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Índice

Introdução..........................................................................................................................4

URBANISMO...................................................................................................................5

A cidade e o urbanismo.....................................................................................................5

Urbanização.......................................................................................................................5

A nível mundial.................................................................................................................6

Conceito de cidade............................................................................................................6

A evolução mundial das cidades antes da Revolução Industrial.......................................6

PERÍODO CLÁSSICO.....................................................................................................7

Definição e Critérios..........................................................................................................9

As principais funções das cidades...................................................................................10

Conclusão........................................................................................................................13

Bibliografia......................................................................................................................14

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Introdução

Actos de intervenção urbana também fazem parte do urbanismo, já que trazem reflexões
sociais e políticas usando as ruas como canal de comunicação. Uma das principais
diferenças entre arquitectura e urbanismo é que a arquitectura tem o foco na criação de
obras, enquanto o urbanismo é uma área que estuda as cidades como um todo. Quem
fiscaliza o trabalho dos profissionais de urbanismo é a CAU (Conselho de Arquitectura
e Urbanismo). Surge como campo do conhecimento, no final do século XIX, na Europa,
período pós-revolução industrial, em busca de transformações necessárias à realidade
caótica das cidades. No entanto uma maior maturidade teórica só foi alcançada no
século XX.

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URBANISMO

A cidade e o urbanismo

Dada a relação que os conceitos de cidade e urbanismo têm entre si, torna-se imperativo
iniciarmos a análise desta temática pelo estudo do conceito de urbanismo.

O urbanismo é uma ciência que surgiu no final do século XIX para o estudo,
organização e intervenção no espaço urbano, como medida para realizar as
transformações necessárias na realidade caótica das condições de habitação e
salubridade em que viviam os habitantes das grandes cidades europeias, na época da
revolução industrial.

A urbanização designa o processo em que está envolvida a população urbana e o seu


crescimento desproporcional em relação à população rural, que migra em função da
fraca mecanização do campo, inexistência de perspectiva de melhoria financeira e,
sobretudo, pela grande atracção promovida pelos centros urbanos. É um fenómeno
moderno da sociedade industrializada e decorrente da Revolução Industrial, que
transformou os centros urbanos em grandes aglomerações de fábricas e escritórios,
circundadas de habitações condensadas e precárias.

Etimologicamente, o termo urbanismo provém do latim urbes ou urbis, que significa


cidade, tendo como objecto de estudo as cidades e o estabelecimento humano e suas
necessidades. Nestes termos, o urbanismo evolui com a cidade.

Assim podemos raciocinar do seguinte modo: Urbanização – está associado ao mau


crescimento urbano (crescimento desordenado); Urbanificação — está associado
reorganização e reestruturação das Cidades.

Urbanização

O processo de urbanização corresponde ao expressivo aumento da população urbana em


relação à população rural, e isso se deve a diversos factores atractivos e repulsivos.

"Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão


territorial. É o processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a
consequente migração populacional do tipo campo–cidade que, quando ocorre de forma
intensa e acelerada, é chamada de êxodo rural."

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A nível mundial

A urbanização corresponde ao processo de transformação dos espaços rurais em espaços


urbanos, com o crescimento das cidades e das práticas inerentes a elas, como as
actividades industriais e comerciais.

As primeiras cidades remontam de milhares anos atrás. No entanto, o processo efectivo


de urbanização dos aglomerados humanos deu-se através da intensificação das as
revoluções industriais e comerciais, nos meados do século XVIII e tendo causado várias
alterações na sociedade.

Segundo Silva (2009), a urbanização não consiste apenas no crescimento das cidades.

Conceito de cidade

Teoricamente, o conceito de cidade parece ser claro, mas ao pretender-se defini-lo


claramente começam as inquietações e dificuldades. No passado, identificar as cidades
não criava dificuldades: eram o lugar escolhido pelos artesãos, comerciantes e militares.
As cidades antigas ocupavam, comparando com as actuais, muito pouco espaço.

A cidade é o lugar geográfico onde se instala a superestrutura política administrativa de


uma sociedade (M. Castells).

Uma localidade pode ser considerada cidade, quando ela cumpre pelo menos uma das
seguintes condições: não ter ou ter poucas actividades agrícolas, marcas de crescimento.
diversificação dos bairros segundo as suas actividades (Pierre Gourou).

A evolução mundial das cidades antes da Revolução Industrial

As primeiras cidades surgiram antes do ano 3500 a. C no Médio Oriente (Ásia Menor)
na Mesopotâmia, entre os rios Tigres e Eufrates. Essas cidades eram designadas cidade-
estado entre as quais destacam-se a Babilónia, Uruk, Ur, Lagsh e Suméria.

Essas cidades os reis eram absolutistas e residiam também os sumos sacerdotais e classe
dominante. Para além disso se localizava os edifícios de maior importância e prestígio
religioso e cívicos.

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O surgimento das cidades foi uma consequência da evolução da agricultura,
especialmente da revolução do Neolítico, que permitiu a sedentarização dos homens
num determinado lugar.

Antes do Homem se ocupar da agricultura não havia Cidades, quanto muito, existiam
aldeias, sem carácter de fixação permanente, isto é, os homens eram caçadores e
recolectores, dependendo grandemente dos ciclos naturais para a sua alimentação.

Em Geografia chama-se sítio à localização exacta do espaço que originalmente deu


origem cidade. A escolha desse sítio não se fazia ao acaso, como já vimos, mas deveria
satisfazer determinadas necessidades como, por exemplo, a de circulação, de trocas
comerciais, ou de defesa. Foi a partir daqui que surgiram cidades com formas e funções
diferentes.

A revolução urbana desencadeou-se na Palestina, na Mesopotâmia entre o Tigre e o


Eufrates, no actual Iraque (ver mapa), no vale do Indo e no vale do Nilo: a região do
crescente fértil, por volta de 3500 a. C. Tais cidades surgiram em pontos diversificados,
mas sempre nos vales dos rios, pois estes proporcionavam terras férteis, irrigação e
comunicação, garantindo assim a produção necessária de alimentos para abastecê-las.

PERÍODO CLÁSSICO

Grécia - A Grécia de 800 a. C. possuía tribos que viviam isoladamente em ilhas. Aos
poucos e no decurso do tempo, estas foram criando cidades-estado. As cidades-estado
eram regiões controladas exclusivamente por uma cidade.

Roma - O período romano caracterizou-se pela adopção e aperfeiçoamento da


arquitectura grega. Os romanos não só construíram pontes, estradas e edifícios, como
também se preocuparam com o saneamento. Estes construtores procuravam realizar
traçados regulares e geométricos, mas quando isso não era possível integravam nas
cidades grandes conjuntos arquitetónicos, de grande aparato, e que constituíam a parte
mais impressionante e majestosa da Cidade, mas sempre mantendo traços de natureza
rigorosamente geométrica.

Idade Média

A Idade Média foi marcada pela queda do império romano do ocidente em 476 e o
declínio da civilização urbana em favor da economia rural dos povos bárbaros, que

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dominaram paulatinamente o antigo império, em 1453, com a tomada de
Constantinopla. Por volta do século X, com um novo sistema social e económico, o
feudalismo, voltam-se a estabelecer novas relações de troca, relações de dependência
entre o senhor e os servos, em que o primeiro oferece protecção e o segundo o seu
trabalho.

Cidades adaptadas

São cidades típicas do período medieval. Dentro da muralha, a cidade crescia


lentamente e de forma compacta. Apresentavam um aspecto circular e com uma planta
circular ou estrelar. As cidades medievais apresentavam características especificas, por
exemplo, ruas sinuosas e muito estreitas que se opunham grande praça central, casas
edificadas de forma desorganizada com andares superiores mais salientes que os
inferiores chegando a cobrir a rua; e as fachadas das igrejas, ricamente decoradas,
contrastavam com as das lojas e casas modestas.

Cidades planeadas

Estas cidades surgem na Europa, por volta de meados dos séculos XII e apresentavam
configurações geométricas. Estas nasceram mercê de um planeamento que implicava a
escolha do local pelo fundador do sítio, fornecimento de água, construção da muralha,
do espaço destinado igreja, ao mercado e espaço para blocos habitacionais. As cidades
planeadas foram construídas com um propósito puramente defensivo, mas grande parte
delas, com o decurso do tempo, entrou em declínio, constituindo hoje simples aldeias e
as cidades medievais eram pequenas: havia cerca de 12 cidades com população entre os
50 000 e os 150 000 habitantes. As cidades mais populosas eram Milão, Paris, Veneza,
Florença, Gand e Bruges.

A cidade muçulmana

A velocidade de expansão do Islão, durante os séculos VIII, IX e X pelos territórios


mais urbanizados do Mediterrâneo, provocou nas cidades inovações e adaptações a urna
nova cultura e religião. Os árabes fundaram também novas cidades islâmicas, como
Bagdad, Samarcanda, Cairo, Fez, Marraquexe, entre outras.

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Renascimento

Este período é assinalado por uma nova perspectiva de Vida, onde o Homem é o seu
centro. A cidade não foi excepção, sendo, portanto, um reflexo dessa nova mentalidade.

O Renascimento foi marcado pela construção de grandes amuralhados (inicialmente na


Itália, e depois em toda a Europa, França, Inglaterra, Espanha e Portugal) que tinham
dentro de si grandes palácios, monumentos e igrejas. Estas muralhas eram construídas
com propósitos puramente defensivos para resistir às novas armas de fogo fabricadas.

As cidades depois da Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial a cidade passa a ter outros atributos, isto é, deixa de ser
unicamente o local para se habitar, mas o lugar por excelência que oferece
oportunidades de habitação e emprego aos seus habitantes.

As transformações que se operaram em resultado da industrialização trouxeram


profundas alterações no tamanho das cidades e da população, na ocupação do solo e na
conservação do ambiente. Como consequência do aumento das unidades de produção, o
que induziu a concentração de grandes massas de trabalhadores, novas cidades
surgiram.

As cidades do presente — a explosão demográfica

O grande desenvolvimento das cidades e das formas de Vida urbana são um dos
fenómenos que melhor caracteriza a presente. Como já foi mencionado antes, a cidade
não é um facto novo, mas é sim uma transformação iniciada em séculos anteriores, onde
a população maioritariamente rural foi-se convertendo noutra, predominantemente
urbana.

Por volta de 1800, a população urbana mundial não ultrapassava os 5%. Na Europa, a
taxa de urbanização não ia para além dos 19% em 1800, era de 28% em 1850, em 1900
de 44% e hoje aproxima-se dos 70%.

Definição e Critérios

Uma cidade é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outros espaços urbanos
através de vários critérios.

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Uma cidade caracteriza-se por um estilo de vida particular dos seus habitantes, pela
urbanização e pela concentração de atividades económicas. Cada país define os seus
próprios critérios para a definição de cidade.

Ainda assim existem critérios muitas vezes utilizados:

 Critérios Demográficos: Recorrem ao número de habitantes e/ou à densidade


populacional (o limiar varia de país para país);
 Critérios Funcionais: Na cidade deve predominar atividades relacionadas com
os setores secundário e terciário;
 Critérios administrativos, políticos, e/ou históricos: aplicam-se às cidades
definidas por decisão legislativa, atribuída por diferentes motivações (capitais de
distrito, vontade régia, incentivar o povoamento, defesa das regiões de
fronteira);
 Critérios morfológicos: Tipo de edifícios e densidade das vias de comunicação.

As principais funções das cidades

As funções da cidade são determinadas pela actividade principal desenvolvida pela


população, embora a maioria das cidades exerçam todas as funções, há uma actividade
preponderante que leva a que se considere tal actividade como especialidade desta ou
daquela cidade. É a partir da estatística ou sondagem ou informações fiscais que se
obtém dados que nos permitem classificar ou ordenar as funções de um aglomerado
urbano. Igualmente, se as grandes cidades assumem quase todas as funções urbanas, há
um grande número de pequenas cidades especializadas, cuja actividade é dominada por
uma função preponderante.

As cidades desempenham uma série de funções: funções de direcção e comando;


funções de produção e consumo; e funções que asseguram serviços.

a) Funções de direcção e comando

As funções de direcção e comando compõem-se de: função política, função financeira e


função directiva ou administrativa.

Função política – exprime-se pelos poderes do Estado que muitas cidades detém; ou
seja, é uma função característica das cidades capitais de Estado, apesar de não serem
exclusivas, onde os governos tem as suas sedes. São simbolizadas por um grande
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número de actividades públicas e é onde muitas vezes se encontram os centros de
decisão de grandes empresas.

Função financeira – é conjuntamente com a função política a mais urbana de todas as


funções urbanas. As cidades sempre foram locais de acumulação de riqueza, pois foram
e continuam sendo lugares de troca e de comércio. Desde a Idade Média que as cidades
da Europa Ocidental congregam capitais; foi esta longa herança que permitiu e explica o
desenvolvimento de estabelecimentos bancários e a importância das bolsas de valor nas
grandes cidades (Paris, Londres, Zurique).

Função directiva ou administrativa – esta função é conferida às cidades com uma


vasta gama de serviços, onde as sedes administrativas de grandes empresas industriais,
comerciais e financeiras se concentram, em áreas especificas. Essas áreas resultam nos
famosos "Central Business District» (CBD), city ou baixa, que orientam e administram
a Vida económica de um pais, região e, por vezes, a Vida mundial.

b) Funções de produção e consumo

Estas funções compreendem a função industrial, a função comercial e a função de


consumo.

Função industrial – pese embora a actividade industrial esteja patente em quase todas
as Cidades, existem algumas que resultaram exclusivamente da actividade industrial.
Trata-se de algumas cidades da Europa Ocidental e Estados Unidos da América surgidas
em resultado da Revolução Industrial e da exploração dos recursos minerais do subsolo
e que acabaram marcando profundamente toda a paisagem circundante.

Função comercial – a actividade comercial teve e continua desempenhando um grande


papel na criação e desenvolvimento das cidades. Já na Idade Média desempenhou um
grande papel no nascimento e desenvolvimento das cidades através das trocas
comerciais e da acumulação de capitais.

Funções de consumo — as cidades recebem e consomem grandes quantidades de


produtos agrícolas, materiais de construção, energia, água e diversos produtos
manufacturados. Este consumo provoca um efeito negativo no ambiente.

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c) Funções de prestação de serviços

Função sanitária – é aquela função desempenhada pela cidade com O fim de assegurar
as condições básicas de higiene e serviços de saúde dos seus habitantes. Assim, a cidade
exerce uma função de responsabilidade relativamente a uma comunidade mais ou
menos grande. O número de estabelecimentos hospitalares é um bom indicador da
influência da cidade neste campo.

d) Função de ensino, de educação e cultural

Função cultural – as cidades exercem um papel de destaque na área cultural. Este


papel associa-se existência, desde há longa data, da sua função universitária, tornando-
as centros de pesquisa e investigação, centros de animação artístico-culturais e produção
cultural.

e) Funções de turismo e de recreação

Tanto as cidades costeiras bem como as de montanha, as de sol ou de neve, termais,


com águas mineromedicinais, oferecem a todos aqueles que as procuram, diversão,
sossego, paz e tratamento.

f) Função religiosa

por vezes as cidades foram e são o resultado de factores religiosos; tem-se como
exemplos as cidades de Jerusalém, Meca, Vaticano, Fátima, entre outras. Estas surgiram
em locais de «aparições» de entidades místicas, de importantes mosteiros, catedrais, etc.

g) Função múltipla

A função múltipla ou mista é aquela que congrega dentro duma mesma cidade várias
funções, nomeadamente a função político-administrativa (que é por excelência a
actividade que caracteriza qualquer capital de Estado, pois costuma ser na capital do
pais que se localiza a sede do governo, embaixadas, bem como o centro decisório das
grandes empresas, a banca, seguros, comunicações entre outras), industrial, comercial,
financeira, de defesa, cultural, religiosa, turística e outras mais.

Para o caso de Moçambique pode-se afirmar que a cidade de Maputo desempenha


simultaneamente esta função mista, por ser o centro político, administrativo e comercial
de Moçambique.

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Conclusão

O urbanismo mostra-se, portanto, como uma ciência humana, de carácter


multidisciplinar, inserida no contexto de uma sociedade em processo de constante
crescimento demográfico e respondendo a uma forte pressão de civilização e
urbanidade, enfrentando suas demandas e problemas. Numa perspectiva simplista, o
urbanismo é a acção de projectar e ordenar espaços construídos. No entanto, sob um
ponto de vista amplo, o urbanismo pode ser entendido tanto como um conjunto de
práticas e ideias. Portanto, apesar da matéria-prima do urbanismo ser a arquitectura, o
estudo do urbanismo dialoga com outras disciplinas tais como a ecologia, geologia,
geografia e outras ciências.

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Bibliografia

Referência autoral (APA): Editora Conceitos.com (set., 2012). Conceito de Urbanismo.


Em https://conceitos.com/urbanismo/. São Paulo, Brasil.

MANSO, Francisco Jorge; VICTOR, Ringo. Geografia 12ª Classe – Pré-


universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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