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Processo de Substituição de

Importações
PSI
Linha do Tempo
EBR pôs-
estabilização
Planos
Da crise ao Heterodoxos
milagre
• 1960-1973 • Até 1994
PSI
• 1930-1960

Agroexportadora
• 1900-1930
Introdução
• A crise dos anos 30 foi um momento de
ruptura ou transformação estrutural na
Economia Brasileira.
• Desde esta data o modelo agroexportador é
paulatinamente afastado e ocorre a
industrialização.
1929
Quebra da bolsa de NY

1914 1918 1929

1ª Guerra
Consumo
Mundial interno

Reconstrução
Europa Exportação EUA Produção

Consumo
externo

Bolsa de Valores EUA BRASIL


O Brasil ao Longo do Século XX: alguns fatos estilizados
Características do crescimento brasileiro: PIB setorial
• Até anos 30 – Agricultura o principal setor a dar a dinâmica do PIB
• Entre os anos 30 e 70 - transformação industrial: cresce a participação do
setor industrial no PIB

10
8
6
%

4
2
0
1920- 1929- 1945- 1972- 1981-
1929 1945 1972 1981 1995
Indústria 3,9 4,7 3,8 3,4 3,8
PIB 4,7 6,5 8,6 1,4 2,4

Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.


Fonte: PIB/IBGE: Indústria, Thorp (2000)
Introdução
• A forma assumida pela industrialização
brasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi
a chamada industrialização
substituidora de importações.
• A crise de 1930, iniciada nos EUA e que se
repercutiu rapidamente na Europa.
• O deslocamento do centro dinâmico no Brasil é:
O período em que a determinação do nível de
renda deixa de estar ligada a elementos como
a demanda externa (base de uma economia
agroexportadora) e passam a depender de
elementos ligados ao mercado interno, como
o consumo e o investimento doméstico.
Isto ocorre basicamente na década de 30.

Agronegócio Indústria
Para fora Para dentro
- Forte queda na demanda de café
- Reversão de fluxo de capitais
Politicas BR adotadas:
1. Manutenção da renda
2. Deslocamento da demanda
1. Manutenção de Renda
A política de “manutenção da renda”
➢ Política de defesa do café:
✓estocagem e queima de café
➢ Esta política, financiada em parte com crédito e
emissão de moeda, sustenta a demanda agregada
mantendo o emprego e a renda (efeito
multiplicador).
➢ Considerada uma típica política keynesiana.
2. Deslocamento da demanda
O Deslocamento da demanda:
- problema de Balanço de Pagamentos enfrentado com
controles e desvalorização cambial;
- produtos importados se tornam mais caros e difíceis
de serem adquiridos;
- as dificuldades de importação deslocam a demanda
que foi mantida dos produtos antes importados para a
produção nacional;
- A queda de rentabilidade do setor cafeeiro faz com que
o capital flua para outros setores.

Setores domésticos (indústria) aumentam sua


importância frente aos exportadores (agricultura).
Características - PSI
Características - PSI
• É uma industrialização fechada pois:
✓ É voltada para dentro, visa o atendimento
do mercado interno.
✓ Depende de medidas que protegem a
indústria nacional:
❖Desvalorização real do câmbio
❖Controle de câmbio
❖Taxas múltiplas de câmbio
❖Elevação das tarifas aduaneiras

Mecanismos de Proteção Nacional utilizados no PSI


Características - PSI

Proteção da
Aumento
indústria
investimentos
nacional
(MP e Eqtos),
existente. Taxa
importações
Cambial, e
mais rápido que
tarifas
exportações
aduaneiras.

Onda de investimentos
PSI, aumenta renda e
demanda agregada.
Características - PSI

Aumento
Proteção da
investimentos
indústria nacional
(MPeEqtos),
existente. Taxa
importaçõesmais
Cambial, etarifas
rápido que
aduaneiras.
exportações

Ondadeinvestimentos
PSI,aumentarendae
demandaagregada.
Características - PSI
Sequencia lógica:
1. Início com estrangulamento externo gerando escassez de
divisas;
2. O governo tenta controlar a crise por meio de medidas que
dificultam as importações e acabam por proteger a indústria
nacional;
3. Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores
de importação, aumentando a renda nacional e a demanda
agregada;
4. Novo estrangulamento externo em função do próprio
crescimento da demanda (volta ao ponto 1).
Produção da indústria têxtil algodoeira
Nº fábricas
450
400
350
300
250
200
150
100
50
-
1853 1866 1885 1905 1915 1921 1925 1929 1932 1948
Nº fábricas 8 9 48 110 240 242 248 359 355 409
Fonte: Stanley Stein. The Brazilian cotton manufacture. Cambrigge, Mass,. Harvard University Press, 1957, p 191
Produção da indústria têxtil algodoeira

Operários
250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

-
1853 1866 1885 1905 1915 1921 1925 1929 1932 1948
Operários 424 795 3.172 39.159 82.257 108.960 114.561 123.470 115.550 224.252
Fonte: Stanley Stein. The Brazilian cotton manufacture. Cambrigge, Mass,. Harvard University Press, 1957, p 191
Produção da indústria têxtil algodoeira

250.000
450
400
200.000
350
300
150.000
250 Nº fábricas
200
100.000 Operários
150
100
50.000

50
-- 1853 1866 1885 1905 1915 1921 1925 1929 1932 1948
Operários
1853
424
1866
795
1885
3.172
1905 1915 1921 1925 1929 1932 1948
39.159 82.257 108.960 114.561 123.470 115.550 224.252
Nº fábricas 8 9 48 110 240 242 248 359 355 409
Fonte: Stanley Stein. The Brazilian cotton manufacture. Cambrigge, Mass,. Harvard University Press, 1957, p 191
Produção da indústria têxtil algodoeira

Produção (1.000 metros)


1.119.738

552.446 535.909

630.738
242.087 470.783 477.995

3.586 Em 1915, a produção representava 85% do


1.210
20.595 consumo interno (470.783 metros).
1853 1866 1885 1905 1915 1921 1925 1929 1932 1948
Produção (1000 m)
Fonte: Stanley Stein. The Brazilian cotton manufacture. Cambrigge, Mass,. Harvard University Press, 1957, p 191
Características - PSI
• O processo PSI caracterizava-se pela ideia de
“construção nacional”, ou seja, alcançar o
desenvolvimento e a autonomia com base na
industrialização, de forma a superar as
restrições externas e a tendência à
especialização na exportação de produtos

primários.
Características - PSI
Dificuldades - PSI
A) Tendência ao desequilíbrio externo
i. A política cambial transferia renda da agricultura
para a indústria (“confisco cambial”) e
desestimulava as exportações agrícolas;
ii. Indústria sem competitividade devido ao
protecionismo (só mercado interno);
iii. Elevada demanda por importações devido ao
investimento industrial e ao aumento da renda.
Importação da maquinário industrial (1.000 libras)
4500

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930

Maq. Têxtil Outros


Dificuldades - PSI
B) Aumento da participação do Estado
i. Adequação do arcabouço institucional à indústria.
Legislação trabalhista e agências estatais;
ii. Geração de infraestrutura básica. Transporte e
energia;
iii. Fornecimento dos insumos básicos. Criação Setor
Produtivo Estatal - SPE: CSN, CVRD, CNA,
Petrobras e hidrelétricas.
iv. Captação/distribuição de poupança. BB e BNDE.
Dificuldades - PSI
Problemas: necessidade de capacidade de
planejamento e financiamento crescentes

Além dos recursos tributários, também com:


poupanças compulsórias, como recursos da
recém criada Previdência Social;
dos ganhos no mercado de câmbio (câmbio
múltiplo);
mas também com
Financiamento inflacionário (emissão);
Endividamento externo.
Dificuldades - PSI
C) Aumento do grau de concentração de renda
i. Êxodo rural;
ii. Capital intensivo do investimento industrial, que
não permitia grande geração de emprego no setor
urbano.
Desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para mão
de obra pouco qualificada e baixos salários, o inverso ocorre no
mercado de mão de obra qualificada;

O protecionismo e a concentração industrial permitiam preços


elevados e altas margens de lucro para as indústrias.
Dificuldades - PSI
D) Aumento do grau de concentração de renda
i. Quase inexistência do sistema financeiro, em
decorrência principalmente da “Lei da Usura” (de
1933 limitava a tx de juros nominal a 12% a.a.);

ii. Ausência de uma reforma tributária ampla apesar


das mudanças ocorridas na economia brasileira.
Papel da agricultura na
industrialização de um país
Apontam-se 5 funções:
i. Liberação de mão-de-obra (Produtividade);
ii. Fornecimento de alimentos e matérias-primas;
iii. Transferência de capital (para os setores industriais);
iv. Geração de divisas (elevar exportações para possibilitar
importação de tecnologia);

v. Mercado consumidor (colheitadeiras, produtos agrícolas);


Papel da agricultura na
industrialização de um país
Grande depressão da década de 1930

2ª guerra mundial 1939-1945

Exportação tradicionais – Brasil na década de 50

Controle de câmbio 1946-1953

Sistema de câmbio múltiplo 1953-1957

Mudança nos controles cambiais 1957-61

Reforma cambial 1961-1963


Conceitos:

Pontos de estrangulamento: áreas de demanda


insatisfeita em função das características desequilibradas
do desenvolvimento econômico, desenvolvimento feito
por partes;

Pontos de germinação: áreas que geram demanda


derivada.
PLANO DE METAS – 1956/1960

O plano de metas adotado no governo de Juscelino


Kubitschek pode ser considerado o auge desse
período da industrialização brasileira.
PLANO DE METAS – 1956/1960
O plano de metas divide-se em 3 pontos chaves:
i. Investimentos estatais em infraestrutura (transporte
rodoviário e energia elétrica);
ii. Estímulo ao aumento da produção de bens intermediários
(aço, carvão, cimento, zinco, etc.);
iii. Incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e
de capital. Bens de consumo não duráveis: calçados, alimentos, bebidas...
Bens de consumo duráveis: eletrodomésticos, automóveis...
Bens intermediários: ferro, aço, cimento, petróleo...
Bens de capital: máquinas, equipamentos...
PLANO DE METAS – 1956/1960
Taxa de crescimento do produto e setores (1955-
1961)
20

15
Título do Eixo

10

-5
1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961
PIB 8,8 2,9 7,7 10,8 9,8 9,4 8,6
Indústria 11,1 5,5 5,4 16,8 12,9 10,6 11,1
Agricultura 7,7 -2,4 9,3 2 5,3 4,9 7,6
Serviços 9,2 0 10,5 10,6 10,7 9,1 8,1
PLANO DE METAS – 1956/1960
Taxa de crescimento (1955-62)

BEBIDAS 15%

ALIMENTOS 54%

TÊXTIL 34%

MAT. ELÉTRICOS E COMUNICAÇÕES 417%

MATERIAIS DE TRANSPORTE 711%


PLANO DE METAS – 1956/1960
Os principais instrumentos de ação do governo para
alcançar as metas foram:
i. investimentos das empresas estatais;
ii. crédito com juros baixos e carência longa por meio do
Banco do Brasil e do BNDE;
iii. uma política de reserva de mercado;
iv. avais para a obtenção de empréstimos externos;
v. incentivos ao capital estrangeiro ;
PLANO DE METAS – 1956/1960
Os principais problemas do plano estavam na questão do
financiamento:
i. Os investimentos públicos, na ausência de uma reforma
fiscal condizente com as metas e os gastos, tiveram que ser
financiados pelo menos em parte pela emissão
monetária;
ii. Existe alguma aceleração inflacionária no período;
iii. Do ponto de vista externo há uma deterioração do saldo
em transações correntes e o crescimento da dívida externa;
PLANO DE METAS – 1956/1960
Alguns indicadores econômicos – Plano de Metas
Fonte: Abreu (1990)

salário mínimo
monetária (%)

externa total
Inflação (%)

US$ milhões

US$ milhões
Variação do
Variação da

transações
Saldo em

correntes
real (%)

Dívida
base

1955 23,0 15,8 - 9,5 2 1.445


1956 21,0 19,3 - 1,3 57 1.580
1957 16,1 35,1 - 9,6 - 264 1.517
1958 14,8 18,0 14,5 - 248 2.044
1959 39,2 38,7 - 12,7 - 311 2.234
1960 29,5 40,2 19,4 - 478 2.372
1961 33,2 60,4 - 14,7 - 22 2.835
Processo de Substituição de
Importações
PSI

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