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INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA

Departamento de Ciências Sociais e Jurídicas


Curso de Licenciatura em Filosofia e Ética

TEMA:
CORPO SOCIAL: A DIFERENCIAÇÃO E O PARENTESCO
Nome:
Edson Augusto Dinis Meque
Jacinto Fernando
Marcílio

1o ano. Turma A.

Cadeira: Antropologia Cultural


Docente: Prof. Luís Cipriano

MAPUTO, Outubro de 2021


ÍNDICE
INTRODUÇÃO

A Antropologia preocupa-se com o homem, pois vê-o como um determinante dos feitos nas
sociedades, isto é, a medida de todas as coisas. Então ela vai inquerindo a sua vida, seus
hábitos e seus costumes, isto na sua cultura. É daí que partimos neste presente trabalho para
olhar o Corpo Social nos seus elementos fundamentais.

Nas sociedades, podemos encontrar a Diferenciação, ainda mais além o Parentesco. Sera
nestas vertentes que iremos nos focar trazendo o sentido destes elementos e como se
manifestam ou são exercidos nas sociedades, suas manifestações e seus processos.

Este trabalho fizemo-lo em capítulos, dentro deles encontram-se os títulos e subtítulos, onde
desabrochamos o conteúdo daquilo que fomos investigando de forma detalhada para que não
haja reserve.

Na Diferenciação referimo-nos em que ela consiste e o seu percurso ao longo da história e da


vida dos homens. No parentesco, trazemos o seu significado e como está organizado nas
diversas sociedades, e ainda desenvolvemos elementos como o casamento, como tem sido
feito em determinadas sociedade, de forma geral; e a família e seus constituents.

É um trabalho que vale-nos até aos nossos dias pois nos faz depararmo-nos com nossa
própria realidade actual assim como passada; oferece-nos, ainda, uma vaga de conhecimentos
sobre a organização das nossas sociedades.
CORPO SOCIAL (1): A DIFERENCIAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
Universalidade do Fenómeno

1.1. O ideal da igualidade

Segundo Martínez (pág. 115), na história da humanidade contatou-se sempre o ideal da


igualidade fundamental dos seres huamnos, sem distinção de idade, sexo ou condição social,
como tendência fundamental e permanente da pessoa humana, hoje o que vem consagrado na
Declaaração Universal dos Direitos Humanos e na maior parte das Constituições nacionais.
Podemos encontrar este princípio também nas Constituições da República de Moçambique.

Mas podemos encontrar em muitas sociedades descriminações, consagradas pela cultura ou


pelos direito positivo, que diferenciam socialmente as pessoas por causa do género, da idade
e da condição social.

1.2. A existência da diferenciação

Segundo Martínez (2014, p. 116), a questão da diferenciação é universal. Existe uma


diferenciação natural baseada em factores físicos e psicológicos: A diferenciação sexual do
homem e da mulher e as funções próprias de cada sexo, associadas aos comportamentos
mentais; a diferenciação etárica que envidencia a diversidade de funções próprias de cada
idade. Isto é um universal cultural, pois acontece em todas as culturas com maior ou menor
incidência.

1.3. Conotação cultural

De acordo com Martínez (2014, pág. 116), a cultura é que dá significados próprios, cria
instituições e estabelece funções com um código de comportamento anexo para as
diferenciações naturais. Estes significados, intituições, funções e código de comportamento
variam de sociedade para sociedade. A diferenciação social é diversificada Segundo as
culturas, isto é, o que numa determinada cultura é feito por um homem, numa outra feito por
uma mulher. Há culturas de linhagem patrilinear e outras matrilineares.
1.4. Diferenciação em mudança

Segundo Francisco L. Martínez (2014, p. 116), actualmente por causa da modernidade e os


processos de globalização, os estatutos clássicos e funções dos membros da sociedade estão a
mudra a um ritmo muito rápido. Muitas atribuições dentro da família, no mundo professional,
na política e na economia e mais lentamente na religião não dependem mais
fundamentalmente do sexo, são considerados outros factores como aptidão, preparação,
interesses, habilidades, rendimentos, e outros.

2. DIFERENCIAÇÃO POR GÉNERO


2.1. Existência

De acordo com Martínez (2014, p. 116), em geral cantata-se certa superioridade cultural
masculina sobre a feminine com um dato de facto, no statu que o homem tem e nas funções
que exerce nas várias sociedades. Podemos ver como exemplo na maior liberdade do homem
no comportamento sexual, a sua autoridade dentro da família, na religião, o seu acesso às
diferentes profissões. Mesmo nas sociedades modernas vê-se isso.

2.2. Análise
2.2.1. As sociedades de facto reservam papeis diferentes e diferenciados para o homem e
para a mulher. O homem tem uma preparação para a vida adulta e social diferente da
mulher. Tais papeis diferenciam-se Segundo cada cultura.
2.2.2. A actividade sexual é regulamentada pelas culturas, com padrões de comportamento
próprios:
a) Há normas que se estabelecem com quem, como e quando se pode manter relações
sexuais. Assim, por exemplo, está regulamentado o matrimónio, as relações
conjugais, etc.;
b) Há leis chamada negativas, que tem por finalidade estabelecer certas proibições no
campo sexual;
c) Há leis punitivas para estabelecer ordem social ou familiar quebrada, isto é, em
caso de adultério, de violação, de incest, de divórcio;
d) As relações sexuais podem ser ritual em certas circunstâncias: em algumas
cerimónias de purificação, e abstinência antes de outras cerimónias, variando de
cultura para cultura.

2.2.3. Mudanças culturais

Quanto a diferenciação sexual, actualmente aparecem novos códigos de comportamento que


postulam a igualidade de status e de funções para ambos os sexos. Vão se superando os
conceitos de diferenciação e de igualdade de sexos. Dados indicadores desta mudança podem
ser os seguintes: o período da adolescência é sempre mais unisex; a troca de papeis na vida
doméstica; a vida professional dos dois cônjuges for a do lar.

3. DIFERENCIAÇÃO POR IDADE


3.1. Universalidade do fenómeno

Segundo Martínez (2014), a idade é uma condiçao biológica. Os membros de qualquer


sociedade podem se divider naturalmente tendo em conta a sua idade em crianças, jovens,
adultos e anciãos. A ciência da Estatística usa frequentemente este aspectos para apresentar
determinados resultados. esta diferenciação dos membros da sociedade por idades não tem
nenhum significado específico. É um dado de antropologia física e da biologia.

3.2. Conotação cultural

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 118), a este dado biológico as sociedades dão-lhe de
facto conotações culturais, com associação de ideias e significados a cada um dos grupos
etários considerados. Assim, as criaças associam-se as ideias de fragilidade, pequenez,
transparência, entre outros; aos jovens, ideias como força, ardor, entusiasmo, e outros; aos
adultos, ponderação, juízo, contância, responsabilidade; ao ancião, sabedoria, tranquilidade,
paz interior, estabilidade. A idade faz adquirir tal conotação.

As culturas têm intituições, funções e padrões de comportamento para cada um dos grupos
etários que variam de sociedade para sociedade. As funções que seriam próprias dos jovens
numa determinada sociedade podem ser exercidas por um adulto noutra socidade; sendo
Segundo a tradição cultural.

A passage de uma fase para outra da vida não é apenas um facto biológico, é também facto
cultural. Por isso a sociedade tem intituições próprias e estabelece as normas para cada um
desses momentos cruciais, acompanhados com um ritual. Tais rituais são os chamados ritos
de iniciação, ou cursos escolares, as cerimónias acadêmicas, as formaturas, os juramentos, as
coroações, entre outros.

Seja como for, todas as sociedades põesm alguma diferenciação dos seus membros de acordo
com a idade em maior ou menor grau, Segundo o próprio contexto cultural. Numa sociedade,
as divisões são feitas em base a idade cronológica, independentemente da relative maturidade
psicológica; noutras com base na idade cultural, quando atingir o status de membro adulto,
observando o processo ritual próprio, independentemente da idade.

4. OUTRAS DIFERENCIAÇÕES

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 119), nas sociedades onde existe ainda o sistema
politico monárquico, a diferenciação pela descendência é aplicada na transmissão e no
exercício do poder. Noutras sociedades persiste a diferenciação dos seus membros por castas
ou estratificação. Há também certos tipos de diferencição dos membros da sociedade pela sua
participação em associações políticas, profissionais, lucrativas, artísticas, desportistas, de
utilidade social e religiosas.

Com a modernidade actual, aceita-se a diferença de papeis sociais, politicos ou profissionais,


mas sem nenhuma classe de desigualidade. As nossas sociedades aparecem mais como
comunidades com percentagem mínimas de diferenciação social.

CORPO SOCIAL (2): O CASAMENTO, A FAMÍLIA E O PARENTESCO

1. O CASAMENTO
Segundo Francisco Martínez (pág. 121), o casamento diz respeito às relações de afinidade. É
ele que vai dar autoridade às relações de sangue. Em certo sentido, o matrimónio é mais
importante que mesmo os laços de sangue: estes últimos são compulsories, enquanto os laços
de afinidade são conduzidos pelas pessoas. O matrimónio tem o seu símbolo na aliança ou
anel, que está a indicar a união conjugal, isto é, a aliança entre dois membros de grupos e
sexo diversos.
1.1. Generalidade

De acordo com Francisco Martínez (pág. 121), o casamento é uma instituição social que visa
estabelecer vínculos de união estáveis entre o homem e a mulher baseados no
reconhecimento do direito de prestações recíprocas de comunhão de vida e de interesses,
Segundo as normas das respectivas sociedades. Entre as variadíssimas formas e normas de
existentes de casamento, permanece sempre o facto da comunhão, socialmente reconhecida e
regulada.teremos

Teremos sempre em conta as duas componentes essenciais desta união intitucionalizada: a


aliança eterossexual, que cria vínculos estáveis entre o homeme e a mulher e os respectivos
grupos familiars.

Segundo Francisco Martínez (pág. 122), o casamento faz dos contraentes marido e mulher e
transforma os ‘‘status’’ de gerador e geradora em pai e mãe. O objective da procriação teve
sempre tal importância que a esteridade e a impotência podia invalidar o casamento. O
casamento é também intrumento de aliança entre grupos familiares.

A cerimómia nupcial que manifesta socialmente a decisão dos contraentes se pode reduzir a
um simples acto jurídico, ou um processo ritual mais complex, rico em cerimónias e
símbolos, compost por várias fases com períodos de tempos mais ou menos prolongados. O
casamento tem também uma dimensão comunitária, que requer, além da presença da família
dos cônjuges, a participação dos membros da comunidade ou ao menos, os representantes
mais significativos.

A norma do casamento nas diferentes sociedades contempla as questões que podem aparecer
durante a vida matrimonial, isto é, a infidelidade do homem ou a da mulher, através do
adultério, a rupture do vincula, provocando o divórcio. As causas do divórcio variam de
sociedade para sociedade. Podem ser a esteridade, a impotência, a incompatibilidade de
carácteres, as desgrças domésticas, e outros.

1.2. Tipologia

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 123), pode-se classificar o casamento em diversas
sociedades, em:

1) Monogâmico: casamento entre um homem e uma mulher;


2) Poligâmico: - poligínico: casamento de um homem com várias mulheres; -
poliándrico: casamento de uma mulher com vários homens. Pode-se considerer como
formas furtivas de poligamia nos casamentos monogámicos: o concubinato, o
amantismo, a compreensão pelo adultério, e a prostituição.
Atendendo à escolha dos nubentes, o casamento pode ser classificado em:

a) Livre, quando os nubentes têm plena liberdade na escolha do seu parceiro;


b) Preferencial, quando apenas se considera aconselhável que o indivíduo despose uma
determinada pessoa ou entre as pessoas de uma determinada categoria social;
c) Prescrito, aquele que compulsório e preestabelecido, onde se fica comprometido logo
ao nascer. Estes noutras sociedades são proibidos enquanto em alguns são
obrigatórios.

Quanto a procedência cultural dos cônjuges, o casamento pode ser classificado em:

a) Casamento endogámico, isto é, ambos os cônjuges pertencem ao mesmo grupo sócio-


cultural; b) casamento exgámico, quando os cônjuges são de grupos sócio-culturais
diferentes.

Por modalidade o casamento pode ser:

a) Por livre comhecimento e interesse dos contraentes; b) em que a família tem papel
decisive; c) o casamento em que se requer o conhecimento tantos dos nubentes como
das famílias; d) casamento em que está prescrito o lobolo, como acto fundamental; e)
casamento em que não há nada estabelecido sobre o lobolo, apenas se exige o comum
acordo e aprovação formal da sociedade; f) o casamento por herança, como o levirato
que é o irmão do falecido receber a viúva como esposa, e o sonorato, a irmã da
falecida receber o viúvo como esposo.

Considerando a residência pós-nupcial, temos:

a) A estrutura mais simples é a conjugal, numa unidade autónoma, que chamamos de


neo-local, em que os esposos abandonam as respectivas famílias.
b) Casamento definido patrilocal, a esposa passa a morar na casa do pai do esposo. O
resultado desta formação são grupos de colaboração masculina. As mulheres reside na
casa dos esposos.
c) O casamento matrilocal é aquele em que o esposo passa a morar na casa da mãe da
esposa. As mulheres ficam juntas toda a vida na mesma residência.
1.3. Normativa

Segundo Francisco Lerma Martínez (2014, p. 125), são leis que estabelecem os direitos e
deveres dos contraentes e demais pessoas implicadas no processo, proibições e punições no
caso de infração da lei. Aqui nada é deixado ao acaso e contemplam as relações sexuais
dentro e for a do matrimónio, a procriação, a comunhão de vida, a residência do novo casal,
os aspectos económicos e rituais.

Há categoria de parentes com as quais é proibido casar, e certas categorias que não é lícito
mater relações sexuais. Universalmente, isto é considerado de incesto. O incesto pode ser
definido como a proibição universal das relações sexuais entre consaguíneos, geralmente com
parentes do primeiro grau. O estudioso C. Lèvi-Strauss apresenta três explicações sobre a sua
rarão: - Seria uma medida de proteção, tendo por finalidade defender a espécie dos
resultadosnefastos dos casamentos; - Se poderia explicar por tendências psíquicas; - ou por
factores sociais.

2. A FAMÍLIA

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 126), famíla, do latim ‘famulus’, designava serviçal,
domestic; por sua vez, provém do sânscrito faama-dháman, (radical ‘‘dha’’), que significa
pôr, pousar, assenter.

2.1. O uso do termo

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 126), o uso do termo ‘‘família’’ é ambíguo, com
significados muito diferentes. Podemos definer com mesmo termo agrupações de ordem,
estruturas e composição diferente em base a critérios de agregação de cada uma das culturas.

O estudioso G. P. Murdock, falando da família, considera fundamental o grupo composto por


pai, mãe e filhos (nuclear, ou como se fosse um átomo); e mais outros agrupamentos maiores,
da mesma índole (como se fossem moléculas).

O antropólogo C. Lévi-Strauss, aceitando a grande difusão deste conceito família, critica a


sua naturalidade e universalismo, e observa que podem existir, de facto, sociedades que
conformam as estruturas familiares de forma diferente.
2.2. As relações humanas
a) A relação universal do homem e da mulher;
b) A relação criada dos pais com os recém-nascidos;
c) As relações de gerações diferentes;

A família representa ordenamento e a padronização de normas de comportamneto no que se


refere ao sexo. Regulamenta os direitos, os deveres com relação à prole, à sua educação e a
responsabilidade com os novos membros da sociedade.

O urbanismo, a revolução industrial e as migrações deu alguams consequências de crise, que


são: a diminuição do tamanho da família, de extensa passa lentamente a nuclear; o trabalho
de ambos os cônjuges for a do lar; perda do character religioso; transferência de muitas das
funções para o Estado e organizações privadas, e outras.

2.3. Relações de afinidade

Segundo Francisco Martínez (pág. 127), na afinidade parte-se do facto de que na família,
marido e mulher não são parentes consanguíneos. Os laços de afinidade têm uma grande
importância no conjunto da organização social de qualquer agrupamento humano. Este tipo
de relação é responsável em grande percentage pela distribuição de benefícios, pela luta na
diminuição de distâncias sociais, e por muitas alianças.

Na família pode se discerner várias instituições: o namoro, o noivado, o casamento e a vida


conjugal. Tais instituições familiares são universalmente reconhecidas, embora em cada
sociedade assumam formas diferentes.

2.4. Classificação das famílias


2.4.1. Considerando o número de membros:
a) Família nuclear: a menor unidade ligada por laços de consanguinidade, de afinidade e
de adopção;
b) Família extensa: congrega várias famílias nucleares, agrega vários casais.
2.4.2. Considerando a descendência:
a) Patrilinear
b) Matrilinear
c) Bilaterais.
2.4.3. Por outras considerações:
a) Família composta: unidade composta de três ou mais cônjuges e seus filhos
(madrasta, padrasto, enteado).
b) Família de orientação: onde o indivíduo nasceu e foi criado.
c) Família de procriação: inclui os cônjuges e filhos.

3. O PARENTESCO
3.1. Generalidades

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 29), muitos são os estudos do parentesco na
sociedade de pequena escala, mas poucos de sociedade de grande escala. As relações de
parentesco estão tão enraizadas em nós que elas actuam de forma decisiva.

Nas sociedades, os indivíduos pertencem a grupos de descendência comum. O cunjunto de


indivíduos que partilham esta qualidade formam o grupo de parentesco. A descendência é a
consequência directa da procriação, e o parentesco é o seu reconhecimento social e cultural.
A cultura estabelece o parentesco.

3.2. Termos técnicos

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 129), os termos que apresentamos são indispensáveis
para a compreensão de qualquer estudo em Antropologia

- O termo parentesco: em sentido amplo significa tanto laços de sangue


(consaguinidade) como laços de afinidade (casamento). Mais específico significa
laços de sangue.
- Laços de parentesco:
a) Laços de sangue: descendência, consaguinidade; a relação entre estes parentes se
deve a vínculos de descendência ou fraternidade, tais como entre pais e filhos, entre
outros.
b) Laços de afinidade: casamento; parentes afines originados pelo matrimónio, isto é,
entre esposos e a suas respectivas família.
c) Laços fitícios, adopção: parentes fitícios, originados pela adopção.
- Descendência

A descendência ou linhagem é o grupo cujos membros se sentem unidos entre eles por
descendência de um antepassado comum conhecido (a uma distância de quarto ou cinco
gerações). Cada um pode definer-se em relação a ele: filho, neto, bisneto, tetaraneto. A
linhagem é sentida como um grupo de parentesco estreito e funciona sempre como uma
unidade aberta exogámica.

A descendência é também denominada linhagem patriarchal e matriarchal: os dois termos


emu ma contação política, referindo-se ao exercício do poder.

- Esquema geral: Descendência ou linhagem


1) Descendência ou linhagem unilinear ou unilateral:
a) Patrilinear: se transmite através dos varões; é reconhecida como descendência
masculine ou agnática.
b) Matrilinear: se transmite através das mulheres; é reconhecida como feminine ou
uterine.
2) Descendência ou linhagem bilateral ou bilinear

Aqui se reconhecem os dois grupos contemporaneamente e misturam-se os aspectos de cada


uma das descendências. Em certos casos faz-se a distinção entre genitor ou pai biológico, e
paternidade socialmente reconhecida.

3) Descendência unilateral dupla: aceitando a descendência fundamentalmente


unilateral, pode se aceitar alguns aspectos da descendência patrilinear e outros da
matrilinear. Misturam-se as descendências.

4. TERMINOLOGIA DO PARENTESCO
4.1. Noção

Segundo Francisco Lerma Martínez (p. 131), L. Morgan foi o primeiro a apresentar a
terminologia de parentesco. Podemos definí-la como o sistema simbólico de denominação
das posições relativas aos laços de descendência e de afinidade. Existem dois tipos de
terminologia: descritivo e classificatório.

4.2. Sistemas

a) Descritivo: se usa um termo diferente para designar cada parente.

b) Classificatório: se usa um termo para designar um grupo ou uma classe de pessoas.


Na antropologia clássica apresentam-se seis sitemas básicos de terminologias que têm em
conta os termos que se usam para designar os parentes, as oposições de gerações, de linhas,
de género e de idade.

4.2. Clã: se refere a um grupo de pessoas, dotados de um nome, de descendência


unilinear, isto é, grupo de descendência de um antepassado comum muito distante,
impossível de reconhecer seu posicionamento em relação a si.
4.3. Fratria: um conjunto de clãs. Trta-se de segmento do grupo social maior que
exclui o casamento entre os seus membros, considerados irmãos entre si.
4.4. Tribo: um conjunto de fratrias. Estes termos actualmente estão em desuso.
4.5. Primos paralelos e primos cruzados: paralelos são filhos de irmãos do
mesmo sexo; cruzados são filhos de irmãos de sexo oposto.
4.6. Apresentação gráfica dos laços de parentesco

HOMEM MULHER HOMEM E MULHER; = CASAMENTO; │FIILAÇÃO; ─ FRATERNIDADE


CONCLUSÃO

Tendo nós terminado com a indagação do presente trabalho, podemos concluir que no Corpo
Social encontra-se a Diferenciação e o Casamento, a Família e o Parentesco como elementos
essenciais que o constituem, sendo como a estrutura e a vida da sociedade na qual as pessoas
diferentes em género ou em posição, ou até mesmo em estatura e idade, nela orientam a vida.

A diferenciação é universal. É algo imprecendível na vida humana e nas sociedades, pois elas
não são feitas de pessoas iguais, há sempre algo de diferente, e é isto que vai dando distinção
de um em relação ao outro, e enriquecendo de complementaridade.

Existe uma diferenciação natural baseada em factores físicos e psicológicos: A diferenciação


sexual do homem e da mulher e as funções próprias de cada sexo, associadas aos
comportamentos mentais; a diferenciação etárica que envidencia a diversidade de funções
próprias de cada idade. Isto é um universal cultural, pois acontece em todas as culturas com
maior ou menor incidência.

E, ainda, o casamento diz respeito às relações de afinidade. É ele que vai dar autoridade às
relações de sangue. Em certo sentido, o matrimónio é mais importante que mesmo os laços de
sangue. Este é feito de diversas maneiras, dependendo da cultura da sociedade onde é
realizado.

Podemos, por conseguinte, concluir que a família é um núcleo composto por pai, mãe e filhos
(nuclear, ou como se fosse um átomo); e mais outros agrupamentos maiores, da mesma
índole (como se fossem moléculas). Ela pode ser nuclear ou alargada, onde há uma relação de
afinidade e há seus elementos constituentes, dependendo da sociedade.

Por fim, podemos ainda inferir que conjunto de indivíduos que partilham um descendente
comum formam o grupo de parentesco. A descendência é a consequência directa da
procriação, e o parentesco é o seu reconhecimento social e cultural. A cultura estabelece o
parentesco.

Assim, estes elementos são constituentes da socidade, pois ela tem uma estrutura que põe em
certa ordem as pessoas que nela vivem. Decerto que alguns elementos podem estar em desuso
pelo avanço humano no que concerne à novas realidades e pela globalização, mas mesmo
assim há sempre uma linha de orientação que determina os que estão enquadrados numa
sociedade, isto constitui o jeito como se comportar e viver nela.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. MARTÍNEZ, Francisco Lerma. (2009). Antropologia Cultural: Guia para o Estudo. 6a


edição. Maputo. Paulinas Editorial.

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