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1GE301: Economia Portuguesa e Europeia

Módulo 3. A industrialização introvertida dos anos


50 (1950-1960)
Aurora A.C. Teixeira
Aula das Hora de início Hora do Fim Programa e Plano de aulas
11:30
11:35 12:50
(T04; 218)

14:00 14:10 15:25


(T02; 141)

15:30
V. O período das VI. A consolidação da
15:35 16:50 rupturas e dos
(T02; 135) IV. A integração integração europeia
17:00 europeia nos anos choques petrolíferos (da adesão à CEE aos
17:00 18:15
(T04; 156)
60 (1960-1973) (1973-1985) nossos dias)

Semanas/
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
dias
21 28 05 12 19 26 02 09 16 23 30 08 14
4ª set set out out out out nov nov nov nov nov dec dec
22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15
5ª set set out out out out nov nov nov nov dec dec dec

Revisões
para o 1º
III. A teste
II. O período das
I. A industrialização europeia guerras mundiais industrialização 24/11/2022, 9h: 1º teste (40%) [Módulos 1 a 4]
e o atraso económico e da crise de introvertida dos
português (1830-1913) anos 50 (1950- 02/01/2023, 14h30: 2º teste (60%) [Módulos 5 e 6] /
1929 (1913- Exame Época Normal
1950) 1960)
23/01/2023, 14h30: Exame da Época de Recurso
Exercícios

In http://aprendendotermologia.blogspot.com/2013/08/vamos-praticar-nosso-conhecimento-hora.html

3
Com base nas estimativas do PNB per capita (em dólares e preços dos EUA
de 1960) de Bairoch, o indicador de convergência de Portugal face aos 10
países do norte e centro da Europa cifrava-se em 37,8% em 1913 e 32,4%
em 1950. Sabendo que a taxa de variação média anual do PNB per capita do
conjunto dos 10 países entre 1913 e 1950 foi de 1,16%, decorre que a taxa
de variação média anual do PNB per capita português foi no mesmo
período de
a) 0,74%.
b) 1,58%.
c) -0,42%.
d) não é possível determinar com os dados disponibilizados.
𝒗𝒂𝒓%𝑰𝑪 = 𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝑷𝑻 − 𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝟏𝟎
𝟏ൗ
𝑰𝑪𝟏𝟗𝟓𝟎 𝟑𝟕
֞ − 𝟏 = 𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝑷𝑻 − 𝟏, 𝟏𝟔%
𝑰𝑪𝟏𝟗𝟏𝟑
𝟏ൗ
𝟑𝟐, 𝟒 𝟑𝟕
֞ − 𝟏 = 𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝑷𝑻 − 𝟏, 𝟏𝟔%
𝟑𝟕, 𝟖

֞ − 𝟎, 𝟒𝟐% = 𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝑷𝑻 − 𝟏, 𝟏𝟔%

4
𝒗𝒂𝒓%𝑷𝑰𝑩𝒑𝒄𝑷𝑻 = −𝟎, 𝟒𝟐% + 𝟏, 𝟏𝟔% = +𝟎, 𝟕𝟒%
Entre 1919 e 1924 observou-se em Portugal uma deterioração acentuada
das contas externas cujas causas e consequências foram
a) causa: forte depreciação da moeda portuguesa; consequência: instabilidade
política (fuga de capitais).
b) causas: elevada inflação (diminuição da taxa de proteção real, perda de
competitividade preço) e instabilidade política (fuga de capitais); consequência:
forte depreciação da moeda portuguesa.
c) causas: elevados défices públicos e instabilidade política (fuga de capitais);
consequência: forte apreciação da moeda portuguesa.
d) causas: elevada inflação (diminuição da taxa de proteção real, perda de
competitividade preço) e instabilidade política (fuga de capitais); consequência:
forte apreciação da moeda portuguesa.

5
A resolução de grande parte dos desequilíbrios macroeconómicos que
caracterizaram o período de 1914-1924 em Portugal ocorre
a) apenas com o início do Estado Novo (a “Segunda República”), em 1933.
b) quando António Oliveira Salazar assume a pasta da Finanças, logo após a
revolução de 28 de Maio de 1926.
c) entre 1928 e 1932 quando António Oliveira Salazar é designado, pela segunda
vez, Ministro das Finanças.
d) entre 1922 e 1926, com as reformas fiscais (1922), reformas de direitos
aduaneiros (1923) e as medidas de política monetária (1922) para limitar a
monetização dos défices públicos.

6
Entre 1933 e 1950 as prioridades da política macroeconómica incluiram
manter, essencialmente,
a) uma taxa de inflação baixa.
b) a estabilidade monetária e cambial.
c) o equilíbrio das contas externas.
d) uma taxa de inflação baixa, orçamento público equilibrado, estabilidade
monetária e cambial e equilíbrio das contas externas.
Devido à política de oferta/ estrutural encetada pelo Estado Novo entre
1933 e 1950, o peso da população ativa afeta ao setor primário no total
da população ativa
a) manteve-se.
b) diminuiu.
c) aumentou.
d) aumentou numa 1ª fase e depois diminuiu.

8
A Campanha do Trigo (1929-1936) foi uma política económica estrutural
a) bem sucedida, com uma forte proteção do mercado interno face à concorrência
estrangeira relativamente aos cereais, elevada produtividade, autosuficiência neste
produto.
b) mal sucedida, com uma forte proteção do mercado interno face à concorrência
estrangeira relativamente aos cereais, elevada produtividade, sem alcançar a
autosuficiência neste produto.
c) mal sucedida, com uma forte proteção do mercado interno face à concorrência
estrangeira relativamente aos cereais, fraca produtividade, sem alcançar a
autosuficiência neste produto.
d) bem sucedida, com uma forte proteção do mercado interno face à concorrência
estrangeira relativamente aos cereais, fraca produtividade, sem alcançar a
autosuficiência neste produto.

9
Entre 1930 e 1950, o nível de produtividade do setor primário face ao
nível de produtividade médio da economia
a) aumentou.
b) baixou.
c) manteve-se.
d) baixou inicialmente, mas depois aumentou.

10
10
In https://profissaomestre.com.br/plano-de-aula-pronto-pdf/
1. As grandes linhas da economia
europeia do após guerra

https://view.genial.ly/608043c7d2dcd30d2ce06330/interactive-content-consequencias-da-2a-guerra-mundial

2. O crescimento
económico comparado no
período
https://slideplayer.com.br/slide/287693/

http://ofimdaprimeirarepublica.blogspot.com/p/imagem-n1.html

3. A industrialização por
substituição de importações
e a evolução das estruturas
produtivas internas

https://histdocs.blogspot.com/2017/06/o-estado-novo-na-segunda-metade-do.html
11
Síntese Módulos 1-3

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3


(1820-1913) (1913-1950) (1950-1960)
A industrialização europeia
O período das guerras A industrialização
e o atraso económico
mundiais e da crise de 1929 introvertida dos anos 50
português
t.v.m.a: 3,8%
t.v.m.a: 1,4% t.v.m.a: 1,2%
[1950-1973]

Divergência real Convergência real nula Ligeira convergência real

PT não entra no processo de Estagnação programada e Inicio do processo de


crescimento moderno Ruralismo industrialização.

Economia rural, baixas Paradigma rural, baixas Peso setor primário ainda
produtividades produtividades muito elevado

12
Eventos/ Transformações
Anos políticas-sociais
Eventos/ Transformações económicas

1939 Crise de escassez


1940 Exportação de volfrâmio
1941 Entrada de capitais

2ª Guerra Mundial (1939-1945)


1942
1943

Acordo de Bretton Woods (1944-1971)


estabelece as bases do novo sistema
monetário internacional assente num
1944 regime de câmbios fixos baseado na
convertibilidade do dólar (35 $US=1 onça de
ouro); Criação do FMI e Banco Internacional
para a Reconstrução e Desenvolvimento.

1945

Reorganização Industrial de
1946

Lei do Fomento e
1947 Independência da Índia Plano Marshall

1945
1948 Criação da OECE (atual OCDE)
1949 Portugal adere ao Plano Marshall
1950
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

Economia Europeia Portugal


pós-guerra
(1945-1960)
(1945-1974)
Recuperação de algum do atraso económico. Lei do Fomento e da
Período de crescente e Reorganização
elevada prosperidade Planos de fomento (Plano Marshall)- I Plano de Fomento (1953-1958) Industrial (1945)
económica
Intervenção do Estado: Lei da Eletrificação
Políticas de pendor Nacional (1944)
Keynesiano (focadas no - Programa de investimentos públicos (eletrificação nacional;
emprego e crescimento transportes; telecomunicações);
económico) Lei da
- Política aduaneira que salvaguarda produção nacional da Nacionalização dos
Crescente abertura ao concorrência estrangeira; capitais (1943)
exterior; integração - Política de concorrência assente no condicionamento industrial;
comercial e económica
(CEE, EFTA, Acordos GATT) - Financiamento de grandes projetos industriais. Lei do
Condicionamento
Estabilidade cambial Industrial (1931;
(Sistema de câmbios fixos Autarcia: 1937)
– Bretton Woods); FMI; - Lei da nacionalização dos capitais (1943)
BM

Industrialização introvertida:
- indústrias pesadas ligadas à produção de bens intermediários e
bens de equipamento (refinação de petróleo, adubos azotados e outros bens
intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).

14
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

As fases do desenvolvimento capitalista de Angus Maddison

Fases Período t.c.m.a PIB pc


1ª Fase 1820-1913 1.4%

2ª Fase 1913-1950 1.2%

3ª Fase 1950-1973 3.8%


4ª Fase 1973-... 2.1% (1973-1989)
Nota: as taxas de crescimento médias anuais dizem respeito a 16 economias - Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia,
França, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Noruega, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos da América.

❑ A partir de 1950, as economias dos vários países europeus (e de um modo mais geral as economias do grupo
dos “principais países industrializados ou desenvolvidos” da atualidade) entram numa fase de forte
crescimento económico.
❑ Grande estabilidade do crescimento económico para o conjunto dos “principais países industrializados ou
desenvolvidos” da atualidade.
15
.
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

Economia Europeia Portugal


pós-guerra
(1945-1960)
(1945-1974)
Recuperação de algum do atraso económico. Lei do Fomento e da
Período de crescente e Reorganização
elevada prosperidade Planos de fomento (Plano Marshall)- I Plano de Fomento (1953-1958) Industrial (1945)
económica
Intervenção do Estado: Lei da Eletrificação
Políticas de pendor Nacional (1944)
Keynesiano (focadas no - Programa de investimentos públicos (eletrificação nacional;
emprego e crescimento transportes; telecomunicações);
económico) Lei da
- Política aduaneira que salvaguarda produção nacional da Nacionalização dos
Crescente abertura ao concorrência estrangeira; capitais (1943)
exterior; integração - Política de concorrência assente no condicionamento industrial;
comercial e económica
(CEE, EFTA, Acordos GATT) - Financiamento de grandes projetos industriais. Lei do
Condicionamento
Estabilidade cambial Industrial (1931;
(Sistema de câmbios fixos Autarcia: 1937)
– Bretton Woods); FMI; - Lei da nacionalização dos capitais (1943)
BM

Industrialização introvertida:
- indústrias pesadas ligadas à produção de bens intermediários e
bens de equipamento (refinação de petróleo, adubos azotados e outros bens
intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).

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1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

▪ Ultrapassados os desequilíbrios que surgiram durante a fase anterior com as


Guerras Mundiais (inflação, elevados défices públicos) as políticas
macroeconómicas estarão agora centradas na sustentação de elevados níveis
de emprego e de procura nas economias.

Período é marcado pela adoção, em grande parte desses países, de políticas


macroeconómicas favoráveis ao crescimento → Políticas keynesianas.

John Maynard Keynes


(RU; 1883-1946)

Friedrich August von Hayek


17
(Austria, 1899 -1992)
http://queaprendemoshoy.com/las-politicas-keynesianas/
Nobel Economia (1974)
Keynes - grande depressão:
Keynes afirmava que a
miséria e o desemprego em
massa, característicos do
fim de um ciclo, poderiam
ser encurtados com
medidas e gastos
governamentais. Hayek - hiperinflação:
marcado pela
experiência em primeira
mão da hiperinflação na
Alemanha no começo
dos anos 20, defendia
que alterar o equilíbrio
económico “natural”
resultaria
inevitavelmente em
inflação galopante.

https://www.gettyimages.pt/fotos/lydia-lopokova
Hayek sobre Keynes: "the one really great man I ever knew, and for whom I had
unbounded admiration. The world will be a very much poorer place without him.“
(Carta de Hayek a Lydia Lopokova, esposa de Keynes, aquando do falecimento de Keynes em 1946)
1936 1944
O argumento central de A Teoria Geral é que o nível de emprego é O Caminho para a Servidão (em inglês: The Road to
determinado não pelos preços do trabalho como na economia Serfdom) é uma das obras de referência na defesa
neoclássica, mas pelos gastos (procura agregada). do liberalismo clássico ou liberalismo económico.

"Fear the Boom and Bust": Keynes vs. Hayek Rap Battle
(https://www.youtube.com/watch?v=d0nERTFo-Sk) 19
“In one sense, we are all Keynesians now; in another, Milton Friedman
nobody is any longer a Keynesian” (4 de fevereiro de (EUA, 1912-2006)
1966) - Nota de Friedman clarificando a célebre frase Prémio Nobel Economia 1976
citada na edição de 1965 da Revista Time. Escola de Chicago (Neoclássica) – rejeita
Keynesianismo em favor do Monetarismo

John Maynard Keynes In https://www.global-pages.com/

(R.U., 1883-1946)
Oposição às ideias neoclássicas e
defesa de uma política económica
de estado intervencionista.

20
Despesa pública total a preços correntes, em percentagem do PIB
Variação
1913 1929 1938 1950 1973
1913-1973
França 8,9 12,4 23,2 27,6 38,8 30 p.p.
Alemanha 17,7 30,6 42,4 30,4 42,0 24 p.p.
Reino-Unido 13,3 23,8 28,8 34,2 41,5 28 p.p.
EUA 8,0 10,0 19,8 21,4 31,1 23 p.p.

Milton Friedman (2000):


“Não existe dúvida sobre
Em termos práticos,

https://www.nobelprize.org/nobel_prizes/economic-
quem venceu a discussão
a despesa pública

sciences/laureates/1974/hayek-facts.html
intelectual. A opinião
em quase todos os
intelectual do mundo de
países do ocidente é
https://www.hoover.org/profiles
/milton-friedman hoje é muito menos
maior, e a regulação
favorável aos planeamentos
https://citacoes.in/autores/john-
maynard-keynes/

governamental
centrais e controles do que
também.
era em 1947.”

Ver artigo da Folha de São Paulo, 20.08.2016, “Biógrafo põe duelo entre Hayek
e Keynes em seu devido lugar”, de Ana Estela de Sousa Pinto. 21
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

Economia Europeia Portugal


pós-guerra
(1945-1960)
(1945-1974)
Recuperação de algum do atraso económico. Lei do Fomento e da
Período de crescente e Reorganização
elevada prosperidade Planos de fomento (Plano Marshall)- I Plano de Fomento (1953-1958) Industrial (1945)
económica
Intervenção do Estado: Lei da Eletrificação
Políticas de pendor Nacional (1944)
Keynesiano (focadas no - Programa de investimentos públicos (eletrificação nacional;
emprego e crescimento transportes; telecomunicações);
económico) Lei da
- Política aduaneira que salvaguarda produção nacional da Nacionalização dos
Crescente abertura ao concorrência estrangeira; capitais (1943)
exterior; integração - Política de concorrência assente no condicionamento industrial;
comercial e económica
(CEE, EFTA, Acordos GATT) - Financiamento de grandes projetos industriais. Lei do
Condicionamento
Estabilidade cambial Industrial (1931;
(Sistema de câmbios fixos Autarcia: 1937)
– Bretton Woods); FMI; - Lei da nacionalização dos capitais (1943)
BM

Industrialização introvertida:
- indústrias pesadas ligadas à produção de bens intermediários e
bens de equipamento (refinação de petróleo, adubos azotados e outros bens
intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).

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1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra.
▪ Durante o período que vai de 1950 a 1973, verifica-se um movimento
muito importante no sentido de maior abertura ao exterior (quer em termos
de mercadorias, quer de factores de produção, capital e trabalho) por parte da

generalidade das economias dos “principais países industrializados ou


desenvolvidos”. https://jacklin2010.wordpress.com/2011/01/26/openness/

Criação de espaços de integração comercial e económica na Europa:

▪ CE - Comunidades Europeias (criadas em 1957 através do Tratado de Roma)

▪ EFTA (a Associação Europeia para o Comércio Livre, criada em 1959 pela Convenção de
Estocolmo)

▪ Acordos do GATT (Acordos Gerais sobre Tarifas e Comércio) de onde surgirá,


posteriormente, a Organização Mundial do Comércio (uma instituição cuja função é a de
promover a liberdade de comércio entre os vários países do Mundo).
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

Economia Europeia Portugal


pós-guerra
(1945-1960)
(1945-1974)
Recuperação de algum do atraso económico. Lei do Fomento e da
Período de crescente e Reorganização
elevada prosperidade Planos de fomento (Plano Marshall)- I Plano de Fomento (1953-1958) Industrial (1945)
económica
Intervenção do Estado: Lei da Eletrificação
Políticas de pendor Nacional (1944)
Keynesiano (focadas no - Programa de investimentos públicos (eletrificação nacional;
emprego e crescimento transportes; telecomunicações);
económico) Lei da
- Política aduaneira que salvaguarda produção nacional da Nacionalização dos
Crescente abertura ao concorrência estrangeira; capitais (1943)
exterior; integração - Política de concorrência assente no condicionamento industrial;
comercial e económica
(CEE, EFTA, Acordos GATT) - Financiamento de grandes projetos industriais. Lei do
Condicionamento
Estabilidade cambial Industrial (1931;
(Sistema de câmbios fixos Autarcia: 1937)
– Bretton Woods); FMI; - Lei da nacionalização dos capitais (1943)
BM

Industrialização introvertida:
- indústrias pesadas ligadas à produção de bens intermediários e
bens de equipamento (refinação de petróleo, adubos azotados e outros bens
intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).

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1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

▪ O comércio mundial, bem como os fluxos de capitais entre economias, em particular a


nível de investimento direto estrangeiro (IDE), cresceram de forma muito significativa
durante este período de maior abertura ao exterior.

▪ O crescimento do comércio e movimentos de capitais internacionais, foram favorecidos


também pelo novo sistema de pagamentos internacionais, o chamado padrão dólar –
ouro, instituído nos finais da II Guerra Mundial* nos acordos de Bretton Woods e que

http://economia.culturamix.com/politica/bretton-woods-meados-e-caracteristicas
vigorou até ao principio dos anos 70.

Estes acordos, criaram um regime cambial


em que as várias moedas dos países valiam
um determinado montante em dólares dos
EUA (à volta qual podiam flutuar numa
pequena margem preestabelecida)
enquanto o dólar, por sua vez, valia uma
determinada quantidade em ouro.

* Que decorreu entre


1/09/1939 e 2/09/1945
Evolução do Sistema Monetário Internacional

Portugal – Padrão
ouro: 1854-1891

Portugal – Padrão ouro: 1931


(apenas por 82 dias)
Câmbios fixos com indexação
à libra: 1931-1938
Fonte: http://www2.econ.iastate.edu/classes/econ355/choi/golds.htm

26
1. As grandes linhas da economia europeia do após guerra

▪ Em Bretton Woods (1944), foram também criadas duas


outras instituições:
▪ Banco Mundial

Bretton Woods Conference: Bretton Woods Conference,


meeting at Bretton Woods, New Hampshire (July 1–22, 1944)

▪ Fundo Monetário Internacional (vocacionado para ajudar os países integrados no padrão dólar
– ouro que tivessem, em determinado momento, dificuldades de balança de pagamentos).
O período de 1950-1973 é marcado pela adoção, em
grande parte dos países industrializados, de políticas
macroeconómicas
a) keynesianas.
b) austríacas.
c) liberais.
d) monetárias restritivas.

28
Durante o período que vai de 1950 a 1973, verifica-se
um movimento no sentido de
a) maior abertura ao exterior, mas apenas em termos do
factor capital.
b) maior abertura ao exterior, mas apenas em termos do
factor trabalho.
c) maior protecionismo.
d) maior abertura ao exterior.

29
econ%C3%B4mico-no-conceito-de-portugal-rendi%C3%A7%C3%A3o-

2. O crescimento económico
3d-isolada-no-fundo-branco-gm1139547833-304617858
https://www.istockphoto.com/br/foto/crescimento-

comparado no período

Como se comportou a economia portuguesa, em


matéria de crescimento económico per capita
comparado (convergência real), durante esta fase
de forte crescimento dos países do norte e centro
da Europa?

30
2. O crescimento económico
comparado no período

PIB per capita português relativamente ao de 10 países do norte e centro da Europa (%, dólares e PPC 2000 da OCDE para os dados de base)

1950 1955 1960 1965 1973


Portugal 37,6 37,7 38,6 42,8 57,3
Fonte: OCDE, National Accounts

A economia portuguesa começou finalmente a recuperar do atraso relativo

em matéria de rendimento per capita. Esse processo de recuperação fez-se

muito lentamente até 1960, e bastante mais rapidamente depois de 1960:


▪ Entre 1950 e 1973, o PIB per capita recuperou, face aos 10 países, 19.7 pontos percentuais (57.3-37.6).

▪ O ritmo de convergência foi de cerca de 0.9 pontos percentuais por ano (19.7/23 anos).

O ritmo de convergência entre 1950 e 1960 foi de apenas 0,1 p.p. /ano [(38,6-37,6)/10]

▪ Em 1973, o nível do produto per capita português tinha alcançado cerca de 57% da média dos 10.

31
2. O crescimento económico
comparado no período

Taxa de variação média anual

Pop

+0,7%
-0,1%
+0,3%

Nota:
var%PIBpc=var%PIB-var%População
32
var%População=var%PIB-var%PIBpc
83 anos

Crise 1929

1ª GM 2ª GM

Fontes: 1830-1938: Bairoch (1976), %, dólares e preços dos EUA de 1960; 1950-1965: OECD, National Accounts (%, dólares e PPC 2000); 1970-2016: OECD (%, dólares e PPC 2010).

2. O crescimento económico
comparado no período 33
Entre 1913 e 1926 foram vários os desequilíbrios macroeconómicos observados na
B1. Quais os desequilíbrios
economia Portuguesa, conforme ilustrado nos gráficos. macroeconómicos ocorridos entre
1913 e 1926 que estão associados a
Défice da balança comercial de bens Instabilidade cambial – forte
cada gráfico?
depreciação do escudo

Gráfico 1:
Desequilíbrio das contas externas (défice
da balança de bens e serviços).
Défice das contas públicas Elevada inflação

Junho-setembro 1931
Padrão ouro

Gráfico 2:
Instabilidade cambial (forte desvalorização
do escudo).

34
Défice
acentuado na Elevada
balança inflação
comercial de
bens
▪ Escassez de bens (carvão e cereais) → grande ▪ Escassez de bens (carvão e cereais) →
aumento dos preços destas matérias primas → aumento acentuado do preço dos bens
aumento do valor das importações (baixa importados → aumento acentuado do nível
elasticidade preço-procura). geral de preços.

▪ Retoma do comércio internacional → ▪ Inflação importada (elevadas taxas de inflação


crescimento das importações de bens que até no exterior – hiperinflação (inflação acima dos
então escasseavam. 50%) / quase hiperinflação em muitos outros
países, como por exemplo, a Alemanha,
▪ Inflação externa elevada → diminuiu a taxa Austria e Hungria).
de proteção real da economia ( valor das
importações) já que a maioria dos direitos ▪ Financiamento monetário do défice público –
alfandegários estavam em valor e não em recurso do Governo a empréstimos junto do
taxas ad valorem. banco central (compra títulos do Governo em
contrapartida da criação de base monetária através do
▪ Fuga significativa de capitais para o exterior processo de criação de moeda. Se a taxa de emissão
derivado da incerteza política e económica → monetária exceder a taxa de crescimento do produto real
potencial, tal pode gerar inflação).
através do recurso a práticas de
sobrefaturação das importações e ▪ Excesso de emissão monetária → mercado
subfaturação das exportações, deteriorando o cambial: excesso de moeda nacional face às
saldo registado da balança de bens. moedas estrangeiras → depreciação da moeda
nacional → aumento do preço (em moeda
nacional) dos bens importados → inflação.
In https://profissaomestre.com.br/plano-de-aula-pronto-pdf/
1. As grandes linhas da economia
europeia do após guerra

https://view.genial.ly/608043c7d2dcd30d2ce06330/interactive-content-consequencias-da-2a-guerra-mundial

2. O crescimento
económico comparado no
período
https://slideplayer.com.br/slide/287693/

http://ofimdaprimeirarepublica.blogspot.com/p/imagem-n1.html

3. A industrialização por
substituição de importações
e a evolução das estruturas
produtivas internas

https://histdocs.blogspot.com/2017/06/o-estado-novo-na-segunda-metade-do.html
37
t.c.m.a.=6,3%
t.c.m.a.=3,9%

Os anos de 1950-74 são geralmente considerados os “anos de ouro da economia portuguesa”–, não
obstante os constrangimentos verificados durante Estado Novo, com o “condicionamento industrial”
e, de 1961 a 1974, com a guerra colonial em África, em várias frentes (Angola, Moçambique e
Guiné). Todavia, verificava-se também um certo protecionismo e apoio, concedido a
determinados grupos e empresas, com relações privilegiadas com o poder. 38
António de Oliveira Salazar:
fundador e líder do Estado
Novo. Assumiu o cargo de
Estado Novo Ministro das Finanças em
1928, tornando-se uma figura
(1933-1974) preponderante no governo da
Ditadura Militar.
http://visualizingportugal.com/image-of-
antnio-de-oliveira-salazar

Ysy_pU9_vB4/ToA1tEpg3oI/AAAAAAAALfQ/oep4aLy6s
https://br.pinterest.com/pin/40250928

mo/s1600-h/Casa-Portuguesa.44.jpg
Fase ruralista ou de Fase industrialista ou
estagnação programada desenvolvimentista

In http://lh5.ggpht.com/-
(1926*-1945) (1945-1974)
5429196077/
In

http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2011/05/fabrica-

Industrialização Industrialização
introvertida ou por extrovertida ou por
substituição de promoção das
robinson-de-cortica.html

importações exportações
(1945-1960) (1960-1974)
Frábrica Robinson de cortiça (Portalegre)

*1926-1932: 3. A industrialização por substituição de


Ditadura militar Indústria automóvel,
importações e a evolução das estruturas Portugal, 1960
produtivas internas Fonte: Biblioteca de Arte / Art Library
Fundação Calouste Gulbenkian 39
3. A industrialização por substituição de importações e a
evolução das estruturas produtivas internas

http://marketbusinessnews.com/financial-glossary/autarky-definition-meaning/
Já antes da Segunda Guerra Mundial estavam
asseguradas duas condições para uma maior
intervenção do Estado português na economia:
▪ o regime de autarcia, que protegia o mercado interno.
▪ a existência de fontes de
financiamento público -
acumulação excepcional de ouro e
divisas no Banco de Portugal e de
saldos financeiros no sistema
bancário nacional, resultante dos
saldos da balança transações
corrente conseguidos antes e
durante a guerra de 1939-1945 e do
fraco nível de investimento interno.
In https://noseahistoria.wordpress.com/2011/12/12/a-licao-de-salazar-iii/

40
3. A industrialização por substituição de importações e a
evolução das estruturas produtivas internas

No ano de 1945... havia em Portugal um certo optimismo sobre as perspectivas de


recuperação da economia e o papel que o Estado poderia desempenhar para
alcançar uma maior prosperidade do país. (...) um sentimento generalizado de que
a economia portuguesa havia avançado alguns passos na direcção das economias
mais desenvolvidas do Norte da Europa. (Lains, P. (1994: 924), “O Estado e a industrialização em Portugal, 1945-
1990”, Análise Social, vol. xxix (128), 923-958).

1914-1950: período de autarcia económica resultante das políticas para


resolver os desequilíbrios financeiros internos e internacionais. Alguns
setores da indústria e da agricultura portuguesa, ligados sobretudo à
substituição de importações, conheceram um certo impulso:
- produção de cereais e farinha;
- algumas indústrias de base, de substituição de importações, como a dos adubos químicos e a
indústria química;
- algumas indústrias ligadas à exportação, nomeadamente resinas, cortiças e conservas
In http://conhecerahistoria12.blogspot.pt/2012/02/o-estado-novo-na-segunda-metade-do.html
alimentares.

41
A Lei do Fomento e Reorganização Industrial (Lei n.º 2005 de 1945)
A peça mais marcante e emblemática da ofensiva industrialista e o
mais persistente projecto de industrialização adoptado pelo Estado
Novo.
A (2ª) Guerra (Mundial) permitia provar que era tempo de edificar, através de um
processo de industrialização, as fontes permanentes de criação de riqueza de que o país
carecia.

“O conceito de industrialização defendido por Ferreira


Dias... apontava para um processo global de transformação
das estruturas produtivas de um País, para o qual, num
quadro de progresso material, não existia alternativa, ...
uma etapa por onde teriam de passar as sociedades de
todos os países na sua marcha para o desenvolvimento.” (in

http://www.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/dossiers/historias-da-engenharia/1945-no-fim-da-guerra-uma-linha-de-rumo-para-o-pais/

José Nascimento Ferreira Dias Jr.


3. A industrialização por substituição Subsecretário de Estado do Comércio e da Indústria
de importações e a evolução das (1940-1944), Ministro da Economia (1958-1962),
estruturas produtivas internas Bastonário da Ordem dos Engenheiros (1945-1947).
3. A industrialização por substituição de importações e a
evolução das estruturas produtivas internas

O processo de recuperação da economia portuguesa a partir de

1950 se explica, no essencial, pela emergência de um processo

de industrialização por substituição de importações no


domínio das indústrias pesadas ligadas à produção de bens
intermediários e bens de equipamento (refinação de petróleo, adubos azotados e
outros bens intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).

1945: Lei do Fomento e da A industrialização dos anos 50:


Salazar dando a direita ao então
Reorganização Industrial presidente da Associação Industrial
Portuguesa, Cortês Pinto, visita a
1953 a 1958: I Plano de Feira das Indústrias em Junho de
Fomento 1951.

Fonte: Imagem da Exposição Permanente; Arquivo O


Século, Fototeca do Palácio Foz, Presidência do Conselho
de Ministros. Copyright Fundação Mário Soares.
43
3. A industrialização por substituição de importações e a
evolução das estruturas produtivas internas

I Plano de Fomento (1953 a 1958)

http://conhecerahistoria12.blogspot.pt/2012/02/o-estado-novo-na-segunda-metade-do.html
Principal objetivo:
▪ criar infra-estruturas (energia, transportes e
comunicações) de modo a facilitar a
movimentação de pessoas, bens e capitais,
potencializando o crescimento da indústria.

É ainda consequência do I Plano de Fomento, a


decisão do governo construir a Ponte sobre o Tejo
em 1958.
Em 1960 United States Steel Export Company ganha o concurso
internacional e em 1962 inicia a construção da Ponte Salazar https://www.youtube.com/watch?v=os19ck7e5go
Vídeo de teor propagandístico, do Ministério das Obras Públicas/Gabinete
da Ponte Sobre o Tejo, celebrando a inauguração da Ponte sobre o Tejo, ao
(atualmente Ponte 25 de Abril). Foi inaugurada em 1966. tempo chamada de "Ponte Salazar" e após a revolução dos cravos de 1974
"Ponte 25 de Abril".

44
I Plano de Fomento
(1953-1958)

Desenvolvimento das grandes infra-estruturas nos domínios da rede


elétrica, dos aeroportos, dos portos marítimos e das redes viária e
ferroviária.

Participação direta do Estado no capital social das grandes empresas


lançadas neste período (e.g., Siderurgia Nacional, fundada em 1954;
Companhia Portuguesa de Celulose, 1953), em conjunto com a iniciativa
privada, nos setores das indústrias de base.

Incentivos fiscais e de crédito, destinados aos setores a fomentar ou aos


abrangidos pela reorganização no âmbito da Lei do Fomento e
Reorganização Industrial

45
3. A industrialização por substituição de importações e a
evolução das estruturas produtivas internas

II Plano de Plano Intercalar de III Plano de


Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento
(1959-1964) (1965-1967) (1968-1973)
▪ Continuação da estratégia ▪ Liberalização progressiva do ▪ Abandono da estratégia de
de industrialização por comércio externo. industrialização por
substituição de ▪ Preocupação quanto à substituição de
importações. competitividade importações.
internacional da indústria ▪ Promoção das exportações:
portuguesa - necessidade ▪ Incentivos públicos aos setores
de expor um pouco mais as industriais voltados para os
mercados externos.
empresas à concorrência ▪ Concentração dos esforços nos
internacional. setores em que Portugal possuía
vantagens comparativas.

Vantagens comparativas
Baixo custo da Têxtil,
vestuário e
mão-de-obra calçado

Abundância de Pasta papel;


recursos florestais cortiça

Situação Construção
e reparação
greográfica naval
Programa de
Política Política da Financiamento
investimentos
aduaneira concorrência público
públicos

Este avanço da industrialização, durante os anos cinquenta, deve-se


principalmente, no caso português, como no de outros casos de industrialização

tardia, à intervenção do Estado, nesta altura o chamado Estado Novo através

❑ de um importante programa de

investimentos públicos nos


domínios dos transportes, das
In http://www.stcp.pt/pt/institucional/stcp/historia-

telecomunicações e da rede eléctrica, o Estação dos Restauradores - Metropolitano


de Lisboa em 1959
dos-transportes/

qual dinamiza a procura no mercado

GT1EpZkmAt0/UULkEVLqncI/AAAAAAAAzKc/tqPsydYefOY/s1600-
interno.

h/1962-Rdio-Marconi6.jpg
http://lh6.ggpht.com/-

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/portugal-e-
espanha-concorrem-na-ligacao-electrica-a-marrocos

47
Programa de
Política Política da Financiamento
investimentos
aduaneira concorrência público
públicos

Este avanço da industrialização, durante os anos cinquenta, deve-se


principalmente, no caso português, como no de outros casos de industrialização

tardia, à intervenção do Estado, nesta altura o chamado Estado Novo através

❑ da política aduaneira, a qual


garante uma proteção significativa da
concorrência estrangeira.

In https://www.pinterest.pt/pin/442408363374584869/

48
Programa de
Política Política da Financiamento
investimentos
aduaneira concorrência público
públicos

Este avanço da industrialização, durante os anos cinquenta, deve-se principalmente, no


caso português, como no de outros casos de industrialização tardia, à intervenção do
Estado, nesta altura o chamado Estado Novo através
Lei do condicionamento industrial
❑ da política do Estado em matéria de (publicada em 1931, DL nº 19354), define que compete ao
Ministro do Comércio e Comunicações depois de consultado
concorrência no mercado interno, o o Conselho Superior Técnico das Industrias autorizar:
▪ A instalação de novos estabelecimentos
chamado "Condicionamento industriais e a reabertura no caso de
paragens por tempo igual ou superior a
Industrial", jogará no sentido da dois anos.
concentração industrial e no da ▪ A montagem ou substituição de
tecnologia nas empresas de que resulte
criação de empresas de grande aumento de produção;
▪ A transferência de licenças de
dimensão em vários dos sectores exploração, arrendamento ou alienação
citados acima. de estabelecimentos a estrangeiros ou a
empresas estrangeiras.

A lei do Condicionamento Industrial serviu para eliminar a concorrência interna das


empresas já existentes em cada ramo, mas ao mesmo tempo, contribuiu para a estagnação
tecnológica, a criação de monopólios e a fraca qualidade dos bens e serviços
comercializados.
Programa de
Política Política da Financiamento
investimentos
aduaneira concorrência público
públicos

Este avanço da industrialização, durante os anos cinquenta, deve-se principalmente, no

caso português, como no de outros casos de industrialização tardia, à intervenção do


Estado, nesta altura o chamado Estado Novo através

http://conhecerahistoria12.blogspot.pt/2012/02/o-estado-novo-na-segunda-metade-do.html
❑ da intervenção no financiamento dos
grandes projetos industriais, quer
como participante direto no capital
social das empresas, quer como
emprestador por intermédio das suas
instituições de crédito.
Novos silos da Nacional, à altura Companhia
Industrial de Portugal e Colónias, em 1958

50
• Neutralidade de Portugal.
2ª GM • Forte aumento das exportações portuguesas para os países europeus em Guerra (e.g.,
volfrâmio).
(1939-45)

• Acumulação de reservas.
Oportunidade • Penúria de bens industriais (designadamente de bens intermediários e de
para equipamentos).
substituição
importações

• Desenvolvimento de indústrias essencialmente destinadas ao abastecimento do


Industrialização mercado interno: bens intermediários e bens de equipamento (químicas, cimentos,
introvertida pasta para papel, siderurgia e metalomecânica pesada).
(1945-1960)

• Política alfandegária e política dirigida aos capitais estrangeiros (asseguraram uma proteção da
concorrência estrangeira).
• Política de investimentos públicos (grandes infra-estruturas ao nível das vias de transporte e da rede
eléctrica).
Intervenção • Política de concorrência no Mercado interno (Condicionamento Industrial - favorecer a concentração
Estado industrial e a criação de empresas de grande envergadura).
• Intervenção no financiamento dos grandes grupos industriais (participação direta no capital social;
empréstimos por parte dos bancos do Estado).

51
Lei condicionamento
industrial ▪ Estimular a concentração e a criação de grandes grupos
industriais nas indústrias de base.
(1931; rev. 1937)

Lei da nacionalização ▪ Proibe o acesso do investimento direto estrangeiro a todo


um conjunto de setores de atividade económica.
dos capitais ▪ Introduz limites estreitos à composição de capital social
das empresas participadas por este tipo de capital nos
(1943) setores em que era admitido.

Lei da eletrificação
▪ Plano de desenvolvimento da rede elétrica do país,
nacional baseado na construção de grandes barragens ligadas a
centrais hidroelétricas.
(1944)

52
O processo de desenvolvimento dos anos 30 aos inícios da década de
1970 coincidiu, por um lado, com o emergir ou a consolidação da
chamada “empresa moderna” e, por outro, com a revolução registada https://www.s-quid.it/en/invisible-hand/

a nível da direcção, com a substituição das forças do mercado (“mão


invisível”) pela “mão visível”, consubstanciada numa crescente
intervenção dos gestores e autoridades de política.
https://positivemoney.org/2020/07/its-time-to-champion-the-visible-hand/

Grupos económicos mais importantes:


▪ Companhia União Fabril (CUF) [Química];
▪ Champalimaud [Cimentos, Siderurgia; pasta de papel];
▪ Espírito Santo (BES/ BESCL);
▪ Português do Atlântico (BPA); Banca, SegurosAs relações entre CUF, Champalimaud e o
▪ Borges & Irmão (B & I); grupo Espírito Santo foram estreitas,

▪ Nacional Ultramarino (BNU); reforçadas por casamentos: as irmãs de


Jorge e José de Mello (Grupo CUF) casaram, uma
▪ Fonsecas & Burnay (BFB). com o primogénito de José Maria Espírito Santo
Silva (Grupo BES) e, a outra, com António
53
Champalimaud (Grupo Champalimaud).
In https://www.youtube.com/watch?v=OuzxncV9l3M

6:18-6:38
9:10-11:07
54
Companhia
União Fabril
(C.U.F.) tornou-
se, durante o
Estado Novo,
num gigantesco
conglomerado Alfredo da Silva
(1871-1942)

empresarial,
com forte
presença na
indústria ligeira
e pesada, banca
e seguros. Os retratos de trabalhadores e funcionários da Cuf (vindos do Arquivo Cuf)
regressam nas imagens promocionais da exposição.
Fonte: http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/10/em-tempo.html
t.c.m.a= t.c.m.a=
0.5% 0.5%

t.c.m.a=
6.3%

t.c.m.a=
3.9%

56
A Estrutura da Economia Portuguesa em 1950 e 1960
Composição da população
Composição do PIB (%)
Ativa (%)
Sectores

1950 1960 1950 1960


Primário 52.6 49.1 32.1 26.3
Secundário 21.1 24.5 30.3 34.9
Terciário 26.3 26.4 37.6 38.7
Total 100.0 100.0 100 100.0
*Preços constantes de 1958.
Fontes: População Ativa: cálculos nossos a partir de Nunes (1989); Produto Interno Bruto: cálculos nossos a partir de Baptista et al. (1997) e Pinheiro et al. (1997).

No inicio dos anos 60 Portugal tinha uma estrutura industrial


mais moderna, mas mesmo assim continuava a ser um país
essencialmente agrícola.
Produto Industrial PIB
1926 - 1945 1,8% 2,4%
1945 - 1960 5,5% 4,3% 57
Estrutura do valor acrescentado bruto na indústria transformadora
[taxa de crescimento média anual (t.c.m.a., %)]
Sectores 1953 1960
Alimentação, bebidas e tabaco 19,0 16,3
Têxtil, vestuário e calçado 32,6 22,5
Indústrias de madeira e cortiça 11,5 10,8
Indústria do papel 3,3 4,3
Indústria dos minerais não metálicos 4,0 6,7

Indústrias Químicas 18,6 26,9


Metalúrgica de base 1,4 0,7
Produtos metálicos, máquinas, material
elétrico e material de transporte
8,9 11,2
Outras indústrias transformadoras 0,7 0,7
Preços correntes. ** Indústrias
extractivas do petróleo e do gás
natural incluídas.
Fonte: Cálculos nossos a partir de Pinheiro et
No inicio dos anos 60 Portugal tinha uma estrutura
al. (1997).

industrial mais moderna, mas mesmo assim


continuava a ser um país essencialmente agrícola.
58
Fracassos da estragégia de industrialização por
substituição das importações
Pilar: Lei do
Os mecanismos previstos para encorajar a reorganização Fomento e da
das indústrias ligeiras, essencialmente os incentivos fiscais Reorganização
Industrial (1945)
e de crédito, não deram frutos.

As indústrias são muito fragmentadas, dominadas pelas


empresas de pequena dimensão, mal equipadas do ponto
de vista tecnológico, e produzindo essencialmente para o
mercado interno.

Problemas relacionados com o facto de os setores chave


não serem competitivos ao nível internacional.

59
Período Intervenção estatal e estratégia económica

- produção de cereais e farinha;


Impulso a certos setores da - algumas indústrias de base, de substituição de importações,
indústria e da agricultura - como a dos adubos químicos e a indústria química;
substituição de importações - algumas indústrias ligadas à exportação, nomeadamente
resinas, cortiças e conservas alimentares.
Lei condicionamento Estimular a concentração e a criação de grandes grupos
industrial industriais nas indústrias de base.
Regime de autarcia, (1931; rev. 1937)
Maior intervenção que protegia o
1926- mercado interno Proibe o acesso do investimento direto estrangeiro a todo um
do Estado &
1950 Lei da nacionalização dos conjunto de setores de atividade económica.
Ruralismo
capitais Introduz limites estreitos à composição de capital social das
(1943) empresas participadas por este tipo de capital nos setores em
que era admitido.
Plano de desenvolvimento da rede elétrica do país, baseado na
Lei da eletrificação nacional
construção de grandes barragens ligadas a centrais
(1944)
hidroelétricas.
Existência de fontes de Ouro e divisas e fraco nível
financiamento público investimento
Produção de bens Refinação de petróleo, adubos azotados e outros bens
Aposta nas indústrias
intermediários e bens de intermediários químicos, cimentos, pasta para papel, siderurgia
pesadas
equipamento e metalomecânica pesada.
Criar infra-estruturas (energia, transportes e comunicações)
I Plano de Fomento (1953 a
Programa de para facilitar a movimentação de pessoas, bens e capitais,
1958)
investimentos públicos potenciando o crescimento da indústria via dinamização da
Intensa
procura no mercado interno
Intervenção do
1950- Estado & avanço
Política aduaneira Proteção significativa face à
1960 da industrialização
concorrência estrangeira
(substituição de
importações)
Política da Lei do Fomento e Concentração industrial e criação de empresas de grande
concorrência no Reorganização Industrial (Lei dimensão em vários dos setores citados acima.
mercado interno n.º 2005 de 1945)
Intervenção do Estado no Participante direto no capital social das empresas;
Financiamento público financiamento dos grandes Emprestador por intermédio das suas instituições de crédito.
projectos industriais 60
O processo de recuperação da economia portuguesa
entre 1950 e 1960 explica-se, no essencial, pela
emergência de um processo de
a) estagnação programada e ruralismo.
b) industrialização por substituição de importações.
c) industrialização extrovertida.
d) industrialização com base nas indústrias de Material
Elétrico e de Equipamentos.

61
Em 1973, de acordo com estimativas de Bairoch, o nível do produto per capita
português (em doláres e PPC) tinha alcançado os cerca de
a) 76% da média do PIB per capita dos 10 países do Norte e Centro da Europa.
b) 49% da média do PIB per capita dos 10 países do Norte e Centro da Europa.
c) 57% da média do PIB per capita dos 10 países do Norte e Centro da Europa.
d) 45% da média do PIB per capita dos 10 países do Norte e Centro da Europa.

62
Durante todo o período de 1913 a 1944, nas principais economias
industrializadas da Europa e Norte da América,
a) vigorou o padrão ouro (regime câmbios fixos).
b)vigorou o padrão dólar-ouro (regime câmbios fixos).
c) vigorou o padrão libra esterlina-ouro (regime câmbios fixos).
d)não existiu qualquer sistema internacional formal de
pagamentos.

63
A industrialização introvertida portuguesa dos anos 50 (1950-1960) revelou-se
uma estratégia relativamente
a) bem sucedida, permitindo a reorganização das indústrias ligeiras.
b) bem sucedida, permitindo o aumento da competitividade externa dos setores
chave da economia.
c) mal sucedida, pois não evitou a fragmentação/pequena dimensão das
empresas na generalidade das indústrias.
d) mal sucedida, pois falhou no alcançar da concentração nos setores chave da
economia.

64
Material de apoio ao
estudo do Módulo 3
Textos de apoio (Moodle)
In https://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/como-parar-de-enrolar-e-comecar-a-estudar-em-7-passos/

Slides (Sigarra)

Praticar
Exercício 5 (Moodle)

In http://aprendendotermologia.blogspot.com/2013/08/vamos-praticar-nosso-conhecimento-hora.html

65

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