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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

CENTRO DE FORMAÇÃO CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS


CAMPUS SOSÍGENES COSTA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
COMPONENTE: HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
DOCENTE: FRANCISCO ANTÔNIO NUNES NETO

 FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. "Quarta Parte" e "Quinta


Parte". pp. 99-176 e 185-242.
Jaqueline Santana1
Celso Furtado é um cientista que teve grande destaque e suas interpretações
chamam atenção para o desenvolvimento econômico no período colonial,
sobretudo para estabelecer bases técnicas e econômicas com as
transformações capitalistas.
Suas análises vêm sempre chamando atenção para possibilidade de um
progresso, assim tendo como elemento principal, desvendar a racionalidade
econômica perante o processo de industrialização que é, sobretudo, o marco
inicial para o sistema econômico nacional e assim se debruçar sobre as
estruturas sociais do trabalho e do capital.
Portanto, a obra “Formação Econômica do Brasil” vai destacar pontos
importantes do período colonial e que vai desde todo o processo econômico e
seu desenvolvimento tanto no Brasil quanto na Europa, até os tempos da
grande Crise em 1929.
Nesse sentido a “Quarta Parte” vai discutir os empasses após a independência
e a mão de obra, mesmo tendo o açúcar enfrentado dificuldades em seu
desenvolvimento, fazendo com que o Brasil chegasse ao menor nível de renda
em todo período colonial, mas toda operação econômica girava em torno do
açúcar e do ouro na pecuária nordestina.
A formação econômica se dividia de uma forma que de São Paulo ao Rio
Grande desempenhavam-se o sistema pecuário sulino, no Norte estava a
economia extrativa florestal, indo do Maranhão ao Pará com mão-de-obra
indígena pelo sistema jesuítico. Assim sendo, o açúcar, região mineira e
Maranhão os principais centros econômicos da época.
Entretanto o mercado mundial sofreu uma queda logo após a guerra e com a
Revolução Industrial, mas os dirigentes da época entenderam que o algodão
estava em desenvolvimento econômico, sem um pacto colonial, porém na
região do ouro há uma crise e acreditando no desenvolvimento e prosperidade

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Aluna Graduanda em História, pela Universidade Federal do Sul da Bahia
houve a abertura dos portos em 1808, fazendo com que o valor da exportação
duplicasse os valores e assim fez com que o Brasil começasse a ter
dificuldades dentro do mercado.
Com a repercussão do Brasil, passou-se a ter uma evolução com o impacto da
abertura dos portos, nesse mesmo período que Portugal e a Inglaterra se
separam e se destacam como os marcos fundamentais para a política. Em um
caráter de independência não se esperava que haveria conflitos entre os
dirigentes brasileiros e da Inglaterra, mas logo após, foi instaurado o tratado do
comércio em 1810, chamando atenção para um “systema liberal”.
Desenvolveu-se uma crise do governo britânico que proibiu o a exportação de
escravos para o Brasil, assim houve uma grande crise desde o comércio do
açúcar até o desempenho da renda per capita, mas o café começa ser o
elemento principal de exportação.
Enquanto a Europa desempenhava seu papel de ser desenvolvida, o Brasil
tinha como classe dominante os agricultores e fazendo dos EUA a potência de
classes para o mercado econômico mesmo que dependa do mercado para
exportar seus produtos primários.
E assim os EUA na Revolução Industrial investiu na indústria têxtil para
expandir seu mercado com mais facilidade ofertando tecidos ao mundo todo,
fazendo assim do algodão o principal produto de exportação e desenvolvimento
econômico.
No entanto, a economia brasileira estava em básicas condições mesmo com as
intervenções de Dom João IV, tendo o principal motivo, o estancamento nas
exportações e assim causando um declínio na renda per capita.
Com base nisso o Brasil precisava se desempenhar dentro comercio
internacional e nacional, para que as exportações voltassem recuperar seu
dinamismo, destacando sempre o fato de o açúcar ser promissor, nesse
mesmo tempo o mercado inglês estava se desenvolvendo e recebendo colônia,
a economia brasileira com grande regresso no mercado do algodão e em
particular o Maranhão que estava aderindo à economia de subsistência.
Logo após a Guerra de Sucessão o algodão foi excluído do mercado
econômico, assim sendo o café e o fumo os produtos principais para a
economia de subsistência da época. Permitindo assim a mão de obra escrava
como na economia do açúcar para o café, trazendo a aquisição de terras,
comercialização dos portos.
Porém para todo esse desenvolvimento houve um alto índice na
comercialização de escravos no Brasil e nos EUA, contudo o Brasil tornou-se o
maior em exportação pois as condições desses escravos eram extremamente
precárias e a taxa de mortalidade eram altas, ao contrário dos EUA que eram
inseridos em melhores condições sociais.
Para os altos trabalhos do Sul ao Norte do país nas plantações de café e
regiões de algodão, passou a reduzir a mão de obra, assim explorando mais a
população escrava africana.
Com base no crescimento de extensão brasileiro, adotou-se ao setor de
subsistência da pecuária e a agricultura, fazendo com que cada indivíduo
produza para seu próprio consumo, criando o chefe o proprietário das terras,
trazendo todo interesse para o proprietário que mesmo dando condições ao
seu subordinado traria seu próprio lucro, mas em contrapartida, o encarregado
produziria para sobrevivência de si e da família.
E tratando-se da abolição que trouxe grande embate nesse momento, pois os
libertos ficariam à mercê e passaria a vagar de um engenho para outro, mas
também poderiam seguir na cultura de subsistência onde se tornariam
escravos que recebiam salário.
Na “Quinta Parte” Celso vai descrever a crise de 1929 e em como o Brasil e a
Europa conseguiu se desempenhar. Começando pela crise no café que para
ele esse momento foi crucial e positivo, pois houve uma descentralização e a
facilidade na abertura de crédito, com isso os produtores seguiram otimistas,
mas o mercado mundial recebeu de forma contrária a isso com a crise do EUA.
Mesmo que os dirigentes estivessem positivos com isso, os produtores do
Brasil mantiveram as produções e até mesmo antes a crise 1929 sua produção
estava em alta, fazendo com que o mercado investisse, elevando o seu preço.
Há um destaque do autor entre a valorização e a baixa de preços, pois a
política não deu atenção para a diminuir a produção e a partir de então mesmo
com a crise e o café se mantendo em alta, não havia possibilidade de
conseguir crédito para o mercado internacional e para o governo brasileiro, o
abandono dos cafezais resulta em destruição dos elementos de produção,
assim caindo seu preço, trazendo uma valorização para o açúcar.
Não houve estratégias suficientes e nem desemprego, ao contrário dos EUA,
que mesmo em 1934 não demonstrava sinais de evolução econômica, ao
contrário do Brasil, trazendo um aumento do financiamento do café para o
mercado internacional e mantinham-se o estoque.
É nesse momento que o câmbio tem sua taxa alta e o sistema brasileiro
ficando refém e perdendo em investimentos, assim o governo brasileiro fixou a
raxa cambial para não seguir sem faturamento, mas a importação passou a
crescer, causando desequilíbrio, fazendo com que sua produção fosse
totalmente voltada para o mercado interno, por isso a crise de 1929 trouxe mais
lucros ao Brasil.
É importante, portanto, compreender que o texto é de suma importância para a
historiografia, sobretudo para que alinhe diretamente qual foi o papel do açúcar
e do café no desenvolvimento econômico, a forma como o Brasil se manteve
perante a crise e para além disso, a triste realidade escravista do período,
tendo em última instancia a cultura da subsistência e após isso.
Ademais, o desenvolvimento econômico brasileiro se desenvolveu no mesmo
tempo que a economia europeia, mas a sua mercantilização permitiu que em
alguns aspectos o Brasil conseguisse se desempenhar e em outros regredir,
como no período colonial, ao contrário do período cafeeiro em que houve um
crescimento em diferentes pontos do país, como o Sul e com distintas regiões
há diferenças no que se refere desenvolvimento e a sua produtividade.

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