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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema:

“Importância da Convivência Política entre os Homens”

Nome da Estudante: Arlety


Código nº: 7082

Disciplina: Introdução a filosofia


Ano de frequência: 2º

Cuamba, Setembro de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Tema:

“Importância da Convivência Política entre os Homens”

Nome da Estudante: Joana Isabel João

Código nº: 708212882

Trabalho de investigação da cadeira de Introdução a


filosofia a ser apresentado na Universidade Católica de
Moçambique Cuamba, de carácter avaliativo. Orientado
pelo Tutor:

Cuamba, Setembro de 2022


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Classificação
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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
Organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização (indicação
1.0
clara do problema)
Introdução  Descrição do objectivo 1.0
 Metodologia adequada ao
2.0
objectivo do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo 2.0
(Expressão escrita cuidada,
Análises e coerência /coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante nas áreas de estudo
 Exploração de dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0
 Paginação, tipo e tamanho de
Aspectos
Formatação letra, paragrafa, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das citações
Referências edições em /referências bibliografia
4.0
Bibliográficas citação e
bibliográfica
Índice

Introdução..........................................................................................................................5

Conceito de Politica...........................................................................................................6

A Relação Entre a Filosofia e a Política............................................................................6

Histórico e Objectivo dos Direitos Humanos....................................................................7

Classificação dos Direitos Humanos.................................................................................8

Estado de Direito e Suas Funções.....................................................................................9

Conceito de Estado Democrático, e sua aplicabilidade em Moçambique.......................12

Conclusão........................................................................................................................14

Referências bibliográficas...............................................................................................15
Introdução
A política é a ciência que tem por objectivo a felicidade humana e divide-se em ética
(que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou polis), e
na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade colectiva). A política
situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam conhecimento
como meio para a acção. Assim, o Homem é um "animal político", pois somente ele
possui a linguagem e esta é o fundamento da comunicação entre os seres humanos. Os
demais animais só exprimem dor e prazer, mas o Homem utiliza a palavra (logos) e com
isso sua capacidade de julgamento entre o bem e o mal, o certo e o errado.

Portanto, ao longo deste trabalho de pesquisa da cadeira de introdução a filosofia iremos


abordar sobre a “Importância da Convivência Política entre os Homens”, iremos
essencialmente debruçar aspectos relativos a Relação entre Filosofia e a Política, a
história e objectivo dos Direitos Humanos, a classificação dos Direitos Humanos,
Estado de Direito e suas funções e por fim o conceito de Estado Democrático e sua
aplicabilidade em Moçambique.

Esta pesquisa tem como objectivo geral conhecer a importância da convivência politica
entre os homens. O mesmo tem como objectivos específicos os seguintes:

Dar o conceito de política;

Explicar a relação existente entre a filosofia e a politica;

Resumir o Histórico e Objectivo dos direitos Humanos e a sua classificação;

Dar o conceito de Estado de Direito e suas funções; e

Dar o conceito de Estado Democrático sua aplicabilidade em Moçambique.

A metodologia utilizada ao longo desta pesquisa foi a revisão bibliográfica de vários


autores que detalham sobre o tema em estudo enriquecida com algumas páginas do
módulo da cadeira de introdução a filosofia e da internet.

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Conceito de Politica
O termo “Política” vem do grego “Polis” que significa “Cidade”. Neste contexto,
etimologicamente a política é “a arte de governar a cidade.” Na Antiga Grécia,
“Política” traduzia-se normalmente, por República para designar a organização, o
regime político, a constituição de uma cidade soberana, de uma comunidade ou Estado
com individualidade e autonomia própria.

De acordo com Aristóteles (384 – 322 a.C.) todo o Homem é político. Assim, ele
entendia que a política era a arte de governar, ou seja, é ciência do governo. Dessa
forma, a Política pode-se definir como o conjunto de acções levadas a efeito por
indivíduos, grupos e governantes com vista a resolver os problemas com que depara
uma colectividade. O conceito da política está ligado ao conceito de poder.

Dai que para Thomas Hobbes (1588 -1679), o poder “são os meios adequados a
obtenção de qualquer vantagem.” Para Bertrand Russel, o poder é “o conjunto dos
meios que permitem alcançar os efeitos desejados.” Além do domínio da Natureza, o
poder é usado no domínio sobre os outros homens, sendo assim, não é um fim em si
mesmo, mas um meio para obter vantagens, é a posse dos meios.

No entendimento de Norberto Bobbio, existem três (3) formas de poder que a seguir
apresentamos:

 Poder económico: que assenta nos bens e é exercido por quem tem posse dos
bens materiais e do dinheiro. É essa forma de poder que faz com que as pessoas
que não têm posse dos recursos mantenham certo comportamento e sujeitem-se
a certos tipos de trabalho.
 O poder ideológico: esta forma de poder determina o comportamento do
indivíduo através dos sacerdotes, pastores, líderes, etc; e o
 Poder político: que constitui e institui órgãos que exercem a governação de um
território. Portanto, esta forma de poder pode ser entendido como a capacidade
de influenciar as acções dos sujeitos inseridos em um contexto social por meio
das instituições políticas que regimentam as relações desse espaço.

A Relação Entre a Filosofia e a Política


A Filosofia Política é o ramo da Filosofia que visa a fundamentação da ideia de
organização dos homens que vivem em sociedade. É a actividade racional e critica à
razão política. A relação existente entre a Filosofia política e a Política é que a primeira

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ocupa-se dos problemas de origem de Estado, a sua organização, a sua forma ideal, a
sua função e o seu fim específico, os princípios gerais e a natureza da acção política e as
suas relações com a moral, a forma do exercício político em cada época histórica. A
Filosofia procura compreender, iluminar e esclarecer os conceitos de justiça, de bem
comum, de Estado, de tolerância, de sociedade e até o próprio conceito de política.

Desde modo, as decisões políticas devem ser sempre objecto de investigação filosófica
antes de serem implementadas. Desde a tradição clássica, a Política é uma ciência que
exerce o seu domínio do conhecimento prático e é de natureza normativa, estabelecendo
os critérios de justiça e de bem governar e examinar as condições sociais as quais o
homem pode atingir a felicidade (o bem-estar) colectiva ou na sociedade.

O Filósofo Político é alguém que analisa criticamente a sociedade (aspectos positivos e


negativos) e aponta soluções filosóficas, por isso, em algumas sociedades, não são bem
vistos os filósofos pelos governantes, pois são considerados como perturbador da
sociedade. De forma breve podemos concluir que a relação entre a Filosofia Política e a
Política é análoga a da Ética e da moral, sendo a primeira é uma reflexão sobre a
segunda.

Histórico e Objectivo do Direitos Humanos

A Declaração Universal dos direitos do Homem data a 10 de Dezembro de 1948. Só


então, o ser humano viu reconhecidos os seus direitos inalienáveis e seu reconhecimento
universal pelas nações unidas representadas na ONU e só começaram a ganhar
relevância na reflexão dos filósofos iluministas do século XVIII, Montesquieu (1689-
1755), Voltaire (1691-1778) e Rousseau (1712-1778) e, e mais logo, teve um
desenvolvimento crescente e começou a ser tida em consideração na elaboração dos
programas dos governos e a traduzir-se em declarações de direitos fundamentais
comuns a todos os homens.

Após a II Guerra Mundial, em que a humanidade suportou sofrimentos e crueldades


gratuitas e constatou a violação sistemática dos mais elementares direitos da pessoa
humana, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas promulgou, em
Dezembro de 1948 a “Declaração Universal dos Direitos Do Homem”, que constitui,
ainda hoje, o conjunto dos princípios básicos que devem ser respeitados nas relações
internacionais; é por isso, o documento fundamental de referência no estabelecimento
da paz entre os povos e dos consensos generalizados das nações.

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O objectivo da Declaração é que os direitos humanos sejam assegurados a todos os
cidadãos do mundo. A consciência dos Direitos, conduziu a uma lista de documentos
emanados da ONU, que se ocupam e consagram internacionalmente os direitos de
minorias ou de grupos mais desfavorecidos. Assim, foram sendo proclamadas, entre
outras:

 A Convenção Europeia dos Direitos do Homem: 1950;

 A Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher: 1952;

 Convenção para a Prevenção e Repressão do Genocídio: 1958;

 A Declaração dos direitos da Criança: 1959;

 Declaração sobre a concessão da Independência aos Países e Povos Colonizados:


1960;

 Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de Descriminação Racial:


1963.

Em suma, os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de


todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o modo como os
seres humanos individualmente vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação
com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles.

Classificação dos Direitos Humanos

O Direitos Humanos formam um conjunto de normas jurídicas nacionais e


internacionais que buscam assegurar um patamar mínimo de dignidade para todo e
qualquer ser humano. Portanto, os direitos humanos podem ser classificados em duas
partes a saber:

 Direitos políticos ou direitos de cidadania: estes referem-se à definição da


qualidade de cidadão nacional e suas prerrogativas, aquisição e perda de
nacionalidade, formação do corpo eleitoral, capacidade eleitoral activa e passiva,
acesso aos cargos públicos, etc. Estes direitos variam no espaço e no tempo,
segundo a ordem política e jurídica de cada Estado.

 Direitos fundamentais propriamente ditos: referem-se aos atributos naturais


da pessoa humana, invariáveis no espaço e no tempo, segundo a ordem natural
estabelecida pelo Criador do mundo e, partindo-se do princípio de que todos os

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homens nascem livres e iguais em direitos. Entendem-se à todos os homens, sem
distinção de nacionalidade, raça, sexo, ideologia, crenças, condições económicas

 Ou quaisquer outras discriminações. São os direitos concernentes à vida, à


liberdade, à segurança individual, à propriedade, etc.

Além dos direitos fundamentais definidos nas declarações clássicas, novos direitos de
personalidade vêm se configurando nos horizontes sociais conturbados pela crescente
hipertrofia do poder estatal, assumindo configurações mais nítidas no mundo jurídico
actual, os seguintes:

a) Direito à própria imagem;

b) Direito à intimidade pessoal; e

c) Direito à informação.

O Direito à própria imagem tende a desvincular o homem de seu condicionamento pelos


estereótipos dos chamados mass-media. O direito à intimidade pessoal dirige-se à
preservação da vida íntima do indivíduo, ameaçada pelo emprego de dispositivos
modernos de visão, audição e outros meios de controlo à distância. O direito à
informação se contrapõe, em nome da soberania nacional da sociedade de consumo e
aos exageros dos chamados “motivos de segurança nacional”.

Estado de Direito e Suas Funções


A ideia de Estado de Direito, que tem origem na Idade Média, como forma de
contenção do poder absoluto,   ressurgiu nas últimas décadas como um ideal
extremamente poderoso para todos aqueles que lutam contra o autoritarismo e o
totalitarismo, transformando-se num dos principais pilares do regime democrático.

Para Kelsen (2006) o Estado de direito   é o sujeito artificial pela qual se manifesta o
poder do povo, submetendo a todos em igualdade de circunstâncias (tanto governados
como governantes), na observância da lei.

Portanto, o Estado de Direito é aquele em que o poder é exercido segundo a lei. Todos
os membros desta sociedade estão submetidos na mesma lei a respeito pela hierarquia
das normas, separação de poderes e pelos direitos fundamentais.  

No contexto da administração da justiça, o sistema de administração da Justiça


moçambicano, conforme  vários analistas, não oferece garantias de que as violações dos

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direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos serão penalizadas para quem as comete,
independentemente do seu estatuto político ou condição social.

O conceito clássico de Estado de Direito foi submetido a uma severa reavaliação nas
primeiras décadas do último século. Alguns Pensadores, como Max Weber em sua obra
“Economia y Sociedad” alertaram nos acerca do processo de desformalização do Direito
como consequência das transformações na esfera pública. Os anos que se seguiram após
os trabalhos de Weber foram marcados por uma tensa luta política e intelectual sobre a
capacidade do Rechtsstaat de se adequar aos novos desafios apresentados pela
Constituição social-democrata de Weimar.

Para Hayek (1990), a intervenção estatal na economia e o crescente poder discricionário


dos burocratas de estabelecer e buscar a realização de objectivos sociais ameaça a
eficiência económica; como consequência das transformações nas funções do Estado,
houve um processo de declínio da condição do Direito como instrumento substantivo na
protecção da liberdade. A noção de que o Estado não tem apenas a obrigação de tratar
os cidadãos de maneira igual perante a lei, mas também o dever de assegurar a justiça
substantiva, foi acompanhada pelo argumento, proposto por novos teóricos do direito,
de que o conceito tradicional de Estado de Direito se tornou incompatível com o mundo
moderno. Diferentes teorias jurídicas, como o positivismo, o realismo jurídico ou a
jurisprudência de interesses construíram uma versão formal do Direito, liberando o
Estado das inerentes limitações impostas por uma concepção substantiva.

Ainda para Hayek, o Estado de Direito deveria ser formado, pelos seguintes elementos:
(a) a lei deveria ser geral, abstracta e prospectiva, para que o legislador não pudesse
arbitrariamente escolher uma pessoa para ser alvo de sua coerção ou privilégio;

(b) a lei deveria ser conhecida e certa, para que os cidadãos pudessem fazer planos –
Hayek (1990) defende que esse é um dos principais factores que contribuíram para a
prosperidade no Ocidente;

(c) a lei deveria ser aplicada de forma equânime a todos os cidadãos e agentes públicos,
a fim de que os incentivos para editar leis injustas diminuíssem;

(d) deveria haver uma separação entre aqueles que fazem as leis e aqueles com a
competência para aplicá-las, sejam juízes ou administradores, para que as normas não
fossem feitas com casos particulares em mente;

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(e) deveria haver a possibilidade de revisão judicial das decisões discricionárias da
administração para corrigir eventual má aplicação do Direito;

(f) a legislação e a política deveriam ser também separadas e a coerção estatal


legitimada apenas pela legislação, para prevenir que ela fosse destinada a satisfazer
propósitos individuais; e

(g) deveria haver uma carta de direitos não taxativa para proteger a esfera privada.

Dessa maneira, a concepção de Estado de Direito defendida por Hayek engloba uma
visão substantiva do Direito, uma noção estrita da separação de poderes e a existência
de direitos liberais que protejam a esfera privada, moldada assim para servir como um
instrumento de protecção da propriedade privada e da economia de mercado. O maior
problema dessa concepção é que, através dela, o Estado de Direito se torna refém de um
ideal político particular.

Para Raz (1979), o Estado de Direito em seu sentido amplo “significa que as pessoas
devem obedecer às leis e serem reguladas por elas. Porém, em uma teoria política e
jurídica, ele deve ser lido de uma maneira mais estrita, no sentido de que o governo
deve ser regulado pelas leis e submetido às mesmas”.12 A construção de Raz requer que
as leis devam ser entendidas como regras gerais, para que possam efectivamente
direccionar acções. Nesse sentido, o Direito não é apenas um fato decorrente do poder,
precisa, ao contrário, possuir uma forma particular. Raz, no entanto, não compartilha da
ideia defendida por Hayek, segundo a qual apenas normas abstractas e gerais podem
constituir um sistema de Estado de Direito.

Para Raz, seria impossível governar apenas com normas gerais; qualquer sistema
concreto deve ser composto por normas gerais e outras específicas, que em
contrapartida devem ser consistentes com as primeiras. Para concretizar o objectivo de
um sistema jurídico que possa guiar a acção individual, Raz cria sua própria lista com os
princípios do Estado de Direito, de acordo com os quais as leis devem ser prospectivas,
acessíveis, claras e relativamente estáveis; a edição de normas específicas deve ser
guiada por outras que sejam, por sua vez, acessíveis, claras e gerais. Existe, no entanto,
uma explicação menos nobre para o apoio amplo ao Estado de Direito que deve ser
mencionada.

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O artigo 3º da Constituição da República de Moçambique (edição 2008) define que “A
República de Moçambique é um Estado de direito, baseado no pluralismo de expressão,
na organização política democrática, no respeito e garantia dos direitos e liberdades
fundamentais do Homem.”

Ainda de acordo com a Constituição da Republica de moçambicana, no artigo 2º define


para além de direitos e deveres, a soberania e símbolos nacionais:

1. A soberania reside no povo;

2. O povo moçambicano exerce a soberania segundo as formas fixadas na Constituição;


3. O Estado subordina-se a Constituição e funda-se na legalidade.

No Estado do Direito o poder é dividido em três tipos:

a) Poder legislativo: formula e aprova as leis, está ligado ao parlamento que é a


expressão da vontade do povo.

b) Poder executivo ou administrativo: executa as leis. É exercido a partir do


Presidente da República, seus ministros, governadores até ao último homem com o
poder de direcção reconhecida.

c) Poder judiciário: os juristas aplicam as leis ocupando-se do Direito e da Justiça.


Julgam todos aqueles que não agirem em conformidade com as leis nos Tribunais
através dos juízes de direito ou singulares ou por magistrados. No Estado de Direito
ninguém está acima da lei. A lei reina para todos os indivíduos.

Conceito de Estado Democrático, e sua aplicabilidade em Moçambique

A liberdade política e os direitos e liberdades fundamentais, são elementos


indissociáveis para a construção de uma sociedade que respeita os direitos humanos e,
portanto, de um Estado de direito democrático. Um Estado que não respeita os direitos e
liberdades fundamentais dos indivíduos, por mais que formal e politicamente se defina
como um Estado de Direito Democrático é um Estado absolutista ou autoritário.

Assim, da análise que se faz aos textos constitucionais moçambicanos, em particular a


Constituição em vigor, de 2004 revista em 2018, conclui-se que formalmente há
elementos que configuram o Estado de Direito Democrático em Moçambique. No
entanto, sua prática ainda é um desafio, visto que as instituições de defesa, segurança e
justiça, por estarem, por força da lei mãe, subordinadas ao Presidente da República, que

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ao mesmo tempo é chefe do Estado e Presidente do partido no poder, no nosso
entendimento não são totalmente democráticas.

Por isso, para a efectivação do Estado de Direito democrático em Moçambique há


necessidade de reformular os nºs 02 dos artigos 225º e 228º; nº 1 do artigo 238º; a alínea
a) do artigo 241º, que aconselham a nomeação de presidentes dos tribunais Supremo,
Administrativo e Presidente do Conselho Constitucional respectivamente, pelo
presidente da República, passando estes a ser nomeados, como acontece em sociedades
que respeitam e observam o Estado de Direito, pelo Conselho colegial de juízes da
magistratura judicial ou outro órgão independente. Há também necessidade de
reformular o nº 04 do artigo 262º da Constituição que preconiza que o Presidente da
República é o Comandante-chefe das forças de defesa e serviços de segurança do
Estado, por este ser ao mesmo tempo presidente do partido no poder.

Somos favoráveis a inclusão no texto constitucional de elementos culturais


representativos de cada região, tendo em conta que o povo moçambicano é constituído
por várias nações distintas.

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Conclusão
Em gesto de conclusão, no conteúdo deste trabalho de pesquisa destacamos a Relação
entre Filosofia e a Política, a história e objectivo dos Direitos Humanos, a classificação
dos Direitos Humanos, Estado de Direito e suas funções e por fim o conceito de Estado
Democrático e sua aplicabilidade em Moçambique.

Sobre a Relação existente entre Filosofia e a Política, importa sublinhar que a política
ocupa-se dos problemas de origem de Estado, a sua organização, a sua forma ideal, a
sua função e o seu fim específico, os princípios gerais e a natureza da acção política e as
suas relações com a moral, a forma do exercício político em cada época histórica.
Enquanto a Filosofia procura compreender iluminar e esclarecer os conceitos de justiça,
de bem comum, de Estado, de tolerância, de sociedade e até o próprio conceito de
política.

A Declaração Universal dos direitos do Homem data a 10 de Dezembro de 1948. Só


mais tarde, o ser humano viu reconhecidos os seus direitos inalienáveis e seu
reconhecimento universal pelas nações unidas representadas na ONU. Assim, os direitos
humanos são classificados em Direitos políticos ou direitos de cidadania e Direitos
fundamentais propriamente ditos.

No concernente ao conceito de Estado Democrático e sua aplicabilidade em


Moçambique é de salientar que o Estado Democrático de Direito é uma forma
de Estado em que a soberania popular é fundamental e é marcado pela separação dos
poderes estatais, a fim de que o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem
e comprometam a soberania popular.

Assim, a prática do Estado de Direito Democrático em Moçambique, é segundo nossa


análise um desafio, visto que não há separação entre o Estado e o Governo no poder,
isto é, o cidadão moçambicano não é submetido a igual tratamento, perante a lei. A
justiça moçambicana é forte para os fracos e fraca para os fortes.

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Referências bibliográficas

Kelsen, Hans. (2006). Teoria Pura do Direito. 7ª.edição, Editora Martins Fontes.

Hayek, F. A. V. (1990).  O Caminho da servidão. São Paulo: Instituto Liberal.

Raz, J.  (1979). The Authority of Law: Essays on Law and Morality. New York:
Clarendon Press.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE (2018). Constituição da República Popular de
Moçambique.

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