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Copyright © Les Éditions du Cerf, Paris, 2019
Copyright da edição brasileira © 2020 É Realizações Editora
Título original: L’empire du politiquement correct
Cet ouvrage, publié dans le cadre du Programme d’Aide à la Publication année
2020 Carlos Drummond de Andrade de l’Ambassade de France au Brésil,
bénéficie du soutien du Ministère de l’Europe et des Affaires étrangères.
Capa
Créditos
Folha de rosto
Dedicatória
A censura está de volta
Capítulo 1 | A democracia como pedagogia
progressista
A democracia convertida à utopia diversitária
A democracia como exercício pedagógico
Psicologia da negação do real em regime
diversitário
Capítulo 2 | 1984 é agora
Democracia e redes sociais
A guerra da narrativa ou o conflito das
interpretações
O software decifrador no cerne do sistema
midiático
Demonologia, deslizes e rotulagem
O apelo à censura estatal
Capítulo 3 | Aquilo que a esquerda chama de direita
Psicologia do esquerdista
Situação da direita “moderada”
A direita amansada
Figura da direita descomplexada e… a direita
descomplexada vista pela esquerda
Quem é de direita é de esquerda
Capítulo 4 | O progressismo e os leprosos
A democracia contraditória
A questão do povo
A neutralização da soberania popular
A democracia “iliberal” ou o poder político como
contrapoder
Capítulo 5 | Os brancos, os racizados e os outros
Reflexões sobre a “questão branca”
A celeuma da apropriação cultural
A liberdade de expressão derrubada: o espaço
público como safe space
O novo iconoclasmo e a guerra contra as estátuas
Capítulo 6 | O sentimento do fim de um mundo ou a
criminalização da nostalgia
O encanto dos escritores crepusculares
O recurso ao grande homem
A figura do pária
O mito da arca
Capítulo 7 | Como é possível ser conservador?
O conservadorismo e a modernidade
Dos neorreacionários aos conservadores
O momento Zemmour
Finkielkraut, conservador
Surgimento da questão antropológica
Psicologia de um renascimento conservador
Elogio do conflito civilizado
Agradecimentos
Notas
Mídias sociais
A censura está de volta
Não teria sido possível, para mim, escrever este livro sem
a discussão continuamente retomada com meus amigos e
colegas do seminário da Action Nationale (Ação Nacional).
Há quinze anos prosseguimos uma reflexão sobre a situação
do Quebec e, mais amplamente, sobre os grandes
problemas da época. Agradecimentos também a meus
amigos e interlocutores do outro lado do Atlântico. Eles
sabem, espero, a que ponto a conversa entre nós me é
essencial. Agradecimentos, por fim, a Karima, sem a qual
nada disso me teria sido possível e, sobretudo, sem a qual
nada disso teria sentido.
Notas
[ 210 ] François Furet, Penser le XXe siècle, Paris, Robert Laffont, 2007, p. 480.
[ 211 ] Jean-François Revel, Fin du siècle des ombres, Paris, Fayard, 1999, p.
392-93.
[ 212 ] Reni Eddo-Lodge, Le racisme est un problème de Blancs, Paris,
Autrement, 2018, p. 161.
[ 213 ] Reni Eddo-Lodge, Le racisme est un problème de Blancs, Paris,
Autrement, 2018, p. 11.
[ 214 ] Algumas obras representam bem essa tendência: Sadri Khiari, Pour une
politique de la racaille, Paris, Textuel, 2006; Houria Bouteldja, Les Blancs, Les
Juifs et nous, Paris, La Fabrique, 2016.
[ 215 ] Imagina-se a reação da velha direita racialista, desaparecida do mapa
político e obrigada a retrair-se nas margens da vida social e política, que jamais
havia duvidado da persistência do fator racial e se desolava com o fato de já
não ser possível mencioná-lo: ela verá aí um retorno do recalcado, e mesmo um
retorno do real. A filosofia política ocidental quis desconstruir politicamente toda
referência possível à raça: redescobrimos, e nos perguntamos por que isso
causaria surpresa, que quanto mais os pertencimentos históricos são liquefeitos,
mais os pertencimentos primitivos vêm à tona.
[ 216 ] Solange Bied-Chareton, “Rokhaya Diallo et les aventuriers de la race
perdue”, Valeurs actuelles, 30 de julho de 2018, (www.valeursactuelles.com).
[ 217 ] Ta-Nehisi Coates, Un colère noire, Paris, Autrement, 2017.
[ 218 ] Idem, Le procès de l’Amérique, Paris, Autrement, 2017. Para uma breve
história do conceito de privilégio branco, leia-se William Ray, “‘Privilège blanc’:
ce qui se cache derrière ce slogan”, Le Point, 30 de setembro de 2018.
[ 219 ] Bari Weiss, “When the Left Turns on Its Own”, New York Times, 1º de
junho de 2017.
[ 220 ] “Les ateliers ‘en non-mixité raciale’ du syndicat SUD-Education 93 créent
une polémique”, Le Monde, 21 de novembro de 2017.
[ 221 ] Véronique Chagnon, “Se libérer sans vous, se libérer de vous”, Le Devoir,
5 de dezembro de 2015.
[ 222 ] Sophie Chartier, “À nous notre lutte”, Le Devoir, 5 de dezembro de 2015;
Patricia Hill Collins, La pensée feministe noire, Montreal, Éditions du Remue-
Menage, 2016.
[ 223 ] Régis Debray, À demain de Gaulle, Paris, Gallimard, 1990, p. 64.
[ 224 ] Para um exemplo dessa reescrita fantasística da história em contexto
canadense, leia-se Robyn Mayard, Noires sans surveillance, Montreal, Mémoire
d’encrier, 2018.
[ 225 ] Robin Di Angelo, White Fragility: Why It’s So Hard for White People to
Talk About Racism, Beacon Press, 2018. Uma associação antirracista
quebequense proporá a seguinte definição: “Estado emocional intenso em que
se encontram as pessoas brancas quando uma pessoa racizada critica alguns de
seus comportamentos julgados racistas. Esse estado se caracteriza por reações
vivas, defensivas, até violentas. Isso se traduz em emoções como medo, raiva,
sentimento de culpa ou comportamentos como argumentar, minimizar ou
interromper a conversa. É próprio dessas interações ressaltar os sentimentos
negativos provocados pela crítica, e não a experiência vivida de racismo”.
Alexandra Pierre, “Mots choisis pour réfléchir au racisme et à l’antiracisme”,
Droits et libertés, outono de 2016, p. 15.
[ 226 ] Gilles-William Goldnadel, “Face au racisme antiblanc, le ‘déni aveugle’
des médias”, FigaroVox, 1º de outubro de 2018.
[ 227 ] Reni Eddo-Lodge, Le racisme est une affaire de blancs, Paris, Autrement,
2018.
[ 228 ] Elsa Mourgue, “Le racisme antiblanc existe-t-il? Entretien avec Éric
Fassin”, France Culture, 10 de outubro de 2018.
[ 229 ] Éric Fassin, citado em Elsa Mourgue, “Le racisme antiblanc existe-t-il?
Entretiens avec Éric Fassin”, France culture, 10 de outubro de 2018.
[ 230 ] William Voegeli, “Racism, Revised”, Claremont Review of Books, Fall,
2008.
[ 231 ] “Le ‘décolonialisme’, une stratégie hégémonique: l’appel de 80
intellectuels”, Le Point, 4 de dezembro de 2018, (www.lepoint.fr).
[ 232 ] Vale a pena citar também o caso de Louis-Jean Cormier, certamente um
dos cantores quebequenses mais talentosos, que teve de desculpar-se, depois
de se haver declarado desfavorável à paridade homens-mulheres no mundo da
música, porque não queria escolher seus técnicos com base no sexo, mas na
competência. Por isso, foi alvo de uma tempestade midiática da qual tentou sair
formulando pedidos públicos de desculpas que relembraram as horas mais
vermelhas do século passado. Louis-Jean Cormier, “MEA-CULPA ‘Que despertar,
esta manhã! Depois de haver lido o artigo ‘Pour ou Contre’ no La Presse, em que
discuto várias questões com a jornalista Josée Lapointe, uma sensação de mal-
estar me invadiu. Por mais que eu releia mil vezes a resposta à pergunta: Por ou
contra a paridade homem-mulher nos festivais, mesmo sabendo quais frases
foram suprimidas e quais foram tiradas do contexto, pareço um tiozinho idiota e
atrasado. Dois dias depois de 8 de março. Slow clap! Todos os que me conhecem
sabem que não sou esse tipo de cara, que sou favorável à igualdade homem-
mulher, ponto final. E, portanto, também na música, tanto debaixo dos holofotes
como na sombra. Sim, conheço experientes técnicas de música; sim, tenho a
sorte de contar entre os meus amigos uma plêiade de cantoras, autoras e
compositoras que têm muito mais experiência que eu. Mulheres da minha idade,
que brilham tanto aqui como em outros lugares, bem como jovens que
aparecem, cujo talento me dá uma sova, artistas e musicistas que tenho
vontade de convidar para a primeira parte dos meus shows ou mesmo para
programas de TV dos quais participo. Mas subestimo a que ponto faço parte dos
mais privilegiados deste mundo: sou um homem branco heterossexual. Que tem
a sorte de ter certo sucesso e uma voz pública. Uma responsabilidade. Tomo
uma página do grande livro de David Byrne que, ao comentar a desigualdade
homem-mulher no meio da música ainda esta semana, lamentava fazer parte do
problema. Não é hora para sutilezas, e sinto muito por haver decepcionado e
ofendido tantas pessoas ao tentar aludir a uma delas. Aceito a mão estendida
das irmãs Boulay e de Laurence Nerbonne, que se propõem a me ensinar um
pouco mais sobre o sexismo sistêmico com que elas, minhas colegas, se
confrontam. Parece claro que tenho um exercício de consciência a fazer e isso
cai bem, pois estou em ano sabático”. Louis-Jean Cormier, “Mea-Culpa”, Página
do Facebook do autor, 10 de março de 2018.
[ 233 ] “Controverse sur l’appropriation culturelle: un rédacteur en chef de CBC
écarté”, Radio Canada, 17 de maio de 2017. Também, “‘I invited these
indigenous writers… and then I insulted them’: Hal Niedzviecki on appropriation
uproar”, CBC News, 16 de maio de 2017.
[ 234 ] Philippe Teisceira-Lessard, “Université d’Ottawa: yoga annulé pour
‘appropriation culturelle’”, La Presse, 23 de novembro de 2015.
[ 235 ] Camille Feireisen, “Halloween et appropriation culturelle: un guide pour
se costumer à l’école”, Radio Canada, 31 de outubro de 2018.
[ 236 ] Nesse caso, fala-se antes de apropriação corporal. “Appropriation
corporelle: comment représenter les personnes handicapées à l’écran?”, Radio
Canada, 14 de janeiro de 2019.
[ 237 ] Laurence Niosi, “Le nom des Redmen de McGill jugé raciste et dépassé”,
Radio Canada, 15 de outubro de 2018.
[ 238 ] Czesław Miłosz, La pensée captive, Paris, Gallimard, 1953, p. 276.
[ 239 ] Romain Jeanticou, “Les ‘sensitivity readers’ dans l’édition américaine,
garde-fous ou derniers avatars du politiquement correct?”, Télérama, 18 de
setembro de 2018.
[ 240 ] Patrick Moreau, “L’ombre de la censure”, Argument, vol. 21, nº 1, outono-
inverno 2018-2019, p. 72.
[ 241 ] Saïd Mahrane, “La tyrannie des susceptibles”, Le Point, 6 de junho de
2018.
[ 242 ] Samira Laouni, “Évitons le cercle vicieux de la haine! Mémoires du COR”,
agosto de 2015.
[ 243 ] Géraldine Smith, Vu en Amérique, bientôt en France, Paris, Stock, 2018,
p. 53.
[ 244 ] Sophia Buono, “After Charles Murray Fiasco, Middlebury College Launches
Civil Discourse Program”, The Weekly Standard, 13 de novembro de 2018.
Quanto ao caso de Jordan Peterson, leia-se Paul Journet, “Taisez-vous, on
débat!”, La Presse, 26 de novembro de 2017. Sob a mesma perspectiva, leia-se
Julie Levasseur, “Conférence annulée pour propos transphobes”, Montréal
Campus, 18 de novembro de 2016. Mais amplamente sobre essa questão, leia-
se Normand Baillargeon (dir.), Liberté surveillée, Montreal, Léméac, 2019.
[ 245 ] Claire Levenson, “En Angleterre, des humoristes sommés de garantir par
écrit qu’ils n’offenseront personne”, Slate.fr, 13 de dezembro de 2018.
[ 246 ] Dominique Scali, “La radicalisation anarchiste à l’université inquiète”, Le
Journal de Montréal, 7 de maio de 2017.
[ 247 ] Reni Eddo-Lodge, Le racisme est un problème de Blancs, Paris,
Autrement, 2018, p. 158.
[ 248 ] Ibidem, p. 161.
[ 249 ] Martine Delvaux, citada em Dominique Scali, “La radicalisation
anarchiste à l’université inquiète”, Journal de Montréal, 7 de maio de 2017.
[ 250 ] Para citar Alain Savard, que afirma sua adesão a esses métodos,
“perturbar uma conferência é um meio de expressão para os que não têm
acesso à fala pública. Um meio pelo qual podem enfrentar uma elite que não
tem interesse algum no diálogo, no acordo e na democracia. […] Não seria
preferível tirar proveito dessas conferências para nelas oferecer um contra-
discurso? Uma vez mais, depende. Em muitas conferências, o tempo alocado às
perguntas do público é curto e o conferencista sempre tem a última palavra.
Quando é o caso de comparecer, por vezes é mais estratégico perturbar o
evento e aproveitar para conversar com as pessoas presentes”. Alain Savard,
“Lettre à Normando Baillargeon: on ne défend pas la démocratie en défendant le
droit de parole des puissants”, Ricochet, 13 de março de 2017.
[ 251 ] Essas palavras foram publicadas num manifesto de uma associação de
estudantes universitários quebequenses (Afesh-UQAM), e ainda constam na sua
página do Facebook. Cf. La censure, c’est la liberté d’expression. Apparemment.
Retour sur la controverse de l'UQAM, Mathieu Bock-Cote, Le Journal de Montréal,
16 de março de 2017 (www.journaldemontreal.com).
[ 252 ] Stéphane Bailargeon, “Protester contre la parole des puissants: entretien
avec Valérie Lefebvre-Faucher”, Le Devoir, 1º de abril de 2017.
[ 253 ] Emmett Macfarlane, citado em Shaw Jefford, “Ford exige politiques de
liberté d’expression dans les universités”, 30 de agosto de 2018.
[ 254 ] Emmanuel Pierrat, Nouvelles morales, nouvelles censures, Paris,
Gallimard, 2018, p. 11.
[ 255 ] Bérénice Levet, “Dans la prison du présent”, L’Incorrect, 2 de outubro de
2017, p. 39.
[ 256 ] “À Memphis, le film Autant en emporte le vent n’est plus le bienvenu”,
Radio Canada, 28 de agosto de 2017.
[ 257 ] Consulte-se sobre essa questão o artigo “La guerre de Sécession: la
véritable histoire”, in: Le Figaro Histoire, nº 35, dezembro de 2017-janeiro de
2018.
[ 258 ] George Orwell, 1984, Paris, Folio, 1950, p. 21-28.
[ 259 ] Arnaud Leparmentier, “A New York, la statue de Christophe Colomb fait
polémique”, Le Monde, 7 de outubro de 2017.
[ 260 ] Foi justamente para banir da vida pública tudo o que a representasse
que a Universidade de Notre-Dame em Indiana decidiu recobrir os afrescos,
feitos nos século XIX, que a celebravam. Agência France Presse, “Une université
américaine va recouvrir des fresques dépeignant Christophe Colomb”, Le Figaro,
24 de janeiro de 2019.
[ 261 ] Natasha MacDonald-Dupuis, Des enseignants veulent rebaptiser les
écoles portant le nom de John A. Macdonald, Radio Canada, 25 de agosto de
2017.
[ 262 ] Louis-Georges Tin et al., “Mémoire de l’esclavage: ‘Débaptisons les
collèges et les lycées Colbert!’”, Le Monde, 16 de setembro de 2017.
[ 263 ] Xantha Leatham, “King’s College ‘substituirá bustos e retratos de seus
pais fundadores por minorias étnicas após pressão estudantil’”, Daily Mail, 14 de
julho de 2017.
[ 264 ] Desse ponto de vista, a comparação com o islamismo merece ser feita,
na medida em que nos lembramos da destruição do museu de Mossul ou das
ruínas de Palmira. Existe aí um niilismo destruidor, de homens que pretendem
apagar da superfície do planeta tudo o que não entra em seu estreito sistema
de crenças. Eles confirmam o que sabíamos: alguns homens sentem uma fruição
perversa quando se entregam à destruição, à ação de destruir o que outros
homens respeitam. Justificam seu niilismo absoluto com a pretensão de servir
ao Absoluto. Quanto mais destroem, mais desfrutam. Quanto mais pisoteiam o
homem, mais se sentem inflados de poder.
[ 265 ] Michel Heller, La machine et les rouages, Paris, Calmann-Lévy, 1985.
[ 266 ] Czesław Miłosz, La pensée captive, Paris, Gallimard, 1953.
[ 267 ] Gustave Thibon, Parodies et mirages, ou La décadence d’un monde
chrétien, Paris, Édition du Rocher, 2011, p. 21-22.
[ 268 ] Guillaume Perrault, Conservateurs, soyez fiers!, Paris, Plon, 2017, p. 137.
[ 269 ] Alexandre Devecchio, Les nouveaux enfants du siècle, Paris, Éd. du Cerf,
2016, p. 309.
[ 270 ] Louis Pauwels, “Dieu a-t-il lu ce sondage?”, Le Figaro Magazine, 9 de abril
de 1983.
[ 271 ] Michel de Jaeghere, Les dernier jours, Paris, Les Belles Lettres, 2014.
[ 272 ] Louis Pauwels, Dix ans de silence, Paris, Fayard, 1989.
[ 273 ] Louis Pauwels, Les orphelins, Paris, Éditions de Fallois, 1994, p. 90.
[ 274 ] Michel de Jaeguere, Un automne romain, Paris, Les Belles Lettres, 2018,
p. 74.
[ 275 ] Michel Onfray e François-Xavier Bellamy, “Vivons-nous la fin de notre
civilisation?”, Le Figaro, 25 de março de 2015.
[ 276 ] Louis Pauwels, Dix ans de silence, Paris, Grasset, 1989, p. 22.
[ 277 ] Henry de Montherlant, La guerre civile, in: Théâtre, Gallimard, col.
Pléiade, 1972, p. 1268.
[ 278 ] Chateaubriand, Mémoires d’Outre-Tombe, Paris, Gallimard, col. Pléiade,
1952, p. 938-39.
[ 279 ] Marguerite Yourcenar, Mémoires d’Hadrien, Paris, Gallimard, 1974, p.
126.
[ 280 ] Georges Bernanos, Nous autres Français, in: Essais et écrits de combat, t.
1, coleção Pléiade, Gallimard, Paris, 1971, p. 679.
[ 281 ] Régis Debray, À demain de Gaulle, Paris, Gallimard, 1990, p. 61.
[ 282 ] Henry de Montherlant, Le treizième César, Paris, Gallimard, 1970.
[ 283 ] Nietzsche, em O Crepúsculo dos Ídolos, autorizou-se uma observação
que ele queria sussurrar na orelha dos conservadores: “O que não sabíamos
outrora, o que sabemos hoje, o que poderíamos saber é que uma involução,
uma regressão, num sentido qualquer, seja em que grau for, não é possível em
absoluto. […] Mesmo os políticos imitaram, nesse aspecto, os pregadores de
virtudes: existem ainda hoje partidos que sonham em fazer as coisas andarem
recuando, à maneira de caranguejos. Nada se pode fazer a respeito: é preciso ir
adiante, quero dizer, avançar passo a passo decadência adentro – essa é minha
definição do ‘progresso’ moderno… Pode-se entravar esse desenvolvimento e,
ao entravá-lo, represar a degenerescência em si, acumulá-la, torná-la mais
veemente e mais súbita: isso é tudo o que se pode fazer”. Nietzsche, Le
crépuscule des idoles, in: Friedrich Nietzsche Œuvres, t. 2, Collections Bouquins,
Robert Laffont, 1993, p. 1017.
[ 284 ] Jacques Bainville, La tasse de Saxe, in: Jacques Bainville, La monarchie
des Lettres: histoire, politique et littérature, Paris, Collections Bouquins, Robert
Laffont, 2011, p. 852.
[ 285 ] Roger Caillois, Instincts et société, Paris, Éditions Gonthier, 1964, p. 61-
114.
[ 286 ] François Taillandier, L’écriture du monde, Paris, Stock, 2013, p. 14-15.
[ 287 ] Em seu discurso no colégio dos Bernardinos, Bento XVI havia meditado
sobre as condições do renascimento da civilização ocidental, estando ela
mergulhada nos tempos mais obscuros. “Ao considerar os frutos históricos do
monaquismo, podemos dizer que ao longo da grande ruptura cultural,
provocada pelas migrações dos povos e pela formação das novas ordens de
Estado, os mosteiros foram espaços onde os tesouros da antiga cultura
sobreviveram e uma nova cultura, haurindo nestes últimos, pouco a pouco se
formou. Como isso ocorreu? Qual era a motivação das pessoas que se reuniam
nestes locais? Quais eram seus desejos? Como viveram? Antes de tudo, é
preciso reconhecer com muito realismo que sua vontade não era criar uma
cultura nova nem conservar uma cultura do passado. Sua motivação era muito
mais simples. Seu objetivo era buscar Deus, quaerere Deum. Em meio à
confusão daqueles tempos em que nada parecia resistir, os monges desejavam
a coisa mais importante: dedicarem-se a encontrar o que tem valor e sempre
perdura, encontrar a própria Vida. Eles estavam em busca de Deus.” Bento XVI,
“Discours des Bernardins”, 12 de setembro de 2008. Em termos seculares, não
era a devoção à memória ou ao mundo de ontem que estava na base de sua
ação, mas a busca da transcendência.
[ 288 ] François Taillandier, L’écriture du monde, Paris, Stock, 2013, p. 71-72.
[ 289 ] Allan Bloom, L’âme désarmée, Paris, Julliard, 1987, p. 17.
[ 290 ] Macronie, no original: neologismo de cunho pejorativo, que designa
Emmanuel Macron, presidente da França, seu entorno e sua forma de governo à
maneira de um território, com ideias e modus operandi característicos. (N. T.)
[ 291 ] No vocabulário político francês, o termo cohabitation designa uma
configuração de poder em que o chefe de Estado e o chefe de governo
pertencem a correntes políticas antagônicas. (N. T.)
[ 292 ] Pascale Tournier, Le vieux monde est de retour, Paris, Stock, 2018.
[ 293 ] Raymond Aron, Espoir et peur du siècle, Paris, Calmann-Lévy, p. 121.
[ 294 ] Em uma belíssima obra, Guillaume Perrault mostrou de fato que ele
possuía também uma genealogia especificamente francesa, pois a história da
direita não é passível de redução à celeuma entre liberais e reacionários.
Guillaume Perrault, Conservateurs, soyez fiers!, Paris, Plon, 2017.
[ 295 ] Hannah Arendt, De la révolution, em L'Humaine Condition, Paris,
Gallimard, coleção Quarto, 2012, p. 337.
[ 296 ] Jean-Pierre Le Goff, entrevista com Laetitia Strauch-Bonart, “Comment
être à la fois conservateur, moderne et social”. Le Débat, janeiro-fevereiro 2016,
número 188, p. 145-56.
[ 297 ] Marc Crapez, Naissance de la gauche, Paris, Michalon, 1998.
[ 298 ] É preciso dizer que Zemmour, contrariamente ao que dizem seus
detratores, é um escritor político autêntico, e que da obra Livre noir de la droite,
em 1998, à obra Un quinquennat pour rien, em 2016, ele aprofundou uma
crítica do progressismo visando seus fundamentos. Foi-lhe atribuída uma injusta
reputação de polemista, uma maneira de transformar seu pensamento em pura
provocação.
[ 299 ] Paul Ricœur, “Tâche de l’éducateur politique”. Esprit, julho/agosto de
1985, p. 84-85. Quanto a Patrice Gueniffey, relembrou que os melhores
historiadores, até muito recentemente, não se proibiam de falar do caráter de
uma nação ou mesmo de seu gênio próprio, ao mesmo tempo em que
reconheciam que “a doutrina dos temperamentos nacionais é um pouco
suspeita atualmente […]”. Ele não estava longe, porém, de recorrer a ela.
“Durante muito tempo se chamou ‘gênio’ àqueles traços próprios de cada povo,
mas que, embora estejam gravados em cada um de modo indelével e ofereçam
um princípio de distinção entre nós e eles, não constituem um ferrolho do qual
jamais se poderia escapar ou um dado tão fundamental que nada jamais
pudesse alterar ou modificar […]”, Patrice Gueniffey, Napoléon et De Gaulle:
deux héros français, Paris, Perrin, 2017, p. 136-37.
[ 300 ] Denis Tillinac, Le Dieu de nos pères, Paris, Bayard, 2004.
[ 301 ] Hubris, no original: conceito oriundo da cultura grega que remete à
desmedida no âmbito do comportamento humano, principalmente na relação
entre o homem e os deuses. De acordo com a cosmovisão da Grécia antiga, a
arrogância, uma das facetas dessa desmedida, acaba sempre por atrair alguma
forma de punição, que impõe ao homem o reconhecimento de seus limites. (N.
T.)
[ 302 ] Arthur Koestler, Hiéroglyphes, in: Œuvres autobiographiques, coleção
Bouquins, Robert Laffont, Paris, 1994, p. 444.
[ 303 ] Czesław Miłosz, La pensée captive, Paris, Gallimard, 1953, p. 303.
[ 304 ] Julien Freund, Politique et impolitique, Paris, Sirey, 1987, p. 139.
[ 305 ] Patrick Buisson, La cause du peuple, Paris, Perrin, 2016, p. 442-43.
[ 306 ] Michel de Jaeghere, La compagnie des ombres, Paris, Les Belles Lettres,
2016, p. 392.
[ 307 ] Jacques Ellul, L’illusion politique, Paris, Robert Laffont, 1965, p. 31.
[ 308 ] Philippe Maxence, “Il est temps de refermer le cycle des Lumières: notre
entretien exclusif avec Patrick Buisson”, L’homme nouveau, 10 de novembro de
2016.
[ 309 ] Chantal Delsol, La haine du monde, Paris, Éd. du Cerf, 2016.
[ 310 ] Julien Freund, La fin de la renaissance, Paris, PUF, 1980, p. 110.
[ 311 ] Alain Finkielkraut e Élisabeth de Fontenay, En terrain miné, Paris, Stock,
2017, p. 18.
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Sertillanges, A.-D.
9788580332476
190 p�ginas