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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

O Construtivismo e os Novos Paradigmas no Contexto Educacional

Adérito João Baptista - 705202156

Curso: Licenciatura em ensino Português


Disciplina: Didáctica de Português III
Ano de Frequência: 4o ano

Chiure, Abril de 2023


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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Objectivos........................................................................................................................................3

Metodologia.....................................................................................................................................3

1. O Construtivismo e os Novos Paradigmas no Contexto Educacional..................................4

1.1. Pedagogia Tradicional e o Processo Ensino-Aprendizagem.............................................4

1.2. Repercussão Do Construtivismo Dialéctico Para A Prática Ensino-Aprendizagem............5

1.3. Planeamento na Visão Construtivista...................................................................................6

1.4. Paradigma Educacional Emergente......................................................................................7

1.5. A Escola e Novos Paradigmas..............................................................................................7

1.6. Diferenças entre uma prática tradicional e uma prática construtivista.....................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referência Bibliográfica................................................................................................................10
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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Didáctica do Português III cinge-se na busca de conhecimentos


teóricos já consignados por autores e cientistas sobre o construtivismo e os novos paradigmas no
contexto educacional. Sabe-se que abordar essa temática sobre Paradigma Educacional poderá
despertar nos docentes um olhar inovador para a construção do saber, poderá também
desenvolver um currículo flexível para que a educação acompanhe as transformações de uma
sociedade mais igualitária, que pode ser pesquisado no referencial teórico que fundamentam essa
pesquisa.

O construtivismo aproxima o sujeito aprendente de seu meio e do outro (pares), favorecendo os


movimentos de socialização. Engaja os atores do processo ensino-aprendizagem em iniciativas
de reflexão acerca da prática pedagógica, seus conteúdos e as relações decorrentes (‘aluno-
saber’, ‘saber-meio’ e ‘aluno-meio’).

Objectivos

Geral:

 Compreender o construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional.

Específicos:
 Analisar as diferenças básicas entre “classes tradicionais” e “classes construtivistas”
 Explicar o significado do construtivismo bem como a prática quotidiana do papel do
professor

Metodologia

Para a concretização do respectivo trabalho de pesquisa, a metodologia usada foi de consulta


bibliográfica que constituiu na leitura e análise das diferentes informações de diversas obras que
se debruçaram sobre o tema acima mencionado.
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1. O Construtivismo e os Novos Paradigmas no Contexto Educacional


1.1. Pedagogia Tradicional e o Processo Ensino-Aprendizagem
Na pedagogia tradicional, o ambiente institucional e a sala de aula, geralmente, apresentam uma
organização hierarquizada, de cima para baixo, unidireccional e baseada em conhecimentos
preditos (Matui, 1995).

Os conteúdos são reproduzidos e transmitidos em ‘pacotes de verdade’, sem espaço para


problematização ou qualquer outra forma de actuação mais proactiva dos aprendentes (Granville,
2007).

Monocular e linear, as práticas baseadas nessa orientação institucionalizam ‘fazeres’,


cristalizando estruturas e relações de poder notadamente assimétricas, reproduzindo e
perenizando disfunções económicas e sociais (Vasconcelos; França; Santos, 2013).

Todavia, cumpre-nos ressaltar que o processo ensino-aprendizagem não restringe os educadores


à prática de estratégias baseadas na transmissão e recepção passiva do conhecimento. As
escolhas do educador o aprisionam.

A aprendizagem ocorre ininterruptamente nas fases de síncrese (percepção concreta da


realidade), análise e síntese (atribuição de sentido à totalidade), o que amplia os espaços e
possibilidades das práticas pedagógicas (Freire, 1996; López, 1994).

O modelo tradicional, ainda presente em nossos dias, tem como característica enaltecer o papel
do professor ante a dependência do discente. “Quanto mais se exercitem os educandos no
arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência
crítica de que resultaria a sua inserção no mundo como transformador dele, como sujeitos”
(Freire, 1996).

A docência tradicional, reflectindo um raciocínio metafísico, baseada na mera transmissão de


conhecimentos, consagra posições estáticas e verdades questionáveis, mantendo-se alheia aos
movimentos sociais (numa ampla acepção). Com efeito, promovem cisões entre teoria e prática,
entre o certo e o diferente, entre objecto de aprendizagem e a realidade social, entre o técnico e o
científico, entre o profissional e o académico, sem despontar situações de complementaridade.
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Matui (1995, p. 9) destaca que, “Infelizmente, a grande maioria das práticas pedagógicas tem
uma visão fixista e maniqueísta do mundo”. Promover divisões, em lugar de ‘classificações
transitórias’, enseja uma segregação que perpassa os muros institucionais, o que remete a uma
reflexão pertinente acerca da ‘mensagem subliminar’ (atitudinal, comportamental e moral)
comunicada aos discentes nas instituições de ensino.

1.2. Repercussão Do Construtivismo Dialéctico Para A Prática Ensino-Aprendizagem

Definir o construtivismo é desafiante porque compreende e acomoda diferentes leituras. Os


construtivistas cunharam seus entendimentos em cenários, cultura e épocas distintas, alicerçados
em estudos sistematizados, ou meramente, em impressões, experiências e pontos de vista. A
convergência da análise desse mosaico de entendimentos é que o sentido filosófico do ‘fazer’
construtivista descontrói paradigmas enraizados na sociedade, colocando em reflexão a
qualidade das práticas pedagógicas sob o prisma da autonomia, dignidade e autodeterminação do
educando.

De facto, “[...] os construtivistas recusam a concepção de uma natureza humana universal,


essencial e estática, herança da metafísica tradicional, já que o ser humano se faz e se refaz pela
interacção social e por sua acção sobre o mundo” (Aranha, 2006, p. 275).

O referencial construtivista, opondo-se frontalmente ao objectivismo, desafia e desacomoda


crenças, desinstalando comandos prescritivos, resgatando o sentido primordial da educação:
organizar a relação do homem com o ambiente, a fim de proporcionar condições de
desenvolvimento e promovê-lo culturalmente. Nesse entendimento, promover o homem implica
reconhecê-lo como sujeito histórico, dotado de autonomia no comando do processo de
elaboração do conhecimento, ressaltando sua capacidade de problematização e intervenção
(Saviani, 2007).

“O construtivismo realça justamente a capacidade adaptativa da inteligência e da afectividade,


dando condições para que o processo de amadurecimento não seja ilusório, o que acontece
quando resulta de pressões externas sem a ‘gestação’ por parte do sujeito” (Aranha, 2006, p.
276).
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O pensamento construtivista não trata o conhecimento como absoluto porque reconhece os


movimentos de continuada transformação. O mundo é interpretado pelo sujeito cognoscente sob
um ponto de vista histórico-sociocultural, o que pressupõe redesenhos peculiares da realidade
investigada.

“O conhecimento se origina na interacção do sujeito com a realidade ou desta com o sujeito, seja
ela a realidade física, social ou cultural” (Moraes, 2000, p. 116).

Ao professor cabe, somente, compartilhar experiências, cooperar, mediar, orientar e facilitar a


organização de conteúdos à luz do conhecimento já desenvolvido (sedimentado) (Beltrán, 1993;
Berger; Luckmann, 2001; García; Cubero, 2000).

1.3. Planeamento na Visão Construtivista

Segundo Ferrari (2011), a construção do conhecimento pelo construtivismo tem uma lógica
individual com interacção social, na escola ou fora dela, ou seja, a criança passa por etapas, com
avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo, transformando e construindo
o conhecimento. O tempo necessário para transpor as etapas da formação do saber é muito
variável para cada indivíduo.

O papel do professor está em compreender as necessidades do aluno num buscar de meios para
que ocorra a assimilação do processo de ensino- aprendizagem. Nesse sentido, o construtivismo
poderá atender esses meios não só às séries iniciais do ensino fundamental, como também nas
séries finais e para a vida toda. Poderá também enriquecer o planeamento pedagógico como
suporte a garantir a promoção do trabalho docente, respeitando os saberes próprios de cada
criança, os conhecimentos prévios do seu mundo e do seu quotidiano, e de como fazer para que
eles o internalizem, portanto, tem seu próprio tempo de compreender nesse longo processo que
busca formar não apenas cidadãos, mas seres humanos que garantam a plenitude do futuro de
nossa sociedade.

O professor ou professora, ao adentrar a sala de aula para ministrar os conteúdos curriculares,


adoptando o construtivismo como técnica predominante em sua didáctica, deve ter como máxima
o respeito à evolução nos processos de aprendizagem de cada criança, compreendendo que cada
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uma tem seu próprio tempo de assimilação e acomodação do conhecimento; além disso, cada
indivíduo encerra dentro de si um conhecimento prévio no caso uma hipótese, que precisa ser
respeitado, resgatado externalizado e que deve ser utilizado no processo formal do ensino-
aprendizagem (Ferrari, 2011).

1.4. Paradigma Educacional Emergente

A inovação ordem científica emergente teria, pois, o seguinte perfil que por caminho
especulativo, é denominado pelo autor como “um conhecimento prudente para uma vida
decente”. Isto é, o paradigma emergente não é apenas um paradigma científico (o paradigma de
um conhecimento prudente), mas também é um paradigma social (o paradigma de uma vida
decente) (Souza, 1987).

O paradigma emergente e a prática pedagógica são uma obra de grande contribuição para os
estudiosos da Educação, pois, através de uma leitura de fácil compreensão, leva-nos a analisar as
especificidades dos paradigmas, conservadores e inovadores, contrapondo-os, e nos mostra a
necessidade de ultrapassar a reprodução do conhecimento. Nessa perspectiva, apresenta uma
nova proposição metodológica onde o professor torna-se articulador do processo pedagógico,
actuando em parceria com os alunos, instigando-os a buscar e investigar novos caminhos
motivando a revolução nos meios académicos reprodutivos (Souza, 1987).

De acordo com Souza (1987), ao final do Século XX, vivemos o dilema das sombras, sombras
estas que, em princípio, vêm de um passado a que ora pensamos não pertencer, ora pensamos
ainda não ter abandonado. Sombras também que vêm do futuro, ao qual ora pensamos já
pertencer, ora pensamos nunca virmos a viver.

1.5. A Escola e Novos Paradigmas

As escolas hoje já não são mais a única detentora da informação e do conhecimento, mas cabe a
ela preparar seu aluno para viver em uma sociedade em que a informação é disseminada em
grande velocidade. Uma prática ainda comum nas escolas é a utilização dos paradigmas
conservadores como método de ensino. No entanto, numa sociedade em constante mudança e na
qual o desenvolvimento tecnológico tem atingido até as camadas mais subordinadas, torna-se
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questionável o emprego de metodologias que exijam do aluno mera passividade e não lhe
permitam o desenvolvimento da autonomia, já que o professor não é mais o único detentor do
conhecimento ao qual se tem acesso. É aí que se impõe a necessidade de mudança em alguns
antigos paradigmas. Não cabe mais ao professor o papel de “transmissor de conhecimento” mais
sim o de “facilitador da aprendizagem”. É preciso tirar o foco do produto final a prova, o
trabalho, a apresentação, o relatório, a nota e passar a considerar o processo.

Educação Contemporânea pode ser conceito construtivista que integra a educação


contemporânea, a ideia sócio-interacional, onde prepara o aluno para se relacionar com o meio,
tendo suas próprias produções e concepções. Um grupo pode precisar ir à biblioteca, outra
precisa ir ao laboratório, outro precisa usar o computado e internet. Em resumo, precisam testar
as hipóteses e verificar as dúvidas. Se o professor responde, ele tende a “facilitar” as coisas.

1.6. Diferenças entre uma prática tradicional e uma prática construtivista


Classes tradicionais Classes construtivistas
Currículo apresentado da parte para o todo, Currículo apresentado do todo para a parte,
com ênfase nas aptidões básicas; com ênfase nos grandes conceitos;
Estrita aderência ao currículo estabelecido é Busca das perguntas dos alunos é altamente
altamente valorizada; valorizada;
Actividades curriculares contam Actividades curriculares baseadas em fontes
fundamentalmente com livros/textos e primárias de dados e materiais manipulativos;
cadernos de exercícios;
Estudantes são vistos como “tábua rasa”, nas Os alunos são vistos como pensadores com
quais as informações são gravadas pelo teorias emergentes sobre o mundo;
professor;
Os professores agem de uma forma didáctica, Os professores agem de uma maneira
transmitindo informações para os alunos; interactiva, sendo mediadores entre o ambiente
e os alunos;
Fonte: Vunguire, (s/d:62-63)
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Conclusão

Nessa perspectiva, o professor necessita se modificar a partir dos desapegos do passado,


corresponder às necessidades da contemporaneidade no sentido de adaptação e adequação na
mudança de sua prática. É impossível citar a educação no contexto actual, sem fazer uma
contextualização com a educação em tempos passados, reflectindo numa nova construção teórica
pedagógica na visão da natureza construtivista para desenvolver a autonomia, a autocrítica, a
certeza de estar contribuindo dentro da formação profissional e nas mudanças no paradigma
educacional.

O ‘pensamento construtivista’ não apassiva o aprendiz, tratando-o como um depósito de


informações ou arquivo de predisposições inatas. Ao contrário, promove a importância do
aproveitamento de sua expertise e conhecimentos prévios, essencial à ressignificação e
contextualização dos conteúdos. Igualmente, não supervaloriza o professor, desafiando-o à
repensar sua prática pedagógica e estratégias, de modo a facilitar a aprendizagem.
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Referência Bibliográfica
Aranha, Maria Lúcia de Arruda. (2006). História da educação e da pedagogia. São Paulo
Moderna.

Beltrán, J. (1993). Procesos, estrategias y técnicas de aprendizaje. Madrid: Síntesis.

Berger, P.L. (2001). Luckmann, T. La construcción social de La realidad. Madrid: Amorrortu.

Ferrari, Márcio. (2011). Emília Ferreiro. Revista Educar e Crescer.

Freire, P. (1996), Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996. (Colecção Leitura).

García, J.E.; Cubero, R. (2000). Constructivismo y formación inicial del profesorado.


Investigación em La Escuela.

Graville, M. A. (2007). Teorias e práticas na formação de professores. Campinas, SP: Papirus.

Moraes, R. (2000). É possível ser construtivista no ensino de Ciências? In: MORAES, R. (Org.).
Construtivismo e ensino de Ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. Porto
Alegre: EDIPUCRS.

Saviani, D. (2007). Educação: do senso comum à consciência filosófica. Campinas, SP: Autores
Associados.

Vasconcelos, Y.L.; França, S.M.; Santos, F.M. (2013). Estratégias de ensino aplicáveis na
educação a distância. UNOPAR Científica Ciências Humanas e Educação, Londrina.

Franze, Baptista & Vuinguire, G. Fernando, Didáctica de Língua Portuguesa III, UCM-CED

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