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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Filosofia Política na História

Irene das Dores Simione - 708161656

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Cadeira: Introdução à Filosofia

Ano de Frequência: 2º

Docente: Fernando Chassara

Beira, Outubro de 2020


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino à Distância

Programas: Beira – IED-2020

Nome do estudante: Irene das Dores Simione Ano de frequência: 2º Ano

Especialização: Licenciatura ensino de Turma: Exame Externo


Biologia

Trabalho de: Introdução à Filosofia Código do estudante:

Dirigido ao docente: Fernando Chassara Número de páginas: 13

Confirmado pelo responsável do IED Data de entrega: 30 de Outubro de 2020


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problema)
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objectivos 1.0
Introdução  Metodologia
adequada ao
objectivo do 2.0
trabalho
 Articulação e
domínio do
Conteúdo discurso académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência /coesia
textual)
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Análise e bibliográfica
discussão nacional e
internacionais 2.0
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos
teóricos práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafo, 1.0
gerais espaçamento entre
linhas.
Normas  Rigor e coerência
Referências APA 6ª das citações
Bibliográfic edição em /referências 4.0
as citações e bibliográficas
bibliográfic
as
Índice

Introdução...................................................................................................................................4

1. A Filosofia, a Política e a Relação existente...........................................................................5

1.1. Filosofia Política e a sua relação com a política..................................................................5

2. As épocas da filosofia política e os respectivos filósofos.......................................................5

2.1. Filosofia Política na Antiguidade.........................................................................................6

2.1.1. Os Sofistas........................................................................................................................6

2.2.2. Platão (428-347 a.C.)........................................................................................................6

2.2.3. Aristóteles (384-322 a.C.).................................................................................................6

2.3. Filosofia Política na Idade Média........................................................................................7

2.3.1. Santo Agostinho (354-430 Argélia - África)....................................................................7

2.3.2. São Tomás de Aquino (1225-1274 - Itália)......................................................................7

2.4. A Filosofia Política na Idade Moderna................................................................................7

2.4.1. Nicolau Maquiavel (1469-1527 - Itália)...........................................................................8

2.4.2. Thomas Hobbes (Inglaterra 1588-1679)...........................................................................8

2.4.3. John Locke (Inglaterra 1632-1704)..................................................................................8

2.4.4. Charles de Montesquieu (França 1689-1755)...................................................................8

2.4.5. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 França)....................................................................9

2.5. Filosofia Política na Época Contemporânea........................................................................9

2.5.1. Hegel.................................................................................................................................9

2.5.2. John Rawls (América 1921-2020)....................................................................................9

2.5.3. Karl Popper (1902-1994 Áustria)...................................................................................10

Conclusão..................................................................................................................................10

Bibliografia...............................................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho corresponde ao exame da cadeira de introdução a filosofia, o mesmo está


centrado na resolução de duas questões, sendo a primeira na relação entre filosofia política e
política e a segunda, a filosofia política nas quatro fases da história.

Os objectos deste trabalho são os seguintes, geral: compreender o pensamento filosófico


político. E como específicos: descrever os filósofos políticos nas mais variadas épocas da
história. Estabelecer a relação existente entre a filosofia política e a política.

A metodologia usada, foi o de pesquisa bibliográfica, que consistiu na recolha de informação


pertinente ao trabalho nas literaturas patentes na última página do trabalho, sendo a de maior
destaque a obra introdução a Filosofia de Batista Mondin.

O facto político é uma actividade que faz parte da natureza humana como advogava Perícles
que o homem que não participa da política deve ser considerado um cidadão inútil. E
Aristóteles dizia que o homem é um animal político.

A política não tem sido só um problema dos gregos, mas o mesmo dura até hoje visto que
inúmeros problemas vivenciados na nossa sociedade são resultado de opções de sistemas
políticos, assim como governantes que sacrificam o povo em nome de benefícios pessoais.
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1. A Filosofia, a Política e a Relação existente

O conceito política “tem origem na palavra grega polis que significa cidade. Política significa
etimologicamente, arte de administrar (governar) a cidade” (MONDIN, 1991 p.38). Para
Aristóteles entendia por política o tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado e
sobre as várias formas de governo.

Tradicionalmente, para Hobbes, a política é entendida como “meios adequados a obtenção de


qualquer vantagem.” Segundo Russell, política – como “conjunto dos meios que permitem
alcançar os efeitos desejados” (TOCHARD, 2004 p.46).

Filosofia – Etimologicamente Filosofia é uma palavra de origem grega (philos = amigo;


sophia = sabedoria). Pode-se, então concluir que pela sua origem etimológica, a Filosofia é, a
amizade pela sabedoria, não é a posse do saber mas sua busca, a sua demanda. Assim sendo, o
filósofo não é um sophos (sábio, perito) mas aquele que ama, aquele que procura (BOBBIO,
2000 p.71).

O termo “filósofo”, é atribuído a Pitágoras, filósofo e matemático grego do século VI a.C.,


que entendia que nenhum homem se podia considerar sábio (isso cabia apenas a Deus), ou
seja, detentor do saber.

1.1. Filosofia Política e a sua relação com a política

A filosofia política ocupa-se dos problemas relacionados com a origem do Estado, a sua
organização, a sua forma ideal, a sua função e o seu fim específico, a natureza da acção
política e as suas relações com a moral, a relação entre o Estado e o indivíduo, entre o Estado
e a igreja e entre o Estado e os partidos políticos.

A filosofia política vai fazer uma reflexão sobre a política (origem, forma ideal, finalidade,
etc) e a política necessita da filosofia política para reflectir em torno da justiça, bem comum e
tolerância.

2. As épocas da filosofia política e os respectivos filósofos.

A filosofia política se desenvolveu em quatro épocas da história: antiga, media, moderna e


contemporânea. Foram vários os filósofos que se destacaram nestas épocas, mas destacar-se-
ão apenas os nomes mais sonantes de cada época.
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2.1. Filosofia Política na Antiguidade

2.1.1. Os Sofistas

Foram os primeiros a concentrarem a sua atenção no homem e nas questões da moral e


política. Na política, elaboraram e legitimaram o ideal democrático, elaboraram uma nova
educação capaz de satisfazer os ideais do homem da polis e não apenas a aristocracia.

Sistematizaram o ensino em gramática, retórica e dialéctica. Os sofistas mais famosos foram:


Górgias, Trasimaco, Pródico, Hipódamo e Protagóras.

2.2.2. Platão (428-347 a.C.)

Para Platão a “origem do Estado é convencional, isto é, devido a falta de auto-suficiência dos
homens, o mesmo associa-se aos outros para satisfazerem as suas necessidades” (BASTO,
1999 p.73).

A melhor organização social é separar os cidadãos em três classes: trabalhadores


(camponeses, artesãos e comerciantes), guardas (para a defesa) e governantes ou magistrados
para dirigir a cidade.

O melhor sistema político é o “sufocrático (filosofo-rei) sob o comenada de um monarca


(monarquia) que vai governar a cidade com justiça.” (BOBBIO, 2000 p.46)

2.2.3. Aristóteles (384-322 a.C.)

A origem do Estado “é natural, evolui a partir da família, por natureza o homem é um animal
político. A finalidade do Estado é proporcionar a felicidade aos cidadãos.” (TOCHARD, 2004
p.82)

Formas de Governo

Para Aristóteles cada Estado deve aprovar a forma de governo que melhor resolve as suas
necessidades.

Boas formas de governo – Monarquia, Aristocracia e República

Formas corruptas – Tirania, Oligarquia e Democracia

Monarquia (governo de um só homem) – é a melhor forma para Aristóteles porque preserva a


unidade do Estado. Facilmente pode se transformar em Tirania – governo de um só homem
que se move por interesse próprio.
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Aristocracia – (governo de poucos homens) – governo de um grupo de cidadãos virtuosos que


cuidam dos bem de todos. A sua forma corrupta é a oligarquia – que é um governo dos ricos
que procuram simplesmente o bem económico-social para eles próprios.

República – (governo de muitos homens) – governo constituído pelo povo que cuida bem da
polis. Quando o povo toma o poder e suprime todas as diferenças sociais em nome da
igualdade este tipo e governo chama-se Democracia, e é a forma corrupta da república.

2.3. Filosofia Política na Idade Média

2.3.1. Santo Agostinho (354-430 Argélia - África)

Para este filósofo, o mundo divide-se em duas cidades: cidade terrena (representado pelo
Estado) e a cidade de Deus (representada pela igreja).

Para Agostinho “a autoridade política é dada por Deus e não deve ser questionada pelos
homens, e é importante para manter a paz, justiça, a ordem e a segurança na cidade terrena.”
(MONDIN, 1991 p.123)

2.3.2. São Tomás de Aquino (1225-1274 - Itália)

O Estado nasce devido a natureza social do homem. “Aquino considera a monarquia


constitucional a melhor forma do governo.” (BASTO, 1999 p.147)

A finalidade do Estado é o bem comum. A igreja é superior ao Estado porque esta visa o fim
sobrenatural do homem, enquanto que o Estado visa o bem-comum.

2.4. A Filosofia Política na Idade Moderna

Surge no séc. XVI e termina no séc. XVIII. Esta época apresenta três características
fundamentais:

Libertação do homem em relação as explicações teológicas da realidade através da razão.

Libertação do homem dos regimes ditatoriais através da democracia.

Libertação do homem da dependência da realidade através da técnica. (BOBBIO, 2000 p.178)

2.4.1. Nicolau Maquiavel (1469-1527 - Itália)

A filosofia política de Maquiavel tem em vista a unificação da Itália Fragmentada. Para


Maquiavel na governação, os fins justificam os meios (pode usar-se qualquer meio para
atingir um fim desejado).
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Maquiavel recomenda que o príncipe se imponha mais pela força do que pelo amor. A este
tipo de regime pode chamar-se de ditadura.

2.4.2. Thomas Hobbes (Inglaterra 1588-1679)

Para Hobbes o Estado é fruto de um “contrato social”, decorrendo de conflitos entre


indivíduos (TOCHARD, 2004 p.153). Na sua óptica, o homem conheceu dois estados: o
primeiro é natural e o segundo contratual.

O primeiro é caracterizado por interesses egoístas, marcados por disputas e guerra de todos
contra todos. Esta situação não acomodando o homem, o mesmo procura fundar o segundo
estado que é o contratual, porque o medo e o desejo de paz obrigam a necessidade de uma
autoridade política, abdicando dos seus direitos em favor do soberano, que por sua vez terá o
poder absoluto.

2.4.3. John Locke (Inglaterra 1632-1704)

Locke apresenta semelhanças a Hobbes, acreditando que “o homem vivencia dois estados, o
primeiro, natural caracterizado pela liberdade e ausência de obrigações individuais, nesta os
homens são livres, iguais e independentes.” (BOBBIO, 2000 p.182) A renuncia à liberdade
natural acontece quando as pessoas concordam em juntar-se e unir-se em comunidade para
viver com segurança, conforto e paz umas com as outras.

2.4.4. Charles de Montesquieu (França 1689-1755)

Define três tipos sociológicos fundamentais do Estado, a democracia, a monarquia e o


despotismo e apresenta as leis constitutivas de cada um dos vários sectores da vida humana. O
seu grande mérito político foi a teoria de separação de poderes, desenvolvido na sua obra
Espírito das Leis, em 1748, nela distingue os poderes em: legislativo, executivo e judicial,
com o fim de estabelecer condições institucionais de liberdade política através de uma
equilibrada divisão de funções entre os órgãos do estado, parlamento, governo e tribunais,
respectivamente.

A finalidade desta divisão para Motesquieu é que se evitem ditaduras dentro do Estado. Que
geralmente são causadas pela acumulação ou centralidade do poder num único governante,
como o caso das Monarquias que acabam se transformando em tiranias.

De acordo com BOBBIO (2000 p.234 ) “O poder legislativo tem a função de crias leis,
através do parlamento. O poder executivo tem a função de implementar as leis e de as fazer
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cumprir e esse papel é desempenhado pelo governo, nas suas múltiplas funções. O poder
judicial serve para julgar aqueles que violam a lei, são os tribunais que se encarregam desta
tarefa.”

2.4.5. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 França)

Sendo também contratualista, defendeu a existência do homem em dois estados, sendo que no
primeiro, o natural, os homens eram iguais e que esta igualdade desapareceu a partir do
momento em que uns começaram a ser necessários aos outros. Assim sendo, Rousseau propõe
um contrato social que seja fruto do consentimento de todos os membros da comunidade,
exercendo assim, a democracia directa.

2.5. Filosofia Política na Época Contemporânea

2.5.1. Hegel

Para este filósofo “o indivíduo esta subordinado ao Estado” (BASTO, 1999 p.328). E esta
subordinação deve desaparecer de modo que a ideia absoluta se dissolva numa ordem
suprema que norteia as outras inteligências e vontades. Para Hegel o indivíduo não Estado é
um simples objecto e não sujeito do seu destino. A sua vontade é sufocada pela vontade do
Estado e o indivíduo perde a sua liberdade.

2.5.2. John Rawls (América 1921-2020)

Elaborou um pensamento político em torno de uma igualdade absoluta. Para Rawls, a justiça é
a estrutura de base da sociedade. Uma sociedade justa, segundo ele, deve fundar-se na
igualdade de direitos. Esta teoria foi criticada por não ser possível executá-la sem violar o
princípio de propriedade privada adquirida de forma legítima.

Reconhecendo a inexequibilidade da sua teoria de justiça recomenda todavia que a nova teoria
do liberalismo estabeleça uma base sobre a qual se possam erguer instituições publicas
liberais.

2.5.3. Karl Popper (1902-1994 Áustria)

Popper defende a sociedade aberta, uma sociedade em que se estimulam instituições


democráticas e a liberdade dos indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução dos
problemas sociais.
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Conclusão

Terminado o trabalho, conclui-se que: existe uma relação indissociável entre a filosofia
política e a política. A filosofia política ocupa-se dos problemas políticos, como: origem do
Estado, a sua organização, a sua forma ideal e a política necessita da filosofia política para
reflectir em torno da justiça, bem comum e tolerância.

Na antiguidade o facto marcante foi o surgimento na Grécia da democracia, criação dos


filósofos sofistas. Platão e Aristóteles se debruçaram sobre a origem do estado e a melhor
forma de governo, tendo o primeiro indicado que o estado possui uma origem convencional e
a sufocracia, como a melhor forma de governo. Ao passo que Aristóteles indicou que o estado
possui uma origem natural e não existem uma melhor forma de governo, cabendo a cada
estado escolher o modelo que melhor se adequa aos problemas do estado.

A época medieval notamos uma subordinação do poder político a Igreja. Agostinho afirma
que o poder político é atribuído por Deus e não deve ser questionado. E São Tomás de Aquino
advoga que a Igreja é mais divina que o Estado porque ela visa o bem sobrenatural do homem
ao passo que o Estado só visa a satisfação das necessidades matérias terrenas.

A modernidade foi considerada a época da libertação. A nível político os filósofos


desenvolveram a teoria do contrato social, acreditando que o homem vivenciou o primeiro
momento, o estado natural e o segundo foi o estado contratual que permita que os homens
vivam em sociedade, na paz, segurança e conforto.

A época contemporânea é marcada pelos filósofos Rawls e Popper, onde o primeiro teoria
uma sociedade igualitária e sem desequilíbrios sociais, ao passo que o segundo prioriza o
diálogo e a democracia como os pilares da sociedade aberta, aquela virada para a liberdade
individual e o exercício crítico do poder dos governantes.
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Bibliografia

BASTO, F. L. (1999) Ciência Política: Guia de Estudos, Associação Académica, Lisboa.

BOBBIO, N. (2000). Teoria Geral da Política, a Filosofia Política e as Lições dos Clássicos¸
Rio de Janeiro, Ed. Campus.

MONDIN, B. (1991), Introdução à Filosofia, Problemas, Sistemas, Autores e Obras, Ed.


Paulinas, São Paulo.

TOCHARD, J. (2004), História das Ideias Políticas, II, Publicações Europa-América, Lisboa.
Recomendações de melhoria:

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