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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distancia

A liberdade como condição para a imputabilidade do indivíduo perante a execução de


um acto ético

Discente: Adélia Ernesto Massuanganhe


Código: 708201067

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Turma: A
Disciplina: Biogeografia
Ano de frequência: 3º ano

Docente: Dr. José Moisés Nassone

Chimoio, Julho de 2022


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)
Padrões Classificação
Categorias Indicadores Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
Capa 0,5
Índice 0,5
Estrutura Aspectos Introdução 0,5
organizacionais Discussões 0,5
Conclusão 0,5
Bibliografia 0,5
Contextualização
(Indicação clara do 1,0
Introdução problema)
Descrição dos objetivos 1,0
Metodologia adequada
ao objecto do trabalho 2,0
Articulação e domínio 2,0
do discurso académico
(expressão e escrita
cuidada, coerência e
coesão textual)
Conteúdo Análise e Revisão bibliográfica 2,0
discussão nacional e internacionais
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2,0
Contributos 2,0
Conclusão teóricos/práticos
Paginação, tipo e 1,0
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação parágrafos e
espaçamento entre linhas
Normas APA Rigor e coerência das
Referencias 6ª edição em citações/referencias
bibliográficas citações e bibliográficas 4,0
bibliografia
Total - - 20 -

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Folha para recomendações (a ser preenchida pelo tutor)
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Índice
Critérios de avaliação (disciplinas teóricas) ................................................................................. i

Folha para recomendações (a ser preenchida pelo tutor) ............................................................. ii

I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral .............................................................................................................................. 2

1.1.2. Específicos .................................................................................................................... 2

1.2. Metodologias .................................................................................................................... 2

II. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 3

2.1. Liberdade e imputabilidade............................................................................................... 3

2.2. Relação entre Liberdade e imputabilidade ........................................................................ 3

2.3. Conhecimento e liberdade como legitimadores da imputabilidade .................................. 4

2.4. Condição primordial da ação (ou acto) ............................................................................. 4

2.5. Liberdade nula .................................................................................................................. 5

2.6. Liberdade em tempos modernos ....................................................................................... 5

III. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 6

IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 7

iii
A liberdade como condição para a imputabilidade do indivíduo perante a execução de um acto ético

I. INTRODUÇÃO
Entende-se por culpabilidade o juízo de reprovação pessoal realizado sobre determinada
conduta ilícita praticada pelo agente, sujeito ativo do delito. Adotada atualmente por nossa
legislação penal a Teoria Normativa Pura, defendida pela Escola Finalista, aponta que a
culpabilidade não é requisito do crime, mas pressuposto de aplicação da pena (LECLERQ, 1996).

A imputabilidade é a capacidade de culpabilidade, ou seja, a possibilidade de se atribuir,


imputar o facto típico e ilícito ao agente (MORAIS, 2019). Conforme nos ensina Sanzo Brodt: “A
imputabilidade é constituída por dois elementos: o primeiro intelectual, que é a capacidade de
entender o acto ilícito do facto; e o volitivo que é a capacidade de determinar-se sobre esse
entendimento”.

Dispõe o Código Penal as causas que excluem a imputabilidade o agente que por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que o era, à época da ação ou omissão,
totalmente incapaz de discernir o caráter ilícito do facto, ou ainda, de determinar-se quanto a este
entendimento. Diante do caput apresentado, nota-se dois critérios para a conclusão da
inimputabilidade do agente: biológico (existência de doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado); e psicológico (absoluta capacidade, ao tempo da acção ou omissão,
entender o caráter ilícito do facto ou determinar-se de acordo com esse entendimento)
(NETO,2022).

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A liberdade como condição para a imputabilidade do indivíduo perante a execução de um acto ético

1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
• Estudar a liberdade como condição para a imputabilidade do indivíduo perante a execução
de um acto ético.
1.1.2. Específicos
1. Conceituar a liberdade e imputabilidade;

2. Conhecer a relação entre liberdade e imputabilidade;


3. Descrever o conhecimento e liberdade como legitimadores da imputabilidade.

1.2.Metodologias
Para elaboração, resposta dos temas propostos e alcance dos objectivos preestabelecidos, o presente
trabalho foi realizado com base na pesquisa de gênero revisão bibliográfica, usando livros, artigos
científicos, pdf disponibilizados na internet para fins académicos, matérias estes que de certa forma
facultaram informações necessárias para a compilação do presente trabalho cujas referências das
citações aqui presentes constam nas referências bibliográficas (ultima página do mesmo trabalho).

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II. REFERENCIAL TEÓRICO


2.1.Liberdade e imputabilidade
A liberdade é um dos valores que mais aprecia-se (LECLERQ, 1996). Sente-se mais
entusiasmados e felizes quando tem-se liberdade para escolher o caminho – seja ele amoroso,
profissional ou religioso. Sabe-nos bem saber que pode-se escolher onde quer-se viver, com quem
quer-se viver, como é que quer-se viver (MORAIS, 2019). Sabe-nos bem poder-se decidir se
quere-se uma relação de compromisso ou uma série de relações descomprometidas, se quer-se ou
não ter filhos (NETO,2022). Gosta-se da ideia de ser donos do de sí e de poder-se escolher o modelo
do nosso carro, a forma como veste-se ou aquilo que come-se (MACKEIVICZ, 2010).

O conceito de liberdade, na filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de


submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano
(NETO,2022). De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito
racional (MORAIS, 2019). A liberdade é um principio constituite para que o ser humano possa ser
julgado acerca de sua imputabilidade em seus actos (MACKEIVICZ, 2010). A liberdade qualifica
os actos humanos.

2.2.Relação entre Liberdade e imputabilidade


A relação que existe entre liberdade e imputabilidade moral é uma relação de
complementaridade, em que estão ligados entre si (LECLERQ, 1996). Sendo assim, pode-se
questionar sobre os actos humanos, acerca de sua moralidade e sobre a imputabilidade do homem
por seus actos. LECLERQ1 afirma que: “[...] os actos só têm caráter moral na medida em que nele
intervém a liberdade; e seu caráter moral diminui na proporção que diminui a intervenção do livre-
arbítrio”. Logo, a moralidade dos actos consiste em fazer o uso da liberdade (MORAIS, 2019).
Quando a liberdade é privada, não há imputabilidade moral (NETO,2022). Portanto, o homem é
responsável pelos actos que pratica com liberdade.

VASQUEZ (1996, p. 91) complementa:

... Actos propriamente morais são aqueles nos quais podemos atribuir ao
agente uma imputabilidade não só pelo que se propôs a fazer, mas também pelos
resultados ou conseqüências da sua ação. Mas o problema da imputabilidade

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moral está estreitamente relacionado, por sua vez com o de necessidade e


liberdade humanas, pois somente admitindo que o agente tenha certa liberdade
de opção e decisão é que se poder responsabilizá-lo pelos seus actos.

Assim sendo, não se deve julgar determinado acto segundo uma regra sem antes analisar as
condições que propiciaram certa ação. Se houve para o indivíduo possibilidade de opção, torna-se
possível atribuir-lhe uma imputabilidade moral (MORAIS, 2019). Logo, pode-se levantar a
seguinte indagação: quais as condições necessárias e suficientes para poder atribuir ao indivíduo
uma imputabilidade moral pelos seus actos?

VASQUEZ3 evidencia duas condições fundamentais:

“Que o sujeito não ignore nem as circunstâncias nem as conseqüências da


sua ação, ou seja, que seu comportamento possua um caráter consciente. E que
a causa de seus actos esteja nele próprio e não em outro agente que o force a
agir de certa maneira, [...], ou seja, que sua conduta seja livre”.

2.3.Conhecimento e liberdade como legitimadores da imputabilidade


Assim o conhecimento e a liberdade é que permitem legitimar a imputabilidade moral, caso
contrário, se há falta de liberdade e conhecimento, o indivíduo não possui imputabilidade moral
(MACKEIVICZ, 2010). Pois, quem não possui consciência para agir, não pode ser responsável
pelos seus actos (LECLERQ, 1996).

É fundamental para que o indivíduo seja responsável por seus actos que ele não sofra nenhuma
coação externa, isto é, que a ação praticada provenha de dentro da própria pessoa e não de fora
(MORAIS, 2019). Pois, quando o indivíduo encontra-se sob coação ou pressão, perde o controle
de seus actos (NETO,2022). O individuo é isento de imputabilidade moral quando não teve
possibilidade de agir de outra maneira.

2.4.Condição primordial da ação (ou acto)


A condição primordial da ação é a liberdade. Liberdade é essencialmente capacidade de escolha.
Onde não existe escolha, não há liberdade (LECLERQ, 1996). O homem faz escolhas da manhã à
noite e se responsabiliza por elas assumindo seus riscos. Escolhe roupas, amigos, amores, filmes,

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músicas, profissões... A escolha sempre supõe duas ou mais alternativas; com uma só opção não
existe escolha nem liberdade (NETO,2022).

As escolhas nem sempre são fáceis e simples (MORAIS, 2019). Escolher é optar por uma
alternativa e renunciar à outra ou às outras.

2.5.Liberdade nula
Não existe liberdade zero ou nula (MACKEIVICZ, 2010). Por mais escravizada que se ache
uma pessoa, sempre lhe sobra algum poder de escolha. Também não há liberdade infinita, ninguém
pode escolher tudo. O acto livre é, necessariamente, um acto pelo qual se deve responder e
responsabilizar-se. Porque sou livre tenho que assumir as consequências de minhas ações e
omissões (NETO,2022).

Os animais irracionais por exemplo, não são livres, não são responsáveis pelo que fazem ou
deixam de fazer (MORAIS, 2019). Ninguém pode condenar um cavalo que lhe deu um coice
(MACKEIVICZ, 2010). O animal não faz o que quer e sim o que precisa ou o que se encontra
determinado pelo instinto de sobrevivência para que continue existindo.

2.6.Liberdade em tempos modernos


A reflexão acerca da liberdade encontra-se inclusa na Modernidade, onde os termos autonomia,
emancipação e liberdade estão relacionados entre si, e também são bases de tais reflexões
(NETO,2022). Pensar a liberdade não é possível sem fazer alusão a esse Projeto, no qual os três
termos distintos determinam o mesmo sentido, a maioridade do homem (LECLERQ, 1996). A
liberdade é um pressuposto básico para que o homem seja responsável por seus actos e suas
escolhas. É dentro da Modernidade que o homem busca emancipar-se, ser autônomo e livre
(MACKEIVICZ, 2010). O período moderno é chamado também de período antropocêntrico, onde
o homem é capaz de fazer suas escolhas e praticar suas ações, e é dentro da Modernidade que lhe
é oferecido a possibilidade de emancipar-se e ser autônomo, enfim, conquistar sua liberdade
(MORAIS, 2019).

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III. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS


É muito importante se procurar ter liberdade com imputabilidade. A liberdade pode ter muitos
sentidos - física, civil, de pensamento e expressão, sexual... Filosoficamente pode se referir à
liberdade moral, a capacidade humana para escolher ou decidir racionalmente as causas e
consequências dos nossos actos. A liberdade e a imputabilidade estão fortemente ligadas, na
medida em que só somos realmente livres se formos responsáveis e só podemos ser responsáveis
se formos livres. A imputabilidade implica constantemente escolha e decisão racional, o que vai de
encontro à própria definição de liberdade. Por outro lado, se não agirmos livremente, não podemos
assumir totalmente as consequências dos nossos actos. Só o sujeito que é capaz de escolher e decidir
racionalmente, com consciência, é capaz de assumir as causas e as consequências da sua ação.
Além disso, a liberdade e a imputabilidade são essenciais na construção da individualidade, pois
somente através da liberdade e da imputabilidade uma pessoa será capaz de se tornar
verdadeiramente dona de si.

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IV. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS


LECLERQ, J. As grandes linhas da filosofia moral. São Paulo: Herder. 1967, p. 376.

VÁZQUEZ, A, S. Ética. 16. ed. Trad. João Dell’ Anna. Rio de janeiro: Civilização brasileira, 1996.
p. 91.

MORAIS, C. (Agosto de 2019). Qual a relação entre a liberdade e a imputabilidade? - Simply


Flow by Fátima Lopes. URL: https://www.simplyflow.pt/qual-a-relacao-entre-a-liberdade-e-a-
imputabilidade/. Acessed in: 12/07/22, 22:59

NETO, P. B. O. S. (Julho de 2022). Imputabilidade: Inimputáveis, Emoção, Paixão e Embriaguez.


jusbrasil.com.br. URL: https://paulobyron.jusbrasil.com.br/artigos/463434988/imputabilidade-
inimputaveis-emocao-paixao-e-embriaguez.

MACKEIVICZ, O. (2010). Liberdade e Imputabilidade moral. URL:


osmarmackeivicz@yahoo.com.br.

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