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1. Trajetória do Agro......................................................................................................2
5. Assistência técnica...................................................................................................10
6. Política agrícola........................................................................................................11
7. Organizações privadas.............................................................................................12
9. Irrigação...................................................................................................................15
O objetivo deste texto é posicionar o agro brasileiro quanto à sua rica história,
notadamente a mais recente, analisar a evolução da produção, a eficiência produtiva e
sua contribuição para o abastecimento interno e para as exportações. Essa análise
servirá de base para a identificação de megatendências de futuro e de instrumentos para
superação de gargalos e potencialização de desenvolvimento setorial.
Períodos
Principais Grãos
Carnes
Ovos
Leite
Silvicultura
Algodão
Café
Frutas
Cana de açúcar
Aquicultura
Abastecimento Interno
Exportações
Renda no Campo
Até a metade do século XX, as regiões rurais no Brasil caracterizaram-se por ciclos de
produção de mercadorias destinadas à exportação, destacando-se a cana-de-açúcar, o
ouro, a borracha e, em especial, o café1 , este último já em meados do século XIX.
Quanto aos produtos de consumo interno, eles passaram a ser ofertados gradualmente a
partir da formação das aglomerações urbanas e, usualmente, decorreram de atividades
agrícolas em estabelecimentos de menor porte (Klein; Luna, 2020). As exportações
geravam divisas para as importações, principalmente de produtos industrializados, ao
mesmo tempo que sustentavam a necessidade de bens de capital e matérias-primas para
a industrialização que se acelerou nos anos 1930.
Em 1950, o Brasil era ainda uma sociedade rural, onde 63,8% do total da população
vivia no campo. Vinte anos depois, essa proporção havia caído para 44%, pois, entre as
décadas de 1950 e 1970, o Brasil observou as maiores migrações rural-urbanas de sua
história (Alves et al., 2011). No último censo demográfico de 2010, a participação da
população rural representava apenas 15,7% do total, e estimativas do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2022b) para 2021 indicam que esse percentual
reduziu-se para 12,2%. (Figura 1).
Industrialização
A gradual redução da mão de obra no campo assim como a maior demanda urbana por
alimentos e outros produtos desencadearam um processo de intensificação tecnológica
na produção, elevando a produtividade. Esse movimento se manteve apoiado por
resultados da pesquisa agrícola e pela ciência em geral. Observa-se, nessa passagem, a
mudança de comportamentos sociais dos produtores, no passado, ancoradas apenas em
aumento da área plantada; o objetivo principal passou a reger-se pela incorporação de
tecnologia em busca da elevação da produtividade.
Esse desequilíbrio foi agravado no final da década de 1970, quando o preço do petróleo
foi novamente elevado bruscamente e quase triplicou. Dependente das importações de
petróleo, houve forte impacto na administração macroeconômica, com expressivo
aumento do endividamento externo para o fechamento das contas. Dessa forma,
encerrou-se o ciclo expansivo daquela década e abriu-se o caminho para uma
continuada escalada inflacionária que iria caracterizar a economia brasileira até o Plano
Real, em 1994.
O Sistema Nacional de Crédito Rural, que foi instituído pela Lei nº 4.829, de 5 de
novembro de 1965, foi considerado o principal instrumento de política agrícola e o
maior responsável pela expansão da economia agropecuária. Essa política viabilizou a
expansão da produção agropecuária e os investimentos essenciais para a melhoria da
eficiência produtiva em praticamente todos os ramos produtivos e em quase todas as
regiões. Com a estabilização monetária (Plano Real), a disponibilidade de crédito
aumentou substancialmente, passando também a incluir recursos do setor privado
(Wedekin; Rodrigues, 2019). Principalmente em tempos de preços deprimidos por fraca
demanda ou produção em regiões afastadas de mercados, a Política de Preços Mínimos
tem permitido aos agricultores permanecer na produção, aguardando tempos melhores3.
7. ORGANIZAÇÕES PRIVADAS
Para concluir esta fase da construção do moderno sistema agroalimentar brasileiro,
cabem expressões de Navarro (2020), que caracteriza esse período mais recente como o
abandono do “modelo agrário bimodal, típico de seu passado, e segue na rápida direção
de um modelo unimodal, alicerçado na ampla hegemonia da agropecuária empresarial
de larga escala. Reduzem-se, portanto, os espaços para a produção agropecuária de
menor porte econômico”.
13. A TECNIFICAÇÃO DO AGRO NO SÉCULO XXI
É provável que essa queda relativa se explique pela comparação com o censo de 2006,
que captou um período de fulgurante desenvolvimento tecnológico. O que chama a
atenção é o baixo valor explicativo do fator terra, uma clara evidência empírica
comprobatória do esgotamento de comportamentos “rentistas” no campo, quando a
propriedade da terra se prestava à especulação patrimonial.
Maior volume de capital necessário, níveis de educação e gestão são fatores que limitam
a entrada de agentes econômicos no moderno processo produtivo. Relativamente poucos
produtores participam de volumes enormes de produção, marginalizando grande
contingente de agricultores do processo.
14. DESEMPENHO RECENTE DO AGRO NACIONAL
Nota: os dados de 2020 foram calculados por Gasques (comunicação pessoal)6.
A PTF também pode ser desagregada quanto à evolução do produto e aos insumos, no
tempo. A Figura 4 comprova o extraordinário crescimento do produto de 405% no
período de 1975 a 2020, enquanto o aumento dos insumos foi de apenas 33%. Observa-
se uma aceleração da própria PTF total e do produto a partir dos anos 2000. Isso
comprova a elevada eficiência da produção agropecuária brasileira.