Você está na página 1de 10

MENU 

 © Patricia Willocq / AFD

8 COISAS A SABER SOBRE A AJUDA PÚBLICA AO


DESENVOLVIMENTO
PUBLISHED ON 11 APRIL 2019

Agricultura e desenvolvimento rural Saúde e protecção social Clima

A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) designa o conjunto de financiamentos concedidos pelos stakeholders
públicos dos países mais ricos para melhorar as condições de vida nos países de renda baixa e média. Porém,
nem sempre seus contornos são conhecidos... Olhar sobre algumas de suas sutilezas.

A AJUDA PÚBLICA AO DESENVOLVIMENTO APOIA SETORES ESQUECIDOS


MENU 

© Yashas Chandra / AFD

Melhorar o acesso à água, à saúde e a uma educação de qualidade, proteger a biodiversidade ou combater as
alterações climáticas são objetivos capitais, tanto para as populações dos países em desenvolvimento, como
para a estabilidade internacional. Exceto que tais projetos nem sempre interessam os investidores públicos e
privados, que os consideram arriscados demais ou não prioritários. " A esfera financeira internacional não tem
grande interesse pelos países de baixa renda e os setores sociais",
sociais", constata Hubert de Milly, expert na área de APD na
Agence Française de Développement (AFD).

É aí que a Ajuda Pública ao Desenvolvimento entra em ação. Ao suprir a falta de financiamento em certos
setores e áreas negligenciados, através de donativos, empréstimos ou outras formas de apoio, ela permite
promover a mudança para as populações mais vulneráveis. E não é raro que arraste consigo outros stakeholders
(bancos, empresas, fundações), aumentando assim as somas consagradas ao desenvolvimento.

Outro papel essencial da Ajuda Pública ao Desenvolvimento é permitir reorientar a economia de certos países
para os objetivos de desenvolvimento sustentável, ou seja, para um mundo mais justo, ecológico e igualitário.
Como toda ação pública, esta reorientação tem um custo, mas proporciona, a médio e longo prazo, imensos
benefícios.

ELA NÃO SE BASEIA APENAS EM DONATIVOS


MENU 

© Clément Tardif / AFD

Em 2018, os países doadores membros do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da Organização de


Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) consagraram 149 bilhões de dólares (132 bilhões de euros)
aos países destinatários, principalmente sob a forma de subvenções. Porém, esta não é a única maneira.

Diversos países doadores também recorrem a empréstimos, mais ou menos bonificados. Em outras palavras,
trata-se de emprestar uma soma de dinheiro a uma taxa preferencial a países ou promotores de projetos que
têm dificuldades em contrair empréstimos. Devido a essas condições preferenciais, o empréstimo implica um
custo para o credor, mesmo depois de inteiramente pago: trata-se do "equivalente-subvenção", que é
contabilizado na ajuda pública ao desenvolvimento.

Em 2018, as subvenções representaram 83% da ajuda pública mundial diretamente paga pelos países doadores
aos beneficiários (dita "bilateral"), e os empréstimos 17%.

A ajuda exterior francesa foi distribuída da seguinte maneira: 64,3% sob a forma de subvenções (7,8 bilhões de
euros), e 35,7% sob a forma de empréstimos (4,3 bilhões de euros), em 2017.

Entre os contributos contabilizados na ajuda pública ao desenvolvimento também figuram o suporte de


refugiados provenientes de países em desenvolvimento no território nacional (por um ano), a gratuitidade do
ensino superior para determinados estudantes originários desses países, o custo de certas operações de
manutenção da paz e algumas anulações de dívida.

EXISTE UMA AJUDA AO DESENVOLVIMENTO "À FRANCESA"


MENU 

© Laurent Weyl / AFD

A França, juntamente com a Alemanha, a Coreia do Sul e o Japão, faz parte dos países cuja ajuda externa
baseia-se nas subvenções e empréstimos em condições preferenciais. Os outros países (Estados Unidos, Rússia,
Suécia) contribuem essencialmente com subvenções. Os empréstimos são, sobretudo, privilégio dos bancos ditos
"multilaterais", como, por exemplo, o Banco Mundial.
Mundial.

"No caso da ajuda francesa, esta variedade de instrumentos financeiros permite responder a um maior número de
situações, que vão desde a emergência social até as necessidades econômicas, integrando ao máximo as questões
vinculadas ao meio ambiente e à governança",
governança", destaca Hubert de Milly.

A política francesa de ajuda ao desenvolvimento, tal como definida pelo Comitê Interministerial da Cooperação
Internacional e do Desenvolvimento (CICID), em fevereiro de 2018, reflete 5 prioridades: a estabilidade
internacional, o clima
clima,, a educação
educação,, a igualdade entre mulheres e homens,
homens, e a saúde
saúde..

OS ESTADOS NÃO SÃO SEUS ÚNICOS STAKEHOLDERS


MENU 

© United Nations / Flickr

Na linguagem da ajuda ao desenvolvimento, distinguem-se a ajuda diretamente passada pelo país doador ao
país beneficiário, chamada "bilateral", e a ajuda prestada pelos Estados através de contribuições em programas
de organismos internacionais, dita "multilateral".

Os principais financiadores membros do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE canalizam um


volume significativo de sua ajuda pública ao desenvolvimento (cerca de um terço) através de instituições
multilaterais: Banco Mundial, agências das Nações Unidas (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, Unicef, FAO, Alto Comissariado para os Refugiados, etc.), ou, ainda, através de fundos
verticais, como o Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e o Fundo Mundial para a Luta contra AIDS,
Tuberculose e Malária (GFATM).

Entre os bancos multilaterais, os bancos de desenvolvimento regional também desempenham um papel


importante: Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), Banco Asiático de Desenvolvimento (BAsD) ou, ainda,
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A FRANÇA TAMBÉM POSSUI UM GRANDE NÚMERO DE STAKEHOLDERS


MENU 

© Alain Goulard / AFD

Atuando, ao mesmo tempo, como agência de concessão de subvenções em nome do Estado francês e banco se
refinanciando nos mercados privados, a AFD é a principal instituição de aplicação da política de desenvolvimento
francesa.

No entanto, ela não é a única: uma dezena de outras fontes também participam do financiamento da ajuda,
entre as quais vários ministérios e autarquias locais.

Juntos, os Ministérios da Europa e das Relações Exteriores, da Economia e das Finanças, da Educação Nacional ,
e a AFD, representam 93% da ajuda francesa. Os Ministérios do Interior, das Forças Armadas, do Trabalho e da
Agricultura também exercem um papel ativo.

A AJUDA PÚBLICA É APENAS UMA PARTE DAS FINANÇAS DESTINADAS AO


DESENVOLVIMENTO
MENU 

© Nicolas Beaumont / AFD

Com 149 bilhões de dólares concedidos a nível mundial em 2018, o montante da ajuda pública ao
desenvolvimento é apenas uma parte do que chamamos as "finanças para o desenvolvimento".

Esta noção pouco precisa engloba o conjunto dos financiamentos públicos e privados, nacionais e internacionais,
disponíveis para os países em desenvolvimento: investimentos privados, ações das fundações e ONGs,
transferências de dinheiro dos cidadãos expatriados às famílias que ficaram no país. Segundo a OCDE, sozinhas,
estas últimas representaram 466 bilhões de dólares (415 bilhões de euros), em escala mundial, em 2017. Esta
diversidade de financiamentos complica a estimativa das quantias envolvidas. Supõe-se, contudo, que esta soma
gire em torno de 10000 bilhões de dólares por ano, ou 8900 bilhões de euros.

ELA SE CONCENTRA NA ÁFRICA…


©
Joseph
Moura
/ AFD

Metade da ajuda pública ao desenvolvimento destina-se aos Países Menos Desenvolvidos


(PMD), uma categoria forjada pelas Nações Unidas em 1971, para designar os países na retaguarda do
desenvolvimento e mais frágeis do planeta. Em 2019, 47 países pertenciam a esta categoria. A maioria está
situada no continente africano.

Entre os 10 primeiros países beneficiários das subvenções da AFD em 2017, figuram, logicamente, diversos PMD:
Mali, Níger, Burkina Faso e Senegal. Acrescentam-se ainda a Tunísia, a Jordânia, a Palestina e a Turquia,
principalmente para trabalhar nas problemáticas migratórias e nas consequências da crise síria. Ao todo, o
esforço financeiro global de incentivo ao desenvolvimento do Estado francês concentra-se essencialmente no
continente africano (Sahel, Oeste da África, África Central, África do Norte) e no Oriente Médio.

...E TRADUZ-SE EM MAIS CRESCIMENTO NOS PAÍSES BENEFICIÁRIOS


MENU 
Embora globalmente ainda seja difícil avaliar o impacto da ajuda pública ao desenvolvimento,
três pesquisadores da Universidade de Copenhague calcularam, num estudo publicado em
2010, que a ajuda internacional contribuía para um ponto de crescimento suplementar nos
países em desenvolvimento.

Os impactos da ajuda às populações também são medidos a partir de indicadores mais


concretos, tais como os índices de vacinação e escolarização. Os países doadores criaram mecanismos de
avaliação para medir o papel desempenhado por seu apoio financeiro. Na AFD, estas avaliações são realizadas
em parceria com organismos de pesquisa dos países onde os projetos são implementados. Na maioria das vezes,
consistem em enviar entrevistadores em campo e utilizar estatísticas locais e nacionais.

Ver também:

Cinco soluções para sociedades mais justas

ARTIGOS MAIS LIDOS

 Tráfico de chifres de rinoceronte em Moçambique: uma primeira condenação importante

 Céline Robert: "Os recursos hídricos sofrem uma pressão crescente"

VAMOS MANTER CONTATO


INSCREVA-SE PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER

Digite seu email OK

LER IGUALMENTE
MENU 

VAMOS MANTER CONTATO


INSCREVA-SE PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER

Digite seu email OK

SEDE DA AFD

5 rue Roland Barthes


75 598 PARIS CEDEX 12
FRANÇA

Plano de acesso e contato

PARA SABER MAIS

Notícias e mídia Junte-se a nós

Informações financeiras Nossos compromissos (RSO)

Réclamations environnementales et sociales Perguntas frequentes (FAQ)

A ajuda ao desenvolvimento Protection des données personnelles

Portail OpenData Termos e condições

NOSSAS REDES SOCIAIS

    
MENU 

Você também pode gostar