Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Tema: Análise do direito e Garantias Constitucionais em Moçambique

Nome do estudante: Catarina Sílvio Baptista

Código do estudante: n˚ 708222990

Curso de: Administração Pública

Cadeira de: Direito Constitucional Público e Privado

Ano de frequência: 2o

Msc. Leandra Zeca

Quelimane, Setembro 2023


Folha de feedback

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do


o tutor
Subtotal
Máxima

Aspectos Capa 0.5

Estrutura Organizacionais Índice 0.5

Introdução 0.5

Discussão 0.5

Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Contextualização 1.0
(indicação clara do problema)
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
Conteúdo 2.0
e escrita cuidada) coerência e
coesão textual
Análise e
discussão Revisão bibliográfica nacional
e internacionais relevantes na
área de estudo 2.0

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de


gerais letra, paragrafo e espaçamento
1.0
entre linhas
Referencia Normas APA 6ª Rigor e coerência das citações ̸
Bibliográfica edição em citações referências bibliográficas
4.0
e Bibliografia

Folha de Recomendações
Índice
1. Introdução............................................................................................................................................1
1.1. Objectivos........................................................................................................................................2
2. Metodologia.........................................................................................................................................2
3. Garantia constitucional.........................................................................................................................3
3.1. Conceito de Constituição..................................................................................................................3
3.2. Concepções sobre a Constituição.....................................................................................................4
3.3. Concepção sociológica.....................................................................................................................4
3.4. Concepção política...........................................................................................................................4
3.5. Função do estado na garantia dos direitos sociais.............................................................................5
3.5.1. Ordem Social................................................................................................................................5
3.5.2. Seguridade Social.........................................................................................................................5
3.5.3. Saúde............................................................................................................................................6
3.5.4. Previdência Social........................................................................................................................6
3.5.5. Assistência Social.........................................................................................................................7
3.5.6. Educação......................................................................................................................................8
3.5.7. Ensino público..............................................................................................................................8
3.5.8. Comunicação social......................................................................................................................8
3.5.9. Meio ambiente..............................................................................................................................9
3.5.10. A família.......................................................................................................................................9
3.6. Tutela da criança, do adolescente e do jovem.................................................................................10
3.7. Tutela de idosos..............................................................................................................................10
4. Funções Essenciais da Justiça.............................................................................................................10
4.1. Do Ministério Público....................................................................................................................11
4.2. Da Advocacia Pública....................................................................................................................11
5. Conclusão...........................................................................................................................................12
6. Bibliografia........................................................................................................................................13
1. Introdução

A Constituição da República de Moçambique é a Lei Política Maior do estado soberano da


República de Moçambique, atualmente vigora a constituição aprovada em 12 de Junho de 2018.
De todas as leis que existem no nosso país, a constituição é a mais importante delas. É a norma
que trata justamente da elaboração das outras leis (como devem ser feitas, por quem, etc.) e do
conteúdo mínimo que essas outras normas devem ter.

Este trabalho tem como tema, análise do direito e garantias constitucionais em Moçambique. Para
a realização deste trabalho foram traçados os seguintes objectivos: Geral, Explicar a analise do
direito e garantias constitucionais em Moçambique e tem como objectivos específicos, conhecer
as garantias da constituição, descrever a ordem social e conhecer Funções essências da justiça.

Segundo a estrutura o trabalho é constituído por uma introdução, objectivos (geral e específicos),
metodologia do trabalho, fundamentação teórica, conclusão e referências bibliográficas de acordo
com as normas APAS 6a edição em uso na universidade católica de Moçambique.

Os direitos fundamentais, juntamente com as garantias, são um marco importante na Constituição


da republica, pois são normas que existem com o objetivo exclusivo de promover a dignidade
humana e de proteger o cidadão frente ao poder do Estado.

1
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Explicar a análise do direito e garantias constitucionais em Moçambique
1.1.2. Específicos
 Conhecer as garantias da constituição;
 Descrever a ordem social;
 Conhecer Funções essências da justiça.

2. Metodologia

Segundo Bello (2009), ʺMetodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de


toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisaʺ (p. 40).

De acordo com o tema em estudo o tipo de método a ser usado durante a elaboração deste
trabalho é a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001).

A pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses, materiais cartográficos, etc. e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto (Lakatos & Marconi,
2001).

2
3. Garantia constitucional

Garantia constitucional é o conjunto de direitos que a Lei Magna ou Lei Maior (Constituição) de
um país assegura aos seus cidadãos. A Constituição Federal inclui entre as garantias individuais o
direito de petição, o habeas corpus, o mandado de segurança, o mandado de injunção, o habeas
data, a acção popular, aos quais encontram-se na doutrina e na jurisprudência, o nome de
remédios de Direito Constitucional (Canotilho, 2003, p. 53).

3.1. Conceito de Constituição

Todo Estado possui uma Constituição, que é o seu modo de ser, de se organizar e funcionar.
Também pode ser chamada por outros termos, como Carta Magna, Lei Maior, entre outros. Na
doutrina, destaca-se o conceito de José Afonso da Silva.

A constituição do Estado, considerada sua lei fundamental, seria, então, a organização de


seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que
regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do
poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua acção, os direitos fundamentais
do homem e suas respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas
que organiza os elementos constitutivos do Estado (Canotilho, 2003, p. 60).

Percebe-se que, mesmo quanto aos Estados onde a Constituição não conste escrita em um texto
próprio, como na Inglaterra, onde as normas constitucionais são baseadas no costume, é correcto
dizer que possuem Constituição, já que a forma escrita não é requisito desta.

Ainda, as constituições actuais não tratam apenas do Estado, mas também elencam direitos aos
seus cidadãos e estrangeiros, e mecanismos judiciais e administrativos para efectivação de tais
direitos (Canotilho, 2003, p. 66).

Este conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postulados políticos -liberais,


considerando-os como elementos materiais caracterizadores e distintivos os seguintes:

a) A constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade, esta essencialmente


concebida no sentido de reconhecimento de direitos individuais e da participação dos
cidadãos nos actos do poder legislativo através do parlamento;

3
b) A constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica
contra os abusos dos poderes estatais;
c) A constituição deve ser escrita (documento escrito).
3.2. Concepções sobre a Constituição

A dificuldade de estabelecer-se um conceito para a Constituição decorre da existência de


concepções prévias sobre o que é ou deveria ser uma Constituição e qual o conteúdo que ela
deveria veicular. Ou seja, se ela é um mero instrumento jurídico para a organização do Estado, ou
deve possuir um sentido político de eleger programas e tarefas a serem alcançadas ou, ainda, se
deve reflectir os valores da realidade social do Estado no qual se insere. Identificam-se três
principais concepções ou sentidos sobre a Constituição:

3.3. Concepção sociológica

Constituição, a Constituição é a soma dos factores reais do poder que regem um país. Os agentes
do poder são os que representam a Constituição real e efectiva, sendo que a Constituição escrita,
caso não represente esses factores, não será mais que uma folha de papel. Sempre prevalece
a vontade daqueles que detêm efectivamente o poder (Gouveia, 2003, p. 17).

Se as normas escritas na Constituição coincidirem com a vontade de quem titulariza o poder,


essas normas serão legítimas. Trata-se, assim, de distinguir entre o mero texto formal de uma
Constituição e a realidade do efectivo exercício do poder (Gouveia, 2003, p. 27).

3.4. Concepção política

Elaborada por Carl Schmitt, (2011), entende que:

A Constituição como a decisão política fundamental. A partir daí, faz distinção entre
Constituição que se restringe às normas do texto que versam sobre decisões fundamentais
sobre a forma do Estado e leis constitucionais, que são aquelas normas que, muito embora
também constem do texto da Constituição, não tratam de matéria estritamente
constitucional (p.26).

4
3.5. Função do estado na garantia dos direitos sociais

O objecto do direito social consiste na prestação de um serviço, ou na sua impossibilidade, de


uma contrapartida que o garanta. A Constituição da república declara que o Estado é responsável
por atender aos direitos sociais. Assim, cabe à pessoa que necessite de protecção a seus direitos
exigir a prestação concreta por parte do Estado (Gouveia, 2003, p. 29).

Compete ao Estado assegurar esses direitos, através da implementação dos serviços


públicos. A prestação de serviços para garantia dos direitos sociais cria ónus para o Estado
e de forma indirecta para os contribuintes. Em algumas situações, o dever de se cumprir os
direitos sociais é dividida com a sociedade, a família ou com o empregador, cabendo
nestes casos ao Estado a fiscalização e instrumentos para torná-los efectivos (Gouveia,
2003, p. 32).

Os direitos sociais gozam de coercibilidade, pois uma vez reconhecidos, incumbe ao Estado
restabelecê-los coercitivamente caso violados, mesmo que o transgressor seja agente ou órgão do
Estado. O Poder Executivo é o responsável pela satisfação dos direitos sociais, caso o
administrador público não cumpra seu dever, faz-se necessária uma protecção contra o
administrador.

A Constituição da república de 1975 normatizou respostas ao desrespeito aos direitos sociais,


dentre elas estão a acção de inconstitucionalidade por omissão, art. 103, 2º, o mandado de
injunção e o mandado de segurança.

3.5.1. Ordem Social

De acordo com a Constituição da república, a ordem social possui como base o primado do
trabalho, tem como objetivo o bem-estar e a justiça social e se harmoniza com a ordem
econômica. Os temas da ordem social a serem estudados dividem-se em: seguridade social;
ordem constitucional da cultura; família, criança, adolescente e idosa (Miranda, 2001, p. 22).

3.5.2. Seguridade Social

O conteúdo compreende o conjunto de acções de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,


destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Ela é
regida pelos princípios da universalidade da cobertura e do atendimento, da igualdade, da unidade
5
de organização, e da solidariedade financeira. Os financiamentos da seguridade social são
provenientes de toda a sociedade, indirecta ou directamente, assim como de recursos vindos dos
orçamentos públicos e contribuições sociais.

3.5.3. Saúde

É concebida como direito de todos (princípio de universalidade e igualdade) e dever do Estado,


que deve garanti-la mediante políticas sociais e económicas. As acções e serviços de saúde são
sujeitos exclusivamente à regulamentação, fiscalização e controle do Poder Público, que pode
executá-los directamente ou por terceiros, pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o meio pelo qual o Poder Público busca atender esse direito.
O programa é financiado com recursos do orçamento da seguridade social da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes (Miranda, 2001, p. 22).

A Constituição da república também admite a iniciativa privada como uma participação


complementar ao SUS, sendo, porém, vedada a destinação de recursos públicos para auxílios às
instituições privadas com fins lucrativos (Miranda, 2001, p. 22).

3.5.4. Previdência Social

Segundo a Constituição da República de Moçambique, 2018, a previdência social será organizada


sob a forma de regime geral, de carácter contributivo e de filiação obrigatória, e compreende
prestações de benefícios e serviços.

Constituição da República de Moçambique, de 16 de Novembro de 2004, BR, I série, n.º 51, de


22 de Dezembro de 2004, os benefícios previdenciais são prestações pecuniárias aos segurados e
a qualquer pessoa que contribuiu para a previdência social, abrangendo os seguintes tópicos:
auxílios por doença, maternidade, reclusão e funeral; seguro-desemprego; salário-família; pensão
por morte do segurado; aposentadoria por invalidez, tempo de contribuição ou por idade.

Quanto a retribuição da aposentadoria (chamada de proventos), esta é calculada com base no


salário de contribuição, cujo máximo depende de fixação legal. É permitido que pessoas de altos
salários complementassem sua aposentadoria pagando contribuição adicional (Miranda, 2001, p.
22).

6
De acordo com Sofia (2000), refere que:

Os serviços previdenciais compreendem apenas o serviço social e o serviço de habilitação


e reabilitação profissional. O serviço social visa prestar orientação e apoio em relação a
solução de problemas pessoais e familiares e à melhoria de sua inter-relação com a
previdência social. Já os serviços de habilitação e reabilitação têm como objetivo
proporcionar ao beneficiário incapacitado para o trabalho e aos indivíduos com deficiência
os meios para sua participação no mercado de trabalho e no contexto em que vivem
(p.14).

O regime de previdência social é considerado público, já que é instituído e mantido pelo Estado,
e obrigatório, porque a ele tem que se filiarem todos os trabalhadores no regime CLT. No
entanto, o regime de previdência complementar é privado e facultativo, pois é destinado a
suplementar os benefícios previdenciais para aqueles que a ele aderirem.

O regime complementar é composto por entidades fechadas, formas de fundação ou sociedades


de fins não lucrativos e entidades abertas, forma de sociedade anónima, acessíveis a qualquer
pessoa física (Marcelo & Sofia, 2000, p.44).

3.5.5. Assistência Social

Segundo Marcelo & Sofia (2000), referem que:

Os benefícios e serviços assistenciários são prestados a todos indivíduos que deles


necessitarem, e não dependem de qualquer tipo de contribuição ao Estado. A assistência
social abrange as hipóteses de: protecção à família, maternidade, à velhice, à infância e à
adolescência aos carentes; promoção da integração ao trabalho; habilitação e reabilitação
das pessoas portadoras de deficiências; e garantia de um salário-mínimo à pessoa
deficiente e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção.
Também é dever da constituição instituir um programa de renda mínima destinado a
assegurar a subsistência das pessoas e famílias de baixa renda (p.48).

7
3.5.6. Educação

A educação é um atributo da pessoa humana e deve ser comum a todos. Esta faz parte do serviço
público essencial e por isso não deve ser confiada à iniciativa privada, para não ser designada
apenas aqueles que têm posses (Marcelo & Sofia, 2000, p.54).

Os objectivos da educação só se realizarão em um sistema educacional democrático, onde a


escola concretiza o direito ao ensino. A universidade é uma instituição que deve patrocinar a
independência e o novo saber, em educação e pesquisas. Por isso, necessitada a autonomia.

3.5.7. Ensino público

A Constituição da república 2018, prefere o ensino público para que o poder público cumpra sua
função, garantindo o mínimo como: ensino fundamental obrigatório, atendimento educacional
para as pessoas que não tiveram acesso na idade correta, educação especializada aos deficientes,
creche e pré-escola e oportunidade a níveis mais elevados do ensino. O dever de proporcionar
isso é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

De acordo com a Constituição, o ensino que é gratuito jamais deverá se tornar pago e o pago deve
se tornar progressivamente gratuito. Porém, apesar da educação ser direito de todos, não há como
negar que as instituições de ensino pagas apresentam melhor desenvolvimento e assim, a
desigualdade social é construída.

3.5.8. Comunicação social

Em relação à comunicação social, a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora


e de sons e imagens é privativa de Moçambicanos natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou
de pessoas jurídicas constituídas sob as leis Moçambicanas e que tenham sede no País.

A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são


privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de
comunicação social (Canotilho, 2003, p. 58).

Além disso, os meios de comunicação social electrónica deverão observar os princípios


enunciados no art. 221, constituição da república, na forma de lei específica, que garantirá a
prioridade de profissionais Moçambicano na execução de produções nacionais.
8
3.5.9. Meio ambiente

Viver em um meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos, com a natureza


como um bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Nesse sentido, é
imposto ao Poder Público e à colectividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras
gerações.

Os meios de actuação do Poder Público para assegurar a efectividade desse direito são arrolados
no 1º do art. 225. Além disso, a Constituição Federal também impõe condutas preservacionista a
quantos possam, directa ou indirectamente, gerar danos ao meio ambiente.

É dado ênfase à ação preventiva, mas também se aborda sobre medidas repressivas, ao exigir a
recuperação do meio ambiente degradado por atividades regulares e sujeitar as condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente a sanções penais e administrativas, sem prejuízo da
obrigação de reparar os danos causados (Canotilho, 2003, p. 62).

3.5.10. A família

A entidade familiar é entendida como a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes, e também como a união estável entre duas pessoas. Em qualquer desses casos, a
Constituição estabelece que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher (Canotilho, 2003, p. 64).

Já o casamento é civil e de gratuita celebração, podendo ele ser dissolvido pelo divórcio, sem
necessidade de prévia separação. Em relação ao planejamento familiar, este é fundamentado na
dignidade da pessoa humana e na paternidade responsável (consciente).

Segundo a Constituição da república, o planejamento familiar é um direito de livre decisão do


casal, vedando qualquer forma coercitiva por parte de instituições públicas ou privadas. Só seria
competência de o Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o seu exercício.

A família é entendida como uma comunidade composta, em regra, de pais e filhos, aos quais a
Constituição imputa direitos e deveres recíprocos. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar
os filhos menores, ao passo que os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na
velhice, carência ou enfermidade (Gouveia, 2003, p. 19).

9
3.6. Tutela da criança, do adolescente e do jovem

A família, juntamente com o Estado e a sociedade, tem o dever de assegurar os direitos


fundamentais da criança, do adolescente e do jovem enumerado no art. 227. Para o cumprimento
desse dever, deve-se proteger esses direitos de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

A Constituição da república ainda prevê detalhadamente direitos e situações subjetivos de


vantagens das crianças, adolescentes, e dos jovens, além de estatuir normas tutelares de menores
e postular punição severa ao abuso, violência e exploração sexual da criança, do adolescente e do
jovem (Gouveia, 2003, p. 22).

3.7. Tutela de idosos

A Constituição da República de Moçambique, de 2 de Novembro de 1990, BR, I série, n.º 44,


Suplemento de 2 de Novembro de 1990, refere que: A sociedade e o Estado têm o dever de
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida, o benefício de um salário mínimo mensal
(ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção) e a gratuidade dos
transportes urbanos aos maiores de sessenta e cinco anos.

4. Funções Essenciais da Justiça

Para a sustentação dos direitos fundamentais, é imprescindível que as pessoas tenham a chance de
requerê-los. Com isso, a Constituição da república assegura o direito de acesso à justiça como um
direito fundamental do cidadão (Gouveia, 2003, p. 26).

As funções essenciais à justiça são mecanismos que objectivam atender ao direito


fundamental de acesso à justiça, promovendo a todos que tenham assegurado os seus
direitos. Importante ressaltar que as funções essenciais à justiça é um dos tópicos centrais
de Direito Constitucional para concursos. Corrente em diversos conteúdos programáticos,
esse tema será explicado neste post para que você consiga acertar o maior número de
questões no seu concurso e garantir a aprovação (Gouveia, 2003, p. 28).

As funções essenciais à justiça são exercidas:

10
 Pelo Ministério Público;
 Pelos Advogados públicos;
 Pelos Advogados privados;
 Pela Defensória Pública.
4.1. Do Ministério Público

Art. 127, da constituição da república refere que, O Ministério Público é uma instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Pela Constituição da república é garantido ao Ministério Público a autonomia funcional e


administrativa, e os seus princípios institucionais são a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional (Miranda, 2001, p. 33).

Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o


disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

4.2. Da Advocacia Pública

Art 131. A Advocacia-Geral é a instituição que, directamente ou através de órgão vinculado,


representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar
que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do poder executivo.

A instituição que, directamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial ou


extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização, prevendo o ingresso nas classes inicias das carreiras da instituição mediante
concurso público e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
poder executivo.

11
5. Conclusão

Para terminar este trabalho chegamos a concluir que, os direitos fundamentais, juntamente com as
garantias, são um marco importante na Constituição da republica, pois são normas que existem
com o objetivo exclusivo de promover a dignidade humana e de proteger o cidadão frente ao
poder do Estado.

Frutos de um processo histórico que remonta a Revolução Francesa, os direitos e garantias


fundamentais são imprescindíveis para a vida em sociedade nos moldes democráticos atuais, uma
vez que asseguram que todos os indivíduos sejam tratados de forma igual perante o ordenamento
jurídico.

Um dos motivos que fazem da Constituição Cidadã um dos modelos constitucionais mais bem
vistos no mundo com certeza é a sua ampla cobertura de direitos fundamentais, que caracterizam
a sua preocupação com a cidadania e com a participação plena dos indivíduos na construção da
sociedade.

12
6. Bibliografia

Canotilho, J. J. (2003). Direito Constitucional e Teoria da Constituição, (7.ª Edição), Livraria


Almedina, Coimbra.

Constituição da República Popular de Moçambique, de 20 de Junho de 1975, BR, I série, n.º 1,


25 de Junho de 1975.

Constituição da República de Moçambique, de 2 de Novembro de 1990, BR, I série, n.º 44,


Suplemento de 2 de Novembro de 1990.

Constituição da República de Moçambique, de 16 de Novembro de 2004, BR, I série, n.º 51, de


22 de Dezembro de 2004.

Constituição da República de Moçambique, 2018.

Gouveia, J. G. (2003). Manual de Direito Constitucional, Tomo II, (5.ª Edição), Coimbra Editora.

Marcelo, R. & Sofia G. (2000). Introdução ao Estudo de Direito, (5.ª Edição), Lex, Lisboa.

Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. (5a ed.).


São Paulo, Brasil: Atlas.

Miranda, J. (2001). Manuel de Direito Constitucional, Tomo IV, Coimbra Editora, 200.

Lei da Nacionalidade, BR, I Série, n.º 1, de 25 de Junho de 1975.

Lei n.º 17/87, de 21 de Dezembro – introduz alterações a lei da nacionalidade, BR, I Série n.º 50,
4.º Suplemento, de 21 de Dezembro de 1987.

13

Você também pode gostar