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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CAMPUS SÃO MUGUEL PAULISTA

CURSO DE PSICOLOGIA - BACHARELADO

AUTORES (AS)

ANAIRES SILVA MOURA RGM:31479707


ANDERSON SANTANA FERNANDES RGM: 31606300
KAMILA DA SILVA CHAGASRGM 32177399
        KAILLANY RIBEIRO MURIA RGM: 130972299
MARIA FERNANDA DA SILVA P. RGM:32227841
RACHEL SOUZA RICARDO RGM:31467628

RESENHA CRÍTICA

SÃO PAULO
2023
RESENHA CRÍTICA

Trabalho apresentado para a disciplina


Famílias_ perspectivas teóricas do curso de
psicologia na Universidade Cruzeiro do Sul.
Professora: Regiane Ribeiro de Aquino.

SÃO PAULO
2023
INTRODUÇÃO

A um fato que é inegável de se afirmar quando falamos sobre famílias


vulneráveis, vários são os fatores que contribuem para que muitos estejam nessa
situação. Enumerando alguns deles podemos citar, cultura, economia, desigualdade
social e outros que compõe parte das sociedades. A partir disso, podemos designar
uma explicação através de Vygotsky e sua teoria histórico-cultural e da Psicologia
Social de Silvia Lane que tiveram forte influência do materialismo histórico dialético,
como se entende alguns pontos presentes para a contribuição deste problema social
que envolve famílias em situações vulneráveis.
FAMILIA

"A Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky, em sua gênese, pressupõe uma


natureza social da aprendizagem, ou seja, é por meio das interações sociais que o
indivíduo desenvolve suas funções psicológicas superiores." (FLUXO DE
INFORMAÇÃO, 2022, Online). Por meio do que analisamos, de acordo com
Vygotsky, o ser humano vai desenvolver suas funções Psicológicas Superiores
através de sua convivência grupal e experiência de vida. Funções como: memória,
consciência, percepção, atenção, fala, pensamento, vontade e formações de
conceitos e emoções, segundo Fluxo de informação (2022). Ou seja, a família sendo
o primeiro grupo do qual somos inseridos, todos os fatores descritos acima são
componentes formados e construídos primeiramente a partir dela. Desse modo é
inevitável que a identidade, como nos traz Silvia Lane (2002), sendo uma junção de
elementos advindos tanto do meio interno quanto do externo, que passam por um
processo de internalização segundo Vygotsky, será fortemente influenciada e
possuíra grandes características herdadas de seu meio familiar. A partir daí veremos
como a teoria de Vygotsky e Silvia Lane pode se relacionar com a situação
vulnerável de algumas famílias.
FAMILIAS VULNERAVEIS

Silvia Lane (2002), a partir do materialismo histórico dialético, enxerga o


indivíduo com a sua subjetividade, que é o seu “eu” interno tendo influência direta de
sua objetividade, seu “eu” perante a sociedade e para com o mundo. "Uma pessoa é
a síntese do particular e do universal, ou seja sua individualidade se constitui,
necessariamente, na relação objetiva com o seu meio físico, geográfico, histórico e
social". (Lane, 2002, p. 12). Desse modo avaliamos que a condição de
vulnerabilidade imposta pelo contexto social e histórico sobre os membros de uma
família, implicará em sua subjetividade que irá influenciar na objetividade desses
sujeitos em relação a sociedade, estabelecendo dessa maneira um processo de
cadeia dialética, que consequentemente se dará na formação de suas identidades.
(BOCK, FERREIRA, GONSALVES, FURTADO, 2007). Com isso podemos abrir uma
discussão para pensar que uma identidade formada no meio de um contexto social,
sendo este o de uma família em vulnerabilidade, a princípio será também será
vulnerável, formando-se dessa forma um paradoxo.

“Estar em sociedade significa participar da dialética da sociedade” (p. 173),


de tal maneira que o indivíduo, ao tomar contato com condições objetivas,
historicamente determinadas, constitui sua realidade subjetiva que,
concomitantemente, ao ser objetivada constitui, por sua vez, a mesma
realidade objetiva em que vive” Berger e Luckmann (1985).

Assim como Silvia Lane, Vygotsky também abre concordância a respeito do


contexto sócio-histórico da sociedade na qual se está inserido, ser elemento
influente nas pessoas através do materialismo-histórico dialético. Vygotsky foi o
pioneiro em defender que as crianças já possuíam capacidade cognitiva mesmo
antes de frequentarem as escolas, isso nos mostra que a criança tem a capacidade
de aprender através do meio social que ela está inserida, sendo esse em especial
analisado aqui, a família. Com isso nós entendemos que as crianças vêm
construindo o seu sistema Psicológico Superior desde seu nascimento, ainda que
seja de modo gradativo. Vygotsky, acredita que a situação em que uma criança vive
vai influenciar em sua aprendizagem, pois o modo que ela se alimenta, a instrução
que recebe dos pais, e as condições que vive vão contribuir para a construção de
suas funções psicológicas superiores sendo essas, a fala, percepção, vontades e
formações de conceitos e sentidos de acordo com, Fluxo de informação (2022).

Portanto de acordo com aquilo que a criança aprendera, isso vai influenciando
diretamente no desenvolvimento do adulto que ela poderá se tornar, e desse modo
como ela irá reagir diante de uma situação onde estará vulnerável. Vygotsky afirma
que aquilo do qual o ser humano presencia em seu meio social ele internaliza e o
transforma, o que foi aprendido é passado por um processo de metamorfose.
(MATTOS, CASTANHO, FERREIRA, 2003) Isso nos evidência o entendimento de, todavia
tudo o que é aprendido pelo homem, sendo advindos particularmente aqui, em
relação ao meio familiar vulnerável do qual se encontra, no decorrer de seu
desenvolvimento, pode ser modificado. Pois desse modo a teoria nos direciona a
enxergar que uma família em situação de vulnerabilidade pode transformar a sua
realidade a partir dos conhecimentos adquiridos durante o seu processo de
desenvolvimento independente da situação em que se encontra.
CONCLUSÃO

Desse modo, o que se compreende através de Vygotsky e Silvia Lane, é que uma
situação de vulnerabilidade durante o desenvolvimento de uma família, pode ser vivida por
causa do meio social onde ela está inserida assim como afetará a constituição de sua
identidade.    Pois seu ciclo social irá interferir de forma significativa no desenvolvimento
pessoal de cada membro, assim como na visão social que essa família poderá passar para
outras classes da sociedade e como ela será representada socialmente. Afinal, existe um pré-
conceito de que famílias em situações de vulnerabilidade são pessoas inferiores, no sistema
capitalista do qual estamos inseridos onde as pessoas com menor poder socioeconômico,
vivem processos de exclusão social e acabam por não terem muitas oportunidades de melhoria
de vida, além de sentimentos como incapacidade e autodepreciação serem emergentes.

Conquanto, foi muito gratificante se aprofundar nessa abordagem teórica, socio-


histórica que segundo Vygotsky essas famílias podem modificar sua realidade durante seu
desenvolvimento alterando desse modo consequentemente suas identidades que são
produzidas por meio de uma dialética sujeito e sociedade segundo Silvia Lane (2002),
estabelecendo consequentemente desse modo uma nova identidade.

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