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Família na

Perspectiva da
Psicologia Sócio-
Histórica
Maria Irene Ferreira Lima Neta
Maria Rozineti Gonçalves
CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO PARA A
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA

Singularidade
Histórico

Cultural

Social

Linguagem
Ativo
Historicidade
 HOMEM:
“Para nós - diz
 Ser histórico ede relações, Vigotski - o homem é
sendo estas realizadas por uma pessoa social.
meio dos grupos dos quais
participa. Um agregado de
relações sociais
encarnadas num
É por meio dos grupos que indivíduo ”
o homem se constitui. (Sirgado)
 FAMÍLIA:
 Grupo social, o primeiro
local de crescimento do
indivíduo.

 Responsável não apenas


pela formação inicial do ser
humano, oferecendo
referências de afeto, valores
e comportamentos privados
e públicos,
 mas também influencia os
aspectos da vida social,
profissional, amorosa e os
cuidados de saúde e doença.
 A família se refere a esses processos complexos e
contraditórios de formação, do nascimento até a morte do
ser humano, oferecendo referências de afeto, valores,
comportamentos privados e públicos, vida social, profissional,
amorosa e cuidados de saúde e doença.

 O sujeito pode reconhecer como família as pessoas com as


quais mantém qualidades vinculares, sendo estas de laços
consanguíneos, conjugais ou demais vínculos.

 É a práxis humana que vai configurando o que hoje chamamos


de família na sua diversidade.
 Na perspectiva sócio-histórica, afirma-se
que em uma relação entre pai e filho
nenhum ocupa as suas funções se não a
SIGNIFICAR como tal:
 “...a posição de pai é função do
reconhecimento do pai por parte do filho
e a de filho é função do reconhecimento
do filho por parte do pai, pois ninguém é
pai sem o reconhecimento do filho, nem
filho sem o reconhecimento do pai”
(SIRGADO, 2000, p. 72).
 a mesma configuração é
categoria de cabível para os demais tipos
de relações familiares, como
interiorização da irmãos, tios, primos, avós e
significação do demais. Pois a interiorização
outro no mundo se dá nas relações vinculares,
interno do onde cada pessoa envolvida
relaciona-se
indivíduo contraditoriamente com o
outro, pelo reconhecimento
mútuo.
FAMILIA
É o primeiro grupo afiliativo, ou seja, o primeiro espaço
de pertencimento e de referências.

Como DISPOSITIVO SOCIAL, é responsável pela


reprodução sexual, pelo trabalho, pelo cuidado e
educação das novas gerações, pelo processo de
humanização, socialização.
Em princípio, deve permitir o crescimento e o
protagonismo de cada indivíduo/membro
respeitando suas singularidades e particularidades.

A família também sofre modificações por processos


internos decorrentes das relações entre seus
membros, e externos decorrentes das condições
sociais e históricas em que se insere.
Desde o seu surgimento até a
atualidade, a família tem
passado por inúmeras mudanças
estruturais, funcionais,
econômicas e sociais.
Na atualidade, há uma diversidade de
configurações familiares, tais como
monoparental, homoafetiva, sem
filhos, famílias de segunda união em
que se agregam filhos do primeiro
relacionamento de ambos ou de
apenas um dos membros do casal.
Todas essas mudanças fizeram aumentar os
relacionamentos que antes era apenas de
pai, mãe, filho para padrasto, madrasta,
meio-irmão(ã) e assim por diante.
Esta diversidade levou Castells (1999) a se
questionar se seria o fim da família.
 Concordamos com Negreiros e
Féres-Carneiro (2004, p.43)
quando afirmam que
“o que se dissolveu foi a
família idealizada” e que nessas
novas configurações, cada um
tem de se reinventar em seus
diversos papéis familiares, sem
de seguir um modelo “ideal”, ou
podemos dizer verdadeiro.
 Essas novas configurações familiares
podem levar a pensar que houve
uma substituição de modelos
antigos por novos, quando, na
realidade, o que há, é uma
vivência conjunta desses
diferentes modelos.
Assumiremos família
Tem relações dialógicas e contraditórias Podem desenvolver intimidade, educação,
entre seus membros respeito, apoio e protagonismo.

Contraditoriamente, estas mesmas relações podem gerar


distanciamentos afetivos, descontruir potências e gerar sofrimento
físico e psíquico, anular o protagonismo.

As relações dialógicas e vinculares


Por si só não têm uma única qualidade e São construções dinâmicas que sofrem as
direção mais diversas influências.
As relações familiares
sob a ótica da psicologia
sócio-histórica
 podem ser vista como relações construtivas,
destrutivas, como também com vivências dialéticas
entre ambas as configurações.

 Padrões de construtividade → cumprem com a


responsabilidade deste dispositivo social, que é a
reprodução, o cuidado e a educação implicados
na socialização das novas gerações, nas três
dimensões do ser humano: consciência, afeto e
atividade.

 Padrões de destrutividade → são as que, em


geral, mostram-se com padrões de isolamento,
preconceito e discriminação, de forma que não
proporcionam protagonismo para o individuo.
 Entendemos que os grupos vão formando as suas
próprias regras, formas de agir, de conviver e assim vão
formando os estilos de cada grupo, de cada famílias.

Construtivas
Famílias

Destrutivas

Mescladas
Padrões familiares

Construtivas Destrutivas

Apresentam-se como
Padrão e estilo familiar de isoladas, preconceituosas e
cuidado, acolhimento e discriminatórias, pois
união, pois nestas há nestas há mágoas,
escuta, apoio e angústias entre os
companheirismo. familiares, dificultando as
relações entre os mesmos.
• Auxiliam o indivíduo na busca de protagonismo;

Construtivas • Oferecem ou buscam as condições materiais necessárias para este


processo;

• E imateriais - apoio e afeto

• Não proporcionam protagonismo;

Destrutivas • Não possibilita autonomia e criatividade

• Tem ambas as configurações;

Mescladas • no mesmo núcleo ou diferentes entre nuclear e


extensa
Construtiva

Família

Destrutiva
 O preconceito, partindo dos familiares, pode ter uma
implicação familiar negativa, de forma que se a pessoa não
conseguir romper com esta negatividade familiar e criar
outros vínculos mais construtivos nas relações familiares,
obtendo assim essa corporalização, ela estará sempre se
destruindo independentemente de onde estiver.

Contudo, o rompimento familiar nunca é total, uma vez que


não é possível mudar de família, mas sim reconstruir de forma
construtiva e positiva as relações que geram sofrimento.
FOCO:
Qualidade das relações
estabelecidas entre seus membros

Relação que auxilie a pessoa em


seu processo de subjetivação, e
que proporcione protagonismo.
 O homem, ao instaurar novas
necessidades e potencialidades, pode se
permitir vivenciar relações mais
qualificadas e de pertencimento.

 A partir de sua criatividade é possível


potencializar o estabelecimento de novas
formas de comunicação e interação social
a fim de tornar construtivos os seus
vínculos familiares, sociais, profissionais e
afetivo-sexuais.
 Não negamos os vínculos consanguíneos, parentais,
conjugais, extensos como familiares, apenas os
ampliamos de forma a serem relações
qualificadas e construtivas para todos os
envolvidos.
 E que possibilitem uma construção subjetiva de
forma a permitir ao sujeito apropriar-se de sua
história pessoal e social, pois ambas constituem o
ser humano, e assim permitir-lhe fazer diferente e
criativamente.

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