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Fórum de debate 1

Direito público

Definição

É um ramo do Direito Público apto a expor, interpretar e sistematizar os princípios e normas


fundamentais do Estado. É a ciência positiva das constituições.

Objecto

É a constituição política do estado, cabendo a ele o estudo sistemático das normas que integram a
constituição. Corresponde à base, ao fundamento de todos os demais ramos do direito; deve
haver, portanto, obediência ao texto constitucional, sob pena de declaração de
inconstitucionalidade da espécie normativa, e consequente retirada do sistema jurídico.

Classificação do direito constitucional publica e privado.

O direito público se refere ao conjunto das normas jurídicas de natureza pública,


compreendendo tanto o conjunto de normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o
Estado, como o conjunto de normas jurídicas que regulam as actividades, as funções e
organizações de poderes do Estado e dos seus servidores.

Direito privado se refere ao conjunto de normas jurídicas de natureza privada, especificamente


toda norma jurídica que disciplina a relação entre os particulares. Por se tratar de um conceito
classificatório em relação ao conteúdo da norma jurídica, distingue-se das normas jurídicas de
natureza pública, ou direito público.

Referencias

Furriela, M. N. (2010). Direito para Cursos Jurídicos e não Jurídicos. São Paulo: Brasil.

Gagliano, P. S. (200). Novo Curso de Direito Civil: Parte Geral. São Paulo: Brasil.

Lenza, P. (2010). Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Brasil.

Lisboa, R. S. (2010). Manual de Direito Civil: Contratos. (5ª Ed.). São Paulo: Brasil.
Impacto do Governo Electrónico na inclusão digital e redução da desigualdade social.

O Governo Electrónico tem como objetivo a utilização das modernas tecnologias de informação e
comunicação (TICs) para democratizar o acesso à informação e dinamizar a prestação de serviços
públicos com foco na eficiência e na efectividade das funções governamentais.

Um dos sectores que mais ganhou com a inclusão digital foi à educação, auxiliando a escola e
aumentando a capacidade do estudante no mercado de trabalho, que a cada dia está mais
competitivo. Em contrapartida as escolas públicas não têm condições de oferecer o conhecimento
das novas tecnologias.

A era digital está revolucionando a comunicação. Quebrou paradigmas tanto no jornalismo e na


publicidade quanto no marketing e nos hábitos do comércio. Não se fazem mais modelos como
antigamente. E até mesmo as mais criativas campanhas publicitárias concorrem hoje com
conteúdos altamente segmentados.

O acesso à cidadania também pode ser potencializado com a inclusão digital. Serviços online
como a emissão de documentos pessoais, o levantamento de direitos ou de informações oficiais
de entidades ou do governo, e transacções bancárias facilitam a vida de quem hoje tem essa
vantagem.

Temos como principais desafios da inclusão digital, a Limitação de acesso a hardware: 58% dos
usuários de internet possuem o celular como único meio de acesso. Deficiências do sistema
educacional: a educação pode ser um caminho para a transformação digital.

Referências Bibliográficas

Arendt, H. (1988). Da Revolução. Brasília: Ática/UNB.

Bobbio, N. (1992). A era dos direitos. RJ: Campus.

Bobbio, N. (1992). O futuro da democracia. RJ: Paz e Terra.


A Estatística subdivide-se em dois grandes grupos. Quais são e como devem ser aplicados
na área de Administração Pública?

Ramos em que a estatística é dividida

A estatística está dividida em três áreas que se complementam: estatística descritiva,


probabilidade e estatística inferencial. Estatística descritiva: visa descrever e organizar os dados
com objetivo de facilitar a compreensão e utilização das informações que serão extraídas.
(Bowerman, 2003, p. 99).

Áreas onde a estatística pode ser aplicada

A Estatística está presente em experimentos científicos, análise de risco para concessão de


crédito, pesquisas de opinião para o lançamento de novos produtos, ensaios clínicos com novas
vacinas e remédios, entre outros. (Murray, 2003, p. 34).

Aplicação da estatística no curso de administração

O seu trabalho usando a estatística passará a ser o de ajudar a planejar a obtenção de dados, a
interpretar e a analisar os dados obtidos e a apresentar os resultados de maneira a facilitar a sua
tomada de decisões como gestor na área pública. (Hoffmann, 1998, P. 66).

Como as ferramentas de estatística são fundamentais para a área de administração

As ferramentas estatísticas são fundamentais para a área de administração, pois elas fornecem
estabilidade e controle para as empresas, permitindo a melhoria dos processos produtivos e a
obtenção de resultados mais confiáveis e precisos. (Bowerman, 2003, p. 99).
Onde aplicamos a estatística em nosso Dia-a-dia Cite exemplos

A estatística é uma ciência que serve para colectar, analisar e interpretar dados. Ela é usada em
diversas áreas, como no sector financeiro, nos estudos climáticos, na medicina, entre outros.
Usamos a estatística para analisar fenómenos do passado, mas ela também serve para prevermos
a probabilidade de eventos futuros. (Murray, 2003, p. 34).

Importância da estatística na gestão pública

A Estatística e os Métodos Quantitativos proporcionam uma maior maleabilidade no estudo dos


problemas públicos, a sua utilização na gestão das políticas públicas proporciona uma maior
facilidade, velocidade, confiabilidade e abrangência de casos, quando se busca estudar uma
determinada realidade na qual se insere. (Bowerman, 2003, p. 99).

Referência Bibliográfica

Bowerman, R. (2003) Business Statistic in Practice, (3a ed.). McGraw Hill.

Murray R. (2003). Spiegel, Estatística. (5a ed.). Colecção Shawn.

Hoffmann, R. (1998). Estatística para Economistas, (3a edição). Brasil.

Fale da heresia enquanto compreensão falsa da verdadeira fé

Uma heresia é uma doutrina que se opõe frontalmente aos dogmas da Igreja. Fora do contexto da
religião, uma heresia também pode ser um absurdo ou contra-senso. A heresia acontece quando
qualquer indivíduo ou um grupo resolve ir contra uma religião, em especial aquelas que são
muito rígidas (Bento XVI, 2009, p. 87).

Nesse sentido, percebemos que o criptojudaísmo era visto pela Igreja como uma grave heresia
uma vez que negava a divindade de Cristo, porquanto os judeus não aceitaram o messias Jesus.
Em virtude disso, o discurso judaico era ameaça à própria base do cristianismo (Francisco, 2013,
p. 25).

O que é Herege:

Herege é o nome dado ao indivíduo que professa uma heresia, ou seja, que questiona certas
crenças estabelecidas por uma determinada religião. É a pessoa que é contrária aos dogmas de
uma determinada religião ou seita (João Paulo II 1979).

Entre as várias heresias que se desenvolveram a partir do século XII, duas das mais importantes
foram: Os cátaros ou albigenses: surgiram na França e possuíam uma visão dualista do mundo,
ou seja, o mundo material era mau e o mundo espiritual era bom (Bento XVI, 2009, p. 87).

Assim, o conceito da palavra heresia parte dos pressupostos da Igreja de que a está pertence os
ensinamentos verdadeiros derivados de Cristo, e que aqueles que negassem esses ensinamentos e
dogmas, tentando formular ideias opostas seriam considerados hereges (Francisco, 2013, p. 25).

Como podemos inferir, as heresias combatidas pela igreja contemporânea foram enfrentadas pela
igreja primitiva que, com muito esforço e com a ajuda de concílios e credos, conseguiu defender
a fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (João Paulo II 1979).

Referencias Bibliográficas

Bento XVI (2009). Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentos. (2a ed.). S. Paul. Brasil.

Francisco (2013). Exortação apostólica Evangelii Gaudium. Ed Paulinas, Maputo. Moçambique.

João Paulo II (1979). Carta encíclica Redentor Hominis. (3a ed.). S. Paul. Brasil.
TEMA DE DEBATE:

Falar sobre factores que influenciam à saúde reprodutiva.

Saúde sexual e reprodutiva significa que os indivíduos devem ter uma vida sexual prazerosa e
segura, através de informações sobre a sexualidade e prevenção de DST/AIDS e a liberdade para
decidirem se querem ter filhos, quando e com que frequência irá tê-los, através do acesso à
informação e aos métodos contraceptivos (Erickson, 1998, p. 33).

Os direitos reprodutivos têm a ver com a autonomia necessária para que cada pessoa decida
quando e como reproduzir. Entre eles estão o direito de as pessoas decidirem, de forma livre e
responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas
vidas (Daniel, 1976, p. 51).

A baixa situação econômica aumenta a vulnerabilidade e a exposição aos comportamentos


sexuais de risco. Porém não significa que a condição sócio econômica, seja motivo para não uso
de métodos anticoncepcionais, a iniciação sexual precoce e a gravidez na adolescência e vice-
versa (Barbosa, 1987, p.22).

Referencias Bibliográfica

Erickson, J. (1998) O ciclo de vida completo. Artes Médicas: Porto Alegre.

Daniel, H. (1976). Identidade, Juventude e Crise. Zahar editores: Rio de Janeiro.

Barbosa, E. H. (1987) Infância e Sociedade. (2ª Edição): Zahar editores. Rio de Janeiro.

Origem da SADCC

A Conferencia de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral - SADCC, foi uma etapa


na luta dos países da África Austral contra o regime segregacionista da áfrica do sul. Seu objetivo
precípuo foi o de reduz ir as dependências históricas (mormente coloniais) de seus membros
daquele pais. (Gouveia, 2005, p. 41).
SADCC foi criada em Lusaka, durante uma reunião de Chefes de Estado e de Governo dos ELF,
aos quais se juntaram o Lesoto, Suazilândia e o Malawi e o recém- independente Zimbabwe. No
fim do encontro, todos eles assinaram uma declaração intitulada África Austral Rumo à
Independência Económica, a qual ficou conhecida como a Declaração de Lusaka.

Subjacente à criação da SADCC estava a ideia dos estados membros de que não era possível
continuar a oposição política à RAS, por via dos ELF, ao mesmo tempo que se colaborava
economicamente com ela. A oposição ao regime sul-africano tinha que ser feita em todos os
domínios. Assim, se os ELF eram vistos como a vertente (Hobsbawm, 2001, p. 21).

Para além de ter posto em causa o projecto sul-africano da Constelação de Estados, a SADCC
visava explicitamente reduzir a dependência dos seus membros face à economia sul-africana. A
existência dessa dependência era considerada essencial por Pretória como forma de garantir o
controlo da região (Krugman, 2015, p. 19).

Entre os objectivos da Comunidade, encontram-se a promoção do desenvolvimento e do


crescimento económico; a redução da pobreza; e a consolidação, defesa e manutenção da
democracia, paz, segurança e estabilidade regionais (Gouveia, 2005, p. 41).

Atualmente, a SADC é formada por 14 países-membros, totalizando um PIB de cerca de 226


bilhões de dólares e uma população de 210 milhões de pessoas. Foi neste contexto que, no âmbito
da coordenação sectorial de atividades na SADCC, coube a Moçambique a responsabilidade
principal de identificar, implementar e coordenar os programas de transportes.

Referencias Bibliográficas

Gouveia, J. B. (2005). Manual de DIP. Almedina.

Hobsbawm, E. (2001). A era das revoluções. Presença.

Krugman, P. (2015). Economia Internacional. Pearson.


Fórum de debate 2

Fala das fontes das normas Constitucionais.

No caso do Direito Constitucional, suas fontes são: a Constituição, o Direito Natural, a


jurisprudência, a doutrina e os costumes. A Constituição é a primeira e principal fonte do
Direito Constitucional, considerada uma fonte directa, por ter efeito vinculante, não podendo suas
disposições serem desobedecidas (CANOTILHO, 2003, p. 65).

As fontes podem ser formais ou complementares (Borner). As formais são a Constituição


Federal, as emendas constitucionais, os tratados internacionais dos Direitos Humanos (art. 5º, e
3º), e as complementares, a jurisprudência e os costumes; As fontes podem ser originárias ou
derivadas (CANOTILHO, 2003, p. 105).

Fontes do direito é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes
utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas,
com um sentido e lógica própria, disciplinador da realidade social de um estado. Em outras
palavras, fontes são as origens do direito, a matéria-prima da qual nasce o direito. São utilizadas
como fontes recorrentes do direito as leis, o costume, a jurisprudência, a equidade e a doutrina.

 Leis são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de processos


próprios, estabelecidas pelas autoridades competentes;
 Costume é a regra social derivada de prática reiterada, generalizada e prolongada, o que
resulta numa convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em
particular;
 Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita pelos tribunais
de determinada jurisdição;
 Equidade é a adaptação de regra existente sobre situação concreta que prioriza critérios
de justiça e igualdade;
 Doutrina é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito,
concentrados nos mais diversos temas relacionados às ciências jurídicas;
Atualmente, é consenso que os princípios fundamentais de direito constituem também fonte do
direito. As fontes têm várias classificações possíveis: podem ser voluntárias e involuntárias,
materiais ou formais; as formais, por sua vez, podem ser imediatas e mediatas.

Quanto às fontes voluntárias e involuntárias, o critério de distinção é a forma e processo como se


exteriorizam essas regras. Como fontes voluntárias temos as leis, resultantes de um processo
formal legislativo, intencional, que criam regras para o direito. Já a fonte involuntária é a que não
traduz um processo intencional de criação do direito, ou seja, cria involuntariamente direito.
Exemplo perfeito dessa modalidade é o costume (GOUVEIA, 2003, p.91).

O conceito de fonte material está relacionado ao organismo dotado de poderes para a elaboração
de leis. Por exemplo, o artigo 22, I, da constituição federal estabelece que a união é a fonte de
produção do direito penal, o que quer dizer que os estados e os municípios não detêm o poder de
legislar sobre a matéria (GOUVEIA, 2003, p.141).

Fontes formais são aquelas pela qual o direito se manifesta. As fontes formais imediatas são
aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a
doutrina. No artigo 4º. da Lei de Introdução ao Código Civil temos que quando a lei for omissa ,
o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Referencias Bibliográficas

CANOTILHO, J. (2003). Direito Constitucional e Teoria da Constituição, (7.ª Edição), Livraria

Almedina, Coimbra.

GOUVEIA, J. (2003). Manuel de Direito Constitucional, Tomo II, (5.ª Edição), Coimbra Editora.
Fórum 3

Estruturas Organizatórias e Funcionais.

Noção de direito constitucional organizatório

Direito constitucional organizatório é o conjunto de princípios e regras constitucionais que


regulam a formação, as funções e competências dos órgãos constitucionais e definem a forma e a
actividade desses órgãos. O direito constitucional organizatório classifica-se em: direito
organizatório formal e materialmente constitucional e direito organizatório materialmente
constitucional.

Direito organizatório material e formalmente constitucional: compreende as regras e princípios


organizatórios expressamente previstos na Constituição.

Direito organizatório materialmente constitucional: compreende as regras e princípios


organizatórios relevantes, mas não expressamente previstos na constituição, exemplos: leis
eleitorais, regimento da Assembleia da República, etc.

Caracterização sumária: definição de termos

Poderes: o termo poder é usado, nalgumas constituições para significar os órgãos do Estado;
noutras vezes usa-se os termos poder político, órgãos de soberania, poderes do Estado. Em
termos rigorosos, quando se fala de poderes do Estado, refere-se aos poderes legislativo,
executivo e judicial; os poderes são sistemas ou complexos de órgãos aos quais a Constituição
atribui certas competências para o exercício de certas funções.

Competência: é o poder de acção e de actuação atribuído aos vários órgãos e agentes


constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente
incumbidos.

A competência implica: Que ao órgão lhe seja conferida uma tarefa e lhe sejam dados os meios
de acção (poderes) necessários para a realização da tarefa; A delimitação do âmbito de actuação
de um órgão ou agente em relação aos restantes órgãos.
Define os limites de actuação dos órgãos. Função: a função pode ser encarada como actividade
ou como poder do Estado; no entanto, segundo Gomes Canotilho, tendo em conta a ordenação
material das funções do Estado, se concebe a função como relação referencial, isto é, função é
uma relação de referencial entre uma norma de competência e os fins dessa mesma norma.

Tarefa: é uma missão constitucionalmente definida para que seja cumprida pelo órgão aquém foi
atribuído poderes ou competências. A competência conferida a um órgão constitui um meio para
a realização da tarefa.

Controlo: é a fiscalização que se faz às actividades dos órgãos, e pode traduzir-se em controlo
primário ou subjectivo, que incide sobre os próprios titulares dos órgãos, ou controlo secundário
ou objectivo, que incide sobre os actos dos órgãos.

Representação: do ponto de vista organizatório-funcional, a representação politica consiste num


esquema de selecção baseado na eleição dos governantes.

Competência Podem se destacar as seguintes formas de revelação e classificação das


competências:

(i) Competência legislativa, executiva, judicial,


(ii) Competências constitucionais e competências legais,
(iii) Competências exclusivas, competências concorrentes e competências-quadro,
(iv) Competências implícitas e competências explicitas,
(v) Competências estaduais e competências comunitárias (para os Estados que fazem
parte da Comunidade Europeia).

Responsabilidade

O termo responsabilidade constitucional pode ser usado em vários sentidos, designadamente:

(i) Para referir a responsabilidade civil das entidades públicas,


(ii) Responsabilidade político-criminal dos titulares dos cargos políticos e
(iii) Responsabilidade politica.

O sentido que aqui interessa é o da responsabilidade político constitucional, que, sendo


independente da existência de culpa pessoal, dolo ou negligência, implica a responsabilidade
pelas disfunções verificadas nos serviços. Exemplo, um ministro pode responder politicamente
pelas disfunções no serviço, mesmo quando não haja lugar a responsabilidade criminal, civil ou
disciplinar.

Referencias Bibliográficas

Miranda, J. (2001). Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, Coimbra Editora.

Marcelo, G. (2000). Introdução ao Estudo de Direito, (5.ª Edição), Lex, Lisboa.

TEMA DE DEBATE:

Desafios do Governo Electrónico na protecção da privacidade e segurança dos cidadãos.

O surgimento governo electrónico possibilitou inúmeros benefícios, tais como, a


desburocratização, o acesso à informação pública, a transparência do governo e o consequente
controlo social, agilidade nos procedimentos e redução de custos públicos. Em contrapartida,
existem inevitáveis barreiras à expansão e desenvolvimento do governo electrónico.

Dentre tais barreiras está o desafio de assegurar a segurança da informação concentrada no


governo electrónico. Assim, necessária a análise dos desafios ao desenvolvimento electrónico,
bem como reflexões acerca da necessidade da segurança da informação.

Dentre os riscos, destaca-se a desperdício de recursos públicos e a exacerbação de desigualdades


no acesso aos serviços públicos, o pode favorecer apenas para o reforço do status quo e um maior
controle do que propriamente o empoderamento do cidadão.

Dentre os desafios para o desenvolvimento do governo electrónico, além dos já mencionados,


tem-se a necessidade da protecção dos dados pessoais dos usuários do governo electrónico,
assegurando-os a segurança da informação. Esta é uma necessidade diante da informatização dos
sites governamentais. Logo, a segurança da informação deve caminhar pari passu com o avanço
da informatização do sistema de governo electrónico, com o escopo de permitir segurança ao
cidadão no momento em que utiliza os sites governamentais.
Da mesma forma que a governança electrónica depende da modificação dos padrões de
interacção entre sociedade civil e governos, tanto nacionais como subnacionalismo, sua
afirmação exige também a consolidação de um padrão de uso intensivo da tecnologia da
informação no interior das organizações estatais. Para isso, alguns desafios em termos de
modificação de práticas de trabalho se impõem.

O primeiro deles é evitar que o cidadão seja tratado apenas como “cliente”, não como cidadão.
Isto significa que os padrões de adopção da tecnologia da informação na prestação de serviços
públicos não podem reduzir o usuário a atendimentos atomizados e sem vínculo com sua
condição de portador de direitos.

A garantia da impessoalidade no acesso aos serviços, sua clara definição como bens de acesso
universal e a transparência nos critérios de decisão na sua provisão são elementos que devem ser
considerados, contribuindo para a construção de condições de transparência que reforcem a ideia
de governança electrónica.

Promover a ampla circulação de informações sem submergir o cidadão em um oceano de dados,


por outro lado, é um desafio complementar ao anterior. Tornar disponível um grande volume de
dados não significa, necessariamente, melhorar as condições de consumo dos serviços públicos
pelos cidadãos-usuários, nem necessariamente dotá-los de maior capacidade de exercício do
controle social.

O papel do Governo Electrónico na promoção da transparência e participação dos cidadãos


na era da globalização.

Governança electrónica é entendida como um processo que visa a manifestação política e a


participação da sociedade civil, junto ao governo, por meios electrónicos, na formulação,
acompanhamento da implementação e avaliação das políticas públicas, com vista ao
desenvolvimento da cidadania e da democracia.

Ao estabelecer mecanismos de controlo e transparência, a governança reduz os riscos de


corrupção, fraudes e conflitos de interesse. Dessa forma, promove a confiança e a credibilidade
da empresa. Além de ajudar na atracção de investidores e na valorização das acções da
companhia.
O governo electrónico tem como papel garantir a segurança da informação e comunicação do
Estado e o sigilo das informações do cidadão. Prestação de serviços Expandir e inovar a
prestação de serviços digitais. Melhorar a governança e a gestão por meio do uso da tecnologia.
Facilitar e universalizar o uso e o acesso aos serviços digitais.

A governança corporativa também pode actuar em relação à inclusão, promovendo a igualdade


de oportunidades e o respeito à diversidade de género, raça, orientação sexual, entre outros
aspectos. Ao estabelecer políticas de diversidade nas empresas, a governança pode aumentar a
representatividade de diferentes grupos. De forma que melhora o clima organizacional e promove
a inovação, a criatividade e a empatia.

A inclusão e a diversidade podem ser promovidas por meio da adopção de políticas e práticas que
valorizem diferentes perfis e opiniões na empresa. O conselho de administração, por exemplo,
pode estabelecer metas de diversidade e equidade de género e raça em todos os níveis
hierárquicos. Monitorando regularmente o progresso e promovendo acções afirmativas para
alcançar essas metas.

As variáveis estatísticas podem ser classificadas de diferentes formas.

Variável é a característica de interesse que é medida em cada elemento da amostra ou população.


Como o nome diz, seus valores variam de elemento para elemento. As variáveis podem ter
valores numéricos ou não numéricos.

Variáveis podem ser classificadas da seguinte forma:

1. Variáveis Quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala
quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Podem ser
contínuas ou discretas.
a) Variáveis discretas: características mensuráveis que podem assumir apenas um
número finito ou infinito contável de valores e, assim, somente fazem sentido
valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagens. Exemplos: número de
filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia.

b) Variáveis contínuas, características mensuráveis que assumem valores em uma


escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem sentido.
Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplos: peso
(balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade.

2. Variáveis Qualitativas (ou categóricas): são as características que não possuem valores
quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por várias categorias, ou seja, representam
uma classificação dos indivíduos. Podem ser nominais ou ordinais.

a) Variáveis nominais: não existe ordenação dentre as categorias. Exemplos: sexo,


cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio.

b) Variáveis ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. Exemplos:


escolaridade (1o, 2o, 3o graus), estágio da doença (inicial, intermediário,
terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,..., dezembro).

As distinções são menos rígidas do que a descrição acima insinua.

Uma variável originalmente quantitativa pode ser coletada de forma qualitativa.


Por exemplo, a variável idade, medida em anos completos, é quantitativa (contínua); mas, se for
informada apenas a faixa etária (0 a 5 anos, 6 a 10 anos, etc...), é qualitativa (ordinal). Outro
exemplo é o peso dos lutadores de boxe, uma variável quantitativa (contínua) se trabalhamos com
o valor obtido na balança, mas qualitativa (ordinal) se o classificarmos nas categorias do boxe
(peso-pena, peso-leve, peso-pesado, etc.).

Outro ponto importante é que nem sempre uma variável representada por números é quantitativa.
O número do telefone de uma pessoa, o número da casa, o número de sua identidade. Às vezes o
sexo do indivíduo é registrado na planilha de dados como 1 se macho e 2 se fêmea, por exemplo.
Isto não significa que a variável sexo passou a ser quantitativa!

Exemplo do ursos marrons

No conjunto de dados ursos marrons, são qualitativas as variáveis sexo (nominal) e mês da
observação (ordinal); são quantitativas contínuas as demais: idade, comprimento da cabeça,
largura da cabeça, perímetro do pescoço, perímetro do tórax, altura e peso.
Como entende as teorias de probabilidade?

A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenómenos


aleatórios. Através dela, é possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer. Um
experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes
de realizá-lo.

O marco do início da Teoria das Probabilidades é considerado com a troca de correspondências


entre os estudiosos franceses Blaise Pascal (1623 - 1662) e Pierre de Fermat (1601 - 1665).
discussões e uma solução para um problema semelhante ao problema dos pontos (divisão de
apostas). A probabilidade proporciona um modo de medir a incerteza e de mostrar aos estudantes
como matematizar, como aplicar a matemática para resolver problemas reais.

Probabilidade é um ramo da Matemática em que as chances de ocorrência de experimentos são


calculadas. É por meio de uma probabilidade, por exemplo, que podemos saber desde a chance de
obter cara ou coroa no lançamento de uma moeda até a chance de erro em pesquisas.

As probabilidades são utilizadas para exprimir a chance de ocorrência de determinado evento.


Encontramos na natureza dois tipos de fenómenos: determinísticos e aleatórios. Os fenómenos
determinísticos são aqueles em que os resultados são sempre os mesmos, qualquer que seja o
número de ocorrência dos mesmos.

Todos os conceitos vistos são essenciais para compreender-se o cálculo da probabilidade. Dado
um experimento aleatório, calculamos a chance de um determinado evento ocorrer, essa
probabilidade é dada pela razão entre o número de elementos do meu conjunto evento, ou seja, o
número de casos favoráveis sobre o número de elementos no meu espaço amostral, ou seja, o
número de casos possíveis.

P(A) → probabilidade do evento A

n(A) → número de elementos no conjunto A

n(Ω) → número de elementos no conjunto


Referência Bibliográfica

Bowerman, R. (2003) Business Statistic in Practice, (3a ed.). McGraw Hill.

Murray R. (2003). Spiegel, Estatística. (5a ed.). Colecção Shawn.

Hoffmann, R. (1998). Estatística para Economistas, (3a edição). Brasil.

Fale da importância da formação da consciência.

A consciência é fruto da evolução do sistema nervoso. Portanto, percepções, individualidade,


linguagem, ideias, significado, cultura, escolha (ou livre arbítrio), moral e ética, todos existem em
decorrência do funcionamento cerebral.

O indivíduo consciente, que encontra seu lugar no mundo, é capaz de definir sua própria
existência, consegue acreditar, sonhar, adquire visão de mundo e se torna um agente
transformador de sua própria realidade e das circunstâncias sociais que o rodeiam.

O processo de formação da consciência, por meio da internalização, constitui a subjectividade


através das situações de intersubjectividade, possibilitadas pela mediação simbólica, em que a
linguagem assume papel principal na formação do sujeito.

Trabalhar a consciência social é fundamental para formar crianças que se tornem adultos não só
com autonomia, mas com responsabilidade e honestidade. Portanto, os pais podem estimular o
pensamento crítico em situações quotidianas para que elas exercitem a capacidade de raciocínio e
de se colocar no lugar do outro.

Na verdade, ao se investigar a consciência como fenômeno natural e não místico, ampliam-se


nossas possibilidades de entendê-la, com ganhos científicos, teóricos e sociais, além dos éticos e
morais. Discute-se como a evolução por seleção natural e a organização biológica do sistema
nervoso permitem explicar as bases da individualidade, da intencionalidade, de representações
simbólicas e do significado.

Fenómenos observados em pacientes com danos neurológicos reforçam a concepção de


funcionamento modular do sistema nervoso; a consciência não seria uma propriedade exclusiva
de um módulo único do sistema nervoso, mas fruto do funcionamento sincrónico de diferentes
módulos.

Referencias Bibliográficas

Tettamanzi, D. (2002). Dizionario di Bioetica. Roma: (5a Ed.). Piemme.

Vidal, M. (2003). Nova moral fundamental. O Lar teológico da ética. Lisboa: Ed Paulinas.

Vieira, D. (2012). Doutrina Social da Igreja: Introdução à Ética social. Lisboa: Ed. Paulus.

Fale da importância dos princípios da doutrina social da Igreja Católica, para a construção
da paz.

A Doutrina Social da Igreja (DSI) é um corpo doutrinário da Igreja Católica, constituído de


orientações filosóficas e teológicas que promovem directrizes éticas para a melhor organização
econômica e política das sociedades humanas.

O primeiro e mais importante deles é o princípio da dignidade da pessoa humana, que já tratamos
em artigos anteriores, e no qual os demais princípios ou conteúdos da doutrina social da
Igreja têm fundamento. Os outros três princípios são: o do bem comum, o da subsidiariedade e o
da solidariedade.

O imperativo da paz e não a violência afasta de um Deus da guerra e revela o Mistério de


Comunhão e misericórdia, a cuja imagem todo o ser humano foi criado. Aprender a perceber a
importância do baptismo e das promessas baptismais como renúncia à violência e compromisso
em favor da paz.

A força ética das religiões pode contribuir para a formação de uma cultura de paz e tolerância
entre os seres humanos. O Ensino Religioso, como disciplina escolar, pode promover o respeito
entre as pessoas, fomentando a convivência harmoniosa entre pessoas que possuem convicções
religiosas diferenciadas.

Medidas para difundir a cultura de paz no cotidiano

1. Respeitar a vida;
2. Rejeitar a violência;

3. Ser generoso;

4. Ouvir para compreender;

5. Preservar o planeta;

6. Redescobrir a solidariedade.

Promover valores e atitudes de não a violência, como por a autonomia, responsabilidade,


cooperação, criatividade e solidariedade; capacitar estudantes a construírem juntos, com seus
colegas, os seus próprios ideais de paz.

A construção da paz é um processo onde os conflitos entre as pessoas podem ser tratados de uma
maneira construtiva e não violenta e assim promover um entendimento melhor entre os grupos e
sociedades. Esta atitude pode ser vista como algo que cria um novo paradigma ao facilitar o
diálogo para todas as partes.

Referencias Bibliográficas

Bento XVI (2009). Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentos. (2a ed.). S. Paul. Brasil.

Francisco (2013). Exortação apostólica Evangelii Gaudium. Ed Paulinas, Maputo. Moçambique.

João Paulo II (1979). Carta encíclica Redentor Hominis. (3a ed.). S. Paul. Brasil.
Mitos sobre orientação sexual

Os mitos são representações colectivas, narrativas que tentam explicar a dimensão humana e o
mundo a sua volta. Contudo, os mitos não têm uma estrutura vinculada directamente com a
realidade ou a lógica. Quase sempre, trata-se de simplificações de fenómenos para os quais o
homem ainda não possui um conhecimento exacto sobre seu funcionamento ou origem.

Mitos e verdades são uma série de postes que vão directos ao ponto sobre opiniões
preconceituosas ou erróneas de alguma outra forma.

Mito: Pessoas que defendem que existem infinitas orientações obrigam pessoas a se encaixarem
em orientações extremamente específicas

Verdade: A maioria das pessoas que defendem que existem infinitas orientações também
defendem que cada pessoa tenha o direito de se identificar como queira, desde que não seja de
forma preconceituosa.

Por exemplo: uma pessoa que já se apaixonou por pessoas de diversos géneros, mas que nunca
sentiu atracção sexual, pode se chamar de bissexual apenas, se preferir isso a se chamar de
assexual birromântica ou polirromântica. Uma mulher não-binária que apenas sente atracção por
mulheres e por outras mulheres não-binárias pode se chamar de lésbica, ao invés de
proquassexual ou finsexual.

Mito: Pessoas bissexuais são pessoas que são atraídas apenas por géneros binários

Verdade: Qualquer pessoa que se sente atraída por mais de um género pode se chamar de bi, não
importa quais os géneros ou quantos são.

Mito: Homossexual é a maneira mais formal/correta de se referir à identidade de uma pessoa gay

Verdade: Homossexual foi uma palavra muito utilizada para classificar pessoas com atracção
pelo mesmo género no meio médico. A palavra homossexualidade era listada como o nome de
um transtorno psicológico nos Estados Unidos até 1973, por exemplo. Por isso, as palavras
“homo” e “homossexual” são consideradas estigmatizadas, e não devem ser utilizadas para
descrever pessoas que não se identificam especificamente como tal, ou para descrever a
comunidade gay e lésbica num geral.
As palavras gays, lésbica, e bissexuais também possuem origem em insultos ou patologizações,
porém, houve movimentos bem maiores para utilizar estas palavras em contextos não ofensivos.

Mito: Orientação sexual é baseada em sexo biológico

Verdade: Orientação sexual é baseada em género. Quando há atracção por pessoas que são vistas
na rua, tal atracção não é pela genitália, que nem pode ser vista (na maior parte das vezes). Muito
menos é pela quantidade de hormónios ou pelos cromossomos de alguém.

Enquanto pessoas podem ter certo nojo de fazer sexo com alguém com certos tipos de genitália,
muitas vezes é mais pela associação da genitália com um certo género do que pela genitália em
si. É claro que tal repulsa deve ser respeitada, mas ela não existe até que a pessoa tira a roupa.

Mito: Pessoas cetero são simplesmente pessoas gay

Verdade: Pessoas cetero são pessoas não-binárias que sentem atracção apenas por outras pessoas
não-binárias. Porém, existe uma infinidade de géneros não-binários; existem pessoas género,
pessoas poligênero, maveriques, andrógines, pessoas género-fluxo, pessoas género-estrela,
magimeninos, juxeras, pessoas género-cinza, pessoas género-vago… enfim. Vários destes
géneros são muito diferentes uns dos outros, mesmo que todos sejam não-binários.

Pessoas cetero podem se identificar como gay, dependendo da situação… mas é importante saber
que cetero não é uma substituição eficiente para “pessoa gay não-binária”.

Mito: Homens são gays, mulheres são lésbicas

Verdade: Originalmente, realmente era assim. Porém, o tempo passou, e agora gay é uma
palavra que pode ser utilizada por pessoas de qualquer género que se identificam como tal.

Mito: Qualquer relação entre géneros diferentes é hetero

Verdade: Além dessa suposição ser danosa para pessoas multi no geral, ela também é ruim para
pessoas em relações diamóricas; ou seja, relações envolvendo no mínimo uma pessoa não-
binária. Relações diamóricas podem “parecer hetero” em certos casos, e “parecer gay” em outros.
Porém, muitas vezes, tais descrições desconsideram totalmente o género das pessoas não-binárias
envolvidas em tal relação. Pessoas não-binárias não são um coringa que servem para ser o mesmo
género de sues companheiros, e nem pessoas que devem ter seu género desconsiderado por não
parecerem gay ou trans o suficiente.

Mito: Novos termos para orientações vêm de fora da comunidade.

Verdade: Normalmente, novos termos possuem origem em comunidades já existentes, para


melhor definir certos grupos. Por exemplo: a comunidade assexual veio da comunidade
bissexual, já que um nível de atracção igual em relação a todos os géneros é uma característica
assexual, mesmo que tal nível de atracção seja zero.

A comunidade arromântica veio da comunidade assexual, onde se discutiu sobre pessoas


assexuais terem atracção romântica de formas diferentes umas das outras. As comunidades
polissexual e pansexual provavelmente vieram da comunidade bissexual, quando houve a
necessidade para termos que não parecem se referir ao binário de género.

Como abordar sobre sexualidade aos adolescentes

A melhor maneira de tratar sobre o tema é conhecer como se dá o desenvolvimento psicossexual


do ser humano e estabelecer um discurso tanto com crianças, quanto com adolescentes sobre o
desenvolvimento sexual, visando a saúde, os afectos e o prazer.

A adolescência é um desafio para os jovens que a atravessam e para os pais que os querem
orientar nesta fase. Comunicar eficazmente, saber ouvir e conversar, é a chave para uma conexão
saudável entre pais e filhos. Conversar com um filho adolescente sobre sexualidade é um desafio,
apresentamos algumas dicas para criar uma relação saudável de escuta e partilha.

Preparar-se antecipadamente

Antes de iniciar o diálogo, é importante refletir sobre a mensagem que se quer transmitir e a
melhor forma de passá-la. A informação deve ser adaptada à idade do adolescente, ao
conhecimento que já tem, e às dúvidas que apresenta (caso já as tenha expressado).
Tentar colocar-se no lugar do filho e recordar o que gostaria de ter ouvido quando era jovem e ter
aprendido em casa quando experienciou sentimentos de dúvida e insegurança, é um ótimo
exercício de reflexão das necessidades de um adolescente.

Deve-se compreender a melhor forma de passar a informação, e se necessário, apoiar-se em


diferentes meios como, por exemplo, a brochura, a Educação Sexual lá em casa da Associação
para o Planeamento da Família.

Além disso, nenhuma figura parental está sozinha neste processo, tanto a restante família como a
escola e os profissionais de saúde tem um papel complementar na construção de jovens
conscientes.

Saber ouvir e mostrar aceitação

O adolescente deve sentir que pode confiar no adulto para expressar as suas dúvidas sem se sentir
julgado. Os pais devem transmitir que todas as dúvidas são normais e aceites para serem
discutidas abertamente no seio familiar.

Numa fase onde surgem tantos receios e inseguranças, é imprescindível assegurar aos jovens
adolescentes que são aceites e compreendidos, independentemente dos sentimentos pelos quais
estão a passar. Desta forma, estes sentem que podem encontrar em casa um espaço de proteção
onde podem desabafar sem julgamentos.

Transmitir informação verdadeira com rigor científico

A informação pode e deve ser adaptado à idade, contexto, e ao conhecimento que o adolescente
já tem, mas é essencial que os pais a transmitam com rigor, pois muitas fontes de informação,
como os meios de comunicação e os amigos da escola, promovem a desinformação e falsos
conceitos.

É importante, ensinar ao adolescente como distinguir factos de opiniões e crenças pessoais, para
que este possa fazer as suas escolhas da forma mais consciente possível, sem a influência ou
pressão dos pares.

Promover sentimentos positivos acerca da sexualidade


O tema sexualidade não deve ser reduzido à sua vertente física e biológica, sendo essencial
abordar a importância do afeto, amor e respeito.

Assim, cria-se uma maior proteção e consciência para o tema, evitando-se comportamentos
exploratórios vazios, comportamentos de risco, e melhorando a capacidade de se relacionar com
os outros para a construção de vivências equilibradas.

Manter-se disponível e aberto a novos diálogos

É fundamental o adolescente sentir que pode confiar nos pais e que pode voltar a falar no tema
“sexualidade” as vezes que sentir necessidade. Devendo-se evitar transmitir ao filho que o tema é
um acontecimento de uma vez só sem abertura para novas questões.

A conexão criada pelo diálogo deve ser um espaço em que o adolescente se sente seguro e dita o
próprio ritmo de acesso à informação, isto é, o jovem sabe que terá sempre o apoio dos adultos e
que pode procurar o seu apoio independentemente do problema ou preocupação que tenha.

Encorajar a autoconfiança e autoestima

Além de mostrar disponibilidade, transmitir informações com rigor científico e promover o afeto,
amor e respeito nas relações, é ainda essencial encorajar a autoconfiança e autoestima dos filhos.

O desenvolvimento destas habilidades auxilia os jovens a ultrapassar a pressão dos pares e a


acreditar nas suas competências, tomando as suas decisões de forma independente, com menor
risco de influência, sem sentirem a obrigação de seguir comportamentos com os quais não
concordam.

Comunicar eficazmente, saber ouvir e conversar, é a chave para uma conexão saudável com os
filhos, e para que estes desenvolvam a capacidade de tomar decisões e definirem os seus próprios
valores.
Fale sobre o processo da formação dos blocos militares no contexto da Primeira Guerra
Mundial.

Alianças e blocos militares

A rivalidade entre a Alemanha e a França republicana, após a unificação do primeiro destes


países, em 1871, levou o chanceler Otto Von Bismarck a imaginar uma rede de alianças - os
sistemas. Estas alianças militares dividiram os grandes Estados europeus em dois campos mais ou
menos iguais em poderio milita (Sopa, 2017, p. 35).

A primeira destas alianças, consumou-se no Acordo dos três Imperadores em 1872/3 e era
formada pela Alemanha, a Rússia e a Áustria-Hungria, com o objectivo de isolar a Franca e
dissuadi-la de entrar numa guerra de desforra, visando a recuperação da Alsácia-Lorena.

A seguir a este primeiro acordo, caduco por iniciativa da Rússia, ao ser obrigada a renunciar à
criação da «Grande Bulgária» em 1878, o segundo documento foi assinado entre a Alemanha e a
Áustria-Hungria, em 7 de Outubro de 1879 (Sopa, 2017, p. 35).

A Áustria-Hungria tinha disputas territoriais sérias com a Rússia na Europa de Leste e nos Balcãs
e precisava da Alemanha para a ajudar a proteger-se dos exércitos russos. A Alemanha, por seu
lado, tinha interesse em manter a Áustria-Hungria intacta para que esta a ajudasse a bloquear a
expansão russa. Esta aliança viria a ser reforçada com a adesão da Itália, tendo-se então assinado
o tratado que instituiu a Tríplice Aliança, em 20 de Maio de 1882 (Moreira, 1989, p.12).

A Grã-Bretanha, a Franca e a Rússia eram países muito poderosos que a Áustria-Hungria e a


Itália e estavam determinados a impedir que a Alemanha estabelecesse a sua hegemonia na
Europa. Os três reagiram ao seu poderio, entre 1890 e 1 914, formando uma coligação a Tríplice
Entente, sete anos antes do início da I Guerra Mundial (Moreira, 1989, p.32).

Tríplice Aliança: acordo militar que reuniu Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália. O
resultado da Primeira Guerra Mundial foi devastador, pois além de definharem com o decorrer
dos anos, os países do bloco entraram em uma forte crise econômica, social e política.

O Império Austro-Húngaro fora desmembrado em diversos Estados, e a sua influência na Europa


extremamente reduzida. A Itália passou por um longo período de crise econômica, levando à
fome e à instabilidade política do país. Já a Alemanha, principal país da Tríplice Aliança, sofreu
severas punições, perdendo territórios, pagando indenização e sendo considerada a principal
responsável pelos desastres da Primeira Guerra Mundial (Caetano, 2006, p.58).

Tríplice Entente: acordo militar que reuniu França, Inglaterra e Rússia. Os resultados da
Primeira Guerra Mundial foram um pouco mais satisfatórios, ainda que a crise econômica
também tenha assolado os países, principalmente a Rússia, que, por ter saído antes do final da
guerra, perdeu territórios relevantes (Caetano, 2006, p.58).

Inglaterra e França entraram em recessão econômica, mas por meio de acordos diplomáticos
conseguiram manter grande influência no continente europeu. A entrada dos Estados Unidos fez
deles o país que colheu os melhores resultados da guerra, sofrendo pequenas baixas de soldados,
uma vez que o conflito não ocorreu em solo americano, além de se tornar nos anos posteriores o
principal credor dos países afetados pela guerra e o maior produtor e exportador de produtos
industrializados do mundo.

Bibliografia

Sopa, A. (2017). História 10ª Classe. (1ª Edição). Textos Editores, Maputo.

Moreira, A. (1989). Ciência Política. Coimbra: Almedina.

Caetano, M. (2006). Manual de Ciência Política e Direito Constitucional. Almediana.

Descolonização da África

O processo de descolonização da África é resultado de movimentos nacionalistas contra a


dominação de povos estrangeiros, ocorrida desde o século XV.

A descolonização da África foi um processo de independência das nações africanas, colonizadas


por potências europeias desde o século XV, tendo seu ápice no século XIX. A partir de lutas
nacionalistas promovidas por partidos e movimentos nacionais, muitos com influência do
socialismo soviético, essas nações africanas conquistaram sua independência e se tornaram
estados nacionais soberanos.
Modelos de colonização: a colonização africana dos séculos XV a XVIII foi caracterizada por
vínculos comerciais mercantilistas. Já a do século XIX, chamada de neocolonialismo, foi
caracterizada pelo domínio político e influências econômica e social.

Contexto: após a Segunda Guerra Mundial, surgiram diversos movimentos africanos


nacionalistas que pregavam a independência. Aliada às disputas ideológicas da Guerra Fria, a
União Soviética penetrou em muitos desses locais, difundindo o socialismo soviético. A mistura
desses elementos gerou guerras civis por independência e orientação ideológica nas nações
africanas.

Processo de descolonização: basicamente, os partidos e movimentos africanos organizados com


a intenção de descolonização lutavam pela independência de suas nações, expulsão dos
colonizadores, criação de novos Estados nacionais e definição do alinhamento ideológico ao
socialismo soviético ou ao modelo capitalista liberal.

Pan-africanismo: foi um movimento desenvolvido na época que pregava a união dos povos
africanos a partir de suas características étnicas, sociais e culturais comuns. O movimento
buscava a afirmação de uma identidade africana e a recusa de valores colonialistas.

Consequências: como consequências do processo de descolonização da África, apontam-se: a


formação de novos estados nacionais africanos, a independência das nações africanas e a
ocorrência de guerras civis entre apoiadores e opositores do socialismo soviético.

Contexto histórico da descolonização da África

O processo de colonização da África tem início no século XV, quando Portugal inicia sua
expansão marítimo-comercial. No entanto, apesar do estabelecimento de vínculos comerciais
entre portugueses e africanos, não houve a intenção de estabelecer colônias e promover a
exploração comercial.

A partir do século XIX, diversas nações europeias, capitaneadas por Inglaterra e França, se
lançaram em uma nova atividade colonizadora no território africano, chamada de
neocolonialismo. Além da intervenção direta na organização política das colônias, as nações
colonizadoras exploravam a mão de obra, matérias-primas e o mercado consumidor africano.
Esse processo termina no século XX, com a chamada descolonização.
Causas da descolonização da África

Após a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), os impérios coloniais entraram em crise, seja pela
falta de recursos financeiros, humanos e militares para mantê-los, seja pela ocorrência de
movimentos de independência locais.

Esses movimentos foram inspirados por ideais nacionalistas e, muitas vezes, pela aderência à
ideologia soviética, o que resultou em guerras civis que duraram por décadas, como os casos de
Angola e Moçambique. Cabe ressaltar que a ONU, recém-criada à época, significou um apoio
importante a muitos movimentos por independência.

No contexto da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputava a influência ideológica
em diversos territórios periféricos do mundo, como a África, Ásia e Oriente Médio. No caso
específico da União Soviética, essa influência significou a doutrinação ideológica socialista, o
apoio militar em casos de guerra civil e apoio econômico.

Assim, diversas nações africanas tiveram grupos que adotaram a ideologia socialista soviética e
tentaram, no contexto dos movimentos de descolonização e independência, aplicá-la às novas
configurações nacionais, o que gerou, por décadas, guerras civis, como no caso de Angola.

Consequências da descolonização da África

Como consequências ao processo de descolonização, podemos apontar:

 Independência das nações africanas;


 Formação de novos Estados nacionais;
 Ocorrência de guerras civis;
 Disputas ideológicas entre apoiadores e opositores do comunismo soviético;
 Conformação cultural do pan-africanismo.

Bibliografia

Sopa, A. (2017). História 10ª Classe. (1ª Edição). Textos Editores, Maputo.

Moreira, A. (1989). Ciência Política. Coimbra: Almedina.

Caetano, M. (2006). Manual de Ciência Política e Direito Constitucional. Almediana.


Gouveia, J. B. (2005). Manual de DIP. Almedina.

Hobsbawm, E. (2001). A era das revoluções. Presença.

Krugman, P. (2015). Economia Internacional. Pearson.

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