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Economia

1ª PARTE -- A AJUDA AOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

1-A ajuda aos


países pobres é
uma realidade recente
1.1-Quais os objectivos a atingir?
R: A ajuda aos países do 3º Mundo tem como objectivos:

o Compensar as elevadas dívidas externas originadas pelos défices crónicos da balança comercial
o Dotar de infraestruturas os países necessitados, tendo em vista facilitar o crescimento
económico
o Ajudar as populações carenciadas em alimentos, segurança e de serviços de saúde, afectadas ou
não por catástrofes naturais.
1.2-Caracterize os vários tipos de ajuda

R: A ajuda é prestada sob a forma de dádivas ou empréstimos a juros mais baixos e destina-se tanto
ao sector público como ao sector privado dos países do 3º Mundo.
O Comité de Ajuda para o Desenvolvimento (CAD) da OCDE distingue dois tipos:

Ajuda Pública compreende as doações e os


a Ajuda Pública(APD) e a Ajuda Privada. A
empréstimos do Sector Público. Empréstimos concedidos pelos governos,
através de organismos internacionais, com condições mais favoráveis do que
as do mercado financeiro internacional. Apesar da dependência política, esta fonte é
uma bóia de salvação.
A APD pode ser:

o Bilateral quando os recursos são transferidos do país mais rico para o país mais pobre(dádivas,
empréstimos para financiamento de investimentos, assistência técnica, bolsa de estudo e ajuda
alimentar....).
o Multilateral, quando resulta das acções realizadas pelas organizações internacionais
§ FMI
§ Banco Mundial (BIRD, AID e SFI)
§ BEI
§ BID( Banco Interamericano do desenvolvimento)
§ BAD(Banco Asiático de Desenvolvimento)
§ BAD(Banco Africano de Desenvolvimento)

Das ajudas privadas destacam-se:


•Os investimentos privados de empresas e bancos multinacionais.
•O financiamento de capitais em condições de mercado, tais como, os créditos à exportação e
empréstimos bancários.
•As doações das ONG (Organizações Não Governamentais)

A ajuda prestada pelas ONG é voluntária e está relacionada com a cooperação Norte Sul
transferindo donativos recolhidos nos países desenvolvidos para aplicação em projectos
específicos nos PVD.
1.3-Refira os países que mais contribuíram para a ajuda aos países
subdesenvolvidos
R: A APD corresponde a uma transferência média de cerca de 60 000 milhões de dólares anuais sob
diversas formas. Esta ajuda constitui cerca de 30% da ajuda total. Apesar do objectivo fixado pela ONU no
final dos anos 60 ter sido de 0,7% do PIB dos países industrializados, o montante médio da ajuda
mantém-se nos 0,35% desde há cerca de 25 anos e baixou na década de 90.

Os países que mais contribuíram foram:

1995 (% do PIB)

o Dinamarca 0,97
o Suécia 0,89
o Noruega 0,87
o Holanda 0,8
Portugal contribuiu com 0,27% do PIB.
1.4-Explique a razão que levou ao aumento do peso das empresas multinacionais na ajuda privada
R: Os investimentos realizados pelas multinacionais é uma forma de ajuda privada aos países do 3º Mundo
e o seu aumento é o resultado da fraca participação da APD. Poderá dizer-se que é um mal necessário, o
que significa dizer que apesar de alguns inconvenientes relacionados com a exploração dos recursos
naturais e da mão de obra barata, cria riqueza e empregos.
1.5-Caracterize o papel das ONG na ajuda aos PVD
R: Para além da ajuda pública ao desenvolvimento (APD) há organizações internacionais(ONG)
constituídas por técnicos especializados que tentam resolver problemas económicos, de saúde e de
educação dos países pobres. Estes técnicos estão distribuídos por todo o mundo. Essa ajuda
desinteressada tem muita importância para resolver as necessidades das populações e é um factor de
desenvolvimento.
Muitos dos projectos do FMI e do Banco Mundial são executados através da ONG.
Estamos na era das ONG. Em 1960 eram cerca de 1000. Hoje ultrapassam os 5000 e todos os dias surgem
novas organizações(Ex: Cruz Vermelha, Christian Aid, Oikos e CIDAC)

1.6-Caracterize em termos gerais a ajuda internacional ao 3º Mundo

R: Depois da independência os novos países tiveram e têm que enfrentar diversos problemas económicos,
sociais e de saúde. Como há grandes desigualdades entre os países do Norte e os países do Sul estes tem
recebido ajuda. Essa ajuda iniciou-se após a 2ªG.M. A ONU intervêm através da UNICEF, FAO e UNESCO,
para resolver os diversos problemas. Essa ajuda pode ser bilateral (entre um país rico e o país pobre) e
Multilateral quando é feita através das organizações internacionais(FMI e Banco Mundial). A ajuda bilateral
tem dominado a Ajuda Pública ao Desenvolvimento(APD).

Estudos da ONU elucidam-nos sobre a ambiguidade das ajudas internacionais:

o Os 10 países que acolhem 70% da população mais pobre do Mundo


recebem apenas 25% da ajuda internacional
o Menos de 7% do montante da ajuda recebida são investidos no
desenvolvimento humano, saúde, ensino, saneamento básico e
nutrição
o Para a Ásia do Sul , onde vivem mais de metade dos pobres, a ajuda
per capita é de 700 esc. Para a Médio oriente, onde a população é 3
vezes mais rica, a ajuda per capita é de 8000 escudos.
o Os países com elevados orçamentos militares recebem o dobro da
ajuda dos restantes
o Dos 12 milhões de dólares anualmente gastos em assistência
técnica ao Sul, 70% destinam-se ao pagamento a técnicos
estrangeiros.

Uma ajuda eficaz será aquela que consiga resolver não apenas os problemas imediatos e básicos e
tratamento médico de curto prazo, mas a que consiga incentivar a auto-suficiência e a independência
progressiva no plano social e económico, numa perspectiva de longo prazo.
Muitas vezes a ajuda não é bem sucedida porque não são as pessoas necessitadas que recebem a ajuda,
os recursos são desviados, os países ricos auxiliam para explorarem as matérias primas e a ajuda não leva
em conta as características do país. A ajuda externa é muitas vezes enviada para países para compra de
armamento ou para antigas colónias e esquecem outros países que precisam mais. Muitas vezes os
recursos financeiros são desviados para investimentos duvidosos ou para gastos superfulos, esquecendo
a vertente social(saúde e educação). O desvio da ajuda sobretudo para as cidades fez aumentar as
assimetrias regionais, agravadas pelo êxodo rural, tornando as cidades incapazes de absorver social e
economicamente a população crescente.

A ajuda externa apesar de muitas vezes não ser eficaz tem contribuído para a redução da taxa de
natalidade e de mortalidade, promovido a vacinação. Tem aumentado a produção alimentar com a
utilização de novas técnicas, tem aumentado as infra-estruturas dos países pobres. Essa ajuda teria mais
sucesso se os países ajudassem de uma forma desinteressada e não fossem à procura de matérias
primas e vantagens militares e se as classes dominantes não desviassem os alimentos e dinheiro para
outros fins.
1.7. Analise a situação da dívida externa dos países subdesenvolvidos
R: Uma das características dos países subdesenvolvidos está relacionada com a falta de recursos
financeiros. Como o dinheiro é importante para investir, os países pobres recebem ajuda financeira para
realizar o crescimento económico. Esse crescimento é feito à custa do endividamento dos países pobres.
Organizações como o FMI e o Banco Mundial para fornecer a ajuda exigem que os países adoptem
medidas estruturais para reduzir a dívida externa: sanear as empresas em dificuldades, aumentar as
exportações, controlar o consumo e a inflação.
Quando os países não melhoram o FMI e o Banco Mundial tomam medidas para reduzir a dívida e
dinamizar a economia. Exigem que o serviço da dívida em relação às exportações diminua e aumente o
PNB. São os NPI e alguns países da América Latina que conseguem reduzir a dívida e ficar favorecidos
com a ajuda externa.

1.8. Justifique o crescimento dos fluxos privados para o 3º Mundo

Os capitais privados tem aumentado devido à diminuição APD em % em relação ao PNB por parte dos
países Norte. Também a APD concedida pelo FMI e Banco Mundial está a diminuir. Esses capitais privados
dirigem-se para países em vias de desenvolvimento que lhes oferece boas condições de lucro, pelo que se
esquecem os países mais necessitados. São os NPI e alguns da América Latina os mais necessitados

2-Algumas das medidas tomadas pelos países desenvolvidos no âmbito das taxas de câmbio, das taxas de
juro, da criação da moeda e do financiamento público, interagem continuamente, agravando o problema da
dívida do Terceiro Mundo.
2.1-Comente a frase, tendo em conta o papel dos factores de conjuntura externa no aumento da dívida
dos PVD.

R: O período 1978-1982 é marcado pela explosão da dívida dos PVD.

Biliões de dólares
Países 1980 1985
Brasil 63,5 104,7
México 57,3 98
Indonésia 20,2 40,9
Filipinas 17,3 24,1

O agravamento excessivo das dívidas é fruto não só da responsabilidade dos países credores, mas das
particularidades dos países pobres e da própria conjuntura internacional.

Assim, o aumento da dívida é o resultado da conjuntura internacional e de medidas tomadas pelos países
rico, não só ao nível governamental, mas também ao nível das organizações internacionais:

Aumento do preço do petróleo


Queda dos termos de troca paralelamente à subida do dólar
Alterações na taxa de câmbio
Constituem os factores conjunturais mais importantes que explicam o facto dos países mais endividados
não terem podido pagar os reembolsos das suas dívidas por falta de recursos financeiros.

O aumento das taxas de juro faz aumentar os encargos financeiros e agrava a dívida. Os países devedores
são forçados a contrair novos empréstimos para poder pagar o serviço da dívida.
A valorização do dólar(alteração da taxa de câmbio) é outro factor conjuntural com consequências
negativas na evolução da dívida. A maior parte da dívida é em dólares e se a moeda americana aumenta, o
país devedor poderá suportar o risco de uma desvalorização da sua moeda, aquando do vencimento da
sua dívida. Assim, o país devedor terá de arranjar maiores quantias da sua moeda para poder comprar
mais dólares para pagar a dívida.

Os países exportadores de petróleo beneficiam com o aumento do preço, os outros PVD são obrigados a
contrair novos empréstimos para pagarem as suas importações de energia.

3. " O México, onde a transferência liquida de recursos ligada ao serviço anual da dívida representa 5 a 6 %
do PIB, reduziu o salário de 60% no período de 1980-87. Evoluções semelhantes foram observadas noutros
países. Os números significam desemprego, miséria e recrudescimento da má nutrição para os mais
pobres.
3.1-Identifique as consequências da dívida implícitas no texto
R: Para os países devedores, as consequências do aumento das dívidas são significativas:

Económicas: --redução do nível de investimento( degradação do capital fixo existente),


--estrangulamento das importações(deixa de haver dinheiro para comprar
adubos e máquinas.

Sociais – desemprego, miséria e nutrição


Consequências que travam o crescimento económico.

4-"Segundo o espírito do FMI, os programas de ajustamento estrutural têm por base a estabilidade
financeira e a estabilidade de preços, pondo em prática um sistema eficaz de utilização de recursos com
vista a reanimar o sector privado."
4.1-Diga em que consiste o ajustamento estrutural.
R: A ajuda, por vezes obriga o país beneficiário a comprar tecnologia ou outros produtos ao país
fornecedor da ajuda e a seguir um programa de ajustamento estrutural. As medidas inseridas neste
programa visam a implementação de um conjunto de acções económicas coerentes nos países com
elevadas dívidas externas.

Essas medidas são :

ü Orientação da Economia para exportação


ü Substituição das importações
ü Diminuição da procura
ü Diminuição dos gastos públicos
ü Abertura ao investimento estrangeiro

A eficácia destes programas tem sido posta em causa. Com estes programas é preciso fazer sacrifícios
para que o futuro seja melhor. Contudo esses sacrifícios nem sempre conduzem a um futuro melhor.

4.2-Exponha os resultados da acção do FMI para a solução do problema da dívida.

R: A partir da década de 70, a vocação do FMI volta-se para a concessão de créditos a países com
dificuldades na Balança de Pagamentos. Concede empréstimos até 25% da quota de cada país membro,
mediante as garantias da adopção de uma política económica que obedeça a um determinado número de
condições estipuladas pelo FMI: os programas de ajustamento estrutural.

5-Actualmente, a dívida constitui um problema para os países devedores.


5.1-Enuncie as razões que levam os países devedores a esforçarem-se sempre por pagar a sua dívida.
R: O endividamento externo dos PVD cresce espectacularmente bem como o serviço da dívida(A+J).
Em 1988, por exemplo, na América Latina a dívida externa correspondia a 53% do PIB, na África Subsariana
era de 100% e no Norte de África e Ásia Ocidental de 80%. Por sua vez o serviço da dívida atinge na África
Subsariana 26% das exportações, no norte de África e na Ásia Ocidental 33% das exportações e na
América Latina 40%.
Os países para investir precisam de financiamentos externos, sobretudo os países do 3º mundo, onde a poupança é
fraca. O endividamento dos países induz o crescimento económico. Situação favorável se os países conseguem
cumprir os seus compromissos.
A resolução da dívida é primordial. A resolução deste problema tornou-se um requisito prévio para retomar o
crescimento económico a um nível aceitável.
5.2-Explique as alternativas que os países devedores têm no caso de não poderem pagar pontualmente
as suas dívidas.

R: Interromper o pagamento da dívida, pagar a dívida e os juros ou propor a renegociação da dívida

6.Os Países em Vias de desenvolvimento


6.1-Caracterize a situação dos PVD relativamente a :

o Participação no comércio internacional.


o Produção alimentar
o Desigualdade de situações neste grupo de países.
o Crescimento do PIB
R: Da década de 60 até aos anos 90, a taxa de crescimento do PIB progrediu, em média, mais
acentuadamente, nos PVD do que nos países desenvolvidos. Os NPI apresentam um crescimento mais
acentuado.

A partir da 2ª Guerra Mundial, o comércio internacional efectua-se cada vez mais entre os países
desenvolvidos. A participação dos PVD no comércio internacional decresceu entre 1950-1991.

A participação dos PVD nas exportações mundiais passou de 31% em 1950 para 22% em 1991. Contudo
houve um aumento dos NPI nessa participação. Os PVD continuam com a mesma especialização,
exportam essencialmente produtos agrícolas, alimentares e combustíveis e importam produtos
manufacturados.

Verifica-se igualmente uma degradação dos termos de troca em resultado da situação de dependência
comercial.

Nos PVD há insuficiência da produção alimentar, em virtude de se ter promovido a industria descuidando a
agricultura. A melhoria da produção alimentar deverá ser um objectivo prioritário dos PVD, mas para que
isso aconteça é necessário que a estratégia de crescimento económico promova a articulação entre os
vários sectores e a indústria seja o sector estratégico que concorra para o arrastamento dos diversos
ramos económicos.
7.A maior parte dos países do Sul foram colónias das potências europeias até à 2ª Guerra Mundial. No entanto, a
partir da sua independência, as relações que estabeleceram com as antigas metrópoles foram de cooperação.

7.1-Quais os fins a atingir com a colonização?


R: Os fins a atingir com a colonização eram exploração e dependência. Pois os países colonizadores viam a colónia
como fonte de recursos úteis e geradores de riqueza e de poder .
7.2-Analise o contexto económico político que proporcionou a descolonizarão das décadas de 50 e 60.

R: Com o fim da 2ºGM , as colónias reivindicavam o direito á autodeterminação e ao fim da


colonização.Com a Europa destruída , os EUA e a URSS apoiaram os movimentos de libertação , pois
viam assim uma maneira de aumentar as suas influências no clima de Guerra Fria e a ONU também
apoiava os movimentos de libertação ,para acabar com o domínio dos países.
7.3.Aponte algumas dificuldades que surgiram para os novos países com o processo de descolonização

R: A independência das colónias trouxe a soberania política aos novos países mas começava a
aparecer novos problemas económicos.
Tinham dificuldades económicas e estruturais porque a produção era deficiente , o que provocou uma
forte dependência do exterior . E tinham dificuldades políticas internas porque provocou uma forte
instabilidade e a sede de poder entre os grupos rivais desencadearam golpes militares e ditaduras.
7.4-Explique em que consiste a cooperação técnica.
R: As relações entre os países do Norte e os países do Sul passaram de uma fase de dominação para uma
fase de cooperação e de diálogo. Uma das formas de cooperação é a cooperação técnica. Esta consiste
em pôr à disposição dos países do 3º Mundo, técnicos, professores, conceder bolsas de estudo e estágio
aos alunos e técnicos dos países necessitados.

Tem como objectivo transferir conhecimentos de modo a promover o desenvolvimento económico dos
países do Sul. A cooperação técnica é fundamenta, uma vez que está a contribuir para a qualificação dos
recursos humanos, chave importante para o desenvolvimento económico dos países.

Essa cooperação deve levar em conta as culturas originais dos países do sul. Os quadros nacionais
formados nos países do Norte sentem, por vezes dificuldades em se adaptarem às particularidades dos
seus países.

Apesar destas contrariedades, a cooperação técnica continua a ser fundamental para os PVD.

7.O GATT teve como objectivo fundamental promover a liberalização do comércio a nível mundial.
7.1-Exponha quais os meios que o GATT utilizou para atingir esse objectivo.
R: Após a 2ª Guerra Mundial, os EUA, o FMI e o Banco Mundial defenderam a constituição de um
Sistema Comercial Internacional, porque consideravam que as vantagens da liberalização do comércio
internacional seria fundamental para o relançamento da Economia Mundial. A construção deste sistema
teve como suporte a criação do GATT em 1947.

O grande objectivo do GATT era a liberalização do comércio a nível mundial através da abolição de todas
as formas de desarmamento alfandegário entre os países membros do GATT. Estabeleceram-se os
seguintes princípios:
· Princípio da não discriminação: Obriga os países do GATT a conceder
aos produtos estrangeiros provenientes de outro estado membro, um
tratamento idêntico ao dos produtos nacionais.Funciona como um
instrumento de igualdade de tratamento. Quando aplicada
esta cláusula dá origem a que qualquer vantagem que um país
conceda a outro, seja aplicada automaticamente a todos os outros
países membros.
· Princípio da redução generalizada e progressiva das barreiras alfandegárias
· Princípio da proibição de qualquer restrição quantitativa
· Princípio da regulamentação do dumping e dos subsídios à exportação.
7.2-O Sistema Generalizado de Preferências(SGP) que os países desenvolvidos concederam aos PVD no
seio do GATT constituiu uma excepção a esse acordo.
Justifique a afirmação.
R: O CNUCED orientou a sua acção no sentido de promover o comércio dos PVD, preconizando o recurso
a um sistema generalizado de preferenciais(SGP) sem reciprocidade a favor desses países. Porquê este
sistema? Os PVD necessitavam de desenvolver a sua indústria, o qual implicaria custos iniciais elevados.
Daí, que para simular condições de igualdade do ponto de vista concorrencional seria necessário que os
PD concedessem aos PVD preferenciais aduaneiras.

7.3- No momento actual, os países desenvolvidos do GATT utilizam cada vez mais práticas
discriminatórias relativas aos PVD.
Comente
R: A defesa dos interesses dos PVD, no seio do GATT é cada vez mais importante porque o SGP não
beneficia a maior dos países. A partir de 1980, assiste-se a um aumento das barreiras
alfandegárias(limitação voluntária à importação e barreiras técnicas relativamente à qualidade dos
produtos ou à sua embalagem) que são aplicados, em especial, aos produtos provenientes dos países do
Sul, o que reduz, ainda mais a sua capacidade de exportação.
8-A Convenção de Lomé instituiu um regime preferencial aos países ACP mais favorável do que o SGP que vigora no
GATT.
Justifique esta afirmação.
R: Alguns PVD beneficiam de um tratamento privilegiado no seio de uma das organizações do GATT, a
União Europeia. Esta estabeleceu acordos preferenciais e desenvolve numerosas acções de cooperação
com os países do Sul ( Países do ACP). Em 1975 é assinada a Convenção de Lomé que defende a
cooperação comercial, as ajudas à estabilização das receitas de exportação( com o instrumento STABEX)
e à preservação da capacidade de produção e de exportação dos recursos minerais( com o instrumento
Sysmin) e a cooperação financeira e técnica.

O regime preferencial dos países do ACP no âmbito da Convenção de Lomé é mais favorável do que o SGP
que vigora no GATT.
9-" A expressão Nova ordem económica internacional recebeu a consagração oficial na Assembleia Geral
Extraordinária das Nações Unidas em Maio de 1974. Esta nova ordem designava então uma mudança mais ou menos
radical das relações económicas entre o Norte e o Sul(...) e defendia também uma maior autonomia dos países do Sul,
o que implicava privilegiar as relações Sul-Sul(...)"
9.1. Refira a necessidade de um diálogo Norte Sul

R: O diálogo Norte Sul está a ser questionado. O fracasso da ajuda aos países pobres é uma ameaça à
paz mundial. Muitos conflitos regionais são resultantes das más condições de vida das populações. Há
que resolver a situação. A ONU criou o SPG para facilitar o comércio dos países do sul e a U.E criou o
STABEX e o Sysmin.
Por outro lado os países do 3ºMundo defendem a necessidade de uma NOEI para aumentar a
participação dos países do Sul no comércio internacional e que seja um factor de desenvolvimento e
que reduza as desigualdades. A NOEI quer preços mais justos para as Matérias primas, facilidades na
exportação de produtos e nos mercados dos países ricos, quer renegociar as dívidas e acabar com os
abusos das multinacionais.
9.2.Refira a importância das Convenções Lomé no diálogo Norte-Sul
R: As convenções de Lomé foram muito importantes para aumentar o diálogo entre os países do
Norte(União Europeia) e os países do Sul países do ACP. O SPG criado pela ONU, foi importante para
facilitar a exportação dos produtos industriais. A U.E cria o STABEX para facilitar a exportação dos
produtos agrícolas e o SYSMIN para facilitar a exportação de minerais.
Esta relação Norte Sul contribui para o estabelecimento de uma Nova Ordem Internacional(NOEI)
9.3-Caracteriza as várias estratégias a seguir pelos NPI
o Estratégia introvertida –Estratégia de industrialização por substituição da
importações/México

Esta estratégia tinha como objectivo o crescimento das indústrias nacionais para que mais tarde
substituíssem as importações e desce o défice da balança comercial. Era uma estratégia virada para o
mercado interno As indústrias estratégicas são ligeiras que recorrem á importação de bens de
equipamento e de tecnologia dos países ricos. O Estado intervinha com uma política proteccionista
para defender o mercado interno e criava condições para a instalação de indústrias. Esta estratégica foi
adoptada nos anos 30 pelo Brasil e o México, e por Portugal em 50 .

Apesar de provocar um desenvolvimento económico foi muito inferior ao que se esperava devido a
vários factores: o mercado interno é reduzido(sem mercado não há consumo e não há produção)
dependência tecnológica, financeira e comercial ; políticas proteccionistas que limitam a concorrência
externa . Muitos países como Portugal viraram-se para o mercado externo

o Estratégia extrovertida –Estratégia de indústrias baseada na promoção das


exportações/Coreia do Sul

Esta estratégia assenta o seu crescimento indústrias nas exportações de bens manufacturados .
promovendo o investimento nas indústrias ligeiras de mão de obra intensiva e nas indústrias pesadas
com o objectivo de diminuir a dependência externa . As indústrias estratégicas foram na 1ªfase era
indústrias ligeiras , da 2ªfase indústrias pesadas(Siderurgia), 3ªfase semicondutores .Estratégia que
pretende uma mão de obra qualificada, numerosa e barata favorecendo os NPI .
Os dragões do oriente(NPI 1ªGeração) e os NPI da 2ª adoptaram esta estratégia. O papel do estado
era promover a planificação indicativa , apoiar as empresas nacionais com facilidades de crédito e
fiscais , proteger o mercado interno . apoiar o investimento estrangeiro e canalizar os investimentos
para indústrias e para a qualificar a mão de obra .
Esta estratégia embora provocasse um aumento do rendimento, do PIB e dos salários originou grande
concentrações urbanas com baixo nível de vida e de poluição e aumentou as diferenças de rendimento
entre as famílias. Esse aumento das desigualdades foi devido ao facto de uns ganharem muito e muitos
pouco, às duras condições de vida, aos horários prolongados e à exploração da mão de obra infantil.
9.4.Indica razões para a perda de competitividade da Coreia do Sul
R: Uma das características da estratégia extrovertida --promoção das exportações assenta na mão de
obra numerosa, qualificada e barata de modo a produzir a baixo custo para Ter competitividade nos
mercados externos. Contudo com o aparecimento dos NPI-2ºG, os países NPI 1G perdem
competitividade porque as indústria que utilizavam mão de obra barata foram desviadas para esses
países onde se praticavam salários mais baixos(Malásia e Tailândia). Estes países produziam a mais
baixo custo.
9.5.Indica razões para o endividamento e dependência comercial e tecnológica de alguns NPI
R: Os países do NPI com fracos recursos tiveram que importar recursos para fazer face à sua estratégia
de desenvolvimento o que provocou um défice da Balança comercial. Por outro lado para fazer face aos
elevados investimentos recorrem a financiamentos e tecnologia externos o que provocou um
endividamento e dependência tecnológica. Por outro lado as sua exportações estão dependentes das
medidas proteccionistas que os países desenvolvidos adoptaram e dependem a indústrias das oscilações
do Dólar.

2ª PARTE -- NOVOS CONCEITOS DE SUBDESENVOLVIMENTO


1-

1.1- Comente as ideias expressas na figura


1.2- Indique os vários conceitos de desenvolvimento
1.3- Indique duas características do Desenvolvimento Económico e Social

2- O
Desenvolvimento autónomo é um conceito global de desenvolvimento que está associado a
um projecto de sociedade e propõe uma estratégia económica concentrada.
2.1. Justifique a frase sublinhada do texto
2.2. Enuncie duas características do Desenvolvimento autoconcentrado

3- O PNUD aponta uma direcção correcta na definição do desenvolvimento


considerando que a sua finalidade última terá de ser o próprio desenvolvimento da
pessoa humana, em todas as suas dimensões, designadamente no mais fundamental: a
liberdade de escolher e realizar o seu projecto de desenvolvimento.
3.1. Identifique o conceito de desenvolvimento referido no texto.
3.2. Justifique a sua resposta
4-

4.1- Distinga Ecodesenvolvimento de Desenvolvimento sustentável


4.2. Indique as características do Desenvolvimento Económico Sustentável

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