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A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) designa o conjunto de financiamentos concedidos pelos stakeholders
públicos dos países mais ricos para melhorar as condições de vida nos países de renda baixa e média. Porém,
nem sempre seus contornos são conhecidos... Olhar sobre algumas de suas sutilezas.
Melhorar o acesso à água, à saúde e a uma educação de qualidade, proteger a biodiversidade ou combater as
alterações climáticas são objetivos capitais, tanto para as populações dos países em desenvolvimento, como
para a estabilidade internacional. Exceto que tais projetos nem sempre interessam os investidores públicos e
privados, que os consideram arriscados demais ou não prioritários. " A esfera financeira internacional não tem
grande interesse pelos países de baixa renda e os setores sociais",
sociais", constata Hubert de Milly, expert na área de APD na
Agence Française de Développement (AFD).
É aí que a Ajuda Pública ao Desenvolvimento entra em ação. Ao suprir a falta de financiamento em certos
setores e áreas negligenciados, através de donativos, empréstimos ou outras formas de apoio, ela permite
promover a mudança para as populações mais vulneráveis. E não é raro que arraste consigo outros stakeholders
(bancos, empresas, fundações), aumentando assim as somas consagradas ao desenvolvimento.
Outro papel essencial da Ajuda Pública ao Desenvolvimento é permitir reorientar a economia de certos países
para os objetivos de desenvolvimento sustentável, ou seja, para um mundo mais justo, ecológico e igualitário.
Como toda ação pública, esta reorientação tem um custo, mas proporciona, a médio e longo prazo, imensos
benefícios.
Diversos países doadores também recorrem a empréstimos, mais ou menos bonificados. Em outras palavras,
trata-se de emprestar uma soma de dinheiro a uma taxa preferencial a países ou promotores de projetos que
têm dificuldades em contrair empréstimos. Devido a essas condições preferenciais, o empréstimo implica um
custo para o credor, mesmo depois de inteiramente pago: trata-se do "equivalente-subvenção", que é
contabilizado na ajuda pública ao desenvolvimento.
Em 2018, as subvenções representaram 83% da ajuda pública mundial diretamente paga pelos países doadores
aos beneficiários (dita "bilateral"), e os empréstimos 17%.
A ajuda exterior francesa foi distribuída da seguinte maneira: 64,3% sob a forma de subvenções (7,8 bilhões de
euros), e 35,7% sob a forma de empréstimos (4,3 bilhões de euros), em 2017.
A França, juntamente com a Alemanha, a Coreia do Sul e o Japão, faz parte dos países cuja ajuda externa
baseia-se nas subvenções e empréstimos em condições preferenciais. Os outros países (Estados Unidos, Rússia,
Suécia) contribuem essencialmente com subvenções. Os empréstimos são, sobretudo, privilégio dos bancos ditos
"multilaterais", como, por exemplo, o Banco Mundial.
Mundial.
"No caso da ajuda francesa, esta variedade de instrumentos financeiros permite responder a um maior número de
situações, que vão desde a emergência social até as necessidades econômicas, integrando ao máximo as questões
vinculadas ao meio ambiente e à governança",
governança", destaca Hubert de Milly.
A política francesa de ajuda ao desenvolvimento, tal como definida pelo Comitê Interministerial da Cooperação
Internacional e do Desenvolvimento (CICID), em fevereiro de 2018, reflete 5 prioridades: a estabilidade
internacional, o clima
clima,, a educação
educação,, a igualdade entre mulheres e homens,
homens, e a saúde
saúde..
Na linguagem da ajuda ao desenvolvimento, distinguem-se a ajuda diretamente passada pelo país doador ao
país beneficiário, chamada "bilateral", e a ajuda prestada pelos Estados através de contribuições em programas
de organismos internacionais, dita "multilateral".
Atuando, ao mesmo tempo, como agência de concessão de subvenções em nome do Estado francês e banco se
refinanciando nos mercados privados, a AFD é a principal instituição de aplicação da política de desenvolvimento
francesa.
No entanto, ela não é a única: uma dezena de outras fontes também participam do financiamento da ajuda,
entre as quais vários ministérios e autarquias locais.
Juntos, os Ministérios da Europa e das Relações Exteriores, da Economia e das Finanças, da Educação Nacional ,
e a AFD, representam 93% da ajuda francesa. Os Ministérios do Interior, das Forças Armadas, do Trabalho e da
Agricultura também exercem um papel ativo.
Com 149 bilhões de dólares concedidos a nível mundial em 2018, o montante da ajuda pública ao
desenvolvimento é apenas uma parte do que chamamos as "finanças para o desenvolvimento".
Esta noção pouco precisa engloba o conjunto dos financiamentos públicos e privados, nacionais e internacionais,
disponíveis para os países em desenvolvimento: investimentos privados, ações das fundações e ONGs,
transferências de dinheiro dos cidadãos expatriados às famílias que ficaram no país. Segundo a OCDE, sozinhas,
estas últimas representaram 466 bilhões de dólares (415 bilhões de euros), em escala mundial, em 2017. Esta
diversidade de financiamentos complica a estimativa das quantias envolvidas. Supõe-se, contudo, que esta soma
gire em torno de 10000 bilhões de dólares por ano, ou 8900 bilhões de euros.
Entre os 10 primeiros países beneficiários das subvenções da AFD em 2017, figuram, logicamente, diversos PMD:
Mali, Níger, Burkina Faso e Senegal. Acrescentam-se ainda a Tunísia, a Jordânia, a Palestina e a Turquia,
principalmente para trabalhar nas problemáticas migratórias e nas consequências da crise síria. Ao todo, o
esforço financeiro global de incentivo ao desenvolvimento do Estado francês concentra-se essencialmente no
continente africano (Sahel, Oeste da África, África Central, África do Norte) e no Oriente Médio.
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