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ÉTICA E DEONTOLOGIA DOS


PROFESSORES MOÇAMBICANOS
Publicado em 06 de fevereiro de 2013 por João Samuel
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Ética e Deontologia dos Professores Moçambicanos  

Ética é um princípio que deve nortear a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para
o garante da socialização amena nas relações inter e intra-pessoais. Por isso,
actualmente, no mundo profissional, a ética se associa à Deontologia que é a base
fundamental da execução e prática profissional de um profissional, uma vez que ele
(profissional) deve ser dentro do seu sector. É neste prisma que se propõe em estudar
a Ética e Deontologia dos professores moçambicanos para averiguar a sustentabilidade
destes conceitos na aplicação prática da vida dos moçambicanos, com o objectivo de
apresentar uma reflexão em torno das práticas docentes na vertente da Ética e
Deontologia dos professores em Moçambique.  
MAZULA (2005:36) afirma que não é possível esgotar a reflexão sobre a ética e nunca
se esgotará, pois o percurso histórico mostra que a ética foi e é uma preocupação da
humanidade de todos os tempos. A Ética, numa perspectiva filosófica, “é concebida
como parte da Filosofia que se ocupa de costumes, da moral, dos deveres do Homem;
ciência que trata da ambivalência entre o bem e o mal e estabelece o código moral de
conduta”[1] 

Posto isto, OLIVARES (2009), considera Ética como uma ciência que estuda os valores
e virtudes do homem estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a
serem observadas para que o convívio em sociedade possa se dar de forma ordenada
e justa. Por isso, vários estudiosos na matéria afirmam que a Ética não é uma opção,
mas uma necessidade, visto que ninguém pode viver sem uma normativa ética.
 

Como se observou acima, viver e conviver com ética não é exclusivo de um


determinado grupo de profissionais, logo o professor no exercício da sua profissão deve
pautar pelos princípios éticos. Contudo, tendo em conta a etimologia da palavra
ética, ethos que significa carácter, modo de ser que uma pessoa vai adquirindo por seu
modo de agir; esse modo habitual de agir se sedimenta em hábitos bons e maus que,
por sua vez, inclinam, predispõem e facilitam continuar agindo no mesmo sentido.
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A ética se ocupa de dizer que os profissionais devem ser competentes e responsáveis
no exercício da sua profissão. Neste contexto, constata-se que o professor para
desempenhar com abnegação a sua actividade deve pautar pelos princípios éticos.
Todavia, durante vários anos, a questão da ética foi “marginalizada” nos curricula de
formação de professores, entretanto, actualmente, de forma tímida a ética associada à
deontologia tem sido muito discutida como tema transversal nas instituições de
formação de professores.[2]

Portanto, no sentido mais amplo e generalista, o termo "ética" implicaria um exame dos
hábitos da espécie humana e do seu carácter em geral, e envolveria até mesmo uma
descrição ou história dos hábitos humanos em sociedades específicas e em diferentes
épocas. Enfim, a ética, independente da dimensão em que se apresenta, tem como
objectivo servir à vida, sua razão é o ser humano, seu bem-estar, de forma que
provenha a felicidade, neste caso, a felicidade profissional.
 
Ao discorrer em torno da Deontologia, ALONSO (2008:179) fala da Deontologia
profissional como sendo os deveres e as obrigações do profissional, aquilo que é
preciso exigir de todo profissional no desempenho das suas funções. O normal é que
essas formas tenham sido regidas, compiladas em um código escrito e aprovado pelo
colectivo profissional. Notamos aqui que o professor no contexto moçambicano, no
âmbito deontológico, deve obedecer ao plasmado no Estatuto do Professor conjugado
com o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.

Paralelamente ao exposto acima, como afirmou-se anteriormente, destaca-se o


preconizado por CHIHULUME e VIEGAS (2011:27):
“falar de Deontologia profissional é, pois, falar de conjunto de deveres, princípios   e
normas adoptadas por grupos profissionais, ou seja, de grupos que exercem uma
determinada profissão. Portanto, a Deontologia profissional diz respeito a todas
profissões e refere-se ao carácter normativo e, até, jurídico que regulamenta as
profissões.”

Como observou-se acima, os deveres e os direitos inerentes ao exercício de uma


profissão, fundados nos princípios da sua responsabilidade moral e social, constituem a
respectiva deontologia. Neste âmbito, parafraseando MONTEIRO (2008), a Deontologia
é cada vez mais crucial para a distinção profissional dos professores, por duas razões:
porque é um atributo maior do prestígio social de uma profissão e porque a função
docente não tem uma tradição deontológica.
 
Enquanto na formação de professores, a disciplina de Ética e Deontologia profissional é
posta de lado, ou seja não consta dos curricula de formação; nos da saúde, ela é
primordial e privilegiada pelo facto de lidar-se com vidas humanas e que certas
enfermidades fazem parte da privacidade e sigilo do profissional da saúde para com o
paciente. Ademais, o sigilo dos profissionais da saúde é a base fundamental da
reputação do seu carácter.

Enfim, a questão deontológica reveste-se de particular complexidade nas profissionais


de educação, suscitando resistências e dificuldades. Assim, os códigos de deontologia
profissional enunciam os princípios ou valores fundamentais vinculativos da profissão.

GOLIAS (1993) diz que o nível de qualificação e formação de professores nos primeiros
anos após a independência de Moçambique era bastante baixo, em especial, para o
ensino primário de primeiro grau, onde grande parte de professores possuía apenas a
quarta classe e com pouca ou quase nenhuma formação profissional.

O baixo nível de formação de professores primários, até aos nossos dias ainda se
verifica, pois o nível de ingresso dos instruendos nos actuais IFP’s (Instituto de
Formação de Professores) é de 10ª classe, com todos os problemas e deficientes
condições do sistema de educação e de formação de professores que tornam todo o
sistema de ensino memorizante e pouco ajustado aos objectivos.
 

Até 1983, a formação de professores primários do primeiro grau era de 6ª classe mais
um ano de formação profissional. A partir de então, a duração aumentou para três (3)
anos. Este modelo, prevaleceu até 2009. Entretanto, a partir de 2010, o tempo de
formação de professores diminuiu par um ano e o nível de ingresso é de 10ª classe
fazendo uma vista de relance, o que se passa nas instituições de formação de
professores desde os IFP’s até a UP (Universidade Pedagógica), esta última que está
vocacionada para a formação de professores do ensino secundário e que agora, com a
introdução dos cursos de extensão, perdeu o seu objectivo inicial, pois os novos cursos
ministrados visam responder as urgências quantitativas impostas pela mera vontade
política do governo e dos parceiros de educação de massificar o ensino.

 
Hoje, aceita-se que tais cursos de duração diversa não provocam, na realidade,
mudanças profundas de atitude de professor em termos de conceber o aluno como o
elemento activo do PEA, em que deve construir o seu próprio saber.
 

De acordo com GOLIAS (1993:70) “quanto ao sistema de formação de professores para


a educação básica, a falta da sua eficácia é em primeiro lugar, o resultado duma
confusão gerada entre a elevação do nível de conhecimentos gerais e a arte de
ensinar. De acordo com as análises feitas aos actuais curricula de formação, tem se
verificado que a existência de tantas disciplinas teóricas tem retirado o carácter prático
que toda a formação de professor para o nível básico devia ter”.
 

A questão apresentada na citação anterior, não só se observa ao nível do ensino


básico. Ela também se estende a nível da UP e aos IFP’s, onde a mudança constante
dos programas de ensino provoca confusão para aqueles que implementam o currículo
(professores) e nos estudantes para quem o currículo é traçado.

Baixo Salário dos Professores vs Suborno, Aliciamento vs Assédio Sexual

Nesta etapa do Artigo, apresentam-se as grandes questões que constituem desafios da


actividade docente da actualidade, como por exemplo baixo salário dos professores vs
suborno, aliciamento vs assédio sexual.

 
Quanto ao nível salarial do professor em Moçambique, destacam-se mediadores de N5
(Nivel Elementar), N4 (Nível Básico), N3 (Nível Médio), N2 Nível de Bacharelato), e N1
(Nível de Licenciatura), com tabela salarial bastante desnivelada, existindo professores
que recebem três mil meticais (3.000,00) e outros com acima de vinte mil meticais
(20.000,00), de imediato, uma disparidade acentuada ao nível salarial, mas nem por
isso o problema se restringe apenas a aqueles com salários mais baixos. Situação esta
que faz com que “alguns” aceitem certos favores em troca de notas, ou melhor
aprovações.
 
Quando se fala da corrupção no sector de educação em Moçambique, o fenómeno é
directamente associado aos princípios éticos e deontológicos que norteiam a profissão
docente. O mesmo fenómeno, o da corrupção, vai se aliar a questão de baixos salários
e consequentemente do suborno.

De acordo com MOSSE e CORTEZ (2006:19):

“como a grande maioria dos funcionários do sector público, os funcionários do sector da


educação – professores dos mais variados níveis – apresentam com argumento de que
se envolve facilmente na corrupção porque recebem salários baixos e não têm
quaisquer incentivos, por isso não se sentem motivados. E os professores de carreira
alegam que o sistema de carreiras profissionais beneficia os seus colegas contratados.”

 
Relativamente ao mesmo assunto, os autores supracitados, destacam que em vários
debates sobre a corrupção no sector público tem sido consensual a ideia de que uma
boa remuneração é um passo para que se tenha um serviço público honesto. Por isso
mesmo, é que varias vozes da sociedade civil moçambicana considera que salários
baixos no sector da educação são considerados um incentivo à prática da corrupção:
funcionários públicos, neste caso professores, mal pagos tornam-se menos resistentes
à ofertas de suborno que aqueles funcionários que recebem melhores salários.
 

Portanto, o suborno, como se sabe, no sector da educação está, muitas vezes


associado à questão de baixos salários.

Constituem também grandes questões actuais, quando se fala da ética e deontologia


do professor, aspectos inerentes ao aliciamento vs assédio sexual. Esses aspectos são
incontornáveis nos dias que correm na medida em que gozam de propriedades comuns
ao nível da sua execução, isto é são aspectos praticados pelos docentes assim como
pelos estudantes.

Ora vejamos, o assédio sexual é um tipo de coerção de carácter sexual praticada


geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um
subordinado (mas nem sempre o assédio é empregador - empregado, o contrário
também pode acontecer), normalmente em local de trabalho ou ambiente académico. O
assédio sexual caracteriza-se por alguma ameaça, insinuação de ameaça ou
hostilidade contra o subordinado.

 
Como observamos, o assédio sexual também está presente no meio académico,
sobretudo no ambiente escolar em que professores aliciam as suas alunas em troca de
notas, entretanto, em alguns casos, não poucos, as próprias alunas é que propõem aos
professores o envolvimento sexual para que possam obter boas notas nos testes e
exames.  
 

Desta feita, parafraseando ARTHUR (2003) quando a agressão sexual acontece na


escola, que deve educar e orientar para a vida, nós todos, as crianças, os seus pais e a
sociedade sentimo-nos traídos. Até porque muitas vezes o crime é exposto,
inclusivamente na rádio, televisão e jornais, e, ao que se sabe, nenhuma medida é
tomada para travar os agressores.

O fenómeno de assédio sexual vai pouco a pouco sendo combatido no sector da


educação contrastando com as estatísticas dos últimos anos que destacam que a maior
parte das alunas que abandonaram ou desistiram foi pelo facto de terem sido
engravidadas por professores. O título ilustrativo, um estudo sobre esta matéria na
província de Nampula por WALKER (1996) identificava como um dos principais
constrangimentos para a permanecia da rapariga na escola a exploração sexual e o
abuso das raparigas e a corrupção. A autora constatara que os pais preferiam tirar as
filhas da escola a correr o risco de perder a sua virgindade e ficarem grávidas, uma
atitude que era uma reacção à corrupção, uma vez que as raparigas são forçadas a
oferecer favores sexuais para passar de classe e reprovam se não o fizerem. 

O aliciamento e assédio sexual na maior parte das vezes ocorre quando a sensibilidade
humana, isto é, o professor e a aluna interagem mutuamente ao nível do atrito
amoroso, visto que é uma pratica natural e todos homens incorrem nela. Sendo ela feita
com a própria estudante para com o docente e vice-versa a fim de lograr e “matar” a
saudade interna da sensação agradável sentida na devida altura. Mas é importante
frisar que um docente com uma prática invejável a nível conjuntural na esfera dos
quatro pilares da educação (saber ser, estar, fazer e viver em conjunto) é possível
pautar pelos princípios éticos e deontológicos ao nível da sua profissão.

Considerações Finais

A questão da ética e deontologia do docente é um domínio que vem sendo discutido


nos últimos tempos, com bastante visibilidade no seio pedagógico e sobretudo no seio
académico, pois a docência é considerada como uma actividade essencialmente ética,
quer pelas finalidades da acção educativa, quer pela exigência de rigor profissional e
moral no seu desempenho. A dimensão ética da docência reside na contribuição
prestada para a formação da personalidade do aluno.

Suborno vs baixos salários e assédio sexual vs aliciamento são questões que devem
ser traduzidas cautelosamente e com muito rigor ao nível da prática docente, na medida
em que cada um destes aspectos vigoram na execução profissional e podem traduzir-
se em aspectos maligno quando enfermam a regra normativa dos profissionais.

Por isso, o docente na era contemporânea deve ser, deve fazer, deve conhecer e deve
colaborar conjuntamente nas várias abordagens dialécticas para consubstanciar naquilo
que é mais desejado num profissional integro da educação. Portanto, a escolha duma
profissão implica a aceitação dos seus princípios e preceitos deontológicos, assim o
acto pedagógico é irredutível à sua dimensão técnica porque a educação é um
fenómeno radicalmente ético.

E, pensamos que a integração da ética e deontologia profissional, não apenas como


tema transversal, mas como uma disciplina nuclear na formação docente nos curricula
da educação, isto é, na formação dos professores, é um aspecto irredutível e primordial
para a integridade profissional dos vigentes, pois tanto a ética deontológica como a
deontologia, se ocupam de deveres, simplesmente éticos em um caso, explicitamente
profissionais no caso da deontologia profissional.

Bibliografia

 
ALONSO, Augusto Hortal. Ética das Profissões. São Paulo, Edições Loyola, 2008.
 

Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciência de Lisboa,

2001.

DOS SANTOS, José Manuel Fernandes. Valores e Deontologia Docente: um Estudo

Empírico. Portugal, Revista Iberoamericana de educacion, 2008.

 
GOLIAS, M. Sistema de Ensino em Moçambique: Passado e Presente. República de
Moçambique, Editora Escolar, 1993.

MAZULA, Brazão. Ética, Educação e Criação da Riqueza, uma Reflexão

Epistemológica. Maputo, Imprensa Universitária, 2005.

MONTEIRO, A. Reis. Para uma Deontologia Pedagógica. Lisboa, Faculdade de

Ciências da Universidade de Lisboa, 2004. 

MOSSE, Marcelo e CORTEZ, Edson. A Pequena Corrupção no Sector de Educação


em
Moçambique. Maputo, CIP, 2006.
 

VIEGAS, Mário Alberto e CHIHULUME, Zefanias. Manual de Ética e Deontologia

Profissional. Maputo, UP-CEPE, 2011.

 
Por: João Samuel

[1] Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciência de


Lisboa, 2001, p 1612.

[2] Universidade Pedagógica e Institutos de Formação de Professores.

[3] Estudo citado por Bagnol e Ernesto (1993) em “titios e catorzinhas, Maputo.

Artigo enviado por:

João Samuel
Docente na Universidade Licungo - Quelimane (Moçambique), Mestre em Ciências de
Educação/Ensino de Português e Doutorando em Língua, Cultura e Sociedade.

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Autor desde 30 de janeiro de 2013


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x
O Professor e a ética profissional
Nos tempos atuais muito se fala em ética, a ausência dela em muitas profissões vem
levando a sociedade a exigir um código de ética em todos os setores da vida pública,
comportamento social e pessoal.

A categoria de professores é uma das que não possuem um código de ética próprio,
eles se baseiam em princípios básicos de regras morais e éticas para adaptar a sua
profissão.

Tendo em vista que está incumbido a própria profissão o conceito de que o professor é
responsável por formar no cidadão a moral, não se vê a necessidade da existência de
um código de Ética especifico como há em outras profissões como, por exemplo:
medicina, advocacia, psicologia entre outras.

Cabe ao professor ter um senso de moral bem desenvolvido para conseguir atender a
todas as funções que a ele são atribuídas, agindo com justiça e sensatez.

Está na mão do professor contribuir para a formação do cidadão. Ele deve agir com
respeito, pois cada um possui a sua forma de ser, é o que nos torna seres individuais.

É preciso que se tenha cuidado e zelo para com os alunos, desde a preparação das
atividades até a forma como vai ministrar suas aulas, sem os conceitos de
competência, seriedade e zelo, jamais o professor estará preparado para exercer sua
profissão com êxito e poder possibilitar o sucesso do aluno.

A profissão possui um valor moral muito grande na sociedade, se espera do profissional


que ele seja capaz de diagnosticar problemas e tomar decisões. Precisa ser uma
pessoa qualificada e consciente de sua responsabilidade, e que suas decisões podem
influenciar não somente o seu trabalho, mas também a vida de outros.

Podemos dizer que nas profissões a ética conta com dois planos de atuação: A e B.
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O plano A é a parte técnica da profissão, onde está inserida a competência e a


habilidade profissional.
O plano B é a parte moral, o conjunto de valores, a maneira em que vai lidar com as
pessoas, a responsabilidade, verdade, solidariedade e respeito.

A docência deve ter como principio básico o diálogo, o respeito a opiniões das outras
pessoas, o respeito à realidade social em que o aluno está inserido, e a colaboração
social.  Agindo com ética e transparência o professor consegue romper os preconceitos
e proporcionar a construção e a formação de um cidadão ético e consciente de seus
direitos e deveres.

Existem alguns valores éticos que são importantes na relação “profissional e cliente”: a
amabilidade, a diligência e o respeito.

Amabilidade refere-se a confiança e a maneira de enxergar cada um como um ser


próprio, individual e com suas particularidades.

Diligência refere-se ao esforço empregado para realizar as tarefas da melhor maneira


possível. Esse trabalho deve ser realizado com seriedade, competência e dedicação.

Respeito tratar as pessoas como gostaria de ser tratado, respeitar suas opiniões e
acima de tudo ter consciência de que não é o dono da razão, que as pessoas possuem
autonomia. E não agir com autoritarismo.

Para que o profissional seja correto e ético em sua profissão, existem qualidades
pessoais que precisam ser desenvolvidas.

Prudência nas tomadas de decisões, o professor precisa ser justo e evitar julgamentos
precipitados.

Coragem em continuar a busca pela justiça e não se acomodar com situações que lhe
incomoda. Não se deixar intimidar por críticas.

Perseverança e acreditar em uma condição melhor de trabalho, não desanimar com


adversidades que possam surgir e manter sua esperança viva.

Compreensão, humanização, humildade, imparcialidade e otimismo, todos esses


adjetivos nos levam a ter esperança em uma qualidade de ensino melhor.
Foi publicada em 1960 pela Associação Americana de Professores Universitários, uma
declaração sobre ética profissional para o magistério que estabelece: o professor
precisa ser íntegro, honesto, evitar a exploração dos estudantes em beneficio do
professor, e principalmente entender que ele está inserido em um contexto social.

Por não haver um código de Ética próprio para o magistério, os direitos e deveres dos
profissionais da educação seguem a legislação educacional e do estatuto do
magistério.

A falta desse código pode tanto beneficiar quanto prejudicar o profissional. O docente
pode se sentir cômodo e ter a sensação de impunidade caso tenha uma atitude
antiética. Por outro lado também pode ser prejudicado já que fica sujeito a deveres de
ordem geral.

O direito básico do profissional é ser valorizado e respeitado, ter a oportunidade de


capacitação e poder expressar suas opiniões e sentimentos sem ser discriminado.

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