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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O PENSAMENTO POLÍTICO DE THOMAS HOBBS

Discente

EDSON JOAQUIM ANTÓNIO

Código: 708208549

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Disciplina: Introdução a Filosofia

II ano, Turma B

Nampula, Julho de 2021


O PENSAMENTO POLÍTICO DE THOMAS HOBBS

EDSON JOAQUIM ANTÓNIO: 708208549

O presente trabalho é de carácter avaliativo


para a realização de exames, o qual para a sua
avaliação, será apresentado ao professor de
Introdução a Filosofia:

Dr. Felisberto Z. Namuizai

Nampula, Julho de 2021


TABELA 1. GUIÃO DE AVALIAÇÃO

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5
2.1. Objectivo do trabalho ....................................................................................................... 5
2. O PENSAMENTO POLÍTICO DE THOMAS HOBBES ...................................................... 6
2.1. Âmbito da fundação da filosofia política por Hobbes...................................................... 7
3. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 9
4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO
No âmbito da disciplina de introdução a filosofia, o presente trabalho visa explanar a ideias de
Thomas Hobbes sobre a política, isto é, apresentar o pensamento político de Thomas Hobbes.
Em princípio adiantar que Thomas Hobbes (5 de Abril de 1588 – 4 de Dezembro de 1679) foi
um matemático, teórico político e filósofo inglês, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1642).
Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade
de um governo e de uma sociedade fortes. No estado natural, embora alguns homens possam ser
mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais de forma a
estar isento do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem
direito a tudo e, uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos
contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em
interesse próprio, de acabar com a guerra e, por isso, formam sociedades através de um contrato
social.

2.1. Objectivo do trabalho


 Descrever o pensamento político de Thomas Hobbes

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2. O PENSAMENTO POLÍTICO DE THOMAS HOBBES
De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros
devem render o suficiente da sua liberdade natural, de forma que a autoridade possa assegurar a
paz interna e a defesa comum. Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembleia (que
pode, até mesmo, ser composta de todos, caso em que seria uma democracia), deveria ser o
Leviatã, uma autoridade inquestionável. A teoria política do Leviatã mantém, no essencial, as
ideias de suas duas obras anteriores, Os elementos da lei e Do cidadão (em que tratou a questão
das relações entre Igreja e Estado) (Vasconcelos, 2004).

Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se
concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. O Estado não pode estar
sujeito às leis por ele criadas pois isso seria infringir sua soberania. Para ele, a Igreja cristã e o
Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de
interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a
livre interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma, enfraquecer o monarca.
Sua filosofia política foi analisada pelo cientista político Richard Tuck como uma resposta para
os problemas que o método cartesiano introduziu para a filosofia moral. Hobbes argumenta que
só podemos conhecer algo do mundo exterior a partir das impressões sensoriais que temos dele
("Só existe o que meus sentidos percebem"). Esta filosofia é vista como uma tentativa de
embasar uma teoria coerente de uma formação social puramente no fato das impressões em si, a
partir da tese de que as impressões sensoriais são suficientes para o homem agir no sentido de
preservar sua própria vida. A partir desse imperativo, Hobbes constrói toda sua filosofia política
(Vasconcelos, 2004).

Segundo Hobbes, o ser humano não nasce livre, pois somente podemos nos considerar realmente
livres quando somos capazes de avaliar as consequências, boas ou más, das nossas ações.

Hobbes ainda escreveu muitos outros livros falando sobre filosofia política e outros assuntos,
oferecendo uma descrição da natureza humana como cooperação em interesse próprio. Foi
contemporâneo de Descartes e escreveu uma das respostas para a obra Meditações sobre filosofia
primeira, deste último (Vasconcelos, 2004).

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2.1.Âmbito da fundação da filosofia política por Hobbes
Hobbes quis fundar a sua filosofia política sobre uma construção racional da sociedade, que
permitisse explicar o poder absoluto dos soberanos. Mas as suas teses, publicadas ao longo dos
anos, e apresentadas na sua forma definitiva no Leviatã, de 1651, não foram bem aceites, nem
por aqueles que, com Jaime I, o primeiro rei Stuart de Inglaterra, defendiam que «o que diz
respeito ao mistério do poder real não devia ser debatido», nem pelo clero anglicano, que já em
1606 tinha condenado aqueles que defendiam «que os homens erravam pelas florestas e nos
campos até que a experiência lhes ensinou a necessidade do governo.» (Altini, 2009).

A justificação de Hobbes para o poder absoluto é estritamente racional e friamente utilitária,


completamente livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo, negando
implicitamente a origem divina do poder (Altini, 2009). O que Hobbes admite é a existência do
pacto social. Esta é a sua originalidade e novidade. Hobbes não se contentou em rejeitar o direito
divino do soberanos, fez tábua rasa de todo o edifício moral e político da Idade Média. A
soberania era em Hobbes a projecção no plano político de um individualismo filosófico ligado ao
nominalismo, que conferia um valor absoluto à vontade individual. A conclusão das deduções
rigorosas do pensador inglês era o gigante Leviatã, dominando sem concorrência a infinidade de
indivíduos, de que tinha feito parte inicialmente, e que tinham substituído as suas vontades
individuais à dele, para que, pagando o preço da sua dominação, obtivessem uma protecção
eficaz. Indivíduos que estavam completamente entregues a si mesmos nas suas actividades
normais do dia-a-dia (Falcão, 2015).

Infinidade de indivíduos, porque não se encontra em Hobbes qualquer referência nem à célula
famíliar, nem à família alargada, nem tão-pouco aos corpos intermédios existentes entre o estado
e o indivíduo, velhos resquícios da Idade Média. Hobbes refere-se a estas corporações no
Leviatã, mas para as criticar considerando-as «pequenas repúblicas nos intestinos de uma maior,
como vermes nas entranhas de um homem natural». Os conceitos de «densidade social» e de
«interioridade» da vida religiosa ou espiritual, as noções de sociabilidade natural do homem, do
seu instinto comunitário e solidário, da sua necessidade de participação, são completamente
estranhos a Hobbes (Falcão, 2015).

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É aqui que Hobbes se aproxima de Maquiavel e do seu empirismo radical, ao partir de um
método de pensar rigorosamente dedutivo. A humanidade no estado puro ou natural era uma
selva. A humanidade no estado social, constituído por sociedades civis ou políticas distintas, por
estados soberanos, não tinha que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos,
a partir do momento em que os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado,
permitiam ao homem deixar de ser um lobo para os outros homens. Aperfeiçoando a tese de
Maquiavel, Hobbes defende que o poder não é um simples fenómeno de força, mas uma força
institucionalizada canalizada para o direito (positivo), - «a razão em acto» de R. Polin -
construindo assim a primeira teoria moderna do Estado (Falcão, 2015).

Deste Estado, sua criação, os indivíduos não esperam a felicidade mas a Paz, condição necessária
à prossecução da felicidade. Paz que está subordinada a um aumento considerável da autoridade
- a do Soberano, a da lei que emana dele. Mas, mesmo parecendo insaciável, esta invenção
humana com o nome de um monstro bíblico, não reclama o homem todo. De facto, em vários
aspectos o absolutismo político de Hobbes aparece como uma espécie de liberalismo moral.
Hobbes mostra-se favorável ao desenvolvimento, sob a autoridade ameaçadora da lei positiva,
das iniciativas individuais guiadas unicamente por um interesse individual bem calculado, e por
um instinto racional aquisitivo (Altini, 2009 & Falcão, 2015).

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3. CONCLUSÃO
Após a leitura e interpretações de diversos autores sobre as ideias de Thomas Hobbs sobre o seu
pensamento na política, percebeu-se que Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os
homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e
centralizado. O Estado não pode estar sujeito às leis por ele criadas pois isso seria infringir sua
soberania. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado
pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir
o culto. Neste sentido, critica a livre interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa
forma, enfraquecer o monarca. Sua filosofia política foi analisada pelo cientista político Richard
Tuck como uma resposta para os problemas que o método cartesiano introduziu para a filosofia
moral. Hobbes argumenta que só podemos conhecer algo do mundo exterior a partir das
impressões sensoriais que temos dele ("Só existe o que meus sentidos percebem"). Esta filosofia
é vista como uma tentativa de embasar uma teoria coerente de uma formação social puramente
no fato das impressões em si, a partir da tese de que as impressões sensoriais são suficientes para
o homem agir no sentido de preservar sua própria vida. A partir desse imperativo, Hobbes
constrói toda sua filosofia política

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4. BIBLIOGRAFIA
1. Altini, C. (2009). Tra teologia e filosofia politica. Il" regno di Dio" nel pensiero di
Hobbes. Intersezioni, 29(2), 197-214.
2. Falcão, R. V. (2015). A naturaza da sedição: a natureza humana e a história no Behemoth
de Thomas Hobbes.
3. Vasconcelos, V.V. (2004). As leis da natureza e a moral em Hobbes, Universidade
Federal de Minas Gerais.

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