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Papel do Homem em da Mulher na Comunidade e na Família na Sociedade Tradicional.

Amélia Daniel Chipondze1 (846072280)


Alda das Dores Antônio Tivane2 (8471601270)
Adalzira Gonsalves Manjate3
Dulce Vasco4

Resumo
Padrões tradicionais classificaram as mulheres em um papel doméstico, a carreira para a qual destinavam
se exclusivamente era a família. A família patriarcal tradicional é definida por uma divisão muito
marcada dos papéis de gênero de seus membros, em que as necessidades do pai são priorizadas e as da
mãe são ocultadas, a ponto de ignorá-las. O mundo foi construído com base nos estereótipos de género.
As mulheres foram educadas para irem a o lar e cuidar do marido e as crianças, cabe a ela trabalhos
domésticos, e o homem tem a responsabilidade de garantir a subsistência da família, então ele tem que
trabalhar para tal. Essa era a visão tradicionalista do papel da mulher e do homem no seio da comunidade
assim como no seio da família, essa educação da visão tradicionalista foi transmitida de geração para
geração que ate nos dias atuais em algumas comunidades sobre tudo nas zonas ruais ainda se faz sentir.
Palavras chaves: género, homem, mulher, tradição, família

Abstract
Traditional standards have classified women in a domestic role, the career they were destined to be
exclusively in the family. The traditional patriarchal family is defined by a very marked division of the
gender roles of its members, in which the father's needs are prioritized and the mother's needs are hidden,
to the point of ignoring them. The world was built on gender stereotypes. Women were educated to go to
the home and take care of their husbands and children, it is up to her to do housework, and the man has
the responsibility to guarantee the subsistence of the family, so he has to work for that. This was the
traditionalist vision of the role of women and men within the community as well as within the family, this
education of the traditionalist vision was transmitted from generation to generation that even today in
some communities, especially in the street areas, is still done. to sense. Keywords: gender, man, woman,
tradition, family

Introdução

1
Estudante do 4º n do curso de Licenciatura em Ensino básico na Universidade Pedagógica de Maputo
2
Estudante do 4º n do curso de Licenciatura em Ensino básico na Universidade Pedagógica de Maputo
3
Estudante do 4º n do curso de Licenciatura em Ensino básico na Universidade Pedagógica de Maputo
4
Estudante do 4º n do curso de Licenciatura em Ensino básico na Universidade Pedagógica de Maputo
O presente artigo é intitulado “Papel do Homem em da Mulher na comunidade e na família na
sociedade tradicional. Em uma sociedade e uma cultura ajustadas a uma organização hierárquica
dos gêneros na gestão do poder e da autoridade e dividida em papéis claramente atribuídos a
cada gênero, com valores diferenciados de acordo com o status de cada um no meio
sociocultural. A família se desenvolveu em um mundo tradicionalmente baseado na ordem
"natural e inquestionável" da rígida divisão do trabalho, na concepção patriarcal da separação
entre público e privado e na definição de estereótipos de identidade masculina e feminina que
justificavam posições de dominação e subordinação. Os estereótipos de gênero são crenças que
temos sobre como homens e mulheres se comportam de maneira semelhante entre si. Os
estereótipos são essencialmente simplificações exageradas de um grupo de pessoas e contêm
muitos preconceitos e preconceitos.

O presente trabalho tem como objectivo geral, compreender o papel do homem e da mulher
dentro da família e a sociedade tradicionalista. Também tem como objectivos específicos
Identificar os estereótipos de género na sociedade tradicionalista, indicar o papel do homem e da
mulher na sociedade e famílias tradicionalistas; analisar anate que pontos os estereótipos de
género influenciam nas sociedades atuais.

Por meio de pesquisa bibliográfica, fara-se uma confrontação de diferentes bibliografias e artigos
científicos que versam sobre o tema.
Papel do Homem e da Mulher nas sociedades tradicionais

Conceito de família

A Família e suas Formas de Organização


Vários são os conceitos existentes para definir o que é uma família, quais são seus membros mais
frequentes e como está se organiza. A sociedade, em cada momento histórico, tem uma
explicação diferente para estas indagações.
Segundo Cachapuz (2004, p. 69): A palavra família derivada do latim familya, ae, significa casa
servidores, cortejo. Conjunto de pessoas com um mesmo ancestral. Desde os tempos mais
remotos, pode se verificar que ela ocupou um lugar de acolhimento, entre as pessoas que
mantinham um vínculo de afinidade.
Morgan (apud Engels, 1984, p. 65) relata que: A família é o elemento ativo; nunca permanece
estacionária, mas passa de uma forma inferior a uma forma superior, à medida que a sociedade
evolui de um grau mais baixo para outro mais elevado. Os sistemas de parentesco, pelo contrário,
são passivos; só depois delongos intervalos, registram os progressos feitos pela família, e não
sofrem uma modificação radical senão quando a família já se modificou radicalmente.

Ao longo da evolução histórica, as famílias ao redor do mundo adquiriram múltiplas faces,


diferentes fisionomias e estruturas e formas de organização muito diversas e complexas. Tal é a
complexidade do fenômeno familiar que até hoje é difícil fornecer uma definição adequada
capaz de abarcar todas as suas características e essência (Laing, 1971; Le Gall e Martin, 1987;
Morales 1996; Ribeiro, 2000). Apesar de toda a sua diversidade, podemos detectar algumas
características que têm um caráter praticamente universal:

 Em todas as sociedades, as famílias constituem um espaço privilegiado para o


desenvolvimento da vida privada das pessoas.
 As famílias sempre foram uma forma básica de divisão do trabalho.
 A divisão do trabalho tem sido geralmente associada à diferenciação por sexo e idade,
e as mulheres muitas vezes têm sido confinadas à esfera doméstica.
 Independentemente da configuração específica que uma família adquire em
determinado lugar e época, as mulheres nunca gozaram de igualdade de status e
geralmente estiveram subordinadas à autoridade dos homens.

Segundo Ribeiro, (2002) que os princípios tradicionais da família sempre enfatizaram a


autoridade do pai, a divisão do trabalho e a subordinação feminina. Embora o pai tenha servido
geralmente como chefe da comunidade familiar, a mãe e os filhos sempre estiveram sujeitos à
sua autoridade. Da mesma forma, a estrutura prototípica da família em praticamente todas as
sociedades baseou-se em uma divisão do trabalho segundo o sexo, em que os homens
desempenham funções instrumentais de vínculo com a sociedade mais ampla, enquanto as
mulheres são atribuídas a papéis expressivos e estão fundamentalmente circunscritas às funções
internas. mundo da família.
Uma visão histórica sobre o papel do homem de da mulher

Mulheres e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis


sociais muito diferentes. Mas do que se trata o papel social? Segundo a Sociologia, trata-se das
funções e atividades exercidas pelo indivíduo em sociedade, principalmente ao desempenhar
suas relações sociais ao viver em grupo. A vida social pressupõe expectativas de
comportamentos entre os indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos.

Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos fatores, como classe
social, posição na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e, principalmente,
segundo o sexo. Dessa forma, as questões de gênero dizem respeito às relações sociais e aos
papéis sociais desempenhados conforme o sexo do indivíduo, sendo o papel da mulher o mais
estudado e discutido dentro dessa temática, haja vista a desigualdade sexual existente com
prejuízo para a figura feminina. Assim, enquanto o sexo da pessoa está ligado ao aspecto
biológico, o gênero (ou seja, a feminilidade ou masculinidade enquanto comportamentos e
identidade) trata-se de uma construção cultural, fruto da vida em sociedade. Em outras palavras,
as coisas de menino e de menina, de homem e de mulher, podem variar temporal e
historicamente, de cultura em cultura, conforme convenções elaboradas socialmente.

As diferenças sexuais sempre foram valorizadas ao longo dos séculos pelos mais diferentes
povos em todo o mundo. Algumas culturas – como a ocidental – associaram a figura feminina ao
pecado e à corrupção do homem, como pode ser visto na tradição judaico-cristã. Da mesma
forma, a figura feminina foi também associada à ideia de uma fragilidade maior que a colocasse
em uma situação de total dependência da figura masculina, seja do pai, do irmão, ou do marido,
dando origem aos moldes de uma cultura patriarcalista e machista. Assim, esse modelo sugeria a
tutela constante das mulheres ao longo de suas vidas pelos homens, antes e depois do
matrimônio.

Aliás, o casamento enquanto ritual marcaria a origem de uma nova família na qual a mulher
assumira o papel de mãe, passando das “mãos” de seu pai para as de seu noivo, como se vê no
ato da cerimônia"

No início do século 19, havia papéis de gênero definidos entre homens e mulheres. O homem
trabalhava fora para a renda familiar, consertava o carro da família e fazia as tarefas domésticas
dos homens. A mulher ficava em casa, cuidava das crianças e cozinhava e limpava.

Dentro de uma família tradicional, a mãe é quem fica em casa preparando a comida, cuidando
dos filhos e fazendo as tarefas domésticas, enquanto o pai é quem sai para trabalhar para
conseguir o sustento econômico de todos os membros ou seja, Antigamente o homem tinha o
controle da casa, tomava as decisões, trabalhava, trazia o dinheiro para casa e se encarregava das
atividades que exigiam força e força física. Ele era visto como o protetor da família e tinha que
ser tratado com muita dedicação assim que chegava em casa.

A mulher foi relegada a ser simplesmente uma "dona de casa". Cabia a ela cuidar do marido e
cuidar da educação dos filhos. Os homens estavam numa posição “privilegiada”, mas com muita
responsabilidade. Além disso, ela poderia ser um pouco limitada no sentido de que seu parceiro
poderia ter muito a dizer nas decisões, mas sua opinião raramente era levada em consideração.

Como parte do papel tradicional que cada pessoa desempenha, certas características ou atributos
dentro do comportamento e da personalidade também são esperados. Por exemplo, espera-se que
as mulheres sejam maternais, afetuosas, diligentes e submissas, enquanto os homens devem ser
fortes, trabalhadores, agressivo e chefe de família.

Por exemplo na sociedade moçambicana Podemos observar que na grande maioria da sociedade
moçambicana, os homens sempre tiveram um papel de maior poder e de decisão, enquanto as
mulheres se limitaram a trabalhos que estavam mais relacionados com o sector doméstico, tendo
como principais funções o cuidado do lar, a educação dos filhos e uma obrigação religiosa. O
homem sempre se afirmou como mais discriminando as mulher e impedindo que participassem
na maioria parte das actividades em que era necessário o uso de algum poder ou liberdade.
Contudo, para além da faceta de mãe, feminina, mulher, a mulher pode também ser trabalhadora
participativa e capaz de contribuir para a evolução dos tempos da nossa sociedade moçambicana.

Pode se dizer de certa forma que a sociedade moçambicana no que concerne ao papel do homem
e da mulher ainda sofre de estereótipos tradicionais de género. Os estereótipos tradicionais de
gênero se manifestam nas atividades que cada uma delas desempenha, onde a maioria das
mulheres é responsável pelas atividades mais rotineiras que exigem maior dedicação diária,
enquanto o papel dos homens nas tarefas domésticas é secundário, de apoio ao parceiro, mas
longe de uma coresponsabilidade familiar efetiva. As mulheres continuam a ser as principais
responsáveis pelas tarefas tradicionalmente mais ligadas aos cuidados domiciliários, como
limpar, cuidar da roupa ou preparar as refeições, enquanto o papel dos homens nestas tarefas é
secundário, pelo menos no tempo investido na sua realização. Essa característica do uso do
tempo doméstico indica uma assimetria no tempo cometido por homens e mulheres.

Olhando para a nossa sociedade tem sido comum encontrar um marido ou homem que não quer
com que a sua mulher trabalhe, ou estude e muito menos ter um pequeno negocio para ajudar nas
despesas da família, o que acontece é que na verdade esse homem cresceu num ambiente assim
na qual a educação foi dada de geração para geração de que o papel da mulher é de ficar em casa
a cuidar da família e a fazer os trabalhos domésticos, é um paradigma que ainda esta muito longe
de acabar na sociedade moçambicana visto que ela ainda sofre de grandes estereótipos de género.

Em geral, nas sociedades tradicionais a mulher era destinada à procriação, ao cuidado dos filhos
e do lar, enquanto ao homem se esperava que fosse capaz de garantir a satisfação das
necessidades de sua família e sua subsistência. Embira não estejam mais numa sociedade
tradicional existem famílias que ainda são guiados ou norteados por preconceitos tradicionais,
por isso que ainda na actulidade existem comunidades onde o papel da mulher assemelhasse
aquela tradicional
Conclusão

Tendo em conta a sociedade e a família tradicionalista fica evidente que a autoridade sobre a
família, a mediação e o contato com o mundo externo seriam de responsabilidade do homem, sua
presença garantiria a respeitabilidade moral da família e o sustento financeiro; já a unidade
familiar, o cuidado de cada membro e o zelo pela moradia seria a responsabilidade da mulher, ela
seria a responsável pelo orçamento doméstico, a dona-de-casa e mãe. A educação dos filhos é
tarefa complexa para os pais, porém a mulher acumulava sozinha essa função. Diversas fontes
apresentam as mães mais envolvidas do que os pais nas tarefas do dia-a-dia da criança e no
acompanhamento educacional dos filhos.
Esse estereótipo de gênero foi construído de geração em geração, e é impossível acabar com ela
visto que em algumas sociedades ainda é uma pratica, tendo em conta a realidade moçambicana
esse estereótipo ainda é bastante predominante porque parte-se do pressuposto de que o homem é
que deve dar de sustento d afamilha e a mulher cuidar da casa, e mesmo aquelas mulheres de
trabalham ainda vivem essa dualidade entre as práticas modernas e as práticas tradicionais sobre
o seu papel na família assim como na comunidade.
Bibliografia

CACHAPUZ, Rozane da Rosa. Da família patriarcal à família contemporânea. SãoPaulo:


Revista Jurídica Cesumar - v.4, n. 1 – 2004.
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado.Tradução José
Silveira Paes; Apresentação Antonio Roberto Bertelli. – São Paulo:Global, 1984.
Ribeiro, Manuel, 1989, Familia y fecundidad, Universidad Autónoma de Nuevo León,
Monterrey.

RIBEIRO, Paulo Silvino. "O papel da mulher na sociedade"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-papel-mulher-na-sociedade.htm. Acesso em 24 de
abril de 2022

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