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 Proteção por meio do câmbio em períodos de retração

 Pressão de grupos cafeeiros dada a queda no preço do café


 Desvalorização da moeda
 Aumento na quantidade de réis que os fazendeiros recebem
 A renda e o poder dos fazendeiros se mantém
 As perdas são, assim, repassadas aos consumidores, dado a
necessidade de importação
A baixa brusca do preço internacional do café acarreta queda do valor
externo da moeda, que traz alívio para o setor cafeeiro, mas perdas
para o conjunto da sociedade
 O governo Vargas começa a incentivar uma despolarização da
economia em volta do café, com o incentivo à indústria
 Essa nova orientação econômica representou o deslocamento do eixo
dinâmico de um modelo agroexportador para um urbano-industrial
 Proteção por meio do câmbio em períodos de retração
 Pressão de grupos cafeeiros dada a queda no preço do café
 Desvalorização da moeda

Exemplo – exportação do café

Preço do café no Renda recebida


Cenário Taxa de câmbio
exterior (US$) (R$)

1 50 2 100
2 50 3 150
3 40 2 80
3 40 3 120
 Aumento da produção, contudo, baixa expansão da
capacidade produtiva
 A produção industrial cresceu a uma taxa de 5,4% no período
de 1939-45.
 Produtos de metal (9,1%), têxteis (6,2%), calçados (7,8%), bebidas e
fumo (7,6%)
 Desenvolvimento da indústria siderúrgica e aumento da produção de
cimento
 Utilização intensa da capacidade industrial do país
 Forte aumento das exportações durante a guerra
 Participação ativa do Estado nas atividades econômicas
principalmente a siderurgia, petróleo e energia elétrica.
 Vale do Rio Doce (1942) / CSN (1941)
Comportamento da produção de produtos agrícolas no total
exportado (1924 – 1945)
Couro e
Café Cacau Algodão Outros
peles
1924-1929 72,5 3,3 1,9 4,5 17,8
1930-1933 69,1 3,5 1,4 4,3 21,7
1934-1939 47,8 4,3 17,6 4,4 28,9
1940-1945 32,5 3,2 9,1 3,6 51,6

 O café continuou sendo o seu principal produto do país até a


década de 1950
 O cacau, ligado à economia regional da Bahia, detinha certa
expressão no mercado mundial
 O algodão teve aumento expressivo, entre 1934 e 1937, no
comércio entre Brasil e Alemanha.
Produção mundial de café - 2013
Exportações – 2019 (Indústria extrativa/ Transformação / Agropecuária
 Houve um processo contínuo de industrialização iniciado em
1890?
 Crescimento Industrial x Industrialização
 Período anterior à Primeira Guerra
 Natureza pouco substitutiva: a produção cresceu para satisfazer
novas necessidades
 Não há industrialização, mas apenas crescimento industrial
 Comparação 1919 e 1939
 A estrutura existente em 1919 era dominada por indústrias leves.
Têxteis, roupas, produtos alimentícios, bebidas e fumo somavam
70% da produção industrial
 Até 1939, os resultados desse grupo reduziram-se a 58%, com
notável crescimento de produtos metalúrgicos, maquinário e
produtos elétricos
Estrutura industrial brasileira em 1919 e 1939
1919 1939
Minerais não-metálicos 5,7 5,2
Produtos de metal 4,4 7,6
Maquinário 0,1 3,8
Equipamento elétrico - 1,2
Equipamento de transporte 2,1 0,6
Produtos de madeira 4,8 3,2
Móveis 2,1 2,1
Produtos de papel 1,3 1,5
Produtos de borracha 0,1 0,7
Produtos de couro 1,9 1,7
Químicos, farmacêuticos, perfumes... 3,6 9,8
Têxteis 29,6 22,2
Roupas e calçados 8,7 4,9
Produtos alimentícios 20,6 24,2
Bebidas 5,6 4,4
Fumo 5,5 2,3
Editoras e material gráfico 0,4 3,6
Diversos 3,5 1
Total 100 100
 Até a década de 1930, houve poucas tentativas para planejar
o desenvolvimento econômico do país
 Análises sistemáticas e avaliações da estrutura econômica
brasileira, visando influenciar o rumo do desenvolvimento do
país, foram mais frequentes nas décadas de 1930 e 1940
 Niemeyer Report (1931)
 A principal fraqueza da economia residia em sua dependência da
exportação de uma ou duas lavouras
 Defesa da diversificação da estrutura econômica
 Primeiro empenho por parte das autoridades do país em ter a
economia examinada como um todo
 Missão Cooke (1942)
 Tinha o objetivo de avaliar a economia do Brasil, com a recomendação
de mudanças em sua estrutura e meios de atingi-las
 Foi concebida depois que os dois países entraram na guerra (1942), com
o propósito de determinar de que maneira o Brasil poderia colaborar
com os esforços da luta armada
 Recomendou a expansão da indústria siderúrgica, que proporcionaria a
base para o desenvolvimento de uma indústria de bens de capital
 Deveria ser realizado um esforço para desenvolver o Sul do país, visto
que essa região tinha as melhores condições para um rápido crescimento
econômico
 Obstáculos ao crescimento industrial
 Um sistema de transportes inadequado, um sistema de distribuição de
combustível retrógrado, falta de recursos para investimentos
industriais, restrições ao capital estrangeiro, restrições à imigração,
instalações inadequadas para treinamento técnico e uma capacidade
subdesenvolvida para a geração de energia, etc.
 Mineração e siderurgia
 Em 1942, por meio de um Acordo de Cooperação Militar o Brasil cedeu
bases militares no Nordeste e se comprometeu com o fornecimento de
minérios aos EUA.
 A fim de contribuir com a formação de mão-de-obra especializada para o
setor industrial, foi criado o Serviço Nacional da Indústria – SENAI, em
1942 e o Serviço Social da Indústria – SESI, em 1943

 Energia
 O Governo Vargas teve início com a capacidade geradora do país muito
abaixo da demanda da sociedade da época
 Após 1930, quando a economia começou a crescer recuperando-se da
crise, a oferta de energia encontrava-se estagnada
 Em 1945 foi criada a Companhia Hidrelétrica do São Francisco -
CHESF que ficou incumbida de construiu e gerenciar a Usina
Hidrelétrica de Paulo Afonso, a primeira usina de grande porte do país.
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
 Panorama geral
 Expressiva expansão do seu setor industrial após 1933
 O setor industrial passa a liderar as taxas de crescimento da
renda e do emprego
 A crise da agroexportação criava condições para que a
economia se direcionasse preponderantemente ao mercado
interno
 Iniciou-se, assim, um período de aproximadamente cinco
décadas — que duraria até o final da década de 1970 —
conhecido como processo de substituição de importações PSI.
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
 A Crise dos Anos 1930 como Impulso ao Processo
 Embora a origem da indústria brasileira remonte às últimas
décadas do século XIX foi na década de 1930 que o crescimento
industrial ganhou impulso
 Entende-se por substituição de importações simplesmente o
fato de o país começar a produzir internamente o que antes
importava
 A PSI, todavia, supõe mais que isto: que a liderança do
crescimento econômico repouse no setor industrial, que este
seja responsável pela dinâmica da economia
 O PSI determina os níveis de emprego e renda
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
 A teoria dos choques adversos
(Celso Furtado e Raúl Prebisch)
As crises das atividades exportadoras criavam condições para
que a economia se voltasse ao mercado interno (AL)
 Encarece as importações e diminui a demanda de exportações
gerando desvalorizações cambiais dado problemas no balanço
de pagamentos: mudança de preços relativos favorável à
produção doméstica
 Políticas expansionistas para cobrir déficits orçamentários
geram o aumento do crédito e a queda na taxa de juros:
incentiva o investimento e a ampliação da produção
 Aumento das tarifas sobre importados para aumentar a
arrecadação
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
“A crise da agroexportação induz ao crescimento industrial por
forçar o governo a adotar políticas voltadas a resolver
problemas em seu próprio âmbito, como os déficits público e do
balanço de pagamentos”
 Outros determinantes para o caso brasileiro
 Crise estrutural da economia cafeeira
Baixa elasticidade-preço e elasticidade renda
Expansão desenfreada da oferta
 Federalismo fiscal (Primeira República)
Os impostos de exportação ficavam a cargo dos estados, enquanto
cabia ao governo federal os impostos sobre importação
A crise no balanço de pagamentos tornava-se, ao mesmo tempo, uma
crise nas finanças públicas
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações

“A desvalorização cambial, a expansão monetária e as tarifas


alfandegárias eram respostas do governo federal à deterioração de
suas finanças, o que induz a crer que, pela teoria dos choques
adversos, a industrialização não se constituía em propriamente uma
opção, ou fruto de uma consciência política explícita de um grupo
dirigente vinculado aos interesses industriais, mas decorrência não
planejada da forma com que as crises eram enfrentadas”
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
 Os limites da crise para explicar a industrialização
Crítica à teoria dos choques adversos
 A indústria já existia e tinha relativa importância antes de 1930
 O PSI um processo lento, originado da economia
agroexportadora e em decorrência de seu crescimento e
diversificação
 O efeito das exportações de café, com a geração de riqueza,
capital, mercado e infraestrutura, criava condições para a
industrialização
 Se é verdade que a substituição de importação teve lugar nas
crises do modelo agroexportador, qual a origem dos bens de
capital?
R: Utilizando a capacidade ociosa de uma indústria já existente
 A controvérsia sobre as origens da substituição de
importações
 Os limites da crise para explicar a industrialização
Crítica à teoria dos choques adversos
 Por que Brasil, Argentina e México se industrializaram e outros
países da AL não?
 Precondições (Brasil):
A riqueza, o capital e o mercado interno criados pela economia
cafeeira
O aparecimento da figura do empresário dado à atividade cafeeira
A presença do burguês imigrante (agente importador)
Trabalho assalariado
“A economia cafeeira, dessa forma, por meio da imigração e de sua própria
expansão, resultante de seu efeito multiplicador nas atividades urbanas, foi
capaz de gerar agentes e novos segmentos sociais indispensáveis a um
efetivo processo de industrialização”
 A substituição de importações como modelo de
industrialização
 O ponto de partida definidor desta análise consiste em entender
a substituição de importações como resposta ao estrangulamento
externo (teoria dos choques adversos)
 Por que as economias latino-americanas, nas primeiras décadas
do século XX, sofriam com problemas de balança comercial?
 A economia mundial bipolarizada (Cepal)
 O setor exportador tinha vínculos o exterior
 O problema não reside na atividade exportadora em si, mas no
que se exporta e na forma com que estas atividades se inserem
no conjunto da economia (elas determinam a renda?)
 As importações dos países centrais também contrastam com as
dos periféricos. Os primeiros importam basicamente produtos
primários e matérias-primas, já os segundos buscam bens de
consumo industriais e bens de capital
 A substituição de importações como modelo de
industrialização
 Deterioração dos termos de intercâmbio (Cepal)
“O comércio internacional prejudicava os países especializados na
exportação de produtos primários nas relações de troca com os
países industriais, pois os preços relativos dos produtos primários
não só caíam mais nas crises que os da indústria, como havia uma
tendência de longo prazo ao barateamento relativo deles”
 Os países periféricos apresentavam capacidade de importar
declinante, o que ajuda a explicar o recorrente estrangulamento
externo das economias latino-americanas
 O modelo agroexportador condenava os países latino-
americanos à estagnação e ao subdesenvolvimento
 Era suas crises que possibilitavam romper com o modelo pois
força o país a produzir o que antes era importado
 A substituição de importações como modelo de
industrialização
 No modelo de substituição de importações o problema da busca
de divisas será constante
 O estrangulamento externo, antes de ser solucionado, reaparece
em cada conjuntura, estimulando novas ondas de substituição
 Realizadas algumas substituições, advém a necessidade de
realizar outras, e cada vez surgem novos e crescentes obstáculos
 Características do PSI
 Inicia, de modo geral, pelos bens de consumo popular, de
tecnologia mais simples e de mais fácil produção
 Não ocorre de forma gradual e linear
 Possui desenvolvimento complexo, uma vez que alguns setores
são dependentes e outros não
 A substituição de importações como modelo de
industrialização
 O caso do Brasil

 1930-1955 – Predominância de substituição de importações


de bens de consumo popular
Na própria década de 30 temos crescimento industrial nas
áreas de minerais não metálicos, metalúrgica, papel/papelão e
química, bem como a produção de aço
 1956-1973 – Produção prioritária dos bens de consumo
duráveis
Impulsiona os setores de bens de consumo popular, os
intermediários e de capital
 Final da década de 70 –Bens intermediários e de capital, que
ainda impunham barreiras à produção interna
 Explique o mecanismo de Socialização das Perdas (Celso
Furtado).
 Aborde os principais pontos da política de valorização do
café durante o primeiro governo Vargas e como isso pode ser
considerado uma política anticíclica.
 Explique a Teoria dos Choques Adversos (Cepal) e como esta
se diferencia de outras visões sobre a industrialização do
país a partir da década de 30.
PRADO JUNIOR, C. História Econômica do Brasil. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 1945. Capítulo 26.

BAER, Werner. A Economia Brasileira. 3ª ed. rev. ampl. e atual.


São Paulo: Nobel, 2009. Capítulo 3.

FONSECA, Pedro, C. D. O Processo de substituição de


importações. In: REGO, J. M.; MARQUES, R. M. (Orgs). Formação
Econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2003.

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