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ESTRADAS II

 Breve Histórico da Pavimentação


• Antiguidade
• Pós-renascença
• Era morderna
 Situação Atual no Brasil
HISTÓRICO

 História da pavimentação nos remete


à própria história da humanidade:

• povoamento dos continentes


• conquistas territoriais
• intercâmbio comercial, cultural e
religioso
• urbanização e desenvolvimento
HISTÓRICO
ASPECTOS MOTIVADORES

- NECESSIDADE PARA ESCOAMENTO


DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA E RURAL;
- ACESSO ÀS FONTES DE MADEIRA,
ROCHAS, MINERAIS E ÁGUA;
- DESEJO DE EXPANDIR SUA ÁREA
OU TERRITÓRIO DE INFLUÊNCIA;
PAVIMENTAÇÃO

As técnicas de pavimentação
evoluíram e sempre evoluirão com os
meios de transporte terrestre.
HISTÓRICO
ANTIGUIDADE
Os veículos com rodas de madeira
necessitavam de superfícies revestidas

Civilizações:

• Mesopotâmia
• Egito
• Babilônia
• China
• Índia
• Incas, Maias e Astecas
HISTÓRICO

EGITO

Uma das mais antigas estradas pavimentadas


implantadas não se destinou a veículos com rodas, mas
a pesados trenós destinados ao transporte de cargas
elevadas. Para construção das pirâmides (2600-2400
aC), vias com lajões justapostos. Atrito era amenizado
com umedecimento constante (água, azeite, musgo
molhado)
HISTÓRICO
ÁSIA
• Velhos caminhos da China (200a.C.) e Índia

• Destaque: Estrada da Seda, uma das rotas de


comércio mais antigas e historicamente
importantes devido a sua grande influência
nas culturas da China, Índia, Ásia e também do
Ocidente.

• A Estrada da Seda não existia apenas com o


propósito do comércio da seda, mas de
diversos outros bens como ouro, marfim,
animais e plantas exóticas. A mercadoria mais
significativa carregada nesta rota não era a
seda, mas a religião, o budismo.
HISTÓRICO

Apogeu da Estrada da Seda foi na


dinastia Tang (anos 600d.C.) e, após um
período de declínio, voltou a se tornar
importante com o surgimento do Império
Mongol sob a liderança de Gêngis Khan
(anos 1200d.C.), por ser o caminho de
comunicação entre as diversas partes
do Império.
HISTÓRICO
ANTIGUIDADE

Os veículos com rodas de aço


necessitavam de estruturas mais
resistentes

Civilizações:
– Grécia
– Império Romano
HISTÓRICO

 O sistema viário romano já existia


anteriormente à instalação do Império,
embora o mesmo tenha perimentado grande
desenvolvimento a partir de então.

 Portanto, há mais de 2000 anos os romanos já


possuíam uma boa malha viária, contando ainda
com um sistema de planejamento e manutenção.
A mais extensa das estradas contínuas corria
da Muralha de Antonino, na Escócia, à
Jerusalém, cobrindo aproximadamente
5.000km (Hagen, 1955).
Histórico
ROMANOS
•Viae publicae; Viae militare;
Actus (vias locais); Privatae
(Espessura 1m-1,5m)
Fundação: pedras grandes
Camada Intermediária: areia, pedregulho, argila
Camada de Superfície: pedras nas bordas, pedregulhos,
limalha de ferro (espessura 5cm-7,5cm, podendo chegar a
60cm)

Via Ápia Pompéia,


Próximo a Itália Tempo e tráfego
Roma, Itália tiraram o material
ligante (pasta de cal)

Grande declividade:
> 6%
Vias não tinham um
traçado suave como
Lyon, hoje
França
VIA ÁPIA - ROMA
• Roma a Cápua, numa distância de 300 km, posteriormente foi
ampliada para passar por Benevento, Taranto, até Brindisi,
chegando à 600km (264 A.C.)
Summun dorsun

Nucleus

Statumen

Rudus
HISTÓRICO
IDADE MÉDIA

•A partir da queda do Império Romano (476d.C.), e


durante os séculos seguintes, as novas nações
européias fundadas perderam de vista a
construção e a conservação das estradas.

•A França foi a primeira, desde os romanos, a


reconhecer o efeito do transporte no comércio,
dando importância à velocidade de viagem.
HISTÓRICO
IDADE MÉDIA
• Carlos Magno, no final dos anos 700 e início dos
anos 800, modernizou a França e também no que
diz respeito ao progresso do comércio por meio
de boas estradas.

• Séculos X a XII de pouco cuidado com os


Caminhos Reais da França; este descuido é uma
das causas da decadência da Europa civilizada.
HISTÓRICO
AMÉRICA
 Império Inca (1400’s), Peru, (Equador, Argentina, Bolívia,
Chile)

• Sistema viário avançado (pedestres e animais de carga);


30 a 40.000km; definiram a rede peruana de estradas.

• A estrada do sol: Trechos de 1m até 16m de


largura,presença de armazéns e refúgios espaçados
ao longo da estrada, pontes, túneis, contenções,
drenos, etc.
HISTÓRICO
AMÉRICA

• Império Maia (300’s AC), México – ligando centros,


povoados e portos do mar;
• sacbeob – estradas brancas (cobertos
com estuque de cal).
HISTÓRICO
PÓS-RENASCENÇA

• Os ingleses, observando a forma como eram


calçados os caminhos da França, conseguiram
construir as vias mais cômodas, duráveis e velozes da
Europa, o que foi importante para o progresso da
indústria e comércio do país.

• Já à época, havia uma grande preocupação com


diversos aspectos hoje sabidamente importantes de
considerar para uma boa pavimentação: drenagem e
abaulamento; erosão; distância de transporte;
compactação; sobrecarga; marcação.

• Nomes importantes: Tresaguet (França); Telford


(Escócia) e McAdam (Inglaterra)
HISTÓRICO
PÓS-RENASCENÇA

MacAdam (1756 - 1836) e Telford (1754 - 1834)


- Importância da compactação

- Estruturas mais leves

- Bases bem drenadas (Drenagem)

- Manutenção contínua (Manutenção)

- Estabilização granulométrica

- Revestimentos mais confortáveis - cascalhos,


paralelepípedos
HISTÓRICO

TELFORD
Histórico
MacAdam
HISTÓRICO
MacAdam

Núcleo do Pavimento de MacAdam


HISTÓRICO BRASILEIRO
1560 – CAMINHO DO MAR – ligação São Vicente –
Piratininga, recuperada em 1661 como Estrada do
Mar, em 1790 vira “CALÇADA DE LORENA”.

1726 – CAMINHO DO OURO – Minas ao Rio –


Resquícios em Parati e várias outras cidades.
Também chamada Estrada Real (Estrada Velha de
Parati e Nova que vai para o Rio de Janeiro)

1792 – Estrada Santos - São Paulo: lajes de pedra

1865 – Estrada de rodagem UNIÃO E INDÚSTRIA


(144km) ligando Petrópolis a Juiz de Fora.
* Primeira estrada pavimentada do brasil
CALÇADA DE LORENA
CAMINHO DO OURO – ESTRADA REAL
CAMINHO DO OURO (1726)
Minas - Parati
Resquícios do CAMINHO DO OURO
Parati (2013)
UNIÃO INDÚSTRIA
HISTÓRICO
ERA MODERNA
• Século XIX (1ª Metade): Ferrovias

• Século XIX (2ª Metade): Goodyear (pneus), Dumlop


(vulcanização), Daimler (motor)

• 1890 - Penhard / Lassar - automóvel de benzina

• Século XX: (Evolução Tecnológica do automóvel)


• 1905: Asfalto
• 1909: Placas CCP
• 1920: HRB
• 1940: USACE (Corpo de Engº. Exército USA)
• 1950: WASHO Road Test (Flexible)
• 1960: AASHO Road Test (Flexible and Rigid)
• Manuais 66/72/86/93/2000
• 1982: PICR - (HDM)
• 1993: SHRP
HISTÓRICO BRASILEIRO

• 1906 – Calçamento asfáltico em grande escala na


cidade do Rio de Janeiro – CAN (Trinidad)- Prefeito
Rodrigues Alves
• 1913 – Rodovia Santos - São Paulo
• 1922 – Estrada Rio - Petrópolis – Pavimento de
concreto
*Malha ferroviária brasileira: 3.000km
• 1937 – Criação do DNER
• 1942 – Contato com engenheiros norte-americanos
que construíram pistas de aeroportos e estradas de
acesso durante a 2ª Guerra Mundial (Belém, Fortaleza,
Natal, Recife, Maceió e Salvador) - CBR
HISTÓRICO BRASILEIRO

• 1942 – 1.300km de rodovias pavimentadas, uma


das menores extensões da América Latina
• 1945 – Rodovia Rio - Bahia

• 1950 – Pavimentação da Rio - São Paulo (Dutra):


• Sem estudo geotécnico, com espessuras
constantes de 35cm (20cm de base de
macadame hidráulico e 15cm de um
revestimento de macadame betuminoso por
penetração, dosado pela regra “a quantidade
de ligante é a que o agregado pede”.
• Melhoria das estradas vicinais
HISTÓRICO BRASILEIRO

• 1959 – Criação da Associação Brasileira de


Pavimentação (ABPv)
• 1960 – Fim do Governo de Juscelino Kubischek -
criação de Brasília – Estradas radiais e Plano
Nacional de Viação
*Malha ferroviária totalizava 38.000km

*1922- Malha ferroviária brasileira: 3.000km


HISTÓRICO BRASILEIRO

•1964 – Alguns projetos de pavimentação do


Governo militar:
 TRANSAMAZÔNICA - 4223 km de comprimento, ligando a

cidade de Cabedelo, na Paraíba à Lábrea,no Amazonas,


cortando sete estados brasileiros:
Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas
(não pavimentada)
 PONTE RIO – NITERÓI
HISTÓRICO BRASILEIRO

• 1986 – 95.000km de rodovias pavimentadas:


45.000km federais e
50.000km estaduais e municipais

• 1988 – 140.000km de rodovias pavimentadas


(maior extensão da América Latina)
*Malha ferroviária: 30.000km
• 1996 – Início do programa de concessões
HISTÓRICO BRASILEIRO

• 2002 – 165.000km de rodovias pavimentadas


55.000km federais
1.600.000km de rodovias não pavimentadas
(federais, estaduais e municipais)

*Malha ferroviária: 29.000 km


HISTÓRICO BRASILEIRO

• 2005 – 190.000km de rodovias pavimentadas


55.000km federais
1.700.000km de rodovias não pavimentadas
(federais, estaduais e municipais)

*Malha ferroviária: 25.000 km

Produção de Asfalto: 1.300.000 ton/ano


SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL

Fonte: DNIT 2000


SITUAÇÃO ATUAL NO BRASIL
PESQUISA CNT DE RODOVIAS / 2015

• Estudo da CNT mostra que 57,3% (49,9% -


2014) do pavimento das rodovias brasileiras
apresenta algum tipo de deficiência no estado
geral.

• Possuem condições adequadas de segurança


e desempenho 42,7%, que tiveram
classificação ótimo ou bom no estado geral.

• A pesquisa também mostra que 86,5% dos


trechos são de pista simples e de mão dupla
ESTRADAS II
TERMINOLOGIA E CONCEITOS BÁSICOS

• Definições

• Tipos de Pavimentos

• Classificação dos Pavimentos

• Camadas Constituintes

• Distribuição de Esforços
PAVIMENTAÇÃO
 PAVIMENTAR É CRIAR UMA SUPERFÍCIE MAIS REGULAR A
FIM DE PROVER MELHORIAS OPERACIONAIS PARA O
TRÁFEGO:
• GARANTIR CONFORTO E SEGURANÇA NO
DESLOCAMENTO
• MENOS RUÍDO E SOLAVANCOS, COM CONSEQUENTE
DIMINUIÇÃO DO TEMPO DE VIAGEM;
• Redução de custos operacionais e de manutenção dos
veículos;
• Aumento da velocidade e economia nos tempos de viagem;
• POSSIBILIDADE DE SINALIZAÇÃO, VERTICAL E TAMBÉM
HORIZONTAL;
PAVIMENTAÇÃO
PAVIMENTAÇÃO
O Pavimento comparado a
outras obras civis
• Faixa de terreno estreita, +/- 50 m
de largura e extensão de km,
investimento por m2 pequeno

• FS pequeno e indefinido
• O clima é fator importantíssimo
• Vida útil pequena: 10 a 20 anos;
• Cargas transientes
• Estudos geotécnicos: sondagens a
Pavimentos pequenas profundidades (até 1,5
m), prospecção de jazidas de
materiais de empréstimo, ensaios de
laboratório
PAVIMENTO
Estrutura de múltiplas

camadas construída
sobre a terraplenagem e
destinada, técnica e
economicamente, a
resistir aos esforços
oriundos do tráfego e a
melhorar as condições
de rolamento, gerando
conforto e segurança ao
usuário. Fonte: SENÇO, 1997.
CAMADAS CONSTITUINTES

Regularização do subleito
Camada irregular sobre o subleito.
Corrige falhas da camada final de
terraplenagem ou de um leito antigo de
estrada de terra.

Reforço do Subleito
Quando existente, trata-se de uma camada
de espessura constante sobre o
subleito regularizado. Tipicamente um
solo arenoso/argiloso de qualidades
superiores a do subleito.
CAMADAS CONSTITUINTES

Sub-base
Entre o subleito (ou camada de reforço
deste) e a camada de base. Material
deve ter boa capacidade de suporte.
Previne o bombeamento do solo do
subleito para a camada de base.

Base
Abaixo do revestimento, fornecendo
suporte estrutural. Sua rigidez alivia
as tensões no revestimento e distribui
as tensões nas camadas inferiores.
TIPOS DE PAVIMENTO
Pode-se classificar os pavimentos em 3 tipos:

Rígidos: placas de concreto Semi-rígidos: revestido de camada Flexíveis: revestido de camada


de cimento Portland Asfáltica e com base estabilizada asfáltica e com base de brita ou
quimicamente (cal, cimento)
solo
TIPOS DE PAVIMENTO

Flexíveis:
Aquele em que todas as
camadas sofrem deformação
elástica significativa sob o
carregamento aplicado e,
portanto, a carga se distribui
em parcelas aproximadamente
equivalentes entre as
camadas. Exemplo típico:
pavimento constituído por
uma base de brita (brita
graduada, macadame) ou por
uma base de solo
pedregulhoso, revestida por
uma camada asfáltica.
(DNIT,2006)
Pavimento Flexível ou Asfáltico
Nos pavimentos asfálticos, estão em geral presentes
camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito

Revestimento asfáltico

Base

Sub-base

Reforço do subleito

Subleito

Estrutura-tipo de pavimento asfáltico


TIPOS DE PAVIMENTO

Rígidos:

Aquele em que o
revestimento tem uma
elevada rigidez em
relação às camadas
inferiores e, portanto,
absorve praticamente
todas as tensões
provenientes do
carregamento aplicado.
Exemplo típico: pavimento
constituído por lajes de
concreto de cimento
Portland. (DNIT, 2006)
CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE REVESTIMENTO
RÍGIDO – CONCRETO CIMENTO PORTLAND

CCP - Concreto de Cimento Portland - BASE (B) e


REVESTIMENTO (R)

SUB-BASE (SB) - Pouca contribuição Estrutural


Controle de bombeamento / expansão / contração
CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE REVESTIMENTO
RÍGIDO – CONCRETO CIMENTO PORTLAND

Paralelepípedos
rejuntados

Pavimento de Nota: Pavimento de blocos


concreto-cimento
pré-moldados de cimento
comporta-se como flexível
PAVIMENTO RÍGIDO - CONCRETO
JUNTAS TRANSVERSAIS E LONGITUDINAIS
PAVIMENTO RÍGIDO - CONCRETO
BARRAS DE TRANSFERÊNCIA E DE LIGAÇÃO
PAVIMENTO RÍGIDO - CONCRETO
BARRAS DE TRANSFERÊNCIA E DE LIGAÇÃO
PAVIMENTO RÍGIDO - CONCRETO
TEXTURIZAÇÃO
PAVIMENTO RÍGIDO - CONCRETO
ACABAMENTO
TIPOS DE PAVIMENTO
EXEMPLO DE DIMENSÕES TÍPICAS

8 cm

25 cm
25 cm
15 cm

15 cm 15 cm
CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE REVESTIMENTO
PAVIMENTO FLEXÍVEL X RÍGIDO
CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE REVESTIMENTO
PAVIMENTO FLEXÍVEL X RÍGIDO
TIPOS DE PAVIMENTO

SEMI-RÍGIDOS:
Revestido de camada
asfáltica e com base
estabilizada quimicamente
(cal, cimento)
TIPOS DE PAVIMENTO


TIPOS DE PAVIMENTO
PAVIMENTO COMPOSTO:
Pavimento reforçado de concreto asfáltico denso
(CA) sobre placas de concreto.

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