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Economia Brasileira

Prof. MSc. Erivelton Antonio dos Santos


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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
❖O rápido crescimento ao longo do Milagre, com a ocupação ociosa (situação
de pleno emprego), levou ao aparecimento de alguns desequilíbrios (inflação
e balança comercial).
Inflação % a.a.

91,8%

77,2%

46,3%
38,6% 40,5%
34,5%
29,4%
24,8%
18,7% 18,5% 21,4%
15,9% 15,5%

1964 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979
Inflação % a.a. 91,8% 24,8% 18,7% 18,5% 21,4% 15,9% 15,5% 34,5% 29,4% 46,3% 38,6% 40,5% 77,2%

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
❖Amanutenção do ciclo expansionista, em fins de 1973, dependeria
cada vez mais de uma situação externa favorável.. Mas e o
petróleo...!?! Divida Externa Total
US$ Milhões
1979 49904

1978 43510

1977 32037

1976 25985

1975 21171

1974 17165

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento

❖Emum ano de mudança de Presidente, crise do petróleo,


necessidade constitucional de lançar novo plano de
desenvolvimento nacional  se a taxa de crescimento
não ficasse perto do esperado o governo teria
problemas...?

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
❖O debate girava em torno da Dicotomia de Ajustamento ou
Financiamento
• Conter a demanda interna
Ajustamento • Evitava:
• Inflação
• Desiquilíbrio externo

Financiamento do crescimento,
Financiamento: mantendo-o elevado e fazendo
ajuste gradual de preços.

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
❖No início de 1974 adota-se o “ajustamento”, porém devido a
crise política e derrota eleitoral nas eleições do congresso
nacional, fez com que o governo...

Lançamento do II PND: ajuste na estrutura de oferta a


longo prazo (aumenta produção), simultaneamente à
manutenção do crescimento econômico elevado ao
endividamento externo.

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento
❖Este ajuste na nova estrutura de oferta, alterava a
estrutura produtiva, de modo que a longo prazo
diminuísse a necessidade de importações e
fortalecesse a capacidade de exportar.
❖Assim, quando essa reestruturação estivesse
completa, os problemas da Balança de Transações
Correntes estariam superados.

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II PND – Plano Nacional de Desenvolvimento

Bens de Redução das


Bens de Capital importações (52%
consumo para 40%)
duráveis Insumos
Básicos Gerar exportação

Aumentar a produção de
insumos como: aço,
alumínio, zinco e minério de
ferro – projeto Carajás.

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Taxa de crescimento do produto e setores (1974-1979)
14,0
12,0
10,0

META:
8,0
6,0

PIB 10%
4,0

Indústria
2,0 12%
-
-2,0
-4,0
1974 1975 1976 1977 1978 1979
PIB 9,0 5,2 9,8 4,6 4,8 7,2
Indústria 7,8 3,8 12,1 2,3 6,1 6,9
Agricultura 1,0 7,2 2,4 12,1 -3,0 4,9
Serviços 9,7 2,9 8,9 2,6 4,3 6,7

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II PND – Projetos
▪ Redução das importações no setor de bens de capital de 52% para
40%, além de gerar excedente exportável em torno de US$ 200 milhões.
▪ Aumentar a produção de aço de 7 para 8 milhões de ton.;
▪ Triplicar a produção de alumínio;
▪ Aumentar a produção de zinco de 15 mil ton. para 100 mil
▪ Projeto Carajás (minério de ferro);
▪ Aumentar da capacidade hidroelétrica (Projeto Itaipu);
▪ Energia nuclear (NUCLEBRAS);
▪ Ampliar a prospecção de petróleo;
▪ Maiores incentivos para ferrovias e hidrovias;
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II PND – Setor público e privado
▪O agente principal das transformações foram as estatais.
– as estatais realizando seus investimentos geram demanda que faz o
setor privado investir;
– incentivos foram dados ao setor privado (crédito de IPI para compra de
equipamentos, depreciação acelerada, a isenção de imposto de
importação)

▪ Durante o segundo PND manteve-se o crescimento industrial:


– a indústria em sua totalidade cresceu 35% entre 74/79.

▪ Procurou promover o desenvolvimento das regiões mais pobres do


país.

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II PND –
▪O setor privado: créditos subsidiados de agências oficiais - BNDE.
De onde o BNDE pegava os recursos?
▪ Asempresas estatais sofreram restrição ao crédito interno e
contenção tarifária forçando-as ao endividamento externo. Taxas
de juros flutuantes;
▪ Durante o segundo PND manteve-se o crescimento industrial:
– a indústria em sua totalidade cresceu 35% entre 74/79.

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A situação brasileira no
final da década de 70 e início dos 80
▪ Transformações no cenário internacional e vulnerabilidade.
–Choque do petróleo (1979) e elevação da taxa de juros internacional
–1979 ano do início da crise cambial: déficit em transações correntes de US$
10,8 bilhões e entrada de capitais de US$ 7,7 bilhões: queima de reservas de
US$ 2,2 bilhões.;
▪ Deterioração da situação fiscal do Estado, com:
–Redução na carga tributária bruta;
–aumento no volume de transferências;
–Estatais eram focos de déficits;
▪ Pressões
inflacionárias: 77% a.a.
▪ Mudança de governo (Geisel por Figueiredo) e abertura política.

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A situação brasileira no
final da década de 70 e início dos 80

No governo de Figueiredo, em 1979 o Ministro Delfin Netto


assumiu a Seplan (Secretaria do Planejamento).

Combate á inflação com crescimento, procurando reeditar o


Milagre Econômico.

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A heterodoxia delfiniana
Delfim: combate à inflação com crescimento.
▪ As principais medidas adotadas:
i. Controle das taxas de juros;
ii. Expansão do crédito para a agricultura;
iii. Criação da SEST (Secretaria Especial das Empresas Estatais),
iv. Eliminação de alguns incentivos fiscais às exportações, do depósito prévio
sobre as importações, e a revogação da Lei do Similar Nacional;
v. Estímulo à captação externa;
vi. Maxidesvalorização de 30% do cruzeiro em dezembro de 1979;
vii. Prefixação da correção monetária e cambial em 50% e 45% para 1980;
viii. Semestralidade dos reajustes salariais e reajustes diferenciados por faixas
de salários.

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A heterodoxia delfiniana
Delfim: combate à inflação com crescimento.
RESULTADOS OBTIDOS:
a) Aceleração inflacionária 100%a.a., em função do aumento dos preços
públicos, da semestralidade salarial e da maxidesvalorização cambial, que
aumentou os custos dos produtos importados;
b) Recrudescimento da maior crise econômica internacional. Devido
principalmente ao preço do petróleo e da elevação das taxas de
juros internacionais, em função do aumento da taxa de juros nos
EUA.;

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A heterodoxia delfiniana
Delfim: combate à inflação com crescimento.
RESULTADOS OBTIDOS:
c) Acentuação do processo especulativo: (i) maxidesvalorização
cambial, (ii) prefixação cambial, destinando os fundos para
especulação.

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A heterodoxia delfiniana
Delfim: combate à inflação com crescimento.
Financiamento do crescimento,
Financiamento: mantendo-o elevado e fazendo
ajuste gradual de preços.

Crise da Dívida Externa


Política Ortodoxa  “ajustamento” voluntário
• Conter a demanda interna
Ajustamento • Evitava:
• Inflação
• Desiquilíbrio externo

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Crise da Dívida Externa
Política Ortodoxa  “ajustamento” voluntário
FATORES ASSOCIADOS:
a) Excesso de demanda interna;
b) Dificuldades crescentes da renovação de empréstimos externos;
c) Controle da absorção interna  reorientação dos fatores
produtivos para a atividade exportadora;
Mas, na verdade, parecia um problema de diagnóstico, o desiquilíbrio
(dívida) estava associada ao endividamento no período anterior com
base em sistema de taxa de juros flutuantes.
Se aumenta os juros... A dívida... !?!

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A Crise da Dívida Externa
Política Ortodoxa  “ajustamento” voluntário

A partir de 1979, o FED adotou uma política monetária restritiva,


visando conter a tendência de desvalorização do dólar. Quando
Reagan assumiu, elevou ainda mais as taxas de juros e transformou
os EUA no grande absorvedor da liquidez mundial.

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A Crise da Dívida Externa
Política Ortodoxa  “ajustamento” voluntário
Países em desenvolvimento, problemas com a dívida:

• Insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no


chamado “setembro negro” (1982),

• O que provocou o rompimento completo do fluxo de recursos


voluntários aos países em desenvolvimento.

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O Brasil e a tutela do FMI
• Os “ajustes voluntários” se aprofundaram em fins de 1982,
sob a tutela do FMI (Fundo Monetário Internacional), que
visava o pagamento da dívida externa brasileira.

• A política adotada baseava-se:


a. Na contenção da demanda agregada:
(i) redução do déficit público;
(ii) aumento da taxa de juros interna e restrição
do crédito;
(iii)redução do salário real e desemprego;

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O Brasil e a tutela do FMI
• A política adotada baseava-se:
b. em tornar a estrutura de preços relativos favorável
ao setor externo:
(i) intensa desvalorização real do cruzeiro,
levando a elevação na relação câmbio/
salário;
(ii) elevação do preço dos derivados de
petróleo;
(iii) estímulo à competitividade da indústria,
contenção de alguns preços públicos,
subsídios e incentivos à exportação.
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RESULTADOS DO AJUSTE
• Profunda recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em 1982. O que
levou a grande queda nas importações e puxou o aumento de
exportações;
• A política de comércio exterior foi bem sucedida: a balança comercial sai
deficitária em 1980 para superávits de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um
recorde de US$ 13 bilhões em 1984.
• Aceleração da inflação em 82, estabilizada em 100% nos anos de 1981 e
1982;
• 1984  superávit e recuperação do produto, explicado em parte pelo
sucesso do II PND que permitiu processo de substituição de importações
e criou setores com competitividade externa, mas também desvalorização.

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PROBLEMAS DO AJUSTE
❖80% da dívida era pública, enquanto a maior parte
da geração do superávit era privado.
❖Alternativas para o governo adquirir divisas:
Gerar superávit fiscal  Inviável.
Emitir moeda  incompatível com a política de controle da
absorção interna.
Endividar-se internamente  foi o que aconteceu em condições
cada vez piores (transformação da dívida externa em dívida
interna).
❖Este processo acelerou a deterioração das contas
públicas e ampliou o grau de indexação da economia.
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PROBLEMAS DO AJUSTE
A situação fiscal do setor público se deteriora por várias
razões:
As maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço
da dívida externa.
A recessão diminuía a base tributável;
A transferência de recursos produtivos para as atividades de
exportação significava uma renúncia fiscal;
As taxas de juros interna elevadas encareciam a rolagem da
dívida;
A aceleração inflacionária diminuía a arrecadação (Efeito Olivera-
Tanzi).

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PROBLEMAS DO AJUSTE
A inflação mostrava-se renitente a
políticas ortodoxas e o peso do
ajustamento era cada vez mais criticada
por causa do desemprego (movimento
das “Diretas Já”).

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Exercícios de Fixação  serão incluídos no trabalho.

1. Faça um breve comentário sobre a situação da economia brasileira:


a) no final da década de 70 e início da de 80
b) Economia BR e Mundial no início da década de 80.

2. Fale sobre as características do II PND, descrevendo sua estrutura e projetos.

3. Quais as principais medidas adotadas pelo ministro Delfim Netto a partir de agosto de
1979?

4. “Os superávits da balança comercial nos anos 1983-1984 podem ser explicados pela
retração da demanda interna”. Comente a afirmação, página 411 do livro.

5. Qual foi a política adotada durante a tutela do FMI?

6. Cite na sua opinião qual foi o maior problema dos ajustes sob a tutela do FMI.

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