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LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO
CADEIRA: ANTROPOLOGIA CULTURAL DE MOÇAMBIQUE E HISTÓRIA
ALIMENTAR
Discentes: Docente:
Alice Matola dr. Féliz José Libombo
Domingos Victor
Doina Vírgilio
Emília António “É preciso seguir adiante, não importa o
Sandra Paninga quão difícil isto possa parecer”
Zaida Múaque
Paulo Coelho (O Monte Cinco)
Conteúdos
O termo gênero vem do latim genus, que significa “nascimento”, “familia”, “tipo”.
Papel de gênero referere-se ao modo de agir em determinadas situações conforme o gênero atribuído,
ensinado às pessoas desde o nascimento.
Na antropologia, a distinção entre homens e mulheres sempre se apresentou como objecto central através
dos sistemas de parentesco, dos mitos, dos ritos, da organização econômica, dos ciclos reprodutivos.
Nas relações entre os gêneros, independente do grau de dependência que um possa manter com o outro, é o
gênero masculino quem está situado no pólo dominante.
Sexo faz referência às diferenças anatômicas e fisiológicas que definem os corpos masculinos e
femininos e já gênero está ligado às noções de masculinidade e feminilidade, não sendo
necessariamente produto direto do sexo biológico do indivíduo.
Homens e mulheres sao socializados para comportamentos distintos, nas relações são estruturadas
a partir de aspectos que integram a sociedade.
O recém-nascido nasce com o sexo e desenvolve a preferência de identidade mais tarde. Dessa
forma, essas diferenças não são estabelecidas biologicamente – são culturalmente formadas.
Objectivos
Geral:
Específicos:
Na revisão bibliográfica e documental, consultou-se registos dos artigos, obras literárias,
revistas e páginas publicados na internet, também fez-se revisão e análise do material
bibliográfico já publicado de autores que desenvolveram e aprofundaram a pesquisa do tema
em causa,
Por se tratar de um trabalho académico, para a melhor compreensão, usou-se uma linguagem
clara, objetiva e precisa. E está sujeito a críticas e observações.
Contextualização
Conceito formulado nos anos 1970 com profunda influência do movimento feminista. Foi
criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio
de que há machos e fêmeas na espécie humana, levando em consideração, no entanto, que
a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura,
Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não
somente decorrência da anatomia de seus corpos (Gênero, 2009 apud Reis, 2018).
De acordo com Oliveira e Diaz (1998) apud Souza e Mill (2015) gênero, refere-se às relações
sociais desiguais de poder entre homens e mulheres, que resultam de uma construção social do
papel do homem e da mulher a partir das diferenças sexuais.
Segundo Charles (1991) apud Fonseca (2005), a identidade é fruto de uma construção social,
interiorizada e vivida pela maioria da população.
Género na antropologia
Na antropologia, a distinção entre homens e mulheres sempre se apresentou como objecto central através
dos sistemas de parentesco, dos mitos, dos ritos, da organização econômica, dos ciclos reprodutivos.
Nas primeiras etnografias (Morgan, 2005; Mead, 2003 e 1971; Malinowski, 2000; 1983; Bateson, 2008 apud
Valdonilson, 2013), o conceito de gênero ainda não era utilizado como categoria analítica, mas já se esboçava
ali a preocupação com a ideia de construções sociais das relações entre homens e mulheres.
A diferença homem/mulher se constitui num dos mais sublimes canais de comunicação entre grupos sociais
distintos.
Um psicólogo norte-americano chamado Robert Stoller (1978) diz uma coisa impressionante: que é "mais
fácil mudar o sexo biológico do que o gênero de uma pessoa".
Cont…
Louis Dumont, a virtude de colocar as mulheres como sujeitos sociais completos e de afirmar
que elas foram “domesticadas” pelo pensamento antropológico clássico através da ideia de
que o homem engloba, representa ou incorpora a mulher.
“Homens e mulheres, como seres caracterizados por gênero, estão sempre diferentemente
situados”(Strathern, 2006, p. 59 apud Valdonilson, 2013). Ou seja, o “sistema” é visto como um
produto dos interesses masculinos, onde as mulheres são colocadas numa posição
dependente.
Mulher e homem não constituem simples aglomerados, visto que elementos como cultura,
classe, etnia, geração e ocupação devem ser ponderadas e intercruzadas numa tentativa de
desenvolvimentos mais frutíferos (Matos, 1997 apud Valdonilson, 2013).
Identidade de género
Identidade de gênero é uma experiência interna e individual do gênero de cada pessoa, que pode ou não
corresponder ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo e outras expressões de
gênero, inclusive vestimenta, modo de falar e maneirismos (Princípios, 2006 apud Reis, 2018).
A identidade de gênero diz respeito ao gênero de identificação que cada pessoa se reconhece. Ou seja,
gênero se refere a formas de se identificar e ser identificada como homem ou como mulher.
A nossa identidade de gênero se constrói em nossa socialização a partir do momento da rotulação do bebê
como menina ou menino
Ao falarmos de identidades de gênero, é importante atentar para o facto de que são construções culturais
inconclusas, e sempre relacionais e que, por isso mesmo, devemos fazer referência a feminilidades e a
masculinidades sempre no plural, considerando que podem ser sempre várias as identidades possíveis
Representações do masculino e do femenino
As representações do feminino e do masculino são aprendidas através do processo de
socialização e estas permanecem à exercer influência quotidianamente, o conteúdo dessas
representações é construído, partilhado e reforçado socialmente.
Portanto, o sujeito não seria um indivíduo isolado, mas seria um ser autenticamente social;
um sujeito que interioriza, se apropria das representações ao mesmo tempo em que
intervém na sua construção.
Cont…
As representações de características masculino e do femenino, permite compreender o lugar e
as relações exercidas por mulheres e homens na sociedade.
Para Bourdieu (1995, 1999) apud Celena, (2004), os corpos masculino ou feminino são
construídos socialmente, de forma que a diferença anatômica entre os dois transforma-se em
instrumento de dominação de um gênero para com outro.
As diferenças de poder tendem a favorecer aqueles que se encontra em um determinado pólo,
nas relações entre os gêneros, independente do grau de dependência que um possa manter
com o outro, é o gênero masculino quem está situado no pólo dominante.
Conclusão
Do exposto acima descrita, concluiu-se que o gênero é uma forma de estratificação social. Sabe-se que os
papéis de homens e mulheres em diferentes sociedades mudam.
O processo de construção da identidade de gênero tem importância fundamental para o desenvolvimento dos
indivíduos, pois determina interesses, atitudes e comportamentos que o acompanharão ao longo da vida.
O conteúdo das representações é construído, partilhado e reforçado socialmente e todos devem intervir na
sua construção.
Mulher e homem não constituem simples aglomerados, visto que elementos como cultura, classe, etnia,
geração e ocupação devem ser ponderadas e intercruzadas numa tentativa de desenvolvimentos mais
frutíferos.
Referências bibliográficas
Amaral, Celena Izabel Do (2004). Representações do feminino e masculino nas estórias infantis. Curitiba.
Beltrame, Priscilla Braga (2018). Gênero como categoria de análise para antropologia: contribuições das abordagens
pós-coloniais. (s/l).
Bezerra, D. de S. & Marques, J. A. (2017). As influências sociais na construção da identidade de gênero, Cajazeiras.
Cardin, V. S. G. & Rocha, F. L. Do. (s/d). Princípio da igualdade e das expressões de gênero. Editora Cesumar. Maringá,
Paraná. Brasil.
Fonseca, R. M. G, A (2005). Construção da Identidade de mulheres e Homens como processo histórico. São Paulo.
Funk, S; Widholzer, N. (2005). Género em discursos na mídia. (s/l).
Grossi, M. Pillar (1996). Identidade de gênero e sexualidade. Campinas. Sao Paulo.
Jesus, J. Gomes de (2012). Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos, Brasília.
Louro, G. L, Género, (1997). Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petropolis.
Reis, Toni (2018). Manual de Comunicação LGBTI+, editora: Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros - Universidade Federal
do Paraná, Brasil.
Santos, Valdonilson Barbosa dos (2013). Os discursos masculinos sobre as práticas violentas de gênero. Recife. Brasil.
Souza, M.A, Mill, D., (2014). Representações de género: sociedade, linguagem e meia televisiva, Situação das crianças
em Moçambique. UNICEF. Maputo.
Paechter, C. (2009). Meninos e Meninas: aprendendo sobre masculinidades e feminidades. Porto Alegre.
PELA ATENÇÃO DISPENSADA!
MUITO OBRIGADO.
Acréscimo!
Sugestões!