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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Lei como fonte do Direito Constitucional e


Constituição no sentido formal e material

Beira, Novembro, 2022

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Lei como fonte do Direito Constitucional


e
Constituição no sentido formal e material

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Direito Constitucional, Publico e
Privado
Ano de frequência: 2° Ano
Turma:

Docente: Mestre Hélder Lourenço

Beira, Novembro, 2022

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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia

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Folha de Feedback dos tutores:
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Índice

1. Introdução...............................................................................................................................6

1.2. Objectivos............................................................................................................................7

1.2.1. Objectivo geral..................................................................................................................7

1.2.2. Objectivos específicos......................................................................................................7

1.3. Metodologia.........................................................................................................................7

2. Lei como fonte do Direito Constitucional, constituição no sentido formal e material...........8

2.1. Principais fontes de Direito do Direito Constitucional........................................................8

2.2. Lei como fonte do Direito Constitucional...........................................................................9

2.3. Constituição no sentido formal e material.........................................................................10

3. Conclusão..............................................................................................................................12

Referências Bibliográficas........................................................................................................13

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1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de
Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de
Direito Constitucional, Publico e Privado. Entretanto, tem como objectivo geral Conhecer a
Lei como fonte do Direito Constitucional, constituição no sentido formal e material. Direito
constitucional é o ramo do direito público dedicado a estudar as normas constitucionais,
interpretando as normas de organização dos poderes e dos direitos fundamentais. Resulta da
formulação das Constituições dos Estados-nações. Portanto, este tema possui grande
relevância, uma vez que a Constituição é o documento que estabelece o Estado, sendo,
portanto, parâmetro para todas as demais legislações e entendimentos jurídicos com vigência
no Estado constituído. Para viver, o ser humano precisa aprender a conviver. Socialmente,
não é bom que o humano procure agir de maneira solitária, acreditando que seu pensamento é
exclusivo. O trabalho apresenta-se estruturado em 4 partes onde: 1ª parte inclui introdução, a
2ª é apresentado o desenvolvimento, a 3ª parte é apresenta a conclusão, finalmente a 4ª parte
apresenta as referências bibliográficas.

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral

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 Conhecer a Lei como fonte do Direito Constitucional, constituição no sentido formal e
material.

1.2.2. Objectivos específicos


 Identificar as fontes do direito constitucional;
 Conhecer a Constituição no sentido formal e material.

1.3. Metodologia
A elaboração do presente trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica com base na
literatura técnica nacional e internacional, na busca de informações em diversas páginas da
Internet sobre o assunto.

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2. Lei como fonte do Direito Constitucional, constituição no sentido formal e material

Segundo Machado (2002), direito constitucional Ramo do Direito Público que estuda os
princípios indispensáveis à organização do Estado, à distribuição dos poderes, os órgãos
públicos e os direitos individuais e coletivos.

Origem O Direito Constitucional, enquanto ramo do Direito que estuda os princípios


necessários e indispensáveis à estruturação da vida do Estado, teve como origem a
Assembléia Nacional Constituinte da França de 26/09/1791, que determinou a obrigatoriedade
do ensino da Constituição para os estudantes franceses.

2.1. Principais fontes de Direito do Direito Constitucional


Miranda, (1996), organização das fontes do direito não é igual nos diferentes países, nos
diferentes sistemas jurídicos e nas diferentes épocas históricas; isto é, cada Direito Objectivo
(francês, moçambicano, Zimbabweano, etc) define por si próprio os seus modos de criação, de
produção e de revelação e eficácia; ou seja, cada País define por si próprio as fontes de direito
que aceita.
Contudo existem as fontes que são aceites pela maioria dos sistemas constitucionais,
designadamente, a lei, o costume e a jurisprudência, como ensina Jorge Miranda,
“necessariamente, por razões de coerência e tendo em conta a observação da vida jurídica, lei,
costume e jurisprudência encontram-se presentes no Direito Constitucional no sistema
constitucional de qualquer país aparecem, pois, sempre normas vindas de lei, de costume e de
jurisprudência; o que variam são o grau e a articulação entre elas”.

Entretanto, a por razões políticas e ideológicas, que determinaram o triunfo da lei sobre o
costume, a Constituição formal oriunda do século XVIII, tinha como única fonte, a lei. Já a
Constituição britânica, portanto, do sistema de common law, está basicamente assente no
costume. Porém, não há registo histórico de uma constituição formal assente na
jurisprudência, apesar da Constituição dos Estados Unidos das Américas ter se devido e se
manter, em grande medida, graças ao trabalho dos juízes. De todo o modo, o reconhecimento
dos elementos jurisprudenciais e consuetudinários na Constituição formal não é pacífico.

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2.2. Lei como fonte do Direito Constitucional
A palavra lei comporta vários níveis de significação que vamos resumi-los em três,
nomeadamente, o sentido amplo, o sentido intermédio e o sentido restrito.

Sentido amplo: significa princípio ou princípios que regem todos os seres, ou qualquer
princípio que disciplina qualquer ser. Este termo abarca as leis da natureza (leis físicas), as
leis normativas (que constituem o direito positivo) e quaisquer espécies de regras (morais,
religiosas, etc ).

Sentido intermédio: lei é sinónimo de direito na medida em que significa qualquer regra
jurídica. Corresponde à totalidade de normas jurídicas existentes numa certa sociedade.

Sentido restrito: lei significa fontes de direito; modo de criação, formação e revelação, de
aquisição de eficácia das normas jurídicas, tal como se define no artigo 1 n°2 do Código Civil
de Moçambique, “Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos órgãos
estaduais competentes”.

A lei, como fonte de direito, entende-se a formação das normas jurídicas, por via de uma
vontade a ela dirigida, dimanada de uma autoridade social ou de um órgão com competência
para esse efeito. Esse órgão pode ser, por exemplo, a Assembleia da República, o Conselho de
Ministros ou o Ministro. Uma das características que distingue a lei das outras fontes de
direito, é que:
 Ela é criada e revelada por um órgão com competência pré-definida para o efeito;
 Sua produção representa uma vontade ou intenção de criação, a intenção normativa. O
sentido que nos interessa é o restrito.

Para Machado (2002), assim conceitua a fonte do direito: a fonte de uma coisa é o lugar de
onde surge essa coisa. O lugar de onde ela nasce. Assim, a fonte do Direito é aquilo que o
produz, é algo de onde nasce o Direito. Para que se possa dizer o que é fonte do Direito é
necessário que se saiba de qual direito. Se cogitarmos do direito natural, devemos admitir que
sua fonte é a natureza humana.

Ainda segundo o mesmo autor, fonte constitui o lugar de onde surge o direito, ou seja, sempre
que se tratar de fonte do direito deve-se entender o seu ponto de partida, o seu início. Se num
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determinado povo, por exemplo, as pessoas costumam fazer algo que venha a culminar numa
lei, a sua fonte é entendida como o costume daquele determinado povo, pois o diferencia dos
outros povos e, sem esse costume, essa lei não surgiria.

Segundo Del (1972), fonte de direito in genere é a natureza humana, ou seja, o espírito que
reluz na consciência individual, tornando-se capaz de compreender a personalidade alheia,
graças à própria. Desta fonte se deduzem os princípios imutáveis da justiça e do Direito
Natural. Assim, pode-se entender que os princípios e valores morais que atingem um dado
povo é fonte do direito, partindo da consciência individual de cada pessoa, sendo que cada
povo possui a sua cultura e seus costumes.

Para Kelsen (2003), o ordenamento jurídico não é, portanto, um sistema jurídico de normas
igualmente ordenadas, colocadas lado a lado, mas um ordenamento escalonado de várias
camadas de normas jurídicas”. Até meados do século XVIII, as Constituições eram
costumeiras, baseadas nas tradições, hábitos e costumes do povo, e, também, baseadas em leis
e documentos esparsos, como por exemplo, a Magna Carta inglesa, de João Sem Terra, de
1215, que consubstanciou o acordo entre o Rei e o baronato revoltado com os amplíssimos
poderes do Monarca sobre tudo e sobre todos.

Para Bobbio (1998), o problema fundamental do Estado constitucional moderno, que se


desenvolve como uma antítese do Estado absoluto, é o dos limites do poder estatal. O
constitucionalismo moderno, cujo nascimento coincidiu com o nascimento do Estado Liberal,
decorreu, assim, da idéia e da necessidade de submeter o Estado ao Direito, limitando as suas
funções, estabelecendo a segurança nas relações jurídicas e garantindo a proteção do
indivíduo contra o Estado. É que o Estado, antes das revoluções a que nos referimos, era
absoluto. O soberano tudo podia e não se subordinava a ninguém.

2.3. Constituição no sentido formal e material

Constituição quanto ao conteúdo: material e formal: Constituição material é o conjunto de


regras constitucionais esparsas, codificadas ou não em um único documento; Constituição
formal consubstancia-se em um conteúdo normativo expresso, estabelecido pelo poder
constituinte originário em um documento solene que contém um conjunto de regras jurídicas
estruturais e organizadoras dos órgãos supremos do Estado.

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A diferença entre sentido material e sentido formal da Constituição é que nesta temos a
existência estatal reduzida à sua expressão jurídica formalizada através da codificação solene
das normas constitucionais. Quanto à forma: escrita e não escrita Constituição escrita é o
conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento para fixar-se a
organização fundamental. Caracteriza-se por ser a lei fundamental de um povo, colocada no
ápice da pirâmide das normas legais, dotada de coercibilidade. Todas as Constituições
brasileiras foram escritas, desde a Carta Imperial até a Constituição de 1988. Constituição não
escrita é o conjunto de normas constitucionais esparsas, baseado nos costumes, na
jurisprudência e em convenções. Exemplo: Constituição inglesa.

Quanto à estabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas Constituição imutável é


aquela onde é vedada qualquer modificação. Essa imutabilidade pode ser, em alguns casos,
relativa, quando prevê a assim chamada limitação temporal, consistente em um prazo em que
não se admitirá qualquer alteração do legislador constituinte reformador.

Constituição rígida é aquela escrita, mas que pode ser alterada através de um processo
legislativo mais solene e com maior grau de dificuldade do que aquele normalmente utilizado
em outras espécies normativas. Exemplo: Constituição brasileira de 1988 (Ver artigo 60 –
Emendas à Constituição). Constituição flexível é aquela em regra não escrita e que pode ser
alterada pelo processo legislativo ordinário, sem qualquer outra exigência ou solenidade.
Constituição semi-rígida ou semiflexível é aquela que pode ter algumas de suas regras
alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente podem sê-las por um
processo legislativo mais solene e com maior grau de dificuldade.

Moraes (2001), entende que a Constituição brasileira de 1988 é superrígida, porque “em regra
poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, em
alguns pontos é imutável (CF, art. 60, § 4ocláusulas pétreas)” Quanto à sua extensão e
finalidade: analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias) Constituição analítica é
aquela que examina e regulamenta todos os assuntos relevantes à formação, destinação e
funcionamento do Estado.

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3. Conclusão

Concluindo, acreditamos que o estudo do Direito Constitucional é enorme. Basta ver que
todos os outros ramos do fenômeno jurídico estão entrelaçados. O Direito Constitucional é
uma disciplina síntese, pois nela visualizamos as conexões do fenômeno jurídico em sua total
plenitude. E por fim, o Direito Constitucional consegue demonstrar que se trata de uma área
do conhecimento onde podemos compreender a organização do Estado e seu funcionamento.

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Referências Bibliográficas

1. Bobbio, Norberto. (1998). Direito e Estado no Pensamento de Emanuel Kant. Brasília:


UNB, Rio de Janeiro: Lúmen Júris.

2. Del Vecchio, George. (1972). Lições de Filosofia do Direito. Trad. António José Brandão.
4. E. Coimbra: Arménio Amado.

3. Kelsen, Hans. (2003). Teoria pura do direito. Revista dos Tribunais, São Paulo, p. 103.

4. Machado, Hugo de Brito. (2000). Uma Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo:
Dialética.

5. Miranda, Jorge. (1996). Manual de direito constitucional: constituição e


inconstitucionalidade. Tomo II, 3ª edição, Coimbra Editora, pp.111A

Moraes, Alexandre de. (2001). Direito constitucional. São Paulo: Atlas, p. 37. 21 2.

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