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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Tema: Impacto da Globalização no Governo Electrónico

Nome do estudante: Catarina Sílvio Baptista

Código do estudante: n˚ 708222990

Curso de: Administração Pública

Cadeira de: E-Governament e Globalização

Ano de frequência: 2o

Msc. André F. Vahala

Quelimane, Setembro 2023


Folha de feedback

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do


o tutor
Subtotal
Máxima

Aspectos Capa 0.5

Estrutura Organizacionais Índice 0.5

Introdução 0.5

Discussão 0.5

Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Contextualização 1.0
(indicação clara do problema)
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
Conteúdo 2.0
e escrita cuidada) coerência e
coesão textual
Análise e
discussão Revisão bibliográfica nacional
e internacionais relevantes na
área de estudo 2.0

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de


gerais letra, paragrafo e espaçamento
1.0
entre linhas
Referencia Normas APA 6ª Rigor e coerência das citações ̸
Bibliográfica edição em citações referências bibliográficas
4.0
e Bibliografia

Folha de Recomendações
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

1.1. Objectivos:.............................................................................................................................2

1.2. Geral......................................................................................................................................2

1.3. Específicos.............................................................................................................................2

2. Metodologia..............................................................................................................................2

3. Conceito de Governo Electrónico no Contexto Global.............................................................3

3.1. Governo Electrónico no Desenvolvimento Nacional............................................................3

3.2. Antecedentes e cenário actual da política de e-GOV em Moçambique................................4

3.3. Possibilidades, desafios e perspectivas da utilização do e-Gov em Moçambique................4

3.4. E-government: Novos desafios no sector público e privado.................................................5

3.5. E-government, o novo paradigma no sector Pública e Privado.............................................6

3.6. Principais tendências ao nível do governo electrónico..........................................................6

3.7. Quatro visões governamentais...............................................................................................6

3.7.1. Brasil..................................................................................................................................6

3.7.2. Canadá...............................................................................................................................7

3.7.3. Cingapura...........................................................................................................................8

3.7.4. Reino Unido.......................................................................................................................8

3.8. O Significado de Inclusão Digital.........................................................................................9

3.9. Estratégia de Governo Electrónico e Reforma do Sector Público.......................................10

3.10. Implementação da Política de Informática......................................................................10

4. Conclusão................................................................................................................................11

5. Referências Bibliográficas......................................................................................................12
1. Introdução

O governo electrónico surge como consequência da crescente disseminação das tecnologias de


informação e comunicação tic’s que juntamente com a Guerra Fria e o estabelecimento das
companhias multinacionais, foram as causas directas da globalização. Os governos do mundo
inteiro, gradualmente foram adaptando os recursos tecnológicos como o computador no seu
exercício, com vista o alcance do aperfeiçoamento e a conservação da democracia (alienando
conceitos como transparência e participação do cidadão na avaliação de desempenho de
governo).

Este trabalho tem como tema o Impacto da Globalização no Governo Electrónico para a
realização deste trabalho foram formulados os seguintes objectivos: Geral, conhecer o Impacto da
Globalização no Governo Electrónico e tem como objectivos específicos Contexto histórico e
evolução do Governo eletrônico, analise comparativa de experiência de governos eletrônico em
diferentes países, Compreender o impacto da globalização no governo eletrônico, Propor
estratégias para promover a cooperação internacional em políticas de governo eletrônico,
Explorar maneiras de garantir o acesso digital e promover a inclusão na era da globalização.

Segundo a estrutura o trabalho é constituído por uma introdução, objectivos (geral e específico),
metodologia do trabalho, fundamentação teórica, conclusão e referências bibliográficas de acordo
com as normas APAS 6a edição em uso na universidade católica de Moçambique.

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1.1. Objectivos:
1.2. Geral
 Conhecer o Impacto da Globalização no Governo Electrónico
1.3. Específicos
 Analisar Contexto histórico e evolução do Governo eletrônico analise comparativa de
experiência de governos eletrônica em diferentes países;
 Compreender o impacto da globalização no governo eletrônico;
 Propor estratégias para promover a cooperação internacional em políticas de governo
eletrônico
 Explorar maneiras de garantir o acesso digital e promover a inclusão na era da
globalização.

2. Metodologia

Segundo Bello (2009), ʺMetodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de


toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisaʺ (p. 40).

De acordo com o tema em estudo o tipo de método a ser usado durante a elaboração deste
trabalho é a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica, é considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001).

A pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema


estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
teses, materiais cartográficos, etc. e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto (Lakatos & Marconi,
2001).

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3. Conceito de Governo Electrónico no Contexto Global

Os Governos no mundo estão a abraçar o Governo Electrónico para lidar, de forma eficaz, com as
mudanças próprias da Era da Informação: os efeitos e consequências da globalização, da
Revolução Digital e da Internet (Arendt, 1988, p.10).

A Política de Informática de Moçambique, aprovada pelo Governo no ano 2000, reconhece as


oportunidades sem paralelo que o uso efectivo das tecnologias de informação e comunicação tem
oferecido para a melhoria das operações dos governos no mundo, a nível central e local,
oferecendo aos cidadãos serviços melhores e mais rápidos, colocando a informação pública ao
dispor dos cidadãos, facilitando a comunicação entre estes e os seus governantes, e contribuindo
positivamente nas áreas da educação, saúde, combate à corrupção, promoção da imagem de
países, atracção de investimentos, melhoria do ambiente de negócios e do nível competitivo, em
suma, promovendo a boa governação.

3.1. Governo Electrónico no Desenvolvimento Nacional

O Governo Electrónico significa uma evolução na governação: uma transformação que ajuda os
cidadãos e o sector privado a encontrarem oportunidades na nova economia de conhecimento.
Para ter êxitos e ser efectivo, o Governo Electrónico deve ser parte de um programa mais
alargado de reforma do Governo e do Sector Público em geral nos aspectos de como funciona,
como gere a informação, como gere as funções internas, como serve os cidadãos e o sector
privado (Arendt, 1988, p.12).

Governo Electrónico é uma oportunidade para repensar o papel do Governo e pode tornar-
se numa ferramenta para catalisar o desenvolvimento económico e a boa governação.
Importa, no entanto, reconhecer que o Governo Electrónico por si só não leva de imediato
ao desenvolvimento económico, disponibilização de serviços públicos e redução dos
custos operacionais ou à transparência e eficiência dos Governos, nem é necessariamente
um acontecimento que vá de imediato alterar a natureza do Governo (Arendt, 1988, p.14).

Tais transformações apenas acontecem quanto a adopção das tecnologias é acompanhada de


vontade política e de mudança de atitude. O Governo Electrónico ajuda, pois, a enfrentar e vencer
o desafio da construção de uma sociedade de conhecimento formada por indivíduos

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comprometidos e pró-activos, ligados por redes que promovem o espírito empreendedor nas áreas
cultural, social e económica (Arendt, 1988, p.16).

3.2. Antecedentes e cenário actual da política de e-GOV em Moçambique

Conforme afirmamos anteriormente, o e-Gov remete para a ideia de utilização do TIC


(particularmente a internet) tendo em vista facilitar o acesso às páginas oficiais dos órgãos da
administração pública e obter informações ou orientação em alguns procedimentos, bem como a
preencher documentos de modo mais conveniente do que amaneira tradicional.

No entanto, todos esses benefícios pressupõem, evidentemente, altos investimentos em tecnologia


por parte do Estado com vista a estender ao cidadão os recursos que, efectivamente, vão permitir,
em última instância, que ele possa comunicar-se virtualmente com o governo (Bobbio, 1992,
p.33).

Por outro lado, pressupõem a implementação de acções para erradicar o analfabetismo digital,
decorrente de vários factores, com destaque para a brusca mudança cultural conjugada com o
grave problema da exclusão social (Bobbio, 1992, p.34).

3.3. Possibilidades, desafios e perspectivas da utilização do e-Gov em Moçambique

O cenário acima apresentado remete à constatação de que a política de governo electrónico de


Moçambique caracteriza-se pela ausência de uma das quatro perspectivas do e-Gov, segundo a
concepção de (Bobbio, 1992, p.36).

Trata-se da perspectiva do cidadão, cujas premissas são baseadas na eficácia e qualidade dos
serviços de utilidade pública prestados ao cidadão. Só a partir daí, esse cidadão torna-se um actor
ou interlocutor pleno com o seu Estado e suas políticas.

Os factores que condicionam a cultura de informação podem-se enquadrar no contexto do


Fórum realizado nos Estados Unidos da América, sobre a criação do e-Gov que visava à
melhoria do desempenho dos governos e o fortalecimento das relações com o seu povo,
onde um dos princípios acordados foi deque a inclusão digital deveria figurar entre as
metas da criação do e-Gov o que não significava, com isso, apenas tornar os

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computadores economicamente acessíveis a todos, mas também tornar os sites do governo
amigáveis em seu uso (Bobbio, 1992, p.38).

Nos países em desenvolvimento, a falta de uma infra-estrutura de telecomunicação continua a ser


um factor crítico de fracasso no processo para minimizar a exclusão digital. Para além desta
perspectiva centrada no Cidadão, as três restantes, segundo os autores são as seguintes:

 Perspectiva de Processos, visando repensar o modus-operandi dos processos produtivos


ora existentes no Governo em suas várias esferas;
 Perspectiva de Cooperação, que visa integrar os vários órgãos governamentais, e estes
com outras organizações privadas e não-governamentais, de modo a que o processo
decisório possa ser agilizado, sem perda de qualidade, assim como evitar-se
fragmentação, redundâncias, hoje existentes nas relações entre os vários atores;
 Perspectiva da Gestão do Conhecimento que visa permitir ao governo, em suas várias
esferas, criar, gerenciar e disponibilizar em repositórios adequados o conhecimento tanto
gerado quanto acumulado por seus vários órgãos.
3.4. E-government: Novos desafios no sector público e privado

Não raras vezes ouvimos falar da máquina do Estado como sendo pesada, complexa e
ineficiente. Sobretudo quando o assunto é o funcionamento da Administração Pública, conotada
com uma fragmentação e falta de comunicação dos seus diversos organismos, cujas competências
e responsabilidades são percepcionadas, em muitos casos, como redundantes.

Mas a mesma crítica é ouvida em relação aos serviços prestados aos cidadãos e às empresas, que
reclamam por mais rapidez nos procedimentos envolvidos, melhor informação, mais agilidade, e
menos burocracia (Bobbio, 1992, p.39).

Não é assim de estranhar que sempre que se fala em máquina administrativa, surja de
imediato a expressão reforma do sector público e privado. É verdade que muito se tem
feito nos últimos anos, e Portugal é várias vezes apontado como um exemplo de
modernização administrativa em algumas áreas, porém, ainda há um longo caminho a
percorrer para que os processos da Administração Pública Portuguesa sejam digitais
(Bobbio, 1992, p.42).

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A transformação e modernização da Administração Pública tem constituído uma das
preocupações centrais de sucessivos governos e essa tendência de digitalização não pode parar
agora que os cidadãos vivem em plena era digital.

3.5. E-government, o novo paradigma no sector Pública e Privado

É nos anos 90 do século passado que surge um enorme entusiasmo em torno do desenvolvimento
do e-government ou governo electrónico, impulsionado não só pela globalização da economia e a
proliferação da internet, mas especialmente devido a uma nova atitude da classe política face ao
uso das Tecnologias da Informação na Administração Pública (Bobbio, 1992, p.44).

Até essa altura, o papel do TIC em organismos públicos reduzia-se à substituição de


procedimentos que eram feitos manualmente, por sistemas digitais de processamento de
dados. O termo em inglês, e-government, nasce aliás por analogia a palavras como e-
commerce e e-Business que eram então de uso recorrente no sector privado, onde a
implementação das TIC estava já bastante mais avançada (Bobbio, 1992, p.46).

3.6. Principais tendências ao nível do governo electrónico

Ao longo das últimas décadas, a atenção e interesse do poder político pelo governo electrónico
foi evoluindo, havendo hoje em dia um reconhecimento generalizado da importância das TIC
como instrumento de transformação e modernização da Administração Pública

Para além dos ganhos de eficiência ao nível do funcionamento interno da máquina administrativa,
o uso das TIC tem sido encarado como uma oportunidade para alterar o paradigma de uma
Administração Pública centrada na agência, para uma mais centrada no cidadão e nas empresas,
capaz de prestar serviços e informação de qualidade, acessíveis a qualquer hora, e de acordo com
as necessidades de quem os procura.

3.7. Quatro visões governamentais


3.7.1. Brasil

As políticas e iniciativas do governo brasileiro para a estruturação de um governo electrónico


estão descritas, principalmente, em dois documentos: o Livro Verde, elaborado pelo Programa

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Sociedade da Informação no Brasil e a Proposta de Política de Governo Electrónico para o Poder
Público Federal, elaborado pelo Comité Executivo do Governo Electrónico (Wihleim, 1999, p.5).

Além disso, o governo federal desenvolveu um website ou endereço electrónico exclusivo onde
estão disponíveis o histórico do comité, a legislação pertinente, os documentos gerados, as
notícias e os eventos relacionados ao assunto (Wihleim, 1999, p.9).

Assim como em outros países que buscam definir políticas e prioridades rumo à Sociedade da
Informação, o trabalho apresenta uma ampla descrição das oportunidades e riscos a serem
enfrentados e desenvolve sete grandes linhas de ação:

 Mercado, trabalho e oportunidade;


 Universalização de serviços para a cidadania;
 Educação na sociedade da informação;
 Conteúdo e identidade cultural;
 Governo ao alcance de todos;
 Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), tecnologias-chave e aplicações; e
 Infra-estrutura avançada e novos serviços.

Em relação ao documento elaborado pelo Comité Executivo do Governo Electrónico e intitulado


Proposta de Política de Governo Electrónico para o Poder Público Federal, também de Setembro
de 2000, há um detalhamento de metas e macros objectivos prioritários (Wihleim, 1999, p.10).

3.7.2. Canadá

Em 1996, o Ministério de Suprimento e Serviços do Canadá publicou o documento intitulado


Construindo a Sociedade da Informação: Movendo o Canadá em Direção ao Século XXI, em que
são apresentadas as políticas e iniciativas a serem adoptadas para facilitar a transição rumo a uma
sociedade da informação e a uma economia do conhecimento. Assim, são definidas quatro
grandes linhas de ação:

 O desenvolvimento de uma supervia da informação;


 A promoção e incremento do conteúdo canadense;
 A obtenção de benefícios económicos e sociais para todos os canadenses; e
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 Um governo acessível, responsivo e com melhor qualidade nos serviços prestados.

Este documento não identifica especificamente os impactos na estrutura organizacional e na força


de trabalho da administração pública, mas genericamente e também pelo fato de no Canadá
existir um Ministério do Desenvolvimento dos Recursos Humanos, existe o compromisso de que
um dos seus objectivos estratégicos é o da criação de empregos em função da inovação e dos
investimentos esperados.

3.7.3. Cingapura

Conforme relatório da consultoria Accenture, intitulado Liderança em Governo


Electrónico, entre governos que buscam o aperfeiçoamento das suas soluções de governo
electrónico, Cingapura ocupa o segundo lugar em uma categoria que é classificada como
maturidade em e-gov um conceito que engloba definições como tipo, nível e modo com
que os serviços de divulgação de informações, de interacção e de transacções electrónicas
são prestados por estes mesmos governos (Rifkin, 2001, p.16).

Cingapura apresenta-se como uma liderança inovadora ao buscar transformar-se em uma ilha
inteligente e em referência internacional na construção de uma nova economia digital e na
prestação de serviços de governo electrónico, sendo que para isso, implantou o que é conhecido
como Singapura One, uma rede de comunicações nacional onde estão interligados todos os
prédios do governo, as empresas, as escolas e as residências.

Para tanto, tem realizado investimentos, tanto em infra-estrutura de informação e de


comunicações, como no processo de repensar novas formas de governança, que fez com que
aumentasse a eficiência de seus processos internos e, simultaneamente, elevasse a qualidade dos
serviços cada vez mais centrados na satisfação das empresas e dos cidadãos (Rifkin, 2001, p.18).

3.7.4. Reino Unido

O Livro Branco da Modernização do Governo23 britânico foi publicado em Março de 1999 e


ressalta as características de uma nova realidade em que o governo deve ser capaz de adaptar-se
continuamente a reestruturações sociais, políticas e económicas, aos impactos das TIC, a buscar
novas formas de inter-relação com os cidadãos e com o mercado e a promover a aprendizagem
contínua de seus servidores (Rifkin, 2001, p.22).
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Assim, este documento apresenta um programa de mudanças em que a modernização do serviço
público, orientada para o atendimento ao cidadão e a resultados, é peça fundamental na melhoria
na forma como o governo:

 Elabora as suas políticas;


 Provê serviços de interesse da sociedade;
 Avalia a qualidade dos serviços prestados;
 Utiliza as novas tecnologias; e
 Valoriza o serviço público.

Destes cinco pressupostos surgiram a recomendação de que fosse desenvolvida uma estratégia de
utilização do TIC que resultou em um documento intitulado Governo Electrónico Uma estrutura
estratégica para os serviços públicos na era da informação, 24 publicado em Abril de 2000.

3.8. O Significado de Inclusão Digital

A inclusão digital não é apenas alfabetizar as pessoas em informática, colocando computadores


junto às comunidades e ensinando-as a usar Windows e pacotes de escritório, embora isto
também seja necessário. De igual modo, não é inclusão digital instalar computadores numa
comunidade ou escola onde não há energia eléctrica (Rifkin, 2001, p.12).

A inclusão digital deve promover acesso para todos ao TIC incluindo Internet, para lhes
proporcionar igualdade de acesso à informação, educação e aprendizagem, treinamento, compra e
venda de bens e serviços, entretenimento, intervenção na esfera pública, realização de trabalho e
comunicação com a finalidade de realizarem melhor as suas actividades do dia-a-dia.

Contribui para o desenvolvimento sócio-económico de toda a sociedade e ajuda a reduzir a


divisão entre as zonas rurais e urbanas tanto nos países desenvolvidos assim como nos países em
desenvolvimento (Rifkin, 2001, p.14).

3.9. Estratégia de Governo Electrónico e Reforma do Sector Público

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A disponibilização, a nível nacional, das tecnologias de informação e comunicação, através da
Estratégia de Governo Electrónico, no quadro da Reforma do Sector Público, vai concorrer para o
alcance dos objectivos da Reforma do Sector Público de descentralização, melhoria da prestação
de serviços e reestruturação institucional (Martins, 1996, p. 26).

O desenvolvimento da capacidade, a formação e alfabetização informáticas ligadas às


respectivas áreas de trabalho vão elevar o profissionalismo no Sector Público. Sistemas e
protocolos seguros de manuseamento de documentos electrónicos, intercâmbio de dados,
transacções financeiras e auditorias vão melhorar a gestão financeira, a responsabilidade e
o combate à corrupção. Em conjunto, estas funções vão informar e fortalecer a formulação
e monitoria de políticas, resultando na boa governação a todos os níveis do Governo
(Martins, 1996, p. 36).

Tais projectos vão demonstrar a efectividade e objectivos da Reforma do Sector Público nos
Ministérios e instituições que operam em áreas prioritárias, através da reengenharia dos seus
processos, formação dos seus funcionários, desenvolvimento dos seus sistemas de
disponibilização de informação e serviços, e generalização do uso das novas tecnologias.

3.10. Implementação da Política de Informática

Moçambique está presentemente a investir em vários projectos de informatização como


consequência da realização gradual da Estratégia de Implementação da Política de Informática.
Se bem que não prosseguissem uma agenda explícita nesse sentido, o alcance, influência e
objectivos destes projectos de informática estão correlacionados com os da Reforma do Sector
Público (Negroponte, 2001, p.32).

Nesse sentido, presume-se que sejam possíveis laços ou sinergias entre os actuais projectos de
informática e da Reforma do Sector Público. Foi esta maneira de pensar que orientou o
desenvolvimento da Estratégia de Governo Electrónico especificamente em relação à
identificação das áreas prioritárias da Reforma do Sector Público e, consequentemente, os
possíveis projectos de Governo Electrónico nessas áreas. Este assunto é desenvolvido mais
adiante (Negroponte, 2001, p.38).

4. Conclusão

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Para terminar este trabalho chegamos a concluir que, o governo electrónico ou e-GOV foi visto
como uma oportunidade de incrementar a participação da sociedade na gestão pública e privada,
especialmente quanto à formulação, ao acompanhamento e à avaliação das políticas públicas,
visando ao incremento da cidadania e da democracia.

O e-gov teria, então, um papel de destaque a cumprir na forma do governo interagir com os
cidadãos e as organizações, não somente pela disponibilização de informações e serviços, mas ao
levar em conta o potencial dos meios electrónicos para a construção da governança electrónica.
Mesmo com esse potencial, a e-governança ainda estaria dando seus primeiros passos no Brasil,
com pouca participação dos cidadãos na formulação das políticas públicas; ou seja, é fraca a
influência da sociedade civil, por meio da Internet, nas decisões que estabelecem a agenda
governamental.

Esse quadro resultaria da falta de regulamentação para a participação social no processo decisório
por meios electrónicos e pelo fato da elite política não considerar a governança digital um
verdadeiro instrumento para a ampla participação da sociedade.

De qualquer modo, é reconhecido que as novas formas de interacção electrónica têm impacto
directo na governança ao criarem um novo espaço para interlocução dos cidadãos com os
governantes.

Tendo em conta essas novas formas de comunicação proporcionadas pelas acções de e-gov, a e-
governança poderia ser posta em prática por meio de um governo mais acessível, com as
tecnologias de informação e comunicação universalizando o acesso aos novos meios de
comunicação, com base na igualdade de oportunidades, podendo ser uma maneira de quebrar
barreiras e superar tradicionais disparidades impostas pela distância. Entretanto, essa
oportunidade de incrementar a participação cívica via governança electrónica pode não se
concretizar em Moçambique, pela falta de uma política efectivada inclusão digital.

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5. Referências Bibliográficas

Arendt, H. (1988). Da Revolução. Brasília: Ática/UNB.

Bobbio, N. (1992). A era dos direitos. RJ: Campus.

Bobbio, N. (1992). O futuro da democracia. RJ: Paz e Terra.

Bobbio, N. (1998). Teoria das formas de governo. Brasília: UNB.

Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. (5a ed.). São
Paulo, Brasil: Atlas,

Martins, C. E. (1996). A globalização da economia à falência da democracia. Campinas.

Negroponte, N. (2001). Vida digital. (2. Ed). São Paulo: Cia das Letras.

Nogueira, M. A. (2001). Em defesa da política. São Paulo: SENAC.

Rifkin, J. (2001). A era do acesso. SP: Makron Books.

Wihleim, J. L. (1999). Sociedade e Estado em transformação. São Paulo: UNESP.

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