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Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Edson de Castro Milima
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
1. Introdução
Falar sobre o papel da família na esfera social especialmente na identidade sexual torna-se cada
vez mais emergente porque a família é uma base de construção do carácter social da sociedade.
Neste texto faz-se uma abordagem que problematiza o que se constrói realimente, uma simples
orientação sexual ou níveis de desigualdade com base no sexo. Essa reflexão pretende suscitar
dos nossos leitores e críticos uma visão acomoda sobre a realidade social da família na
identidade sexual dos actores sociais. A família como agente de Socialização constitui uma
forma de mediação, instrumento de inserção na vida social, será outro dos conceitos subjacentes
no presente trabalho, onde se procurou reunir algumas observações sobre determinadas
características e aspectos evolutivos dos papéis sociais de idade e sexo, condicionantes dos
papéis sociais familiares.
1.1. Objectivos
1.3. Metodologia
Para Realização desse trabalho nós como grupos optamos em fazer uma análise e revisão de
várias obras literárias.
O PAPEL DA FAMÍLIA NA IDENTIDADE SEXUAL
Sentido de Identidade Sexual
Segundo Castells, (1999; p. 22), “entende-se por identidade a fonte de toda experiência do
povo”. E a identidade social se faz pela transmissão de crenças religiosas, práticas morais,
tradições nacionais, tradições profissionais, opiniões colectivas que se transmitem de uma
geração a outra. Esta transmissão metódica, como enfatiza Durkheim, diz respeito à infância e
acaba com a iniciação considerada como um segundo nascimento, aquele do ser social.
Tal como a identidade social a sexual constrói-se pela transmissão de crenças religiosas,
praticas morais, tradições nacionais, profissionais, opiniões colectivas sobre a orientação sexual
da geração mais experiente a geração menos experiente.
Os indivíduos são educados para que venham a continuar biológicas e socialmente a estrutura
familiar. Ao realizar seu projecto de reprodução social, a família participa do mesmo projecto
global, referente à sociedade na qual está inserida. É por isso que ela também ensina a seus
membros como se comportar fora das relações familiares em toda e qualquer situação. A família
é, pois, a formadora do cidadão.
Um outro aspecto a prestar atenção é o potencial da lei moral sobre os indivíduos. Porque para
família transmitir tais valores não é de bel-prazer mas, porque a lei moral que permite a
integração social coage os pais até os filhos seja consciente ou inconscientemente.
Dias (1998) nos chama atenção sobre como o modelo de família foi se alterando conforme as
transformações decorrentes da organização da sociedade, sendo factor relevante a Revolução
Industrial, que gerou um aumento na mão-de-obra contribuindo para o ingresso das mulheres
no mercado de trabalho, assim assumindo parte da responsabilidade do sustento familiar. Essas
mudanças acabaram por gerar também um afastamento da mulher do lar, e de maneira forçada
aproximou o homem dos filhos contribuindo também para a divisão de algumas tarefas do lar.
Os pais como membro de uma família possuem um papel indispensável na estrutura social e
sexual dos filhos. O veículo que se usa para transmissão dos valores sexuais que permitem a
sua construção identitária é a interacção social com que os membros de uma família se munem.
Isto é, se o nível de interacção numa família é baixa comparada a conflito torna difícil falar de
algo “profundo” como a identidade sexual dos pais aos filhos e vice-versa.
Estudos mostram que a falta de comunicação dos assuntos que tem a ver com a identidade
sexual dos filhos na família causa grandes problemas na estrutura identitária; caso que suscita
estudos sociológicos dos níveis de interacção da família.
Qualidade do ambiente familiar é um dos factores com maior peso na mediação do nível de
desempenho do autoconceito das habilidades, grau de dificuldade da tarefa e expectativas por
parte dos filhos. Os pais exercem um papel preponderante na mediação destas variáveis, no
percurso académico dos filhos e na orientação vocacional e sexual. (Fleming, 2010).
Os pais tornam-se a base de toda experiencia dos filhos onde buscam exemplo de orientação
sexual e social, desta feita, o destorcimento deste papel na estrutura familiar traz consequência
proporcionais na estrutura sexual dos filhos de uma família.
O papel sexual, que é definido primeiro pelo treinamento prematuro da criança na família, é,
em casos bem-sucedidos, grandemente reforçado pelos controles de tipificação sexual a que ela
é sujeita mais tarde. «Em seu grupo lúdico, na escola, nas organizações em que participa, a
criança ganha prestígio se aprende o código sexual apropriado, com os seus ritos e metas; mas
enfrenta grande castigo social (e, às vezes, físico), se o não faz».
Bauman afirma que a identidade é uma das maiores questões dos indivíduos líquidos modernos
e está “colocada no topo de seus debates existenciais”. A identidade própria, o que define o ser
humano como pessoa única, por assim dizer, é definida pelo teórico como “a rejeição daquilo
que os outros querem que você seja”. É necessário entender o que torna o indivíduo único, o
que lhe define como ser humano. Porém, num mundo globalizado e líquido, cheio de
identidades mutáveis, fica difícil entender o que exactamente faz de um indivíduo único (se é
que tal coisa é possível). (Bauman, 2004 p.30).
ARON, Raymond. As etapas do pensamento Sociológico; editora Martins Fontes; São Paulo,
1999.
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro:
Zahar, 2004.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade; editora paz e terra; São Paulo, 1999.
HEILBORN, Maria Luiza. Dois é par – género e identidade sexual em contexto igualitário,
editora Garamond, Rio de Janeiro: 2004.