Você está na página 1de 9

Rosa Sebastião Mavulule

Objectivos de Ensino de Filosofia Versus Didática Especifica da Filosofia

Licenciatura Em Ensino de Filosofia Com Habilitação em Ensino de História

Universidade Pedagógica de Maputo


Abril de 2020

1
Rosa Sebastião Mavulule

Objectivos de Ensino de Filosofia Versus Didática Especifica da Filosofia

Licenciatura Em Ensino de Filosofia Com Habilitação em Ensino de História

Trabalho de pesquisa a ser apresentado na Faculdade


de Ciências Sociais e Filosóficas na cadeira de
Didática de Filosofia 2
Sob orientação do Professor Doutor: Rufino Adriano

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
Abril de 2020

2
Índice

Introdução........................................................................................................................................4

Objectivos de Ensino de Filosofia Versus Didática Especifica da Filosofia...................................5

Conclusão........................................................................................................................................8

Bibliografia......................................................................................................................................9
Introdução

O presente trabalho tem como tema “Da Dimensão Pedagógica da Filosofia Versus Didática
Específica da Filosofia” o mesmo surgi nos debates levantados na cadeira de Didática de
filosofia 2 levantados na sala de aula sobre a ensinabilidade da própria filosofia. A filosofia
como disciplina ela é diferente das outras disciplinais. No ensino de filosofia existem objectivos
gerais e objectivos específicos e é a partir dos objectivos específicos que se chegam aos
objectivos ao mais alto grau, isto é aos objectivos gerais. Muitos filósofos didáticos em filosofia,
afirma que ensinar filosofia é um problema filosófico e requer a sua própria formulação de
objectivos tanto gerais assim como específicos e também tem a sua didática específica.

Este trabalho tem como objectivo geral compreender os objectivos de ensino de filosofia, e tem
como objectivos específicos identificar os objectivos gerais e específicos de ensino de filosofia,
caracterizar o carater pedagógico de objectivos gerais assim como os objectivos específicos,
mostrar como formar uma consciência critica no anulo partindo daquilo que é o objectivo final
do ensino-aprendizagem de filosofia.

4
Objectivos de Ensino de Filosofia Versus Didática Especifica da Filosofia

Ensinar filosofia é um problema filosófico. Esta afirmação é comum entre vários investigadores
na área da didática da filosofia, e podemos encontrá-la, em João Boavida. Na base da didática da
filosofia está um problema filosófico: o que se entende por "ensinar filosofia"? Em que consiste
“ensinar”? De que “filosofia” estamos a falar? Qual o papel do professor no ensino da filosofia?
A quem se ensina? Para quê se ensina filosofia? Como se ensina filosofia?
Para dar respostas as estas questões é necessário estabelecer quais os objetivos de um ensino de
filosofia. Ou seja, saber com que objectivo se ensina filosofia ou para-quê se ensina a filosofia

Boavida (1996:102) estabelece dois conjuntos de objetivos: os gerais; aqueles que se apresentam
definidos como os grandes objetivos e que aparecem prescritos em todos os documentos
orientadores, são objetivos como o civismo, a obediência aos princípios, tanto éticos como
racionais, a capacidade intelectual acrescida, a interiorização e prática dos valores.

Segundo Boavida, o grande problema de ensino-aprendizagem de filosofia é encontrar meios o


mecanismos para se atingir os objectivos gerais, isto e, não basta traçar bons objectivos gerais é
importante encontrar meios o mecanismos de se alcançar esses objectivos. É a partir desta
problemática que surgi a necessidade de se traçar objectivos específicos ou mais restritos.

Os objetivos mais restritos ou específicos; aqueles que mais diretamente dizem respeito à
disciplina de filosofia, objetivos como a capacidade de fomentar o espírito crítico e reflexivo nos
alunos, formar jovens de pensamento autónomo, de capacidade de análise e de síntese, de
problematização e compreensão dos conceitos fundamentais, do inconformismo perante o dado.
As grandes finalidades do Ensino da filosofia são obtidos mediante objectivos mais concretos,
restritos, e, além disso, operacionalizados, visto que só assim é possível alcançar os objectivos
gerais. Por sua vez, os objectivos específicos não introduzem neste processo grande alteração, a
não ser ao nível de uma especificação dos gerais.
O objectivo específico é uma «formulação que, pelo seu menor grau de generalidade,
especifica um objectivo enunciado a um nível superior». Estarão, pois, mais adstritos à
filosofia propriamente dita, seja no que diz respeito às funções filosóficas e às operações
intelectuais de que necessita, seja na aquisição de conteúdos doutrinários indispensáveis.
(De Ketele apud Boavida, 1996, 103)

5
De modo a alcançar os objectivos aquilo que se pretende com ensino-aprendizagem de filosofia,
sem os objectivos gerais ou levar os alunos a grandes complexidades filosóficas é importante que
a partir dos objectivos específicos de tracem objectivos operacionais que também são específicos
mas objectivos específicos definidos em termos de actividades pedagógicas, esses permitem a
realização concreta dos objectivos gerais, ensinando valores como saber ser, saber fazer, saber
estar e valores e desenvolver outras atitudes.

Os objetivos mais gerais reúnem um grande consenso e podem ser extensivos a outras áreas do
saber, são entendidos como a formação de base. São grandes desígnios com que toda a gente
concorda mas que a sua operacionalização nem sempre é acessível ou confirmada, «um objetivo
geral tem um carácter relativamente extensivo e designa um resultado a atingir a médio prazo»
(Vandevelde, apud Boavida, 1996: 107).

Muitas das vezes os professores não encontram os meios necessários para atingir esses objetivos,
chegando ao fim do percurso sem os ter alcançado. É através de objetivos mais “modestos”, mais
restritos, que é possível traçar o percursos para atingir os objetivos mais gerais. Isto porque,
quanto mais restrito for o objetivo, mais funcionalidade vai adquirir, a sua operacionalização será
mais acessível. Para se atingir grandes metas é necessário ir conquistando metas mais pequenas.
Os objetivos mais restritos acabam por ser absorvidos pelos objetivos menos restritos, e é aqui
que reside o sucesso da pedagogia.

Dentro desta problemática em relação aos objectivos gerais e específicos, Joao Boavida, levanta
uma grande questão, Como formar jovens com pensamento crítico e autônomo a partir do ensino
de filosofia? Segundo o autor é só uma questão ou decisão que deve ser incluso nos objectivos
tendo em conta que existem estratégias pedagógicas e didáticas diferentes por adoptar numa aula
de filosofia.

Uma outra questão que não pode-se ignorar na formulação dos objectivos para o ensino-
aprendizagem de filosofia, é saber qual é o nosso alvo ou a quem ensinados filosofia. Há
filosofia será diferente se for dada para adolescentes, adultos e idosos ou seja há uma
necessidade de se adaptar filosofia para cada um desses grupos, embora que haja uma diferença
em relação ao estágio de operações concretas entre adolescentes e as duas últimas faixas etárias.
Ora mesmo a filosofia ensinada para adultos e adolescente no fim de tudo não será a mesmo pôs

6
cada um deles tem a sua forma de perceber a filosofia e cada um deles tem suas aspirações ou
objectivos por alcançar no ensino de filosofia.

O ensino-aprendizagem da filosofia está, pois, condicionado, em grande parte, pela


actividade filosófica que for capaz de desencadear. Sem esta não há educação filosófica
no sentido pleno e fundamentado do termo. Só na perspectiva desta actividade, e
implicados realmente todos os agentes na sua dinâmica, é que podemos falar em
aprendizagem em filosofia. A transmissão ou comunicação de conteúdos filosóficos não
garante, nos alunos, o filosófico desses conteúdos, do mesmo modo que o filosofar do
professor face aos alunos não é garantia da assimilação, por estes, da dimensão filosófica
do seu trabalho (Idem, 105)

Diante deste senário de problemática de objectivos e aprendizagem em filosofia, surgi a


necessidade de se ter uma didática especifica em filosofia. A pós-modernidade veio acentuar a
necessidade de uma didática da filosofia que vá ao encontro da vocação unitária do pensamento.
A especificidade didática da filosofia é exigida acima de tudo pela natureza da própria filosofia.

7
Conclusão

Findo o trabalho pode-se concluir que, ao analisarmos documentos orientadores da disciplina,


vamos encontrar os objetivos gerais, se analisarmos os manuais ou as diretivas que determinam a
finalidade da disciplina vamos encontrar os objetivos mais restritos.

O grande problema de ensino de filosofia surgi quando se começa a definir qual a estratégia
pedagógica e didática a escolher. Isto porque depararmo-nos com um dilema, em que temos de
optar se queremos formar jovens de pensamento crítico e autónomo, e logicamente rigoroso, ou
se vamos formar jovens que sejam sensíveis e respeitadores dos grandes valores e das grandes
estruturas racionais da nossa cultura.

Isto apresenta-se como dilema porque a estratégia pedagógica e didática a adotar é diferente para
uma ou para outra. Mesmo por detrás de cada uma destas estratégias vai estar uma determinada
concepção de filosofia, o que envolve aqui também um problema de definição de filosofia, ou de
ensino filosófico

Os objetivos filosóficos que devem ser delineados no âmbito do ensino-aprendizagem da


filosofia, passam por ambicionar que os jovens adquiram uma consciência crítica face ao lugar e
às circunstâncias, e adquiram a capacidade de pensar filosoficamente sobre os mais diversos
aspetos do real ou do que se manifesta à consciência. Que perante problemas se posicionem de
forma adequada, racionalizando e compreendendo os aspetos gerais e abstratos, que saibam ser
coerentes. Todos estes objetivos requerem condições concretas, ou seja, apenas as intenções não
são suficientes para operacionalizar estes objetivos. É necessários encontrar meios de transmitir
aos alunos estes propósitos, de modo a que possam adotar uma atitude filosófica e exercer
atividades filosóficas.

8
Bibliografia

BOAVIDA, João, Por uma didática para a filosofia: análise de algumas razões. 1996

Você também pode gostar