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O ciclo do café pode ser datado entre início do século XIX e até primeiro meado do
século XX, com variações de influência econômica durante esses anos. Para entender o que
foi o ciclo cafeeiro e as mudanças advindas dele, é necessário detalhar o contexto histórico
em que essa cultura foi implantada nas terras tupiniquins. Porém, antes de introduzir esse
enredo brasileiro, é válida uma breve apresentação sobre determinadas características do café,
máxime, na sua plantação. Segundo relatos históricos, o café chegou ao Brasil em 1727, pelas
mãos do sargento-mor Francisco de Mello Palheta, e após quase 400 anos depois, o grão se
tornou um dos alimentos mais queridos pela população, além de ser um dos produtos mais
exportados pelo país. O Pará foi o primeiro estado a receber o cultivo desse grão, que depois
foi difundido pelo litoral, chegando às terras do Rio de Janeiro (onde as primeiras mudas
foram plantadas no Convento Capuchinhos). Sobre o desenvolvimento do cafezal, locais com
temperaturas amenas (entre 19º e 22º) e bem iluminados pela luz do sol. É importante
ressaltar que o cultivo era para fins de consumo local, apenas no final do século XVIII o café
assumiu um maior valor comercial, devido a alta dos preços ocorrida com a desorganização
da colônia francesa do Haiti, que era um grande produtor do grão.
Falando da força de trabalho nos plantios de café, é necessário ter em mente que a rápida
expansão cafeeira muito se deu por causa da migração de mão-de-obra da mineração para os
cafezais, que posteriormente, com a nova alta nos preços do grão, também recebe mão-de-
obra vinda dos canaviais, já que a economia açucareira continuava em declínio. Outro ponto
positivo para proporcionar o sucesso da cultura cafeeira foi a situação em que estava a
economia mundial. A Europa vivia a Revolução Industrial, desse modo, voltou-se para a
exportação de produtos industrializados, dando menos interesse aos produtos agrícolas.
A importância do café para a economia brasileira não diminui com o passar do anos,
mesmo tendo oscilações, e atualmente dá ao Brasil o status de um dos maiores exportadores
mundiais do grão. Segundo o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil
exportou 40,3 milhões de sacas, as quais têm 60 quilos, ano passado (2021), sendo os Estados
Unidos, a Alemanha, a Itália, a Bélgica e o Japão os 5 países que mais importam café
brasileiro, percebe-se então que o café brasileiro está presente pelo mundo. A expectativa
para o ano atual, pela Cecafé, é de que o setor exportador de café possa sofrer impactos
negativos devido à estiagem dos últimos meses.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 34ª ed. São Paulo. Companhia das
Letras, 2007.