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ECONOMIA DE EMPRESAS II

Princípio da demanda efetiva e o modelo de determinação de renda


Keynesiano

Profa. Elenildes Santana Pereira

❖ Referência bibliográfica: Lopes, L. M e Vasconcellos, M.A.S


(organizadores), apresentação elaborada por Roberto Name Ribeiro
e Francisco Carlos B. dos Santos. Manual de Macroeconomia:
Básico e Intermediário, São Paulo: Atlas, 2000; Mankiw, N. G.
Macroeconomia. Tradução: Ana Beatriz Rodrigues, 8 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2015.

01
A Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda

✓ É a partir da Teoria Geral de Keynes que ganham


contornos definitivos os conceitos fundamentais da
Contabilidade Social, bem como a existência de
identidades no nível macro e a relação entre os diferentes
agregados.

✓ A partir da obra teórica de Keynes – A Teoria Geral do


Emprego, do Juro e da Moeda, 1936 – Os economistas
passaram a saber o que medir em nível agregado e como
fazê-lo

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A Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda

• A TGEJM é considerada um marco na evolução


da macroeconomia, pois ela surgiu em um
momento onde a teoria convencional não
conseguia propor medidas para a solução da
crise pela qual vivia à economia.

• A Grande Depressão do começo dos anos 30:


recessão, deflação e desemprego.

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A Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda

“A Grande Depressão da década 1930 foi o maior


choque econômico dos tempos modernos. Entre
1929 e 1932, a produção industrial sofreu um a
contração mundial, caindo quase 50% nos
Estados Unidos, cerca de 40% na Alemanha,
quase 30% na França e apenas 10% na
Inglaterra, onde o declínio econômico havia
começado na década de vinte ...”
Sachs e Larrain (1995, p.13)
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A Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda
• A obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda”, de John Maynard Keynes, publicada
em 1936, é considerada um marco na evolução
da macroeconomia.

• Contabilidade Nacional: medição do produto


efetivamente realizado (ex-post).

• Teoria Macroeconômica: refere-se ao produto


potencial, desejado, planejado. Análise dos
agregados ex-ante. Estuda as alternativas para
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levá-lo ao pleno emprego.
O Princípio da demanda
efetiva

“Em situações que o aumento na oferta não for


acompanhada do aumento na demanda, poderá
ocorrer o desemprego na economia. A importância
da moeda é fundamental para compreender essa
perspectiva”.

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O Princípio da demanda
efetiva
Curva de Demanda Agregada de Bens e Serviços (DA): composta
pela demanda de quatro agentes macroeconômicos:

DA = C + I + G + (X – M)
onde: Nível Geral Curva de Demanda
C = consumo (famílias e empresas) de Preços Agregada (DA)
I = investimento (bens de capital)
G = gastos do governo (saúde, investimento, etc)
X = exportações (bens e serviços)
M = importações (bens e serviços)

Renda Nominal (Y ) Y
Q = PNREAL= y = Y/P

Renda Real = =
Nível de Preços ( P ) P 7
O Princípio da demanda
efetiva
Curva de Oferta Agregada de Bens e Serviços (OA): quantidade de
bens e serviços que os produtores estão dispostos a colocar no mercado.
OA = Renda Nacional = Produto Nacional Real

A: aumenta Q, com P constante,


caso haja desemprego de recursos;

B: situação intermediária;

C: aumenta P, com Q constante,


caso os recursos estiverem
plenamente empregados.
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O Princípio da demanda
efetiva

Curva de Oferta Agregada de Bens e Serviços (OA)

Nível Geral
Curva de OA
de Preços
Simplificada
A: trecho Keynesiano (desemprego)

C: trecho Clássico (pleno emprego)


C
Desemprego: quando a DA é
A insuficiente para absorver a produção
agregada de pleno emprego.

Y
YPLENOEMPREGO
9
O Princípio da demanda
efetiva
Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico:

Nível Geral Curva de OA 1ª. Desemprego de Recursos. A DA situa-


de Preços Simplificada se abaixo da OA de pleno emprego. Preços
constantes e as variáveis consideradas em
valores reais (deflacionadas).

2ª. Curto Prazo. A curto prazo, o estoque


dos fatores de produção são considerados
A
constantes. Embora, a força de trabalho e a
capacidade produtiva instalada sejam fixas,
seus níveis de utilização variem.
Y
Y0 YPLENOEMPREGO

10
O Princípio da demanda
efetiva

3ª. A curva de OA é fixada (decorrência


Nível Geral da hipótese 2ª). OA = f(N,K,Tec). Como
de Preços esses fatores de produção são constantes a
curto prazo, a OA permanece fixa (não há
deslocamentos, apenas movimentos ao
DA0 DA1 longo da curva.

4ª. A curto prazo, apenas a demanda


agregada provoca variações no nível de
equilíbrio da renda nacional. (Corolário
das anteriores) Para tirar a economia de
Y uma situação de desemprego, a curto prazo,
Y0 YPLENOEMPREGO
deve-se procurar elevar a DA. DA é mais
sensível a curto prazo que a OA.
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O Princípio da demanda
efetiva

Nível Geral
de Preços

DA0 DA1 A DA determina a produção (Keynes).


Inverte um dos principais postulados
da Teoria Clássica, a chamada Lei de
Say, pela qual a OA é que determina
a procura.
Y
Y0 YPLENOEMPREGO

12
O Princípio da demanda
efetiva
• Assim, a Demanda será determinante para a oferta
(Rompimento com a Lei de Say – inversão da
ordem causal)
m, a Demanda é com a Lei d
a)Teoria da determinação da renda
b)Teoria do Investimento
c)Teoria da taxa de juros

Assim, a Demanda é que será determinante para a

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O mercado de bens e
serviços

▪ Keynes começou a observar a atuação de cada


agente econômico (Família, empresa, governo e
setor externo) no mercado de bens e serviços.

▪ Verificando que o problema da crise de 29 e da


década de 30 não era de oferta, mas de
demanda.

▪ Chegou a conclusão de que a intervenção do


governo era a força para tirar os países daquela
crise.
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O mercado de bens e
serviços (Real)
Função consumo (C): o consumo agregado é função crescente do nível
de renda nacional (Y). O modelo mais simples supõe o consumo como
uma função linear.

C = f (Y )
C = a + by
onde: a = consumo autônomo (independe da renda)
b = propensão marginal a consumir (declividade da reta), onde
0<b<1

A propensão marginal a consumir (PMgC) é o acréscimo de consumo, dado a um


acréscimo na renda nacional. 15
O mercado de bens e
serviços (Real)
Função poupança (S): é a parcela da renda nacional não
consumida, em dado período de tempo.
S=y–C
sabemos que C = a + by e portanto:
S = -a + (1 - b)y
onde (1 – b) = propensão marginal a poupar

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O mercado de bens e
serviços
Função investimento (I): bens e serviços que visam a
aumentar a produção futura. É também conhecido como
• esse
Formação Bruta de
atingisse Capital
o seu Fixo.potencial.
nível O investimento pode
ser dividido em:
1. Investimento visto como elemento da demanda
agregada: é a fase que gasta apenas com instalações,
equipamentos, etc, antes do investimento maturar e resultar
em acréscimos de produção;
2. Investimento visto como elemento da oferta agregada:
ocorre quando aumenta a capacidade produtiva, após a
maturação do investimento.
Hipóteses:
I. A curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda
agregada;
II. O investimento é autônomo ou independente da renda17
nacional.
O mercado de bens e
serviços (Real)

Função gastos do governo (G): os gastos do governo são


autônomos em relação à renda nacional:
G = constante ou G  f(y)
Função impostos ou tributação (T): no modelo simplificado a
Introdução
tributação é autônoma, ou seja, não é induzida pela renda nacional:
T = constante ou T  f(y)
Neste caso a nova função consumo será:
C = a + b (y – T) = a – byd
onde yd = renda disponível
Função exportação (X) e importação (M): são variáveis autônomas em
relação a renda nacional (modelo simplificado):
X = constante ou X  f(y*)
.
M = constante ou M  f(y) 18
O mercado de bens e
serviços (Real)

Determinação do equilíbrio: observações importantes

1. A renda de equilíbrio ocorre quando OA = DA e não


necessariamente é a renda de pleno emprego;
Resultados e discussão
2. Decorre do exposto em (1) que o equilíbrio não indica
necessariamente algo desejável, pois pode estar
existindo um grande volume de recursos não
empregados;

3. É um equilíbrio macroeconômico esperado, planejado (ex


ante), e não o equilíbrio efetivo (ex post).
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O mercado de bens e
serviços (Real)

Determinação do equilíbrio: o equilíbrio é determinado pela


DA (curto prazo).
Onde:

y* = renda de equilíbrio (DA=OA)


y* = renda de pleno emprego

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O mercado de bens e
serviços (Real)

Determinação do equilíbrio, igualando


vazamentos com injeções:
1. Vazamentos: todo recurso que é retirado do fluxo básico, ou seja,
toda renda recebida pelas famílias, que não é dirigida às empresas
nacionais na compra de bens de consumo: poupança, impostos e
importações;

Vaz = S + T + M
2. Injeções: todo recurso que é injetado no fluxo básico e que não é
originado da venda de bens de consumo às famílias: novos
investimentos, gastos públicos e exportações.

Inj = I + G + X+ X
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O mercado de bens e
serviços (Real)

Determinação do equilíbrio, igualando vazamentos com


injeções:
• Vaz < Inj → crescimento da renda nacional
• Vaz > Inj → queda da renda nacional
• Vaz = Inj → equilíbrio estacionário

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O mercado de bens e
serviços (Real)

Hipóteses do multiplicador:
1. O processo é iniciado por uma variação autônoma da
DA, ou seja, um deslocamento da DA devido à variação
autônoma de algum de seus elementos (C, I, G, X, M) ou
devido a alguma injeção ou vazamento do fluxo de
renda;
2. O funcionamento do multiplicador supõe uma economia
em desemprego;
3. O lado monetário é invariável;
4. O multiplicador tem um efeito perverso: assim como a
renda aumenta em um múltiplo, para aumentos da DA, o
contrário também é válido.
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O mercado de bens e
serviços (Real)

Fórmula do multiplicador:
1
k=
1 − b (1 − t ) + m − i

1
Y= (C + I + G + X )
1 − b (1 − t ) + m − i

onde k = multiplicador de gastos


Assim, qualquer mudança nos gastos autônomos (C, I, G, X,
M) implicará em uma mudança no nível de renda (Y) dado
pelo multiplicador.
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O mercado de bens e
serviços (Real)

Teorema do Orçamento Equilibrado ou Teorema de Haavelmo

“Não dá para avaliar política fiscal olhando apenas o déficit ou superávit


do governo.”
Se o governo efetuar gastos no mesmo montante dos tributos recolhidos,
a renda em vez de permanecer constante, aumentará em um montante
igual ao aumento de G e T.
Assim:
1 y −b y
kG = = e kT = =
1 − b G 1 − b T

a) Se |kG| > |kT|  a renda aumentará quando G = T

b) kG + kT = 1

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Referências Bibliográficas

• VASCONCELLOS, M.A.S.; LOPES, L. M. (Orgs). Manual


de economia :Básico e intermediário. São Paulo: Atlas,
2000.

• Mankiw, N. G. Macroeconomia. Tradução: Ana Beatriz


Rodrigues, 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

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