Você está na página 1de 7

Anicha Catemba Biriate

A Prática Educativa e a Reflexão Didáctica

Licenciatura e Ensino de Filosofia com habilidades em Ética

Universidade Licungo
Beira
2020
Anicha Catemba Biriate

A Prática Educativa e a Reflexão Didáctica

Licenciatura e Ensino de Filosofia com habilidades em Ética

Trabalho de pesquisa apresentado


ao departamento de ciências sociais
e filosóficas, para fins de avaliação
na cadeira Didáctica de Filosofia
IV

Docente:

Mst. Pires

Universidade Licungo

Beira

2020
Ficha de Leitura

Referências MARNOTO, Isabel, Manual Didáctica de Filosofia, Lisboa, Universidade


Bibliográficas Aberta, 1990.

VIEGA, José, Didáctica e Pedagogia, Dom Quixote, Lisboa, 2007.

Resumo A Educação engloba os processos de ensinar e de aprender. No centro de um


sistema educativo deve situar-se o ser humano a educar, num horizonte de
plenitude. A tarefa educativa consiste, na verdade, na capacidade de
identificar e de acompanhar esta presente inquietação do homem, mantendo
vivo o amor pelo saber, despertando o coração e pondo em marcha a sua razão
e a sua liberdade, tal liberdade construída pelos tijolos da autonomia do
indivíduo

Ensinar é uma prática que vai envolver o aluno o professor e o conhecimento e


para isso é necessário que o professor interaja e compartilhe com seus alunos,
é trocar os seus conhecimentos como o educando. O professor deve trocar
experiências vividas, principalmente do cotidiano do aluno e com isso se trás
exemplos reais e se torna mais fácil de aluno entender.

Citações 1. A Prática Educativa e a Reflexão Didáctica


importantes 1.1. Análise do Acto Educativo e Função das variáveis que o compõem

Miliar apud Marnoto, considera o acto educativo como:

“uma acção exercida sobre um sujeito ou grupo de sujeitos, acção esta que é
aceite e mesmo solicitada pelo sujeito ou pelo grupo de sujeitos, com vista a
realizar uma profunda modificação neles mesmos, originando que novas forças
vivas nasçam nos sujeitos e que estes se tornem eles mesmo activos desta acção
sobre eles exercida.” (MARNOTO, 1990 :262)

“O acto educativo é susceptível de ser equacionado num quadro mais amplo do


seu entendimento que passa pela reflexão sobre as finalidades educativas, sobre
os objectivos da aprendizagem, sobre a legitimidade das estratégias e dos
recursos utilizados e, finalmente sobre os critérios de valor sobre os quais
assenta a avaliação do processo.” Ibdem

“resumidamente diríamos que o acto educativo remete para um quadro


coerente de valores a serem pensados dentro de uma reflexão filosófica sobre
as principais opções pedagógicas dos agentes educativos”.

As variáveis do acto educativo são: “dimensão objectivo: o que se ensina? Ou


seja, que conteúdos programáticos serão objecto do processo de ensino.

Dimensão subjectiva: a quem se ensina?, ou seja, a análise da situação


psicossocial dos sujeitos sobre os quais incide o acto pedagógico.

Dimensão expressiva: como se ensina?, ou seja, a reflexão sobre as técnicas e


métodos de realizar as actividades pedagógicas, incluindo as técnicas de
comunicação.

Dimensão axiológica: que valor atribuir aos resultados obtidos?, ou seja, uma
reflexão sobre os critérios de avaliação do processo de ensino.

Dimensão teleológica: que fins esperar da acção educativa?, ou seja, a


reflexão central e essencial sobre os objectivos do acto educativo.”
(MARNOTO, 1990: 263)

Comentários O acto ou acção educativa é a fusão dos elementos: professor e aluno, com
pessoais vista a desenvolver o clima de ensino e aprendizagem. Em que o primeiro
tende a moldar o segundo de acordo com os objectivos educacionais pré-
estabelecidos.

As teorias, valores e competências que são desenvolvidas ao longo do


estabelecimento dos objectivos a serem alcançados pelos alunos são postos a
prova aquando da realização do acto educativo, isto é, em sala de aula, o
professor seja de Filosofia ou de qualquer outra disciplina curricular vai
implementar as políticas pré-estabelecidas na elaboração do programa para a
leccionação da disciplina.

As variáveis educativas resumem-se nas seguintes questões: o que se ensina?


A quem se ensina? Como se ensina? Que valor atribuir aos resultados obtidos?
E que fins esperar da acção educativa? Com estas variáveis tem-se como
objectivo último, definir a finalidade do acto educativo, atribuindo-lhes
valores quantitativos e qualitativos.

Citações 1.2. A Relação professor-aluno: perfil do professor e do aluno


importantes Para MARNOTO (1990:264) “O perfil do professor de Filosofia não difere do
perfil de professores de outras disciplinas”.

Segundo VIEGA (2007) o professor de filosofia deve ser “um mestre e não
um mercenário”.

Segundo MARNOTO (1990: 265)

“a capacidade de expressão escrita, a capacidade de expressão oral,, os níveis


de análise lógica, capacidade de articulação dos conteúdos, espírito crítico,
espírito inventivo ou criatividade, níveis de organização do trabalho escolar,
ritmo de aprendizagem, capacidade de adaptação a novas situações de
aprendizagem, etc… estes ou outros parâmetros a definir pelo professor, ou
pelo grupo de professor, constituirão um paradigma de perfil do aluno a ser
seguido no decurso só desenvolvimento das situações pedagógicas” .

“o perfil-de-aluno de filosofia não é basicamente muito diferente do perfil-de-


aluno em outras disciplinas (…) a medida que vão sendo atingidos os
objectivos das várias disciplinas, o perfil do aluno vai globalmente sofrendo
uma evolução que se repercute em toas as outras áreas de ensino” 265

“o perfil do professor de Filosofia como objecto de algumas considerações


prévias, importaria referir os seguintes aspectos:

* o perfil do professor depende da sua personalidade e das condições sócio-


culturais em que se deu a génese desta.

* o perfil do professor depende da formação científica que recebeu das


instituições de ensino por ele frequentadas.

O perfil do professor depende do modelo de formação profissional em que se


integrou, da sua preparação na área das ciências de educação, da Filosofia da
Educação.

* o perfil do professor de Filosofia depende principalmente da sua postura


face à Filosofia como um saber face à ensinabilidade desse saber.” 266

Comentários O saber ser e saber estar, não são só qualidades atribuídas aos professores de
pessoais Filosofia, mas sim exige-se que seja parte do perfil de qualquer professor.
Dessa feita, se exige do professor de Filosofia competências a nível do saber,
saber fazer e saber ser (competência científica, pedagógica e ética), o que
completa o seu perfil.

Exige-se do professor de Filosofia uma postura específica e maior, tendo em


conta a natureza da própria disciplina, seu historial e complexidade. No nosso
país temos o privilégio desta disciplina ser leccionada na maioria das escolas
por profissionais formados na área. Embora em algumas escolas, sobretudo
privadas encontramos professores ensinando filosofia e até com formação na
área, mas não estão vocacionados para o magistério.

O professor de Filosofia é um estimulador e orientador da aprendizagem, o


seu sucesso, para além de outros factores, depende fundamentalmente do seu
perfil, isto é, da formação que possuir, da sua personalidade, do seu poder de
compreensão e acolhimento, do seu grau de empatia, do seu poder
comunicativo e da sua capacidade de amar verdadeiramente o seu trabalho e
alunos.

Assim sendo, o perfil do estudante de filosofia deve estar voltado para a


autonomia e democracia, associado ao saber fazer. O estudante de filosofia
deve sentir livre para demonstraras suas próprias ideias e expor suas opiniões
sem nenhum receio. O mesmo deve se sentir integrado dentro de um sistema
democrático onde existe a autonomia do pensamento e valorização do
pensamento individual.

O aluno de hoje deverá ser convidado a substituir a postura passiva em que


geralmente era colocado pelo "ensino tradicional", por uma participação activa
e criativa, que fará dele um elemento realmente interveniente no processo de
ensino-aprendizagem, pelo exercício pleno da sua liberdade e
responsabilização correspondente.

Para a compreensão do perfil tanto do aluno assim como do professor, é


necessário compreender o homem na sua dimensão psicológica e social.

No perfil do aluno está envolvido as suas características individuais assim


como o meio escolar onde o mesmo está inserido.

Citações 1.3. A investigação didáctica: inovação e experimentação


importantes “As grandes experiencias de inovação pedagógica ao nível do ensino da
Filosofia tem tido como palco a sala de aula.” (MARNOTO, 267)
A experiência filosófica também pode ser marcada pela “ introdução da
variante de licenciatura, criação de mestrados…, bem como a realização de
colóquios, Jornadas e Encontros.” (MARNOTO, 269)

Comentários A inovação em Filosofia é sustentada pela criatividade. A experimentação


pessoais pode se associar as Práticas Pedagógicas, que é o momento onde o professor
faz a ligação entre a teoria e a prática, ou por outra, entre os conhecimentos
teóricos adquiridos em sala de aula, com a realidade prática, que é a turma de
ensino e aprendizagem de Filosofia.

A autonomia como a capacidade do aluno desenvolver suas próprias ideias e


teorias, associadas a racionalidade fazem do mesmo um inovador, em que o
seu campo de experiência começa por ser a sala de aula através de diálogos
com seus colegas e professores.

Você também pode gostar