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A família é considerada uma instituição responsável por promover a educação dos filhos
e influenciar o comportamento dos mesmos no meio social. O papel da família no
desenvolvimento de cada indivíduo é de fundamental importância na identidade sexual.
É no seio familiar que são transmitidos os valores morais, sexuais e sociais que servirão
de base para o processo da construção de identidade, bem como as tradições e os
costumes perpetuados através de gerações.
Para CAMARGO (1999), a identidade sexual de uma criança é formada nos primeiros
anos de vida, então se o lar em que ela se encontra é um ambiente conturbado esta
criança tende a sofrer neste ambiente, desenvolver algum tipo de transtorno emocional e
sentimentos diversos (ódio, desespero, angustia, tristeza), entretanto a falta de uma,
afecta também directamente este individuo, ou seja, ter uma família influencia em
diversos aspectos tanto positivamente como não.
A orientação sexual é claramente importante, mas não se pode considerar que ela
determine a identidade sexual. A identidade sexual também é influenciada pelas
categorias de sexualidade presentes na cultura de cada sociedade
De acordo com Duarte (1995), o conceito atual que possuímos de família é oriundo de
diversos agenciamentos culturais ocidentais. Trata-se de um conceito instável, que se
apresenta de maneiras diferentes em culturas diferentes. Apesar das diversas
concepções, o estereótipo da família nuclear tem sido privilegiado e tem ocupado um
lugar pregnante na idéia que construímos, historicamente, sobre o grupo familiar.
Pode-se afirmar que a mulher de hoje tem uma maior autonomia, liberdade de
expressão. A mulher do século XXI deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar
diferente tanto familiar e social, com novas liberdades, possibilidades e
responsabilidades, dando voz ativa a seu senso crítico. Adquiriu poder financeiro e de
comando(ordens), função antes só realizada pelo marido(Homem). Deixou-se de
acreditar numa inferioridade natural(força) da mulher diante da figura masculina nos
mais diferentes âmbitos da vida social.
Hoje as mulheres não ficam apenas restritas ao lar e à família (como donas de casa),
mas comandam escolas, universidades, empresas, , países. Dessa forma, a família
moderna muda suas características da antiguidade e diminuem expressivamente com o
grau de independência da mulher no mundo moderno.
Por outro lado, MOSCOVICI (1994 apud TEIXEIRA, 1999), afirma que a separação de
dois mundos traduz-se em uma separação errónea de vista, pois existe o conflito entre o
individual e o colectivo de cada um.
O actor social depende da sua história de vida, através dos conhecimentos de sua
experiência a determinado tema, aspecto ou situação de acordo com a história já
existente. Dessa forma, através da experiência adquirida anteriormente são construídos
os símbolos e significados que permitem aos indivíduos de um determinado grupo
interpretar a acção recebida frente às suas necessidades.
Essa afirmação dos autores pode ser observada ainda na infância, constatando que as
meninas brincam com panelinhas, bonecas, de casinha, sendo motivadas através dos
brinquedos, a maternidade e cuidar do lar e da família, reprodução da prole. Os meninos
brincam com carrinhos, de bombeiro, polícia, caminhão, bicicleta, brincadeiras
directamente ligadas a profissões, imputando a ideia de que, ao homem cabe a função de
trabalhar para sustentar a família.
Diante disso, o género constitui uma realidade complexa, não podendo, portanto, ser
considerado um conceito fixo (CARLOTO, 2001), mas constantemente redefinido pelos
indivíduos em situações na qual se encontram e que acabam por compor-se em
momentos históricos. De fato, quase sempre as mulheres são cerceadas em suas
necessidades e capacidades em função da diferença sexual.
FOUCALT (1988) considera que ambos os sexos são capazes de qualquer função,
sendo possível discorrer que não é a natureza, mas a sociedade que impõe à mulher e ao
homem certos comportamentos e normas distintas. O ser humano nasce sexualmente
neutro em atribuições e o meio social em que vive determina os papéis masculinos ou
femininos, instituindo assim o género, isto é, hierarquias socialmente constituídas.
Bibliografia
CAMARGO, Ana Maria Faccioli de; RIBEIRO, Cláudia. Sexualidade (s) e Infância
(s): a
sexualidade como tema transversal. Campinas, SP: Moderna, 1999.