Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
CAMPUS GOIÂNIA
GERÊNCIA EDUCACIONAL DA ÁREA TECNOLÓGICA III
AULAS REMOTAS - 2020
TÓPICO 1
GOIÂNIA
1
1. INTRODUÇÃO.
F
oi por volta de 15.000 a 10.000 a.C. que o ser humano começou a se
sedentarizar. Quando terminava o último período glacial vastas regiões da Ásia
e da África começaram a secar e aquelas tribos até então nômades procuram as
margens dos grandes rios da região e ali se iniciou uma sedentarização. Foi a
domesticação de animais e vegetais
que possibilitou, em grande parte, o
ser humano se fixar num
determinado local. (Figura 12). As
percussoras das cidades foram
aldeias fortificadas erguidas às
margens ou bem próximas a Figura 12 - Reconstituição de Vila Pré-histórica.
avançado,
estimulado pelas
atribuições
comerciais e o
desenvolvimento da
escrita cuneiforme.
É importante
entender que. as
cidades da
antiguidade eram como fortalezas, redutos e abrigos, (Figura 14) que surgiram em
função dos tempos de guerra e das invasões e que as primeiras manifestações definiram
a cidade como forma de ocupação de território, com plantações perenes, construções de
templos religiosos e as obras de irrigação.
Assim, a cidade tornou-se um local de produção, além de moradia, com sua produção
excedente, iniciando os mercados como forma de comercialização e troca dos mais
diversos produtos, gerando lucros e riquezas. Segundo Cassilha, 2007, a partir de certo
momento as cidades começaram a ser organizadas conforme seus mercados, com
influências dos mercados das vizinhanças. Muitas pessoas vinham para os centros
urbanos em busca de produtos e serviços. Com o uso do cavalo e o desenvolvimento das
carroças puxadas a bois e cavalos, chegava-se a distâncias maiores em menor espaço de
tempo; com o surgimento de utensílios, da metalurgia e da roda, inicia-se a diferenciação
entre aldeia ou povoado e a cidade, uma vez que a segunda caracteriza-se por uma
diversificação de seu mercado e, consequentemente, uma concentração maior de
população. Outra característica importante da cidade primitiva era servir a um ou mais
deuses, cuja representação passa a ser exercida, geralmente, por um Rei. Os impérios da
antiguidade foram disseminadores de cidades, pois elas eram pontos para manter a
supremacia militar nas regiões conquistadas.
Mesmo com essa analogia entre o urbano e a cidade, na verdade, a cidade é o local do
urbano, pois nem toda cidade é plenamente urbana, por vezes as funções da cidade
podem estar relacionadas ao extrativismo e à agropecuária. Uma área urbana tem como
preceitos uma grande aglomeração de pessoas vinculadas às relações complexas da
3
industrialização, a circulação
de mercadorias, pessoas e os
fluxos de capitais. Todas
essas características se
complementam quando
analisamos uma paisagem
Figura 15 - Paisagem urbana atual - Houston/Texas
tipicamente urbana, marcada
pelos equipamentos urbanos como prédios, pavimentação, iluminação, obras estruturais
e o intenso individualismo que marca a era das metrópoles. (Figura 15).
2. HISTÓRIA DA URBANIZAÇÃO.
Nesse sentido a urbanização, como nós conhecemos, foi iniciada a partir da Revolução
Industrial, no século XVIII, a princípio na Inglaterra e depois se espalhando por outras
localidades da Europa e nos Estados Unidos. As primeiras fábricas provocaram um
grande êxodo rural pela necessidade de absorção de mão de obra e formação de
mercados consumidores.
(Figuras 16 e 17).
Concomitantemente, as
máquinas da Revolução
Industrial invadiram o campo,
mecanizando a lavoura e
expulsando os camponeses de
suas terras.
Figura 16 - Urbe industrial inglesa - Séc. XIX
O fenômeno urbano chegou
acompanhado por uma série
de problemas. As primeiras
aglomerações urbanas da
Inglaterra e da França
combinavam poluição
atmosférica, falta de
saneamento básico e
condições precárias de vida
para os seus habitantes. Na Figura17 - Urbe industrial no Vale do Rio Ruhr - início Séc. XX
4
De acordo com os relatórios oficiais das Nações Unidas, a população mundial passou a
ter mais pessoas vivendo nos centros urbanos do que nas áreas rurais no ano de 2008.
(Figura 20). Atualmente, o urbano corresponde a 52,1 % da população do planeta. Nos
países desenvolvidos, essa média é de 77,7%, contra 46,5 % nos países
subdesenvolvidos. Segundo o Censo 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), o Brasil possui 84,4 % de sua população de cerca de 190
milhões de habitantes vivendo em áreas consideradas urbanas. (Figura 21).
3. PROCESSO DE URBANIZAÇÃO.
3.1. CIDADE.
3.2.1. A urbanização.
Fenômeno ao mesmo tempo
demográfico e social, a
urbanização é uma das mais
poderosas manifestações das
relações econômicas e do modo de
vida vigentes numa comunidade
em dado momento histórico.
Urbanização é o processo
mediante o qual uma população se
instala e multiplica numa área
dada, que aos poucos se estrutura
como cidade. Fenômenos como a
industrialização e o crescimento Figura 23 - Ocupação urbana típica.
apresentasse incompleto e
Figura 26 - Segregação sócio espacial, São Paulo.
imperfeito: favelas, habitações
deterioradas, zonas a renovar e recuperar, superposição de funções e outras anomalias.
(Figura 26) O remanejamento exige mais do que o planejamento material simples:
aumento da rede de serviços, ampliação da oferta em habitações e racionalização da
ocupação do solo. Torna-se fundamental a criação de novas estruturas, correspondentes
à nova realidade.
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo moderno a se urbanizar (em 1850 já possuía
mais de 50% da população urbana), no entanto a urbanização acelerada da maior parte
dos países desenvolvidos industrializados só ocorreu a partir da segunda metade do
século XIX. Além disso,
esses países demoram mais
tempo para se tornar
urbanizados que a maioria
dos atuais países
subdesenvolvidos
industrializados.
Vemos, então, que, em
geral, quanto mais tarde
um país se torna
industrializado tanto mais
rápida é sua urbanização. Figura 27 - Avenida Paulista, 1900.
Observe esses dados:
Em 1900 existiam no
mundo dezesseis cidades
com população superior a
1 milhão de habitantes.
Dessa, somente duas
(Beijing e Calcutá)
pertenciam ao Terceiro Mundo.
Em 1950 havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de
habitantes. Dessas, apenas seis (Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Mumbai, Cidade do
México e Rio de Janeiro) estavam situadas no Terceiro Mundo. Observação: a cidade de
São Paulo nem constava dessa lista. (Figuras 27 e 28). No ano 2000 foi comprovado que,
das 26 aglomerações
urbanas com mais de 10 Figura 28 - Avenida Paulista, 2010.
12
milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estão no Terceiro Mundo. A segunda
aglomeração urbana mais populosa do mundo é a Cidade do México, com 32 milhões de
habitantes, o equivalente à população da Argentina em 1990. São Paulo aparecia como a
terceira aglomeração urbana, com 26 milhões de habitantes.
4. REGIÃO METROPOLITANA
4.1. INTRODUÇÃO.
No que pode ser considerada "uma nova fase de modernização capitalista", pautada em
um novo sistema tecnológico e em um enfoque de governança baseado na liberalização
econômica, a metropolização contemporânea deve ser compreendida como uma
verdadeira metamorfose do processo de urbanização, que se reforça em funções
superiores em matéria de decisão, direção e gestão — as mais articuladoras das bases
econômicas nacionais aos circuitos globais —, concentradas nos principais polos
urbanos.
4.2.1. Metrópole.
Metrópole, da língua grega metropolis (mētēr = mãe, ventre e pólis = cidade), é o termo
empregado para se designar as cidades centrais de áreas urbanas formadas por cidades
ligadas entre si fisicamente (conurbadas) ou através de fluxos de pessoas e serviços ou
14
que assumem importante posição (econômica, política, cultural, etc.) na rede urbana da
qual fazem parte. (exemplos: Goiânia, São Paulo).
4.2.2. Conurbação.
Conurbação (do lat. urbis, cidade) é a unificação da malha urbana de duas ou mais
cidades, em consequência de seu crescimento espacial. Geralmente esse processo dá
origem à formação de regiões metropolitanas. Contudo, o surgimento de uma região
metropolitana não é necessariamente vinculado ao processo de conurbação. O processo
de conurbação é caracterizado por um crescimento que expande a cidade, prolongando-a
para fora de seu perímetro absorvendo aglomerados rurais e outras cidades. Estas, até
então com vida política e administrativa autônoma, acabam comportando-se como parte
integrante da metrópole. Com a expansão e a integração, desaparecem os limites físicos
entre os diferentes núcleos urbanos. (exemplo: Goiânia e Aparecida de Goiânia).
4.2.3. Megalópole.
Uma megalópole é uma extensa região pluripolarizada por metrópoles conurbadas, ou
em processo de conurbação. Correspondem às mais importantes e maiores aglomerações
urbanas da atualidade. São encontradas em regiões de intenso desenvolvimento urbano,
e nelas as áreas rurais estão praticamente (senão totalmente) ausentes.
O conjunto da megalópole apresenta uma forte integração econômica e intensos fluxos
de pessoas e mercadorias. Meios de transporte rápidos — trens expressos, autopistas e
pontes aéreas — sustentam esses fluxos. A megalópole representa, ao mesmo tempo,
concentração e dispersão. Concentração, pois a imensa zona urbanizada forma um
mercado consumidor de grandes dimensões, atraindo atividades econômicas
diversificadas e de alta capitalização; Dispersão, visto que o espaço da megalópole,
irrigado por meios de transportes e comunicação, oferece alternativas de localização para
áreas residenciais e industriais fora dos congestionamentos e problemáticos núcleos
metropolitanos. A megalópole não é apenas uma aglomeração de metrópoles, mas
também uma coleção de subúrbios. (exemplo: Nordeste dos E.U.A. – Boston a
Washington, Sudeste do Brasil – São Paulo ao Rio de Janeiro).
15
difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes produzidas nos
grandes centros nacionais e internacionais.
Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que exerce
controle sobre os principais sistemas de comunicação que difundem as inovações por
todo o país, através dos meios de comunicação. (Figura 29).
Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação de um novo
modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao quadro social e econômico do
Brasil contemporâneo.
Até poucas décadas atrás, o Brasil era um país de economia agrária e população
majoritariamente rural. Hoje, 8 em cada 10 brasileiros vivem em cidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ALVES, Kelle Cristina Silva. PRADO, Anderson Luiz Martins, Vieira, Dinah Fernanda
Aparecida Amorim. Rosa, Luiz Carlos Laureano. Uso de imagens de satélites de
alta e baixa resolução em áreas urbanas. XI Encontro Latino Americano de
Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade
do Vale do Paraíba, 2008. Disponível em: http://www.inicepg.univap.br/
cd/INIC_2007/trabalhos/humanas/inic/INICG00910_01O.pdf; (Acesso em 2015).
LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960.
SILVA, José Afonso. Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1995.