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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Tema

Saúde Sexual e Reprodutiva

Nome do Estudante: Sandra da Costa João

Código do Estudante: 708206038

Curso: licenciatura em ensino de Geografia

Disciplina: Habilidades de Vida, Género e HIV/SIDA

Ano de frequência: 2º Ano

Turma: D

Nampula, Maio, 2021


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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
organizacionais 
Estrutura Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
1.1. Sexo, Género e sexualidade ............................................................................................. 5
1.2. Orientações e identidades sexuais ................................................................................... 5
1.3. A sexualidade: O desenvolvimento psicológico e fisiológico ......................................... 6
A puberdade e a adolescência: O início da actividade sexual, os namoros e a procura do
parceiro para a vida..................................................................................................................... 6
O adulto: O parceiro da vida e o matrimónio ............................................................................. 7
Mensagens orientadoras ............................................................................................................. 7
A terceira idade – Relações maduras .......................................................................................... 7
1.4. A reprodução humana ...................................................................................................... 7
1.5. O sistema reprodutor feminino ........................................................................................ 8
1.6. O sistema reprodutor masculino ...................................................................................... 8
Como é que uma mulher engravida? .......................................................................................... 9
O que é a menstruação? É doença? ............................................................................................ 9
Uma mulher pode ficar grávida, antes de ter o primeiro período menstrual? ............................ 9
Uma mulher pode ficar grávida, depois de fazer sexo apenas uma vez? ................................... 9
Qual a probabilidade de engravidar? .......................................................................................... 9
1.7. Métodos de planeamento familiar ................................................................................. 10
Porque é que o homem deve participar no planeamento familiar?........................................... 10
a) Os métodos naturais do planeamento familiar .................................................................. 10
b) Os métodos modernos do planeamento familiar ............................................................... 11
1.8. A gravidez não planificada ............................................................................................ 13
1.9. A interrupção (propositada) da gravidez ....................................................................... 14
2. Saúde sexual e saúde reprodutiva...................................................................................... 15
2.1. As Infecções de Transmissão Sexual (ITSs) ................................................................. 15
2.2. Direitos sexuais e reprodutivos ..................................................................................... 16
Conclusão ................................................................................................................................. 17
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 18
Introdução
O presente trabalho, surge no âmbito da Cadeira de Habilidades de Vida, Saúde Sexual e
Reprodutiva, Género e HIV/SIDA, leccionada no Curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia na Universidade Católica de Moçambique (Instituto de Educação à Distância). O
mesmo, é subordinado ao tema: Saúde Sexual e Reprodutiva e tem por objectivo de explicar
o Sexo e Sexualidade, identificar as orientações e identidades sexuais, explicar a reprodução
humana, identificar os métodos do planeamento familiar e explicar direitos sexuais e
reprodutivos.
Para a elaboração deste trabalho, o autor utilizou os recursos da pesquisa bibliográfica
baseada em referências teóricas como livros que possibilitaram um suporte na construção do
trabalho.

Espera-se que este trabalho seja de interesse de toda comunidade académica e dos demais
interessados, deixando espaço para as possíveis críticas e sugestões, pois é possível que haja
um grupo que tenha tido informações sobre o mesmo e que o presente trabalho contra diz a
realidade vivida pelo outro. Quanto à estrutura, para além desta parte introdutória, o trabalho
apresenta:

 Desenvolvimento,
 Conclusão e
 Referências bibliográficas.

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1.1.Sexo, Género e sexualidade
a) Sexo refere-se a um conjunto de características genotípicas e biológicas.
b) Género é uma construção social e histórica. Na maioria das sociedades, as relações de
género são desiguais.
c) Sexualidade refere-se ao lado afectivo, psicológico e sexual de uma pessoa do sexo
feminino ou masculino, ou transgénero ou transsexual. Possui uma abrangência muito
maior, levando à construção dos papéis sexuais esperados para cada membro da
sociedade (homem / mulher), dentro de um dado grupo social.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “A Sexualidade forma a parte integral da


personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano, que não
pode ser separado de outros aspectos da vida. A Sexualidade é a energia que motiva a
encontrar o amor, o contacto e a intimidade, e se expressa, na forma de sentir, na forma de as
pessoas se tocarem e serem tocadas, na busca de prazer” (OMS, 2004). Inclui sensualidade,
erotismo, desejo de contacto, ternura e amor.

A sexualidade é fundamental, para o desenvolvimento do potencial humano de cada pessoa. A


integridade e dignidade, ao nível da sexualidade, requer o respeito e protecção dos direitos
sexuais de todas as pessoas, o direito de controlo sobre o próprio corpo, e a liberdade de
decisão a ser sexualmente activo, negociar o sexo, praticar o sexo seguro, e prevenir a
gravidez não desejada.
O desenvolvimento da sexualidade acontece, durante toda a vida, no ser humano, conhecendo
as etapas fisiológicas: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade. A sexualidade é
produto de características genéticas, interacções ambientais, influências socioculturais e
religiosas. Por exemplo, em algumas sociedades, promove-se a poligamia, enquanto em outras
não.

1.2.Orientações e identidades sexuais

Na nossa sociedade, a orientação heterossexual é considerada como normal e saudável. A


orientação homossexual (lésbica e gay) é considerada como fora do normal e das regras
estabelecidas. Isto tem a ver com o facto de que, durante muito tempo, se definiu a razão da
sexualidade somente na biologia, e não se contemplaram aspectos psicológicos da
sexualidade. Nos anos 40 e 50, a homossexualidade foi considerada uma doença, que pode ser
curada. Somente com as pesquisas modernas foi possível ver que a sexualidade se manifesta

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em várias formas, e que muitas pessoas heterossexuais têm experiências com a
homossexualidade. Foi também comprovado que a homossexualidade é uma forma de
identidade sexual, que existe em todas as sociedades.
O facto de não se cumprir com o padrão da sexualidade estabelecido pela sociedade causou e
está a causar discriminação, exclusão, assédio, violência perante as LGTBIs.
Em 2014, as relações homem com homem eram penalizadas com prisão e outras sanções, em
83 de 242 países, e as relações mulher com mulher, em 43 países. O número de países que
criminalizam a homossexualidade está a aumentar (Novas leis anti-HSH: Nigéria, Camarões,
Uganda, India). Em 7 países, há pena de morte para relações homossexuais.

1.3.A sexualidade: O desenvolvimento psicológico e fisiológico

Na passagem da infância para a adolescência, o corpo feminino e masculino passa por


mudanças, tanto a nível morfológico, como a nível do desenvolvimento do sistema
reprodutor, até atingir a capacidade e de se reproduzir. Estas mudanças são acompanhadas por
transformações psicológicas, que se reflectem no comportamento e no modo de pensar.
 A puberdade e a adolescência: O início da actividade sexual, os namoros e a
procura do parceiro para a vida
Há uma transformação morfológica, psicológica e social. Caracteriza-se pela busca de uma
identidade e autonomia, pela atracção emocional e física, e pela aproximação a um/a amigo/a
íntimo/a. A transformação é acompanhada de comportamentos agressivos e de oposição aos
valores familiares e sociais. É um momento importante, para a integração dos jovens no
mundo dos adultos.
As mudanças morfológicas correspondem aos caracteres sexuais primários (mamas, pénis,
escroto) e aos secundários, que nos rapazes se desenvolvem devido à actuação de hormonas
produzidas nos testículos -testosterona, e nas raparigas se desenvolvem devido à actuação de
hormonas produzidas nos ovários - estrogénio e progesterona.

Os adolescentes fazem as suas primeiras experiências com a sexualidade: descobrem a sua


identidade sexual, os seus desejos e a atracção pelo outro. Nesta fase, precisam de uma boa
informação, de serviços, de aconselhamento e acompanhamento. Muitas vezes, a sociedade
não tem respondido, de maneira satisfatória, às necessidades dos adolescentes, sobre a
sexualidade, a reprodução, a prevenção das ITS e do HIV.

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A consciencialização deve contemplar os direitos bem como as responsabilidades, a
participação activa do jovem nos processos relacionados com a vida particular e social.
Esta fase de desenvolvimento humano é uma fase de descoberta: da diferença entre amizade e
namoro, entre namoro sem compromisso e namoro que se desenvolve numa relação
duradoura, com finalidade de matrimónio.

 O adulto: O parceiro da vida e o matrimónio


As características físicas do adulto não sofrem mudanças tão bruscas como as mudanças
durante a adolescência. Nesta fase, homens e mulheres têm a plena capacidade reprodutiva. A
maioria realiza o seu desejo de se casar e ter uma família e filhos. O matrimónio é um
compromisso, para que as pessoas têm que se preparar bem. Viver como marido e mulher
deve ser duradouro e diferente de ter amante, namorada. Infelizmente, as mudanças sociais do
nosso tempo, a mobilidade, as expectativas divergentes entre os parceiros, a infidelidade e os
conflitos de vária ordem são causas de altos níveis de divórcio, nas nossas sociedades.

Mensagens orientadoras
 Desfrutar de várias formas de viver a sua sensualidade e desejo de ternura, que não
envolvam o acto sexual
 Esperar pela vida e actos sexuais, até estar preparado, psicologicamente e
fisiologicamente.
 Respeitar a decisão do/da parceiro/a: Não significa Não!
 Esperar pela relação sexual, até poder assumir um compromisso de longo prazo é um
sinal do amor.
 Ser preparado para assumir a responsabilidade de ser pai/mãe.
 Ser fiel ao seu parceiro: Não a parceiros múltiplos e não a relações fora do
matrimónio.
 A terceira idade – Relações maduras
As transformações biológicas, psicológicas e sociais também se fazem sentir, na transição
para a terceira idade. Nas mulheres, destaca-se a menopausa. A principal característica da
menopausa é a cessação das menstruações e do funcionamento dos ovários, e assim, a
chegada ao termo da capacidade reproductiva da mulher. Geralmente, ocorre entre os 45 e os
55 anos. A capacidade reproductiva do homem continua para toda a vida.
1.4.A reprodução humana

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A reprodução é o mecanismo que assegura a perpetuação da espécie. Para o ser humano
conseguir reproduzir-se, é necessário que o corpo esteja preparado e capaz de produzir um
filho.
1.5.O sistema reprodutor feminino
 Os ovários da menina já contêm todos os óvulos, que ela produzirá, em sua vida fértil.
Na puberdade, os harmónios sexuais criam o estímulo para o início da menstruação.

 As trompas de Falópio (ou tubos uterinas) ligam o útero aos ovários, e estão
posicionadas de tal forma, que o óvulo, quando expelido do ovário, no momento da
ovulação, consegue chegar a elas com facilidade.

 O útero está ligado ao ovário através da tuba uterina, e é onde acontece a fertilização
do óvulo.

 O útero abriga o desenvolvimento do feto.

 A dilatação do colo do útero (ou cérvix) faz com que o bebé passe para fora da vagina.

 A vagina é ligada ao útero através da cérvix. Os espermatozóides entram no útero


através da cérvix.

 A anatomia da vagina permite receber o pénis; recebe o sémen do homem, e serve de


canal, para a saída do bebé.

1.6.O sistema reprodutor masculino


 A produção de espermatozóides ocorre nos dois testículos. Os espermatozóides vão
para o epidídimo, onde ficam a amadurecer, por 2-3 semanas, até passarem para os
canais deferentes, para serem armazenados, antes da ejaculação.

 Os testículos estão alojados no escroto.

 As vesículas seminais, a próstata e a glândula bulbo-uretra são as glândulas que


produzem o líquido ejaculatório.

 O pénis é utilizado para a deposição, na vagina da mulher, do sémen, que contém os


espermatozóides.

 A uretra possui a função de conduzir e expelir o esperma, durante o processo de


ejaculação.

 O canal deferente tem a função de armazenar os espermatozóides e de os transportar


em direcção à uretra. Além disso, ele é ainda responsável por reabsorver aqueles
espermatozóides que não foram expelidos.

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 Como é que uma mulher engravida?
Para entender como acontece a gravidez, é preciso entender o ciclo menstrual da mulher, que
dura aproximadamente 28 dias.
Para calcularmos o ciclo menstrual, contamos, desde o primeiro dia em que há saída de
sangue, até ao último dia antes da menstruação seguinte.
Depois que o sangramento pára, um óvulo começa a crescer no ovário. Entre o décimo
primeiro e o décimo quarto dia do ciclo, o óvulo sai do ovário e começa a mover-se, através
das trompas de Falópio, em direcção ao útero. A mulher engravida, se este óvulo for
fecundado por um espermatozóide, neste momento. Isto acontece, se ela fizer sexo, alguns
dias antes de o óvulo ser libertado, ou mesmo no dia em que o óvulo é libertado.

Quando um óvulo é fecundado, passa a chamar-se “ovo”. Instala-se na parede do útero, onde
vai desenvolver-se, e chama-se embrião. Quando completa um mês na barriga da mãe, mede
cerca de um centímetro e meio, e tem cabeça, intestino, cérebro. No fim do 2.º mês, passa a
chamar-se feto, e tem 5 centímetros, mãos, pés, olhos e boca já formados. Quando completa 3
meses, o feto já começa a mexer-se e a abrir e a fechar os olhos. O bebé fica protegido, no
útero, enquanto cresce, até ao dia, em que vai nascer.

 O que é a menstruação? É doença?


Quando o óvulo não é fecundado, morre; e o forro do útero desfaz-se. O óvulo e estes forros
saem, em forma de sangue, da menstruação. A menstruação é a limpeza das paredes internas
do útero, quando não há fecundação.
A menstruação tem andado envolvida em muitos mitos. Tem-se dito que, quando está
menstruada, a mulher não pode ter relações sexuais, não pode tomar banho, não pode tomar
medicamentos. Tudo isso é falso. A menstruação é um fenómeno completamente normal, não
tem que alterar o ritmo de vida habitual.

 Uma mulher pode ficar grávida, antes de ter o primeiro período menstrual?
Sim, uma mulher pode engravidar, antes do seu primeiro período, porque um óvulo pode ter
começado a amadurecer, nos ovários, e pode ser fecundado.
 Uma mulher pode ficar grávida, depois de fazer sexo apenas uma vez?
Sim, pode ficar grávida, porque tudo depende do ciclo menstrual. Se existe um óvulo maduro,
que saiu do ovário, no mesmo dia, em que a mulher faz sexo com um homem, ela pode
engravidar. Isto pode acontecer, mesmo quando ela faz sexo, pela primeira vez na vida.

 Qual a probabilidade de engravidar?


A probabilidade de ficar grávida, por mês, de sexo não protegido, é de 1 em 6.
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1.7.Métodos de planeamento familiar
Um dos pontos é a importância de uma decisão de consenso dum casal, sobre quando quer ter
filhos. O Casal / Parceiro(a) deve ficar bem informado, sobre os métodos de PF disponíveis, e
fazer a escolha do método mais apropriado, conforme a sua consciência.
O planeamento familiar ajuda a:
 Evitar uma gravidez indesejada.
 Diminuir as mortes maternas e infantis.
 Ter melhores condições de saúde e vida, para os pais e as crianças, porque :
- A mulher pode ter mais tempo, para descansar, e ter mais energia e tempo, para cuidar de si,
das crianças e de toda família.
- O bebé pode receber leite do peito materno, por mais tempo, e receber mais carinho dos
pais.
- O homem e a mulher podem organizar melhor a sua família, e assegurar-lhe melhores
condições económicas e de saúde.
Para os adolescentes, o planeamento familiar faz com que se evitem as seguintes
consequências de ter o seu bebé precoce e de forma não planificada:
 Complicações para a saúde da rapariga,

 Complicações para a saúde do bebé, como, por exemplo, o nascimento com baixo
peso,

 Consequências negativas para a vida do rapaz ou rapariga, como por exemplo: deixar
de estudar, não ter condições financeiras, para uma família, conflitos nas famílias, etc.
 Porque é que o homem deve participar no planeamento familiar?
Ter uma família e uma relação feliz é um desejo de ambos os parceiros. O planeamento
familiar contribui para uma vida feliz e saudável, e por isso não é só um assunto de mulheres,
é um assunto do casal.
Há métodos de PF só para homens. O homem pode ajudar a mulher a descansar, do uso dos
métodos do PF.
a) Os métodos naturais do planeamento familiar
 Abstinência: o método mais seguro de PF, e sem nenhum efeito colateral.
 Coito interrompido: permanece um risco de gravidez, porque alguns espermatozóides
podiam entrar na vagina, quando inicia a ejaculação e o pénis ainda não foi retirado.
 Uso do calendário: precisa de um registo confiável.

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 Método de temperatura basal, para determinar os dias férteis da mulher, e abster-se das
relações sexuais, durante estes dias. Depende do ciclo da mulher. Permanece um risco
de engravidar.
b) Os métodos modernos do planeamento familiar
 Pílulas,
 Injectável (Depo-Provera),
 Preservativo (masculino e feminino)
 DIU (Dispositivo Intra-uterino)
 Implante
 Laqueação
 Vasectomia
Em geral os métodos modernos do planeamento familiar são mais eficazes, mas têm algumas
desvantagens, e implicam questões éticas.
1. A pílula
 É um conjunto de comprimidos, que a mulher toma, para evitar a gravidez e espaçar os
nascimentos.

 A pílula deve ser tomada, uma vez por dia, sempre à mesma hora.

 Em alguns casos, a pílula tem efeitos secundários: inchaços, aumento de peso.

2. A injecção (Depo-Provera)
 Cada injecção destas protege a mulher, durante 3 meses. É um método eficaz, quando
aplicado de 3 em 3 meses.

 Os efeitos secundários podem ser:

-O Muitas mulheres têm menstruação em pequenas gotas e de forma irregular, ou têm uma
hemorragia prolongada.

-O Aumento de apetite e de peso.

-O Após um ano de uso, a mulher demora a conceber pelo menos cerca de 4 a 8 meses.

3. O Dispositivo Intra-Uterino (DIU)


 É um método, que consiste num pequeno objecto de plástico colocado dentro do útero
da mulher, por um profissional da saúde.

 Benefício: para além de evitar a gravidez, a mulher pode ficar, no mínimo, quatro
anos, com o DIU no útero.
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 Atenção: O DIU pode sair do lugar, sem a mulher perceber: Ela deve controlar sempre
a presença dos fios, após a menstruação.

 Efeitos secundários:
-O Em algumas mulheres, particularmente nas que nunca tiveram filhos, podem ocorrer
menstruações abundantes e prolongadas, nos primeiros meses da colocação.
-O Em algumas mulheres, pode haver infecções no útero, porque a mulher fica mais sensível.
Nestes casos, deve ir imediatamente à Unidade Sanitária.
4. O implante
 Consiste na introdução de 6 pequenas cápsulas de um medicamento chamado
“norplant”, por baixo da pele do braço, para prevenir a gravidez.

 Benefícios: é muito eficaz e pode durar 5 ou mais anos. É um método que pode ser
usado por mulheres de qualquer idade, com ou sem filhos.

 Se a mulher quiser engravidar, pode ir à Unidade Sanitária, para lhe retirarem este
medicamento e, pouco tempo depois, pode ficar grávida.

 A mulher que amamenta pode usar este método, a partir do 6.º mês, depois do parto.

 No pós-parto, pode implantar trimestralmente, se não estiver a amamentar o recém-


nascido.

 Efeitos secundários: ligeiras dores de cabeça, alterações, durante o período da


menstruação, tais como a pouca saída do sangue, manchas no corpo, ou falta de
menstruação.
Estes desconfortos podem desaparecer, passado algum tempo.
5. O preservativo masculino e feminino
Vantagens
 Protecção tripla: prevenção do HIV e das ITSs e evite a gravidez

 Eficácia: Se usados em 100% das vezes, os preservativos proporcionam uma


protecção de cerca de 80-85% contra o HIV e gonorreia e 50 a 66% contra a sífilis
(Segundo OMS, 2002 e NAM, 2011).

 Não tem efeitos colaterais

 Não há perigo de resistência (diferente dos medicamentos)

 E barato
 Apesar da eficácia, existem limitações importantes para garantir o uso efectivo
do preservativo, tais como:
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 Desaprovação social, crenças e normas sociais e culturais e religiosas;

 Necessidade da negociação do uso do preservativo (masculino) com o parceiro:

 Relutância pessoal em usar preservativos;

 Dificuldades para obter preservativos.


O diafragma e os espermaticidas
O Diafragma consiste no uso de uma tampinha macia colocada pela mulher no fundo da sua
vagina, para impedir a entrada dos espermatozóides.
Os espermaticidas são produtos que matam os espermatozóides. São colocados pela mulher
no fundo da vagina, antes da relação sexual. São menos eficazes do que o diafragma. Podem
causar irritações e lesões vaginais.
6. A Laqueação
É um método de PF, que consiste numa pequena operação, para amarrar as trompas, a fim de
evitar a gravidez. Por ser permanente, a mulher fica com a certeza de que nunca mais vai
engravidar. É um método benéfico para quem tiver tido muitos partos. A laqueação em nada
afecta a saúde da mulher. Pode ser feita, logo após o parto.
Atenção: A laqueação é um método permanente, e só deve ser usado, depois de haver um
consenso do casal/parceiro.
7. A Vasectomia
É um método de PF, que consiste numa pequena operação realizada no homem, para evitar
que ele venha a engravidar a sua parceira. A operação é muito simples e é feita pelos
profissionais de saúde, com uma anestesia local. Este método não afecta a potência do
homem.
Atenção: É um método de PF definitivo, porque, mesmo que tenha relações sexuais, o homem
que fez esta operação, já não vai engravidar nenhuma mulher.
1.8.A gravidez não planificada
O contexto social e cultural, incluindo a religião, é um dos importantes factores que
influenciam o planeamento familiar.
Nas sociedades patrilineares, o “domínio do homem” dificulta a capacidade da mulher de
influenciar a decisão sobre a reprodução. As relações conjugais e familiares, o nível de
educação, o acesso a recursos financeiros e aos serviços de saúde são também factores
determinantes, na capacidade da mulher fazer as suas opções, acerca das suas necessidades de
saúde reprodutiva.

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Em Moçambique, onde a sociedade tradicional e as crenças culturais reforçam a dependência
e a ausência de poder da mulher, onde as mulheres são pobres, poucas mulheres podem
exercer os seus direitos reprodutivos e sexuais. As adolescentes são, nestas circunstâncias, as
mais vulneráveis, sendo mais susceptíveis à gravidez indesejada, tornando-se esposas e mães,
numa idade muito precoce. A falta de acesso aos métodos contraceptivos conduz à gravidez
indesejada, que termina, muitas vezes, num aborto inseguro, com todas as suas consequências
sociais e para a saúde das adolescentes.
A gravidez é mais frequente nas adolescentes: de acordo com o último censo populacional,
17% das adolescentes, entre os 15 e os 19 anos, tiveram já um filho.
1.9.A interrupção (propositada) da gravidez

Apesar de existirem muitas opções de planificação familiar, e apesar da educação e


informação sobre a sexualidade, mulheres grávidas têm procurado resolver o seu problema,
através do aborto.
O aborto inseguro, em Moçambique, é uma das principais causas da morte materna. Em 2010,
a mortalidade materna, no país, foi de 490 mortes por 100.000 nascimentos vivos2. Não é
conhecida exactamente a magnitude do aborto inseguro. No período de 1990 a 2000, 8 a 11%
das mortes maternas ocorridas foram devidas a complicações do aborto inseguro.
O aborto inseguro é um problema grave de saúde pública, não só devido à morte materna, mas
também devido às suas complicações imediatas e de longo prazo. As complicações imediatas
mais comuns são: lacerações do colo do útero, hemorragia, infecção grave (sepsis), perfuração
uterina e peritonite (acumulação de pus, na cavidade abdominal). As complicações a médio e
longo prazo incluem a dor pélvica crónica, a gravidez fora do útero, e a infertilidade. São
também de destacar as consequências sociais, tais como a destruição da família e a
estigmatização da mulher.
A legislação de Moçambique estipula que o aborto é proibido, e penaliza a mulher e o
abortador. Respondendo à alta taxa de morbimortalidade, o Ministério da Saúde autorizou a
interrupção da gravidez, em certos casos, como, por exemplo, a falha de contraceptivos, ou
causas socio-económica.
Estudos recentes mostraram que as mulheres que recorrem ao aborto inseguro são
significativamente mais jovens, sem uma relação estável, e estão em desvantagem em relação
à educação, ao conhecimento e uso de contraceptivos, à habitação e agregado familiar. Estão
também em maior risco de graves complicações.

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É importante salientar que muita dor e desespero podem ser evitados, com um bom
aconselhamento e uma planificação em conjunto. O aborto destrói uma vida que está a nascer.
O aborto não é um método de planeamento familiar.
2. Saúde sexual e saúde reprodutiva
A saúde sexual refere-se às áreas da medicina envolvidas com a reprodução humana e
comportamento sexual, as doenças sexualmente transmissíveis, os métodos contraceptivos,
anticoncepcionais, entre outros.
Saúde Reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, em todas as
matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções e processos, e não simples
ausência de doenças ou enfermidades” (OMS).
A saúde reprodutiva implica que a pessoa:
 Possa ter uma vida sexual segura (saudável!) e satisfatória,

 Tenha a liberdade de decidir se quer ter filhos ou não, e quantos filhos quer ter, e
quando tê-los

 Nesta última condição, está implícito o direito de homens e mulheres de serem


informados e de terem acesso aos métodos eficientes, seguros, aceitáveis e
financeiramente compatíveis de planeamento familiar.
A finalidade da saúde sexual é a melhoria da qualidade de vida e das relações pessoais, e não
o mero aconselhamento e assistência relativos à reprodução e às doenças sexualmente
transmissíveis.
2.1.As Infecções de Transmissão Sexual (ITSs)
 As infecções de transmissão sexual (ITSs) são causadas por micróbios, que se
propagam, através do contacto sexual.
 A maior parte das ITSs ( excepto o HIV e o herpes) podem ser curadas.
 O HIV é um tipo de ITS.
 O HIV e as infecções sexualmente transmitidas não só compartilham a mesma via de
transmissão, mas também ajudam na progressão da doença, de uma forma mútua.
 A probabilidade duma infecção por HIV aumenta dez vezes, com a presença
concomitante de uma ITS. Porque algumas destas infecções provocam feridas abertas
à volta dos órgãos genitais, por onde o vírus do HIV pode facilmente penetrar.
 Contrair uma ITS significa que teve uma relação sexual desprotegida, com uma pessoa
com uma ITS, provavelmente também infectada por HIV. Vê tu agora o grande risco
para ti!
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 As complicações de uma ITS não tratada são as seguintes: Aborto; Gravidez fora
do útero; Cancro da cerviz; Esterilidade no homem e na mulher; Os bebés nascidos de
uma mãe infectada podem nascer com conjuntivite ou cegueira; Doença mental do
bebé.

2.2.Direitos sexuais e reprodutivos


Referem-se ao direito de desfrutar de uma sexualidade saudável de prazer. É essencial.
Pressupõem a escolha livre, autónoma e responsável, promovendo assim o respeito mútuo,
nas relações.
A Declaração da IPPF (Federação Internacional de Planeamento Familiar) de 2008 define:
 Direitos Sexuais são uma componente dos Direitos Humanos.
 São um conjunto de direitos relacionados com a sexualidade, e contribuem para a
liberdade, igualdade e dignidade das pessoas.
 A sexualidade e o prazer que dela deriva são aspectos centrais do ser humano, quer a
pessoa opte por reproduzir-se quer não.
 A garantia dos direitos sexuais para todos inclui um compromisso com a liberdade e a
protecção contra danos.
 Os direitos sexuais devem estar sujeitos apenas a limitações determinadas pela lei,
com a finalidade de garantir o devido reconhecimento e respeito dos direitos

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Conclusão
A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, em todos os
aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e processos, e não de mera
ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a
pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo autonomia para se reproduzir e a
liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo. Implícito nessa última
condição está o direito de homens e mulheres de serem informados e de terem acesso a
métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis de planejamento familiar de sua
escolha, assim como outros métodos de regulação da fecundidade, de sua escolha, que não
sejam contrários à lei, e o direito de acesso a serviços apropriados de saúde que deem à
mulher condições de atravessar, com segurança, a gestação e o parto e proporcionem aos
casais a melhor chance de ter um filho sadio.

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Referências bibliográficas
 Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília:
Ministério da Saúde, 2009.
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Marco teórico e
referencial: saúde sexual e saúde reprodutiva de adolescentes e jovens. Brasília:
Ministério da Saúde, 2006.
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(PeNSE) 2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
 Miranda-Ribeiro, P.; Caetano, A. J. SRSR - Saúde Reprodutiva, Sexualidade,
Cor/Raça. Relatório Substantivo final. Belo Horizonte: UFMG, 2003. v.1.
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fóruns privados. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n.4, p. 1101-1110,
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