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Introdução á Sociologia

Docente: Tatiana Duarte


Discente: Maria Eduarda Cavalcante Gaspar
Matrícula: 232028802
Em sua perspectiva teórica Berger disserta sobre a construção social da
realidade, onde o mesmo analisa três pontos importantantes sendo eles a externalização,
a objetificação e a internalização. O primeiro trata sobre a ordem das impressões dos
indivíduos e a forma como ele externa seus pensamentos por meio da linguagem, o
segundo ponto trata das instituições e hábitos que são resultado da junção entre o
comportamento e a linguagem, por fim o terceiro ponto trata sobre a modelação da
capacidade de compreensão do indivíduo que é o produto da sociedade, suas instituições
e seus hábitos. Dessa forma se cria um ciclo, pois o último ponto nos leva de volta ao
primeiro, tornando-se assim cíclico.

A construção social da realidade é a ideia desenvolvida por Peter Berger e


Thomas Luckmann em seu livro “A Construção Social da Realidade: Um Tratado sobre
a Sociologia do Conhecimento” publicado em 1966. No livro é explorada a ideia de que
a realidade não é algo intrínseco, mas grande parte de um todo um construção social. Os
autores alegam que a realidade é construída por meio de processos culturais e sociais.
Dessa forma o que é considerado a “realidade” ou o que se considera “verdadeiro” é
algo moldado pelos valores, normas e crenças instituídos pela sociedade em que
vivemos.

Em sumo, a construção social da realidade ressalta como nossa compreensão da


realidade é algo moldado por todas as interações sociais e sua junção com as estruturas
sejam elas, sociais ou culturais. Desafiando dessa forma a ideia de que a verdade seria
algo universal e absoluto, realçando que na realidade essa “verdade” é resultado da
sociedade em que vivemos de nossa forma de pensar e agir. Essa perspectiva teve um
impacto considerável na compreensão da realidade social e sua natureza, e da
sociologia.

Berger trata a realidade como um feito objetivo, predisposto pelos humanos, que
construíram seu próprio mundo, de modo que o mesmo fizesse sentido. Uma das
dimensões essenciais da “consciência sociológica” seria a desmistificadora, que nos
permite observar a estrutura social de outra forma. E enxergar além das ações seja de
forma individual, ou em conjunto que são aceitas habitualmente e consideradas como
“corretas”, e passar a observar aquelas que são vistas como “errantes” ou até mesmo
inadequadas para padrão pré-estabelecido.

A dimensão desmistificadora também engloba os fatos humanos, em seus


diferentes níveis de significação, até os mais ocultos. Seu ofício envolver apreender a
ver além das fachadas da estrutura social. Onde por trás delas existem diversos
questionamentos e a vontade de esclarecer os mesmos, envolvendo algo análogo à
curiosidade sociológica.

Em “Perspectivas Sociológicas: Uma Visão Humanística” de Peter Berger,


página 42, o mesmo aborda o exemplo de e um ambiente atingido por bombardeios em
tempo de guerra onde as casas destruídas tem seu interior revelado, o que antes só podia
ser conhecido mediante o exercício da imaginação. Análogo a isso, houveram situações
históricas nas quais as fachadas da sociedade também foram derrubas de forma violenta,
porém geralmente isso não ocorrem, e as fachadas continuam de forma quase que
inabalável, sendo necessário um esforço intelectual considerável para se dar conta do
que as fachadas ocultam.

Outro exemplo apresentado pelo sociólogo se trata da organização política de


uma comunidade, onde uma cidade apresentara um estatuto, de acordo com as leis do
Estado. Dessa forma pode-se entender como essa comunidade é administrada por um
gerente municipal, ou se as filiações partidárias não constituem as chapas para aas
eleições. Entretanto pode-se informar sobre os problemas políticos por meio de jornais,
isso acontece a um nível visível, tanto oficial quanto publico, quanto da vida política.
Porém apenas alguém incrivelmente ingênuo acreditaria que essas informações são o
quadro político completo da comunidade.

A “estrutura informal do poder” é algo que todo sociólogo almeja aprender,


nomeada dessa forma Floyd Hunter, também sociólogo, constitui uma configuração de
poder e indivíduos que não se encontra referida em estatutos. O sociólogo almeja
descobrir o modo como interesses poderosos controlam e influenciam as ações eleitas
segundo as leis. Interesses esse que não serão encontrados em na prefeitura, mas em
locais onde indivíduos influentes se encontram, ao se interessar pelo poder deve-se
observar além dos mecanismos oficiais, mas isso não significa que não devemos
acreditar que tais mecanismos são ineficientes por completo.
Em seus estudos Berger também esclarece que os problemas pelos quais os
sociólogos se interessam não são os “problemas” os quais a sociedade julga como
problemas. Os “problemas sociais” são aqueles que na sociedade não funcionam
corretamente, dessa forma as pessoas esperam que o sociólogo estude o que foi definido
pelos indivíduos da sociedade como “problema”, e traga sua solução que resolva o
assunto. Porém problema social e problema sociológico são coisas distintas, pois o
problema sociológico é constantemente sobre a compreensão do que acontece em teses
a cerca da interação social.

QUESTÃO 3

Segundo o sociólogo Mateus Gato, embora não tenha sido considerado um


clássico sociólogo W.E. B Du Bois, o mesmo pode ser considerado assim por seus
esforços sobre a pesquisa empírica para esclarecer a ausência de um “problema negro” e
contestar as teorias cientificas racistas da época. Tais contestações o ampararam a criar
seu próprio espaço no campo social do qual emerge a sociologia. O sociólogo utilizou
por meio de entrevistas denominadas surveys, nas quais o mesmo utilizava de
metodologias qualitativas e quantitativas para responder os impasses racistas que
ocorriam nos EUA na época de XIX para XX.

A sociologia sobre as classes raciais de Du Bois se inicia no século XIX e


perdura até hoje. Tratando-se de uma abordagem cientifica social e interdisciplinar o
sociólogo foi pioneiro, onde também forneceu possíveis soluções para os problemas da
população afro-americana. O mesmo também que especificamente as mulheres negras
possuem um enorme potencial para serem agentes de uma mudança social radical e
democrática, devido a suas experiências síncronas de exploração econômica, sexismo e
racismo.

Du Bois auxiliou na construção e criação de um espaço no qual a investigação


das relações sociais deu espaço para a explicação sociológica pudesse surgir. O
sociólogo contrapõe as explicações de cunho biológico, que não possuem
embasamentos sobre relações e ações sociais. Ele utilizou de sociedades americanas,
colonizadas e não europeias usando a raça como um marcador de diferenciação social,
tema pertinente no pensamento sociológico Brasileiro, o mesmo visava a mudança do
local da sociologia produzida nas Américas em comparação com a europeia, que era
tida como base mundial.
Para ele as identidades étnicas e raciais eram como um legado das organizações
passadas, que não seriam mais estruturais na modernidade. A linha de cor era um
conceito de seu trabalho em “The Souls of Black Folk” que explicava a divisão racial e
as suas complexidades, se tratando da identidade racial dos Estados Unidos.

Na obra “The Souls of Black Folk” nos é apresentado o conceito de “véu” que
declara que as pessoas negras são vistas pela sociedade através de um “véu que se
constitui-se em três aspectos que se relacionam entre si. Sendo esses aspectos a pele
como um indicador de diferença entre afro-americanos e brancos, a falta de capacidade
dos brancos de enxergar os afro-americanos como cidadãos americanos e por ultimo a
incapacidade dos afro-americanos de verem a si mesmos fora dos padrões impostos
pelos brancos.

A linha de cor era uma barreira limitação às oportunidades e igualdade para a


população afro-americana. Estudando como tal divisão afetava a experiência e a
identidade de indivíduos negros na sociedade, discutindo sobre a dualidade entre ser
negro nos Estados Unidos e a necessidade de se enxergar como um cidadão de cor e um
cidadão americano. Ligado intrinsicamente a isso estava o conceito de “dupla
consciência” que tratava a ideia de que indivíduos afro-americanos frequentemente
consideravam como sua identidade racial interferia em como eles e suas vidas eram
compreendidos pelos brancos.

O problema do século XX era a linha de cor, onde a raça era um marcador social
que estabelecia imediatamente a desigualdade e os sistemas de opressão e violações os
quais integravam uma estrutura que era parte da formação moderna ocidental. Du Bois
tinha como ideia principal o desenvolvimento de uma ciência social especifica voltada
para as necessidades especificas dos Estados Unidos da América, e esse objetivo levou a
inauguração de uma “escola” de pesquisa cientifica social empírica preocupada com tais
princípios.

Sua obra “The Negroes of Farmville, Virgínia: A Social Study” publicado em


1898, disserta sobre uma pesquisa de campo envolvendo diferentes técnicas sobre um
pequeno e especifico grupo de negros, onde era possível examinar com precisão
cientifica as reais condições dos negros. Tratava-se de um ambiente quase ideal e
demonstrava como a economia política da raça, ditava como as classes sociais entre os
afro-americanos eram vistos se tratando de uma sociedade supremacistas brancos e
capitalistas.

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