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O terceiro mundo e a emergência das periferias

Os principais obstáculos ao desenvolvimento do Terceiro Mundo

Os países de Sul estão associados a um conjunto de características que refletem


a sua situação de subdesenvolvimento, uma vez que há um conjunto de obstáculos
que retardam os fatores que poderiam potenciar o desenvolvimento nestes países:
Económicos- Rendimento per capita baixo, Profundas desigualdades na sua repartição,
Mão de obra maioritariamente desqualificada e agrícola, Estrutura da produção e das
exportações dominada por produtos agrícolas, matérias-primas e bens de baixo valor
acrescentado, Endividamento externo com um peso excessivo no PIB; Políticos-
Instabilidade política e social permanente, Conflitos étnicos e fronteiriços frequentes,
Governos autocráticos e corrupção, Desrespeito pelos direitos humanos;
Demográficos- Crescimento acentuado da população, Elevada taxa de mortalidade
infantil, Reduzida esperança média de vida; Sociais- Elevada taxa de analfabetismo,
Assistência médica precária, Situação sanitária deficiente, Discriminação das mulheres,
Condições de habitação inadequadas, Fome e escassez de alimentos;

Além disto, há ainda um conjunto de fatores causadores do


subdesenvolvimento nos PED: Naturais- a maioria destes países estão localizados na
zona intertropical, onde as secas são frequentes, os solos se esgotam facilmente e as
catástrofes naturais são regulares; Históricos- a colonização, que causou a organização
da estrutura económica em benefício das nações colonizadoras, orientando as
atividades para o comércio externo e levando as atividades locais à falência;
Demográficos- a descida da taxa de mortalidade em conjunto com a alta taxa de
natalidade levaram ao numero de pessoas em situação de carência alimentar;
Económicos- dependência a nível económico dos países desenvolvidos, em relação à
procura nos mercados externos, ao investimento estrangeiro, aos empréstimos e às
importações de patentes e técnicos estrangeiros;

Os reflexos da colonização

A colonização a que os povos do Sul foram sujeitos foi também uma das causas
da estagnação do desenvolvimento e da industrialização nestes países, tendo impacto
a vários níveis: Política e culturalmente, as fronteiras, tendo sido estabelecidas pelas
potencias colonizadoras, não tendo em conta as culturas dos povos colonizados, foram
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causa de instabilidade social e politica, conflitos fronteiriços e guerras civis; as


estruturas socias e linguísticas dos povos colonizados foram destruídas; os modelos
políticos adotados não foram adequados às tradições locais, promovendo as elites
corruptas e os regimes repressivos; Social e demograficamente, o grande crescimento
demográfico contribuiu para o aumento da fome e da pobreza; os conflitos étnicos e a
fome levaram às migrações internas e vagas de refugiados constantes; a urbanização
foi acelerada e descontrolada; as redes de infraestruturas, comunicações e transportes
são defeituosas, umas vez que foram contruídas segundo os interesses das
metrópoles; Económica e ambientalmente, as economias locais e tradicionais foram
destruídas; existe um dualismo económico: uma realidade económica moderna e
lucrativa, gerida pelas grandes empresas estrangeiras, e outra tradicional e pouco
produtiva, voltada para o autoconsumo; a divida externa destes países é elevada,
assim como as desigualdades socioeconómicas existentes entre as elites dirigentes e a
população;

A participação dos Países em Desenvolvimento no comercio internacional

O peso dos PED no comercio internacional, apesar do seu aumento ao longo do


século XXI, é bastante reduzido, contribuindo para o desequilíbrio das suas balanças
comerciais, cujo défice estrutural leva ao endividamento externo e à dependência
económica. Estes países continuam dependentes da antiga Divisão Internacional do
Trabalho, semelhante a uma relação entre colonizadores e colonizados: exportam as
matérias-primas a preços baixos e importam os produtos manufaturados a valores
elevados, aos países industrializados. Assim, o comércio internacional é dominado
pelos interesses dos países desenvolvidos e pelas grandes Empresas transnacionais.
Esta situação de dependência económica dos PED é agravada pela instabilidade dos
preços dos produtos agrícolas e minerais, e dos recursos energéticos, alem de que
estes são particularmente afetados pelas crises mundiais, pois a sua economia
depende das exportações, o que retarda ainda mais o desenvolvimento e põe em
causa os progressos conseguidos.

A deterioração dos termos de troca

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A deterioração dos termos de troca ocorre quando o valor das importações é superior
ao valor das exportações, não dependendo apenas do volume exportado e importado,
mas, sobretudo, do valor das exportações em relação ao das importações.

Desde 1950, nos países em desenvolvimento, é possível verificar este


fenómeno, que pode ser explicado pelos seguintes fatores: a estrutura das
exportações: os PED são exportadores de matérias primas e produtos agrícolas, e
importam produtos manufaturados, com preços muito superiores aos produtos que
exportam; o aumento da oferta de produtos semelhantes aos que estes exportam nos
mercados internacionais, devido ao aumento dos países produtores e da
competitividade; diminuição da procura de certos produtos que estes exportam,
causada pela inovação tecnológica; medidas restritivas impostas pelos países
desenvolvidos às importações;

Esta deterioração dos termos de troca nos PED, que ocorreu nos últimos 30
anos, contribuiu para o seu endividamento externo.

O endividamento do Terceiro mundo


A dívida externa é um dos grandes problemas que se debate na maior parte dos
países do Terceiro Mundo, pois dificulta o seu desenvolvimento.

De facto, em vez de canalizarem as suas receitas em projetos de


desenvolvimento, que poderiam melhorar as condições de vida da sua população,
usam-nas para pagar a dívida. Assim, o endividamento externo é responsável pelo
aumento da pobreza e pela degradação do estilo de vida das populações.

Existem vários fatores para a existência o endividamento externo:

 Subida das taxas de juro – causam um agravamento dos


encargos, o que normalmente leva alguns países a recorrer a mais
empréstimos;
 Valorização do dólar – como a maioria dos empréstimos é feita
nesta moeda, a valorização da mesma implica pagar mais pelos mesmos custos,
o que agrava a dívida;

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 Redução do preço dos produtos primários e manufaturados –


provoca uma diminuição das receitas das exportações;
 Políticas internas – baseadas nas exportações de matérias-
primas, que são valorizadas no mercado de forma cíclica.

Esta situação passou a ser uma preocupação não só dos países de Terceiro
Mundo, mas a nível internacional. Desta forma, foram tomadas várias medidas a fim
de combater o sobre-endividamento destes países:

 Atribuição de novos créditos mais adequados aos países


devedores;
 Foram negociados novos prazos de pagamento da dívida;
 Aplicação de programas de ajustamento estrutural (esta medida
foi uma tentativa de impulsionar a economia destes países, mas acabou por ser
um fracasso, causando uma degradação ainda maior das condições de vida das
populações);
 Perdão parcial da dívida - destacando-se a iniciativa em prol dos
países pobres muito endividados (PPME) e a iniciativa de alívio da dívida
multilateral (IADM).

A ajuda internacional aos países do Terceiro Mundo

A ajuda internacional desempenha um importante papel na transformação e no


desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo.

Esta ajuda pode contribuir para:

 Melhorar o nível de vida das populações, aumentando o acesso à


educação, à saúde e a uma melhor alimentação;
 Apoiar as populações afetadas por catástrofes naturais e por
desastres causados pela ação do ser humano;
 Reduzir a pobreza ao aumentar o rendimento das populações
mais pobres;
 Compensar as dívidas externas.

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A ajuda pública ao desenvolvimento (APD) tem desempenhado um papel


importante na ajuda às populações mais pobres. Na verdade, esta tem mostrado
eficácia na implementação de pequenos projetos de desenvolvimento que envolvem
as populações de forma mais direta, sendo uma grande ajuda a combater a pobreza e
a exclusão social.

A APD tem vindo a perder peso em relação à ajuda privada, sendo que nesse
setor a que se destaca mais é o ambiente de desenvolvimento integrado ou IDE.

No entanto, apenas uma parcela da ajuda privada se destina aos países mais
pobres, o que atribui cada vez mais muita importância à ajuda prestada pelas ONG.

Este apoio multilateral tem sido uma ajuda preciosa nas crises humanitárias,
especialmente devido ao aumento das situações de emergência.

Ao longo dos anos, conseguimos verificar o sucesso desta ajuda em várias


áreas, nomeadamente na educação, no combate à fome, na saúde, na melhoria da
agricultura e no lançamento de infraestruturas. Contudo, também tem verificado um
conjunto de insucessos cujas responsabilidades terão de ser atribuídas aos países
doadores e recetores.

Os sucessos e insucessos do diálogo Norte-Sul

Após a descolonização, os países do Terceiro mundo viviam com um sistema


económico de acordo com os interesses dos países desenvolvidos, sendo, por isso,
prejudicados. Assim, os países em desenvolvimento através de pressão sobre o
conselho da ONU conseguiram a aprovação de diversos princípios de uma Nova Ordem
Económica Internacional (NOEI), tais como:

 Garantir uma justa remuneração dos preços das matérias-primas


exportadas pelos países Sul;
 Estabilizar os preços das matérias-primas;
 Facilitar o acesso dos produtos dos países em desenvolvimento
aos mercados do Norte;

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 Reduzir o endividamento através de mecanismos de


renegociação da dívida e prolongamentos dos prazos de pagamento, de forma
a reduzir os efeitos económicos e sociais da dívida.

Todavia, a ação da maioria destas instituições in internacionais multilaterais


têm produzido pouco efeito no desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo e, por
isso, os países menos desenvolvidos continuam a ocupar uma posição frágil no
contexto do comércio internacional.

Contrariamente, assiste-se a um crescimento económico sem precedentes dos


maiores países em desenvolvimento e, desta maneira, a maior parte dos progressos
observados nos países em desenvolvimento devem-se a relações financeiras,
económicas, políticas e culturais Norte-Sul.

Com isto, é clara a urgência da necessidade de uma maior comunicação entre


estes dois polos e da criação de uma Ordem Económica Internacional que promova
verdadeiramente a integração de todos os países em desenvolvimento.

As economias emergentes do Terceiro mundo

 Semiperiferia/Economias emergentes - Este conceito surgiu em


meados da década de 1970 para identificar realidades económicas de países
que, embora não possuam níveis de desenvolvimento muito elevados,
apresentam alguns indicadores próximos das economias mais desenvolvidas. As
semiperiferias são economias que se encontram numa posição intermédia
entre o Centro (Países Desenvolvidos e antigas metrópoles colonizadoras) e a
Periferia (Países Menos Desenvolvidos e antigas colónias). Desde o início do
século XXI, este termo foi progressivamente substituído pela expressão países
ou economias emergentes, ou seja, o conjunto de países do Sul prestes a
abandonar uma situação de subdesenvolvimento e apresentando um
crescimento económico acelerado.
 NPI (Novos Países Industrializados) - São os países que, partindo
de um estádio de subdesenvolvimento, realizaram nas últimas décadas um
rápido crescimento industrial, tornando-se exportadores de produtos

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manufaturados de tecnologia bastante avançada. Estes países oferecem


condições financeiras particularmente interessantes a empresas estrangeiras e
souberam tirar o melhor proveito de uma mão de obra hábil e laboriosa. Este
conceito aplica-se, habitualmente, aos NPI da Ásia Oriental e do Sudeste
Asiático quer aos da 1ª vaga de industrialização (Coreia do Sul, Taiwan,
Singapura e Região Administrativa de Hong Kong), nos anos de 1970 e 1980,
quer os da 2ª vaga (Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas), nos anos de 1980
e 1990.

A partir de 1970 assistiu-se a um verdadeiro processo de descolagem de alguns


países do Terceiro Mundo, verificando-se, assim, um aumento das taxas de variação do
seu PIB e uma maior afirmação dos seus mercados internacionais – aumento das
exportações.

Os primeiros a iniciarem esta descolagem foram os Novos Países


Industrializados (NPI), nomeadamente a Ásia Oriental e o Sudeste Asiático. De seguida,
foram surgindo várias economias emergentes, como o Brasil, a índia e a China. O
sucesso destas economias pode ser explicado por dois fatores:

 A estratégia de industrialização adotada;


 A posição geoeconómica.

Além disso, os países do Terceiro mundo sofrem com mais alguns problemas
que dificultam o seu desenvolvimento, tais como:

 Os direitos humanos nem sempre serem respeitados na sua


totalidade (por exemplo, os direitos sociais e económicos);
 A grande maioria da população ser afetada pela pobreza e pela
exclusão social;
 Os níveis de poluição e degradação do ambiente muito elevados
prejudicam especialmente os países do Terceiro Mundo, pois estes são
maioritariamente exportadores de matérias primas, facilmente influenciadas
por esse fenómeno.

Os novos países industrializados da Ásia Oriental e do Sudeste Asiático

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É muitas vezes referido como os novos países industrializados (NPI), um


pequeno grupo de países no Leste Asiático e no Sudeste Asiático que ganharam
destaque nos últimos anos: Coreia do Sul, Taiwan, Singapura e Hong Kong (SAR da
China).

Referindo-se à China, que é descrita como o “Grande Dragão”, esses países são
frequentemente referidos como os “Quatro Pequenos Dragões” da Ásia devido ao seu
alto crescimento econômico, processo de industrialização e vantagens comparativas
nas últimas décadas criando competitividade em relação à Europa e América do Norte.

As rápidas mudanças nas estruturas econômicas e sociais nos últimos 40 anos


devem-se à proximidade geográfica da superpotência Japão, às estratégias de
industrialização adotadas e aos grandes influxos de capitais japoneses e norte-
americanos nessas economias.

Apesar das diferenças consideráveis no contexto histórico, estrutura política,


tamanho geográfico e população, os NPLs na Ásia conseguiram explorar vários fatores
que explicam a prosperidade que alcançaram:

  posição geopolítica, devido à sua localização geográfica entre a China e


a ex-União Soviética, foi necessário ocupar posições estratégicas no Pacífico durante a
Guerra Fria.

 condições geográficas favoráveis;

 o papel do Estado, fortemente intervencionista e protecionista

 a estratégia de industrialização;

 a proximidade do país modelo Japão;

 as características da mão-de-obra, numerosa, qualificada, relativamente


barata, disciplinada e coletiva.

Os bons resultados económicos devem-se também ao desenvolvimento


das infraestruturas de transportes e comunicações.
As atividades industriais são muito diversas:
 indústrias que utilizam muito trabalho;

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 indústria de alta tecnologia;


 indústria principal;

A valorização das moedas nacionais em relação ao dólar fez com que as


multinacionais de primeira geração transferissem suas operações para novos países
emergentes onde a mão de obra era mais barata. A primeira geração de organizações
sem fins lucrativos começou a investir na produção de produtos industriais de alta
tecnologia e alto valor que representavam uma parcela significativa da produção total.

Os NPIs investiram fundos próprios no estrangeiro e aproximaram as suas


empresas do mercado e beneficiaram de baixos custos laborais. No entanto, aquelas
nações que atingiram o estágio de industrialização próximo aos países industrializados
têm problemas semelhantes.

O dinamismo que a estratégia de industrialização adotada ofereceu às


economias sem fins lucrativos não impediu o aprofundamento da desigualdade social e
dos fenómenos de exclusão social:

 a rápida urbanização acompanhada pelo crescimento da indústria e dos


serviços é a causa da falta de espaço e da poluição significativamente elevada;
 aumento dos custos de trabalho e aumento do desemprego;
 a dependência comercial, econômica e tecnológica aumento da dívida
externa;
 as diferenças de rendimento aumentaram;
 as condições de trabalho para muitos trabalhadores são duras, as horas
de trabalho são muito longas, a segurança social é limitada e em muitos casos o
trabalho infantil é explorado;
 os governos políticos são autoritários e violam os direitos das pessoas,
por exemplo em Singapura, onde a democracia está longe.

As recessões econômicas globais e o aumento do preço do petróleo


desaceleraram a recuperação econômica desses países. Portanto, a NPI enfrenta vários
desafios:

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 A ascensão da China como uma grande potência comercial e novos


mercados mais atraentes em outras regiões do mundo;
 alta dependência de mercados estrangeiros;
 instabilidade financeira devido a ataques especulativos e valorização
excessiva do mercado de ações;
 dependência da flutuação do dólar americano;  
 as ameaças ambientais crescentes. 

A emergência da China e da India


O crescimento económico da China desde finais dos anos 80 deve-se a uma
política de abertura ao exterior, assente na aceleração das exportações, na atração de
investimento direto estrangeiro e na crescente integração no processo de globalização.
Desde 2011, a China se tornou o primeiro país industrializado do mundo e o maior
exportador. A adesão à OMC em 2001 é um acontecimento decisivo que deve ser
apoiado. Quanto ao IDE chinês no mundo, no período compreendido entre 2003 e
2013, passou de 3 para 101 mil milhões de dólares.

O crescimento económico contínuo da China ao longo das últimas três de cada


baseia-se numa produção de baixo custo, sustentada na presença de uma mão de obra
numerosa e barata, nas dinâmicas de desenvolvimento dos seus vizinhos asiáticos, os
NPI e o Japão, grande rival em termos geopolíticos e económicos, e num Estado
regulador e intervencionista que estabeleceu um regime de isenções fiscais sobre a
produção, criou zonas económicas especiais e fomentou os triângulos de crescimento.

Nos últimos anos, a China diversificou sua produção industrial e está a investir
em setores inovadores e a aumentar o investimento estrangeiro direto não apenas na
Ásia, mas também no Ocidente, onde adquiriu empresas nos setores de energia e
comunicações.

A China enfrenta outros desafios, para além da afirmação comercial e


económica global:

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 o abrandamento do crescimento populacional e o rápido


envelhecimento da população;
 grande desigualdade socioeconômica regional;
 degradação ambiental.

Política e diplomaticamente, a China está a tentar posicionar-se como o único


governante da região. As suas políticas econômicas na Ásia têm procurado neutralizar
os temores dos vizinhos sobre a sua força demográfica e militar por meio de acordos
comerciais bilaterais e do dinamismo e consolidação geográfica da diáspora chinesa.

O segundo maior país demográfico do mundo, a Índia, experimentou um forte


crescimento econômico desde a década de 1990. Apesar de a população rural
continuar a ocupar 68% da população total em 2014 e a pobreza persistir, a produção
industrial acelerou. Embora a Índia continue a dominar os setores de mão-de-obra
intensiva, ela investiu em setores tecnologicamente mais avançados. O resultado dessa
dinâmica industrial foi o surgimento de uma classe média e urbana consumidora que
poderia fazer a indústria cinematográfica prosperar e se tornar uma das principais
fontes de renda do país

As semiperiferias da América Latina

Apesar da crise que, no final do século XX, afetou sobretudo os países mais
endividados da América Latina, como o México e a Argentina, esta região do planeta
tem conhecido um progresso assinalável, desde o início do século XXI. A América
Latina mantém, por isso, profundas desigualdades entre as chamadas economias
emergentes e os países mais pobres.

Observou-se um período de forte crescimento económico em alguns países,


entre os quais o México, que passou a ser considerado um novo país industrializado. A
quebra das receitas com as exportações após os «choques petrolíferos» de 1973 e
1979, o aumento da inflação, a desvalorização da moeda nacional face ao dólar e o
aumento das taxas de juro lançaram o México, grande produtor de petróleo, numa
grave crise económica e social, que alastrou a outros países, como o Brasil, a Colômbia,
a Venezuela e a Argentina.

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Para além de ter acelerado a industrialização, a integração económica, permitiu


ao México afirmar-se como destino turístico à escala mundial e beneficiar de uma
importante fonte de receitas e de emprego. Fortemente integrado no Acordo de
Comércio Livre da América do Norte (NAFTA) - no âmbito do qual foram realizados 82
por cento do seu comércio externo em 2013, o México tenta diversificar as suas
relações comerciais com a UE, o Japão e os países da América Latina. Apesar do grande
aumento do seu comércio externo, a integração na NAFTA fragilizou a agricultura do
país, aprofundando as desigualdades existentes e contribuindo para o crescimento da
emigração.

Atendendo ao valor do PIB, o Brasil é a sexta economia do mundo, ocupando a


segunda posição entre os países do Sul, logo atrás da China, e representando mais de
50% do PIB da América do Sul. A sua economia é uma das mais atrativas, ocupando o
sexto lugar à escala mundial como principal destino do IDE, e o seu vasto território é
rico em recursos naturais. A evolução do Brasil tem sido marcada por uma taxa de
crescimento económico elevada (53% no período 2000-2010), pelo aumento da classe
média e pela redução da pobreza.

Sete das suas ETN, como a Embraer a Brasil Foods, a Vale, a Petrobras e a
Gerdau, estão entre as 500 maiores multinacionais mundiais, competindo no mercado
internacional. Neste período, o Brasil orientou a sua estratégia de desenvolvimento em
direção ao norte do território e, em simultâneo, dinamizou as relações comerciais com
os países vizinhos do Sul. A sua balança comercial passou a ser excedentária, desde
2003, e a estrutura das suas exportações, embora diversificada, apresenta um peso
crescente dos produtos agroalimentares, conferindo ao Brasil o estatuto de «futuro
celeiro do mundo».

Apesar das trocas comerciais se realizarem sobretudo com os EUA e os países


do Mercosul, o comércio com a UE e com os países emergentes da Asia,
principalmente China, Coreia do Sul e Índia, tem aumentado de forma significativa.
Devido à posição dominante do Brasil no seio do Mercosul, onde e representa 74%
população e 75% do PIB, esta zona de comércio livre pode surgi como um instrumento
utilizado pela potência brasileira para reforçar a posição dominante na América do Sul.

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O Brasil é igualmente considerado uma grande potência demográfica. Embora a


dependência financeira do exterior não tenha sido completamente ultrapassada, nos
últimos anos, o Brasil reduziu substancialmente a dívida externa, responsável por
minorar os benefícios da industrialização do pais.

Tal como aconteceu com alguns NPI asiáticos, as economias emergentes da


América Latina continuam debater-se com um conjunto de problemas, tais como:

 violações dos direitos humanos;

 pobreza e exclusão social;

 assimetria na repartição dos rendimentos;

 degradação ambiental;

 dependência face ao IDE;

Os países do Norte de África


O Saara ocupa uma parte significativa do território da Argélia, da Líbia e da
Mauritânia. Para os dois primeiros países, o deserto é uma fonte de recursos
fundamena O seu subsolo é rico em petróleo e gás natural, as principais fontes de
rendimento destes países. Em Marrocos e na Tunísia, as regiões litorais, nas margens
do Mediterrâneo, representam terras agrícolas produtivas . Para estas duas
economias, o turismo é uma atividade económica importante.

Todos os países do Magrebe e o Egito tiveram um forte crescimento


demográfico. No entanto, este aumento acentuado da população apenas se mantém
na Líbia e na Mauritânia. A população é, por isso, jovem.

A taxa de crescimento urbano é elevada, embora mostre tendência para


diminuir nas grandes cidades do litoral. Este crescimento urbano levanta graves
problemas de habitação, equipamentos e recursos. As situações económicas são
diferentes de país para país.

Devido à situação geoestratégica próxima da Europa, a região do Magrebe,


maioritariamente islâmica, tem sido alvo do interesse da União Europeia, com quem
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tem celebrado acordos de cooperação. Em 1989, foi assinado o tratado de Casablanca,


que criou oficialmente a União Magrebe Árabe (UMA).

A partir da década de 80 do século XX, como forma de responder ao


progressivo aumento da dívida externa, os países do Magrebe promoveram a
diversificação das suas exportações. A Argélia apostou na exploração do gás natural e
manteve a produção de petróleo, enquanto a Tunísia e Marrocos beneficiaram da
deslocalização de algumas atividades intensivas em trabalho, orientadas para a
exportação aproveitando a

mão de obra abundante e barata. Esta abertura aos mercados externos teve
como consequência um aumento da dependência face à procura internacional,
tornando-se os países ainda mais vulneráveis às oscilações dos preços das respetivas
exportações.

Sendo uma região de forte emigração (mais de 2 milhões de magrebinos vivem


na Europa), as transferências financeiras realizadas pelos emigrantes continuam a ser
essenciais para atenuar o défice externo.

A instabilidade política e social da região tem sido um dos principais obstáculos


ao seu crescimento económico. A Argélia esteve mergulhada numa sangrenta guerra
civil e a Líbia, devido às atividades terroristas de que era suspeita, e foi sujeita a um
pesado embargo decretado pela ONU. A guerra pela posse do Sara Ocidental tem
criado um clima de forte tensão entre Marrocos, Mauritânia e Argélia. Mais
recentemente, a ação do grupo terrorista Al-Qaeda do Magrebe islâmico (AI-QMI) tem
aumentado a insegurança na região.

Bibliografia:

 Manual de geografia C 12º ano, plátano editora

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