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ANÁLISE DOS TEXTOS (GÊNERO, TRABALHO E CLASSE SOCIAL)

Gênero

● A temática de gênero sempre esteve ligada à psicologia social; desde que inserido
na história e na cultura.

A discussão de gênero se torna pública na década de 1970, principalmente pelo movimento


feminista americano. Fala-se sobre o modelo do patriarcado, em que o homem exerce
poder sobre a mulher, a qual impera sobre a criança. Este modelo esteve ligado
principalmente à burguesia.

Existe uma separação entre os sexos (gêneros) à qual é dada pela divisão do trabalho: o
homem como provedor, e a mulher como cuidadora da prole e do território.

Inicialmente, gênero era uma palavra usada apenas em oposição a sexo, como construção
social das identidades sexuais, descrevendo o que é socialmente construído. Nessa
concepção, de acordo com Sardenberg (2004), o sexo era tido como natural e a-histórico.
Foi Gayle Rubin quem, na década de 1970, trouxe o conceito de sistema sexo/gênero,
enfocando a relação existente entre essas duas categorias, ao conceituar esse sistema
como “um conjunto de arranjos através dos quais uma sociedade transforma a sexualidade
biológica em produtos da atividade humana e na qual essas necessidades sexuais
transformadas são satisfeitas” (1975, p. 2), referindo-se à normatização social que incide e
molda cada sexo

Além de considerar o sexo e o gênero como dimensões culturais, Judith Butler (2003) os vê
como independentes. Para ela, na medida em que o gênero é teorizado como radicalmente
independente do sexo ele se torna um artifício flutuante; e isso permite romper a idéia de
sistema binário de gêneros, pois, segundo a autora, não há razão para acreditar que os
gêneros devam ser representados apenas por dois: o masculino e o “feminino”.

Às críticas à existência de traços associados ao género, isto é, de masculinidade e de


feminilidade e ao seu posicionamento bipolar, mutuamente exclusivo e ao sexo biológico
como determinante desses traços de género desejáveis e apropriados para um adequado
ajustamento psicológico, aliaram-se as críticas relativas aos aspectos metodológicos. Para
além da afirmação de enviesamentos sexistas, começava a ser referida a existência de
valores implícitos nas escalas de medida empregues na pesquisa, que assumiam as
diferenças de género como qualidades “essenciais” privilegiando dois géneros psicológicos
distintos, consistentes com o sexo biológico e estáveis ao longo do ciclo de vida.

Com base nessas considerações, podemos entender como, a partir de uma perspectiva de
gênero, homens e mulheres assumem comportamentos e papéis normativos culturalmente
estabelecidos e desiguais em termos de poder e importância. As mulheres internalizam a
sua subordinação e desvalorização com base em discursos sociais institucionalizados (nas
escolas, nas empresas, nas organizações, na Igreja, etc) que trazem implicações diretas na
sua constituição de sujeito.
Trabalho

a Psicologia Social estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade, esta


entendida historicamente

Entende-se o trabalho como a modificação da natureza e do autor.

O indivíduo está inserido num contexto histórico, pois as relações entre o adulto e a criança
recém-nascida seguem um modelo ou padrão que cada sociedade veio desenvolvendo e
que considera correta

Quanto mais a relação social for fundamental para a manutenção do grupo e da sociedade,
mais precisas e rígidas são as normas que a definem.
Podemos fazer todas as variações que quisermos, desde que as relações sejam mantidas,
isto é, aquelas características do papel que são essenciais para que a sociedade se
mantenha tal e qual.

O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o seu
"eu" neste processo de interação, através de constatações de diferenças e semelhanças
entre nós e os outros. É neste processo que desenvolvemos a individualidade, a nossa
identidade social e a consciência-de-si-mesmo.

● Espaço para pensar nas transformações com que posso arcar/que posso por em
ação.

Classe Social

"Identidade social" e "papéis" exercem uma mediação ideológica, ou seja, criam uma
"ilusão" de que os papéis são "naturais e necessários", e que a identidade é conseqüência
de "opções livres" que fazemos no nosso conviver social, quando, de fato, são as condições
sociais decorrentes da produção da vida material que determinam os papéis e a nossa
identidade social. Constataremos que nossos papéis e a nossa identidade reproduzem, no
nível ideológico (do que é "idealizado", valorizado) e no da ação, as relações de dominação,
como maneiras "naturais e universais" de ser social, relações de dominação necessárias
para a reprodução das condições materiais de vida e a manutenção da sociedade de
classes onde uns poucos dominam e muitos são dominados através da exploração da força
de trabalho. Na medida em que os membros do grupo se identifiquem entre si quanto a esta
determinação e constatem as relações de dominação que reproduzem uns sobre os outros,
é que o grupo poderá se tornar agente de mudanças sociais. "A consciência individual do
homem só pode existir nas condições em que existe a consciência social''. Hoje adquiriu
uma autonomia tal que permitiu mais uma divisão de trabalho: a manual versus a
intelectual. A elaboração de representações sociais. Ou seja, é através delas que
descrevemos, explicamos e acreditamos na nossa realidade e o fazemos de acordo com o
nosso grupo social.

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