolvem hostilidade
com os pacientes e colegas de serviço, além de distanciamento
afetivo

A busca pelo diálogo e tentativa de resolver o problema se


interpreta como uma necessidade de agir pensando em si mesmos,
elaborando estratégias que possam minimizar as repercussões da
agressão vivida o que denota resiliência(14) . O homem é um ser
comunicativo, pois possui a necessidade do contato com seus
pares, ou seja, o contato social e, durante o desenvolvimento desse
contato, notou que a resiliência é a melhor maneira de viver em
sociedade, ainda que, para isso, seja necessário manipular os
símbolos e alterar a realidade(1

Diversas situações contribuem, para a hostilidade no serviço de


saúde, em destaque ao hospital: a sobrecarga de atividades e
superlotação dos serviços e outras faltas inerentes às estruturas
nos serviços e atendimentos que podem gerar insatisfações e
violência por parte dos pacientes. Sendo assim, é importante um
olhar multidimensional para o fenômeno
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As mulheres estão mais suscetíveis a receber atos violentos, assim


como profissionais mais jovens e com pouca experiência de
trabalho(

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A análise do gênero, como categoria de estudo das situações de


violência vividas no trabalho, foi desenvolvida junto do surgimento
das teorias feministas, a fim de compreender as desigualdades
entre os sexos. Essas desigualdades, historicamente, são
traduzidas pela diferença entre homens e mulheres, dentro de um
contexto que é sociocultural e que define a diferença de sexo no
exercício de funções e competências distintas(1) .

Com a emergência da violência psicológica, como forma de


agressão mais prevalente no contexto do trabalho em enfermagem,
é preciso reconhecer as repercussões que podem produzir na
saúde mental dos profissionais e os desafios que se devem
enfrentar para o alcance da saúde do trabalhador de forma plena.

O sentimento de culpa e o questionamento sobre o que pode ter


gerado o ato violento produzem preocupação e tensão no
trabalhador. O estresse, o desespero, a revolta e a raiva são
consequências relatadas. As consequências psicológicas aparecem
como fundo dessas vivências acompanhadas das expressões como
“sentir-se muito mal” e “depressiva”.

Reconhece-se, dessa forma, o quanto as vivências da violência


repercutem de forma negativa na saúde mental dos trabalhadores
de enfermagem.

A exposição da enfermagem à violência no trabalho tem sido


vinculada a problemas de saúde, problemas físicos, manifestações
emocionais e transtornos mentais que resultam em baixo
desempenho do trabalhador e prejuízos em seu contexto familiar e
social(5). As agressões físicas e verbais produzem prejuízos à
saúde dos trabalhadores, como tristeza, raiva, desapontamento,
medo e perda de satisfação com o trabalho. Os trabalhadores que
sofrem violência, de modo geral, referem-se a problemas físicos,
emocionais, pessoais e profissionais, baixa autoestima, prejuízos no
sono e alimentação, ausência de motivação, fadiga e irritabilidade

Assim, a violência no trabalho tem repercussão na saúde do


trabalhador por implicar repercussões na saúde geral, saúde mental
e vitalidade. Essas consequências acabam por não se restringir ao
contexto do trabalho. Sendo assim, a vida como um todo do
trabalhador pode ser afetada, com destaque à dimensão familiar e
social
Tais manifestações denotam que a violência no trabalho pode tornar
os trabalhadores de enfermagem psiquicamente vulneráveis

profissionais, além de já terem que lidar com situações desafiadoras


em seu cotidiano, ainda, podem sofrer violência, durante o
desempenho de sua função, o que faz suscitar sobre a necessidade
de os serviços criarem mecanismos para cuidarem dos
cuidadores(5) .

Em relação às reações e atitudes dos profissionais quanto à


violência sofrida, grande parte dos profissionais relatou que, após
exposição à violência, procuram manterem-se calmos, tratar o
paciente como queriam que fosse tratado. Algumas providências
acabam sendo necessárias, como informar à chefia imediata,
acionar a guarda para proteção física, informar órgãos
competentes, como a comissão ética do hospital e/ou procurar os
serviços de assistência social e psicológica.

Assim, os significados não são aceitos e utilizados de forma


automática, mas estão sujeitos a um processo interpretativo, isto é,
existe um processo formativo em que são usados ou transformados
como meios para a orientação ou elaboração da ação no processo
de interação social(21) . Em relação às inúmeras reações dos
trabalhadores quanto à violência, sua atitude em tentar manter-se
calmo, acontece por medo de que qualquer ato que façam pela
violência sofrida resulte em prejuízos em sua vida profissional e
pessoal.
No entanto, na busca de autodefesa, esses profissionais
desenvolvem hostilidade com os pacientes e colegas de serviço,
além de distanciamento afetivo(14) . A busca pelo diálogo e
tentativa de resolver o problema se interpreta como uma
necessidade de agir pensando em si mesmos, elaborando
estratégias que possam minimizar as repercussões da agressão
vivida o que denota resiliência(14) .

O homem é um ser comunicativo, pois possui a necessidade do


contato com seus pares, ou seja, o contato social e, durante o
desenvolvimento desse contato, notou que a resiliência é a melhor
maneira de viver em sociedade, ainda que, para isso, seja
necessário manipular os símbolos e alterar a realidade(12) Diversas
situações contribuem, para a hostilidade no serviço de saúde, em
destaque ao hospital: a sobrecarga de atividades e superlotação
dos serviços e outras faltas inerentes às estruturas nos serviços e
atendimentos que podem gerar insatisfações e violência por parte
dos pacientes. Sendo assim, é importante um olhar
multidimensional para o fenômeno(14).

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Destaca-se, assim, o potencial nocivo e oneroso da violência no


trabalho e sua capacidade de afetar a saúde mental por ocasionar
sofrimento, adoecimento, afastamentos e até a morte(5) .
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Criar estratégias que inibam a violência, no ambiente de trabalho,


assim como definir medidas de notificação dos casos e acolhimento
dos sujeitos que a vivenciaram é indispensável(

Os fatores de risco vão variar, conforme o serviço e suas


particularidades, além da relação estabelecida entre os profissionais
de saúde

Estratégias de prevenção devem buscar planos de controle


ambiental, como detectores de metal, alarmes, monitoramento com
câmeras, controle administrativo com a organização do serviço,
evitando que profissionais trabalhem sozinhos e sobrecarregados,
para, assim, minimizar o tempo de espera para os procedimentos,
além de estratégias de cuidado e tratamento(17) .

Buscar estratégias, envolvendo a enfermagem e gestores, é


fundamental para não se banalizar as situações de violência no
trabalho, cristalizando-se nos serviços de saúde como situações
banais e corriqueiras(22). Além disso, um fator importante é realizar
educação permanente ao trabalhador com foco em sua relação com
os usuários, por meio do acolhimento adequado, escuta e
comunicação terapêutica, que favoreçam o diálogo e a capacidade
de resolução de problemas vivenciados no trabalho.

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