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E S T RU T U RAS DE
M ADE I RA
2002
SUMÁRIO
RESUMO
Este trabalho apresenta uma proposta de método de ensaio para determinação da
resistência de ligações em peças estruturais de madeira por chapas com dentes
estampados e também verifica os modos de ruptura destas ligações. Para esta
finalidade foram realizados ensaios com cinco espécies de madeira classificadas de
acordo com as classes de resistência apresentadas na norma brasileira para estruturas
de madeira, a NBR 7190/1997 - Projeto de estruturas de madeira. No trabalho são
verificados três modos básicos de ruptura das ligações, a saber: tração da chapa,
cisalhamento da chapa e arrancamento dos dentes da chapa da peça de madeira.
Dentro de cada modo de ruptura verificam-se os efeitos da variação da posição da
chapa em relação à direção de aplicação da força. Determina-se também a resistência
da ligação de acordo com o proposto pela norma brasileira para estruturas de
madeira.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• American Society for Testing and Materials. ASTM E767 - Test methods for shear
resistance of steel truss plate;
• Canadian Standards Association (1980). CSA S347 - Methods of test for evaluation
of truss plate used in lamber joints;
• Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997). NBR 7190 - Projeto de
estruturas de madeira.
F85
Arctg k
F71
m
2 ε(µ m
)
Figura 1 - Determinação da resistência (R) e rigidez (k) da ligação. Fonte: NBR 7190/1997
F
R est
1,0
89
88
87
86
05 15 45 55 85
0,5
04 24 44 64 84
03 23 43 63 83
02 22 42 62 82
0,1 01
21 31 61 71
h = mínimo 9,7 cm
Mínimo 20 cm
Força de tração
2 mm entre peças
Relógios comparadores
0,5 cm
Mínimo 2 x comp.
do dente + 0,5 cm
ou 4,7 cm
2,5 cm
9,7 cm
(mínimo)
24,0 cm
4,0 cm
10,0 cm
19,4 cm (mínimo)
Relógios comparadores
αCH = 0°
αCH = 90°
2 mm entre peças
αCH = 30° e
60°
Força de compressão
Força de tração
2 mm entre peças
Relógios comparadores
Tabela 4 - Dimensões das chapas utilizadas nos ensaios de arrancamento paralelo às fibras
Mínimo 50 cm
4 RESULTADOS
(kN/cm2) (kN/cm2)
Força kN
40
30
20
10
0 1 2 3 4 5 6
DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA(1/1000)
FORÇA (kN)
24
22
20
18
16
14
12
10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
FORÇA (kN)
18
16
14
12
10
0 2 4 6 8 10 12 14
6 CONCLUSÕES
7 BIBLIOGRAFIA
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (1992). ASTM E489 - Test
methods for tensile strength properties of stell truss plates.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (1992). ASTM E767 - Test
methods for shear resistance of steel truss plate.
CEN-TC 124 (1994). prEN-1075 - Timber structures - Test methods - Joints made
with punched metal plate fasteners.
DEUTSCHA INSTITUT FUR NORMUNG (1988). DIN 1052 - Structural use of wood.
GANG-NAIL (1980). Gang-Nail roof & floor truss systems - for architects and
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MACKENZIE, C.; McNAMARA, R. (1994). Basic working loads for truss plate
connector in Pinus Elliottii. In: PACIFIC TIMBER ENGINEERING CONFERENCE,
PTEC 94. Proc. p.370-378
STERN, E.G. (1992). 35 Years of experience with certain types of connectors used for
the assembly of wood structures. Forest Products Journal, v.42, n.11/12, p.33-45.
Resumo
O trabalho tem por objetivo o estudo teórico e experimental de pontes protendidas de
madeira para pequenos vãos utilizando madeiras de reflorestamento. Para esta
finalidade foram avaliados os parâmetros elásticos destas madeiras e o efeito da
presença de juntas de topo na rigidez longitudinal do tabuleiro da ponte. A metodologia
utilizada para obter os parâmetros elásticos é a experimentação em laboratório de
placas ortotrópicas submetidas à torção. Os efeitos das juntas de topo foram
verificados em ensaio de modelo reduzido e comparado a uma simulação numérica em
computador utilizando o programa AnSYS 5.2 de elementos finitos, módulo Shell, com
propriedades ortotrópicas. Finalmente é proposto um critério de dimensionamento
para estas estruturas a partir dos resultados experimentais obtidos e de disposições de
códigos internacionais.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades
1
Prof. Doutor do CEUV-FEV, Votuporanga e da UNIRP, SJ do Rio Preto, okimotofs@terra.com.br
2
Prof. Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, calil@sc.usp.br
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Introdução
2.1.1 Conceito
O conceito de pontes de tabuleiro laminado protendido surgiu no Canadá, na
região de Ontário, em 1976. TAYLOR & CSAGOLY (1979) afirmam que no norte do
Canadá foi muito utilizado o sistema de tabuleiro de ponte laminado pregado que
consiste em vigas de madeira serrada posicionadas, ao longo do vão, uma adjacente
a outra e conectadas por pregos (figura 4).
2.1.2 Aplicação
Uma estrutura que apresentava as características da delaminação foi a ponte
Hebert Creek (ponte sobre o córrego Hebert). Ela foi, então, escolhida para
experimentar o sistema de protensão transversal. O sistema deveria impor ao
tabuleiro a capacidade de distribuir as ações para outras lâminas (vigas) adjascentes.
As características da ponte Hebert Creek estão representadas nas figuras 5 e 6, a
seguir.
A seção transversal da ponte Hebert Creek foi protendida por duas barras de
aço de alta resistência ancoradas em uma placa de aço (figura 7).
Vigas
51mm x 305mm
1,52m 1,52m
457 mm
Tabuleiro
305mm
Lateral Elevação
Rodas
Rodas
Barra de Aço
Neoprene
Deficiência
Funcional 19%
Deficiência
Satisfatórias 56%
Estrutural 25%
Figura 11 - Situação das pontes nos EUA em 1986. Fonte: RITTER (1997)4
Figura 14 - Tabuleiro em T
2.1.3 Durabilidade
A durabilidade é um dos fatores decisivos no momento da avaliação da
viabilidade técnica e econômica de um sistema construtivo e seus materiais. Em
pontes, com vãos entre 4,5m e 18,3m, a madeira quando convenientemente tratada
com preservativos é um material estrutural econômico e prático. Se outros fatores
como projeto de estanqueidade, programas de inspeção e manutenção forem
observados, a madeira como material estrutural de pontes é competitiva com outros
materiais como aço e concreto (MUCHMORE -1986).
CSAGOLY & TAYLOR6 apud TAYLOR & WALSH (1983) afirmam que a
expectativa de vida útil do protótipo Fox Lake Road (figura 10) é de 50 anos.
RITTER (1996)7 apresentou o diagrama comparativo de Vida Útil de Pontes
com diferentes materiais. Uma síntese está ilustrada na figura 19.
5
RITTER, M. (USP. EESC. LaMEM). Comunicação pessoal, 1996.
6
CSAGOLY, P.F. ; TAYLOR, R.J. A Structural wood system for highway bridges. International
Association for Bridge and Structural Engineering, Viena, Austria, 1980.
40
30
20
10
0
Aço Concr et o M adeir a
2.1.4 Custo
Segundo TAYLOR & WALSH (1983) o MNR9 estimou o custo do protótipo Fox
Lake Road ficou em torno de 2/3 (dois terços) da proposta original em estrutura de
aço e portanto, o sistema tornou-se uma alternativa viável para construção de novas
pontes de pequenos vãos (TAYLOR10 apud TAYLOR & WALSH, 1983).
TAYLOR (1988) diz que o custo estimado para tabuleiros novos na
substituição de tabuleiros deficientes é da ordem de US$370 por m2, incluindo asfalto,
guarda-rodas e guarda-corpos. Nos sistemas onde se implementou perfis laminados
de aço e selantes de junta o custo subiu para US$450 por m2. A leveza do sistema,
para novas construções, pode minimizar o custo da superestrutura (tabuleiro sobre
vigas ou treliças) e/ou da infraestrutura.
7
RITTER, M. (USP. EESC. LaMEM). Comunicação pessoal, 1996.
8
RITTER, M. (1997). Statistics. mritter@facstaff.wisc.edu (08 Mai).
9
ASKI News Publication. Ontario Ministry of Natural Resources, Sudbury, Ontario, v. 9, n.1, Jan. 1983.
10
TAYLOR, R.J.; BATCHELOR, B.V. ; DALEN, K.V. Prestressed wood bridges. Structural Research
Report SRR-83-01. Ontario Ministry of Transportation and Communications, Dowsview, Ontario,
Canada, 1983.
11
Março de 1997 - LaMEM (Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira) do Departamento de
Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos - USP.
12
FPL-FS. Wood Handbook: Wood as na Egineering Material. USDA, Handbook n° 72. Washington, D.C.,
1974.
(a) (b)
Figura 23 – Influência do nível de protensão de projeto
13
Programa de cooperação entre Austrália e Estados Unidos sob responsabilidade de Western Wood
Products Association e Foreign Agriculture Service - USDA.
14
ET = 154 σN + 17383 e GLT/EL = 268 σN + 35907 com σN em psi, onde: EL = 1,5 x 106 psi
15
RITTER, M. (USP. EESC. LaMEM). Comunicação Pessoal, 1996.
16
RITTER, M. et al. An evaluation of stress-laminated T-beam bridges constructed of laminated veneer
lumber. /Trabalho não publicado, 1996/.
J -1
Admitem o valor de redução Cbj = onde J é o número de lâminas para
J
cada junta adjacente.
Efetivo momento
de Inércia
Inércia
Para DAVALOS & KISH apud DAVALOS & SALIM (1992) o fator Cbj é:
J -1
Cbj = + 0 ,1 que apresentado na forma da tabela 4 temos:
J
Tabela 5 - Fator de redução de rigidez - DAVALOS & KISH
Freqüência de Juntas Fator Cbj
cada 4 0,85
cada 5 0,90
cada 6 0,93
cada 7 0,96
cada 8 0,98
cada 9 0,99
cada 10 1,00
sem juntas 1,00
3 CONCLUSÕES
RITTER (1992)
17
RITTER, M. (1996) em comunicação pessoal afirma que alguns tabuleiros (sem revestimentos) foram
montados in loco em apenas 2 dias.
18
RITTER, M. (USP. EESC. LaMEM). Comunicação pessoal, 1996.
Pode-se perceber que aproximadamente 75% do valor total refere-se aos custos dos
materiais evidenciando, portanto, a necessidade de avaliação os parâmetros elásticos
para as espécies nacionais em níveis de protensão usuais.
Outro fato importante é que as peças de madeira encontradas no mercado
estão limitadas para um comprimento no máximo de 6m e quando disponíveis
comprimentos maiores, o preço sobe substancialmente. Por isso, a utilização de
juntas no tabuleiro, nestes casos, é necessária para viabilizar a construção. A
bibliografia apresenta tabelas de fatores de redução da rigidez longitudinal como
função da presença e freqüência de juntas mas, além de haver alguma variação nos
valores, é interessante verificar a influência do nível de protensão na redução das
juntas lembrando que a transferência acontece em função do atrito desenvolvido pela
protensão.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Austrália, July, 1994. Proc. v.2, p.131-137.
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nov.1994/fev.1995.
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analytical evaluations. Madison, Wisconsin, USDA, FS, FPL, Research Paper, FPL-
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Austrália, July, 1994. Proc. v.2, p.113-122.
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TIMBER ENGINEERING CONFERENCE, Gold Coast, Austrália, July, 1994. Proc.
v.2, p.156-161.
Resumo
Neste trabalho foi feito um estudo sobre as ligações por pinos metálicos em estruturas
utilizando madeira compensada. A resistência destas ligações, assim como nas ligações
em madeira maciça, dependem da combinação entre a flexão do pino e o embutimento
deste na madeira (maciça ou compensada). A determinação da contribuição de cada
um destes fatores é complexa, sendo necessária a separação destes dois fenômenos,
buscando-se entender o processo de flexão do pino e o de embutimento na madeira,
independentemente. Neste trabalho foram realizados ensaios de embutimento em
diversas chapas de madeira compensada disponíveis no mercado brasileiro, avaliando
o comportamento e a resistência ao embutimento destes produtos. Paralelamente à
análise experimental, foi realizada uma modelação numérica, por elementos finitos,
utilizando o software para análises numéricas ANSYS 5.2, para auxilar a análise do
comportamento do compensado quando submetido a cargas de embutimento.
1 INTRODUÇÃO
1
Pós-doutorando no Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, gstamato@sc.usp.br
2
Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, calil@sc.usp.br
2 O COMPENSADO
Figura 2 – Esq.: estrutura em cúpula utilizando madeira compensada. Dir.: painéis de piso pré-
fabricados utilizando madeira compensada - fonte: FPI
Figura 3 – Esq.: estrutura em pórtico utilizando madeira compensada. Dir.: detalhe da cumeeira
da estrutura - fonte: IPL
outros tipos de estruturas, tais como tesouras e shed, utilizando essa tecnologia. Duas
delas estão apresentadas na figura 4.
Figura 4 – Esq.: hangar no Campo de Marte, São Paulo – SP. Dir.: ginásio de esportes do São
Carlos Clube, São Carlos - SP, construído pela TEKNO S/A – fonte: do autor
3 LIGAÇÕES
t f yd
β= β lim = 1,25
d f ed
Onde t é a espessura convencional da madeira (figura 5), d o diâmetro do
pino, fyd a resistência de cálculo ao escoamento do pino metálico, permitindo que seja
admitida igual à resistência nominal característica de escoamento fyk, e fed a
resistência de cálculo de embutimento.
O valor de cálculo Rvd,1 da resistência de um pino, correspondente a uma
única seção de corte, é dada pelas expressões seguintes:
I. Embutimento na madeira
t2
β ≤ β lim R vd,1 = 0,40 fed
β
II. Flexão do pino
d2 f
β ≥ βlim R vd,1 = 0,625 fyd tomando-se fyd = yk sendo γs = 1,1
βlim γs
(t4 < t2
(
(t4
(
= t2
d d
t é o menor t4 = t2
t4 valor entre t
t é o menor t1 t t1 t1 2
2 t1 e t2
valor entre t é o menor
t1 e t2 t
2 (t4 ≥ 12d) valor entre
t1 e t2
(t≥ 2d) t4 < t2
(PARAFUSOS) (PREGOS)
4 METODOLOGIA
risco de uma ruptura precoce antes de uma deformação por embutimento satisfatória.
Nos ensaios realizados neste trabalho, porém, os corpos de prova foram moldados
com as relações altura,largura/diâmetro do pino especificadas pela NBR 7190/97 para
madeira maciça, apresentadas na figura 6.
A metodologia utilizada nos ensaios de embutimento deste trabalho está
descrita a seguir, já incluídas as adaptações necessárias à execução dos ensaios em
madeira compensada.
Todos os ensaios de embutimento foram realizados na Máquina Universal
DARTEC; trata-se de uma máquina universal de ensaios, com capacidade para
100kN, servocontrolada, ligada a um computador que, por meio de um software
específico, gerencia as operações do atuador e faz as leituras de carga e
deformações automaticamente.
Os ensaios de embutimento foram realizados em oito chapas de madeira
compensada compostas de diferentes números de lâmina, adesivos, matéria prima
etc. produzidas por quatro indústrias diferentes. São elas:
F
f e0 = e0 (1)
td
F
f e90 = e90 (2)
td
onde:
3
Esta chapa foi denominada neste trabalho de formplus 20, devido à sua espessura média ser de
19,5mm, apesar de ser comercializado como sendo de 18mm de espessura
• Fe0 e Fe90 são as forças aplicadas respectivamente nas direções paralela e normal
às fibras das lâminas das faces do compensado, correspondentes às deformações
residuais de ε=2‰, em Newton (N);
• t é a espessura do corpo-de-prova, em centímetros (cm);
• d é o diâmetro do pino, em centímetros (cm).
Para a madeira compensada, o corpo-de-prova para a resistência de
embutimento pode ser o mesmo para a aplicação da carga na direção paralela e
normal às fibras das faces do compensado; este corpo de prova deve ter forma
prismática, de seção retangular de 8d de largura, comprimento de 18d e espessuras,
como já foi dito, devem ser tomadas as comerciais em que a chapa é produzida, como
indicado na figura 6.
ou
14d
d
4d
A Seção AA
4d 4d t
Figura 6 – Corpo-de-prova para ensaio de embutimento segundo a NBR 7190/97 - fonte - NBR
7190/97, anexo B
σe
fe
σ85
Arctg k
σ71
m
2 ε(µ m
)
σe
fe θ,est
(θ = 0o ou 90o)
1,0
89
88
87
86
05 15 45 55 85
0,5
04 24 44 64 84
03 23 43 63 83
02 22 42 62 82
0,1 01
21 31 61 71
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
variação do diâmetro do pino. Nesses gráficos pode-se observar que todas as chapas
seguem uma nítida tendência de aumento no valor do módulo de deslizamento no
embutimento com o aumento do diâmetro do pino.
Como mencionado no item 4, foi feita uma análise numérica por elementos
finitos utilizando o programa ANSYS 5.2. O objetivo dessa análise foi procurar o
modelo teórico que melhor caracterize o comportamento do compensado observado
nos ensaios de embutimento. Os principais parâmetros utilizados nessa avaliação
foram os módulos de elasticidade à compressão e ao embutimento.
Alguns autores afirmam que o compensado tem comportamento próximo ao
de um material isótropo no seu plano, pois a laminação cruzada confere a esse
material propriedades de resistência e rigidez praticamente iguais nas direções
paralela e normal às fibras da lâmina de face. Outros autores afirmam que o
compensado tem comportamento ortótropo, apresentando sua matriz de rigidez
segundo modelo da teoria da elasticidade para materiais ortótropos.
BODIG & JAYNE(1982) apresentam um diagrama (figura 19) com a variação
do módulo de elasticidade do compensado em função do ângulo das fibras resultante
t 1 × E c,w,0 + t 2 × E c,w,90
= E c,comp,0 (MARCH,1944)
t
onde:
t1 – soma das espessuras das lâminas com fibras paralelas às fibras da lâmina de
face;
t2 – soma das espessuras das lâminas com fibras normais às fibras da lâmina de face;
t – espessura do compensado;
Ec,comp,0 – módulo de elasticidade do compensado na compressão obtido nos ensaios.
Os valores então adotados para os módulos de elasticidade à compressão da
madeira que compõe as lâminas foram: Ec,0=890kN/cm2 e Ec,90=45kN/cm2.
Utilizando esses valores, foi criado um modelo numérico no ANSYS para
simular os ensaios de compressão, com as dimensões dos corpos de prova utilizados
nesses ensaios e as espessuras das lâminas as medidas nas chapas de compensado
gethal 18mm, com precisão de 0,01mm. Os resultados dessa simulação estão
apresentados na tabela 6.
Com esses resultados, foi possível confirmar a teoria de BODIG & JAYNE
(1982), apresentada na figura 19, que apresenta um diagrama semelhante ao da
figura 21 para a proporção entre os módulos de elasticidade nas várias inclinações
dos esforços. Nessas condições, adotou-se o elemento SHELL91, por ser o que
melhor simula o comportamento do compensado.
O novo modelo de corpo de prova de embutimento foi criado segundo todas
essas observações com as seguintes características:
Mesmas dimensões utilizadas para os corpos de provas para pino de 10mm;
Embutimento aplicado por pino rígido;
Embutimento inclinado em relação às fibras ;
Elemento SHELL91, composto 9 camadas, com as espessuras do compensado
gethal 18mm;
Módulos de elasticidade das lâminas: Ec,0=890kN/cm2 e Ec,90=45kN/cm2.
Os módulos de elasticidade no embutimento foram comparados com os
valores obtidos dos ensaios de pinos de 10mm em chapas gethal 18mm (tabela 3):
Ee,0=1262kN/cm2 e Ee,90=1387kN/cm2. Os resultados estão apresentados na tabela 8 e
na figura 22, onde se pode observar que os valores obtidos do programa são 43% e
31% maiores que os obtidos em ensaio: Ee,0 e Ee,90, respectivamente. Observa-se
também que a variação do módulo de elasticidade no embutimento segundo a
inclinação dos esforços segue a mesma tendência apresentada na compressão,
porém os valores mostram que essa tendência é menos acentuada no embutimento.
6 CONCLUSÕES
7 AGRADECIMENTOS
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIN, H. B. Construction: Principles, materials & methods - Cap. 201: Wood. New
York, Ed. Van Nostrand Reinhold, 1990. p. 201.1-201.45.
Resumo
A norma brasileira para o projeto de estruturas de madeira foi alterada, recentemente,
abandonando o método determinista das Tensões Admissíveis e adotando o método
probabilista dos Estados Limites. Seguindo tendência mundial, a atual norma
brasileira, estabelece um teor de umidade de referência de 12%, para o qual devem ser
reportados os resultados dos ensaios. Dificilmente se conseguirá condicionar a
madeira, com um teor de umidade de exatamente 12%, para o ensaio, portanto será
necessário corrigir os resultados do ensaio para este teor de umidade. A atual norma
brasileira propõe expressões, para fazer esta correção nas propriedades de resistência
e de rigidez da madeira, baseando-se em poucos resultados de ensaios. O objetivo deste
trabalho é aferir as expressões propostas pela norma brasileira, sugerindo as
alterações necessárias, bem como apresentar proposta para a correção da densidade
aparente, não prevista na norma brasileira. Para garantir uma base experimental
adequada, estudou-se a influência do teor de umidade sobre as propriedades de
resistência à compressão paralela às fibras, tração paralela às fibras, cisalhamento
paralelo às fibras (no plano radial-longitudinal), bem como sobre o módulo de
elasticidade longitudinal e a densidade aparente, em sete diferentes espécies de
madeira, correspondentes às sete classes de resistência adotadas pela atual norma
brasileira. Conclui-se o trabalho apresentando uma proposta para correção das
propriedades de resistência e rigidez ao teor de umidade de 12% e também uma
proposta para a correção da densidade aparente.
1 INTRODUÇÃO
Há muito tempo sabe-se que a resistência da madeira varia com seu teor de
umidade. Com o aumento do teor de umidade da madeira observa-se uma diminuição
em sua resistência, esta diminuição de resistência é mais sensível para baixos teores
de umidade, e é praticamente desprezível para elevados teores de umidade.
Decorre deste fato, que para comparar a resistência de duas espécies, ou
peças, a uma determinada solicitação, é necessário estabelecer-se um teor de
umidade de referência, pois uma espécie de menor resistência, com baixo teor de
1
Prof. Doutor da Universidade Federal de Mato Grosso, norman@cgi.ufmt.br
2
Prof. Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas – EESC-USP, calil@sc.usp.br
umidade, pode aparentar maior resistência que uma espécie sabidamente mais
resistente, porém com elevado teor de umidade.
A antiga norma brasileira, NBR 7190 - Cálculo e Execução de Estruturas de
Madeira, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (1982), baseada no
método determinista das tensões admissíveis, simplificava este problema ao
recomendar que durante o projeto se considerasse a madeira verde, com umidade
acima do ponto de saturação das fibras, situação em que a resistência fica
praticamente constante. Com essa postura o dimensionamento subestimava a
resistência da madeira, pois uma estrutura de madeira raramente estará em serviço
com a madeira verde à exceção de estruturas submersas. No início da construção a
madeira pode até estar verde, mas ela secará ao longo da construção, e em serviço
terá um teor de umidade muito inferior ao da madeira verde, e portanto uma
resistência bem superior.
A nova versão da norma brasileira, NBR 7190 - Projeto de Estruturas de
Madeira, da ABNT (1997), baseada no método probabilista dos estados limites, a
exemplo da maioria das normas internacionais, adota a umidade de referência de
12%. Uma espécie, ou peça, é considerada mais resistente que outra, a uma
determinada solicitação, se sua resistência, ao teor de umidade de referência de 12%,
for superior.
A fixação da umidade de referência acrescenta duas novas questões ao
cálculo de estruturas de madeira.
A primeira diz respeito a umidade da madeira em serviço, ou seja, se as
condições ambientais acarretarem um teor de umidade da madeira diferente da
umidade de referência o que se deve fazer?
Para responder a esta questão a atual norma brasileira, estabelece classes de
umidade com a finalidade de ajustar as propriedades de resistência e rigidez da
madeira em função das condições ambientais em que permanecerá a estrutura. Na
Tabela 1 são apresentadas as classes de umidade.
U% − 12
f 12 = f U % .1 + 3.
100 (01)
U% − 12
E 12 = E U % .1 + 2.
100 (02)
Nas quais:
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
U% − 12
f c 0,12% = f c 0, U % .1 + 3.
100 (03)
Onde:
Figura 1 - Curvas típicas utilizadas para representar a influência do teor de umidade sobre as
propriedades de resistência e rigidez. As curvas "a" e "c" ocorrem com maior
freqüência. A não dependência da propriedade de resistência com o teor de
umidade é encontrada na flexão dinâmica
Onde:
f 15 = resistência a um teor de umidade de 15%;
f U % = resistência a um teor de umidade de U%;
U% = teor de umidade da madeira, em %, e
α = coeficiente de correção, que varia com a espécie e a forma de aplicação do
esforço.
3
BETTS, H. S. (1919). Timber, its strength, seasoning and grading. New York, p.31 apud
KOLLMANN, F. F. P. ; CÔTÉ, W. A. (1984). Principles of wood science and technology. v.1 Solid
Wood. Reprint Berlin, Heidelberg, New York, Tokyo. Springer-Verlag. 1968-1984.
Figura 2 - Uma amostra, refletindo a enorme variabilidade da madeira, pode causar um erro de
especificação no modelo da relação resistência-umidade. O comportamento
depende do indivíduo
(1 + 12100)
ρ 12 = ρ U % .
(1 + U%100) (05)
ρ12 = ρU % + ρU % .(1 − δ V ).
(12 − U %) δV =
∆V V − Vsec a
∆V = U % .100
100 Vsec a
, com U% e (06)
Nas quais:
ρ12 = densidade aparente, em g/cm3, ao teor de umidade 12%;
ρU% = densidade aparente, em g/cm3, ao teor de umidade U%;
U% = teor de umidade, em %;
δV = coeficiente de retratibilidade volumétrica;
∆V = retração volumétrica, para a variação de umidade entre U% e 0%, em %;
VU% = volume, do corpo de prova, ao teor de umidade U%, e
Vseca = volume, do corpo de prova, para a madeira seca U=0%.
5 MATERIAL E MÉTODOS
Onde:
fc0,k = resistência característica à compressão paralela às fibras;
fc0,m = resistência média à compressão paralela às fibras;
m0
ρ bas =
Vsat (08)
Onde:
ρbas = densidade básica;
m0 = massa seca da madeira, e
Vsat = volume da madeira saturada.
situação descrita para as barras retiradas dos toros. A Figura 3 apresenta a posição
da retirada das barras e a orientação de seus anéis de crescimento.
4
Professor Adjunto da Faculdade de Engenharia Florestal - Universidade Federal de Mato Grosso.
Mestre em Ciências Florestais com extensa experiência nas áreas de Dendrologia e Anatomia da
Madeira.
mi − m0 mi
U% i = .100 ⇒ m 0 =
m0 U% i (09)
1 +
100
U%
1 +
m U% − m 0 U% 100
U% = .100 ⇒ m U % = m 0 .1 + ⇒ m U% = mi .
m0 100 U% i (10)
1 +
100
Onde:
U%i = teor de umidade inicial do corpo de prova, adotada por espécie como
sendo a umidade do primeiro corpo de prova ensaiado, em %;
U% = teor de umidade, que se pretende ensaiar o corpo de prova, em %;
m0 = estimativa da massa seca do corpo de prova, com a hipótese de que
U%i seja a umidade inicial do corpo de prova;
mi = massa inicial do corpo de prova, com a hipótese de ter o teor de
umidade U%i;
mU% = estimativa da massa do corpo de prova, quando seu teor de umidade dor
U%;
A partir da eq. (10) foi possível montar uma tabela associando o teor de
umidade à massa esperada do corpo de prova. O acompanhamento diário da massa
de cada corpo de prova, através de uma balança analítica com 0,01g de precisão, a
medida em que secavam, permitia estimar o teor de umidade em que se encontrava
cada corpo de prova e, assim, distribuir o teor de umidade dos ensaios de maneira
mais ou menos uniforme.
5.5 Ensaios
α .(U% − 12)
f 12 = f U % .1 +
100 (11)
Onde:
f 12 = resistência a um teor de umidade de 12%;
f U % = resistência a um teor de umidade de U%;
U% = teor de umidade da madeira, em %, e
α = coeficiente de correção. A NBR 7190/97 adota α =3 para a correção da
resistência e α = 2 para correção do módulo de elasticidade.
f 12 − f U % U% − 12
= α.
f U% 100 (12)
A eq. (12) representa um modelo para regressão linear simples, que passa
pela origem do sistema, nas variáveis:
f 12 − f U % U% − 12
Y= X=
f U% e 100 (13)
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7 CONCLUSÕES
α .(U % − 12)
f 12 = f U % .1 +
100 (14)
Onde:
f 12 = resistência, à determinada solicitação, a um teor de umidade de 12%;
f U % = resistência, à determinada solicitação, a um teor de umidade de U%;
U% = teor de umidade da madeira, em %, e
α = coeficiente de correção, fornecido na Tabela 18.
α.(U% − 12)
E 12 = E U % .1 +
100 (15)
Onde:
E 12 = módulo de elasticidade longitudinal, a um teor de umidade de 12%;
E U % = módulo de elasticidade longitudinal, a um teor de umidade de U%;
U% = teor de umidade da madeira, em %, e
α = coeficiente de correção, fornecido na Tabela 18.
ρ12 = ρU% + ρU% .(1 − δV ).
(12 − U%) δ =
∆V
∆V =
VU % −Vseca
.100
100 , com
V
U% e Vseca (16)
Onde:
ρ12 = densidade aparente ao teor de umidade de 12%;
ρU% = densidade aparente ao teor de umidade U%;
U% = teor de umidade da madeira, no instante do ensaio, em %;
δV = coeficiente de retratibilidade volumétrica;
∆V = retração volumétrica, para a variação de umidade entre U% e 0%;
VU% = volume, do corpo de prova, ao teor de umidade U%, e
Vseca = volume, do corpo de prova, para a madeira seca U=0%.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTS, H. S. (1919). Timber, its strength, seasoning and grading. New York. 31p.
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Schlagbiegeversuch na Holz und ihr Zusammenhang mit der Bruchschlagarbeit.
LIMA, J. T.; DELLA LUCIA, R. M.; VITAL, B. R. (1986). Influência do teor de umidade
nas propriedades mecânicas de Eucalyptus saligna. Revista Árvore, v.10, n.1,
p.27-43.
Resumo
As estruturas lamelares de madeira foram introduzidas na Europa em 1908, no Brasil
em 1922 e nos Estados Unidos em 1925. Foram muito empregadas entre as décadas de
20 e 60 para cobrirem ambientes que abrangessem grandes áreas como galpões
industriais, ginásios, auditórios, pavilhões de exposição, garagens, depósitos, igrejas,
salões de clube e outros. Estas estruturas são constituídas por elementos de barras
denominados lamelas, que compõem uma malha losangular tridimensional em formato
de abóbada. Este trabalho tem por finalidade a apresentação das recomendações de
dimensionamento destas estruturas a partir da determinação dos esforços atuantes nas
barras e deslocamentos dos nós, com base na atual norma brasileira NBR 7190:1997 –
Projeto de estruturas de madeira. Para esta finalidade foi desenvolvido um abrangente
estudo teórico e experimental a respeito do sistema estrutural e construtivo destas
estruturas. Os resultados obtidos mostram a viabilidade técnica e econômica
(racionalização do uso de materiais) na utilização destas estruturas para coberturas de
médios a grandes vãos.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestra em Engenharia de Estruturas, doutoranda na FEMEC-UFU, nubiasaad@aol.com
2
Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC – USP, calil@sc.usp.br
Figura 4 – Cúpula lamelar de madeira do centro de recreação Pine Hills nos Estados
Unidos. Diâmetro: 42,6 m. Fonte: HUNTINGTON (1975).
PERILLO, E. (1997). (Sede da empresa TEKNO S.A., São Paulo). Comunicação pessoal.
2 HISTÓRICO
O período compreendido entre o final dos anos vinte e meados dos anos
cinqüenta do século XX é denominado por GRANDI (1985) como sendo o terceiro
período da indústria da construção civil no Brasil, no qual o subsetor de edificações
apresentou uma intensa produção, a qual pode ser considerada ímpar na história da
construção civil brasileira. Este fenômeno se deu em função da mudança na economia
brasileira que antes era agro-exportadora, passando para uma economia industrial, o
que ocasionou o crescimento acelerado principalmente das grandes cidades da região
centro-sul do país.
Com a evidência do desenvolvimento das cidades, o subsetor de edificações
da construção civil expandiu-se grandemente e, em conseqüência, também o ramo
das empresas que tinham sua produção voltada para a construção de estruturas de
madeira. Muitas destas empresas foram fundadas por engenheiros e/ou carpinteiros
de origem européia, sendo a HAUFF um exemplo delas.
CESAR (1991) relata que, no início deste período de expansão da construção
civil verificou-se uma grande mudança na arte de projetar e executar estruturas de
madeira. Isto decorreu da vinda de muitos engenheiros europeus, que foram
responsáveis pela introdução de novos sistemas construtivos no Brasil, os quais foram
possíveis de serem executados graças a uma mão-de-obra também imigrante que
transferiu este novo processo de construir em madeira a carpinteiros brasileiros.
Neste período, a partir do exemplo da HAUFF, foram surgindo várias
empresas que adotaram o sistema estrutural lamelar de madeira na construção de
edificações que abrangessem grandes áreas. Como exemplo, podem ser citadas as
empresas: SOCIEDADE TEKNO LTDA., CALLIA & CALLIA, A.SPILBORGHS & CIA
LTDA., dentre outras, CALLIA (1951). A Figuras 5 uma estrutura lamelar de madeira
construída em São Paulo na década de cinqüenta pela empresa A.SPILBORGHS &
CIA LTDA.
PERILLO, E. (1997). (Sede da empresa TEKNO S.A., São Paulo). Comunicação pessoal.
Figura 11 – Estrutura lamelar com área de 669 Figura 12 – Vista interna da cobertura de
m2, construída em 1968 nos dos E.U.A. Fonte: uma igreja construída em 1967, na
HUNTINGTON (1975). Alemanha. Fonte: NATTERER et al.
(1994).
3 CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA
Caso a estrutura esteja apoiada sobre paredes ou vigas, que são as situações
mais usuais, os esforços horizontais que o sistema lamelar exerce nestes apoios serão
absorvidos por tirantes. Se a estrutura se apoiar sobre contrafortes, a fundação será
responsável por absorver tais esforços.
4h 2 + L2 L π ⋅ α0 ⋅ R
R= (1) α 0 = arcsen (2) l arco = (3)
8⋅h 2R 90
c c un
h = R ⋅ (1 − cos α 0 ) (4) β = arctan un (5) l lamela = (6)
l un sen β 2
a) Nós principais – são internos à malha lamelar, ou seja, não se situam no contorno
da estrutura.
b) Nós laterais – posicionam-se no contorno lateral da estrutura, correspondentes
aos pontos de encontro entre a malha e a estrutura de apoio lateral (vigas,
contrafortes, paredes e outros).
c) Nós de extremidade – situam-se nos arcos de extremidade da estrutura.
4.3.1 Bordas
A borda inferior da lamela é horizontal plana e a borda superior pode ser
curva, Figura 24, ou inclinada com as variantes da Figura 25. Quando as lamelas
possuem a borda superior curvilínea, acompanhando o formato do arco circular, a
superfície da abóbada fica perfeitamente curva. Nos demais casos, a superfície da
estrutura é poligonal.
são lidos pelo software PORT-TRI que determina os esforços solicitantes nas barras,
os deslocamentos dos nós e as reações de apoio da estrutura.
c un ⋅ l lamela
A= cos (β 2 ) (7)
2
6.2 Ações
Programa computacional para o cálculo de estruturas tridimensionais, desenvolvido pelo Prof. Titular
Francisco Antonio Romero Gesualdo do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de
Uberlândia.
P = (1,03) ⋅ γ ⋅ v + p ⋅ A (8)
m
Fd = ∑ γ Gi ⋅ FGi ,k + γ Q ⋅ 0,75 ⋅ FQk (9)
i =1
onde:
FGi ,k - valor característico das ações permanentes;
FQk - valor característico da ação variável: vento;
γ G e γ Q - coeficientes de ponderação relativos às ações permanentes e variáveis,
respectivamente. Seus valores são obtidos através das Tabelas 3, 4 e 6 da
referida norma.
m
Fd ,uti = ∑ FGi ,k + ψ 2 ⋅ FQ ,k (10)
i =1
onde:
FGi ,k - definidos no item anterior;
ψ 2 ⋅ FQ, k - expressão que representa o valor de longa duração para a ação variável.
Para o cálculo das estruturas lamelares, a ação variável é o vento e, de acordo
com a Tabela 2 da NBR 7190:1997, o fator ψ2 é nulo para a ação de vento. Dessa
forma, a combinação das ações referente ao estado limite de utilização é expressa
pela eq.(11).
m
Fd ,uti = ∑ FGi ,k (11)
i =1
6.4.1 Resistência
O esforço predominante nas barras da abóbada lamelar cilíndrica é o de
compressão axial. As barras são flexo-comprimidas pois apresentam continuidade em
uma de suas extremidades, já que cada lamela é considerada como sendo duas
barras para o cálculo da estrutura, Figura 28.
2
σ Nc0,d σ σ
+ k M ⋅ Mx ,d + My,d ≤ 1 (13)
f c 0, d f c 0, d f c 0, d
6.4.2 Estabilidade
Deve ser verificada para os dois eixos da seção transversal das barras (Figura
29). O valor de λ é determinado através da eq.(14), onde:
L0
λ= (14)
i
L 0 l lamela 2 l 2 l ⋅ 12
λy = = = lamela = lamela
iy Iy h ⋅ b 3 12 2⋅b
A h⋅b
L 0 l lamela l lamela l lamela ⋅ 12
λz = = = =
iz Iz h 3 ⋅ b 12 h
A h⋅b
Normalmente as peças são esbeltas (80 < λ ≤ 140) e o item 7.5.5 da NBR
7190:1997 prescreve que para peças esbeltas submetidas, na situação de
projeto, à flexo-compressão, com os esforços de cálculo Nd e M1d, deve ser
verificada a segurança em relação ao estado limite último de instabilidade, por meio de
teoria de validade experimentalmente comprovada.
Ainda, segundo esse item normativo, considera-se atendida a condição de
segurança relativa ao estado limite último de instabilidade se, no ponto mais
σ Nc0,d σ M, d
+ ≤1 (15)
f c0,d f c 0 ,d
FE
M d = N c0,d ⋅ e1,ef ⋅ (16)
FE − N c0,d
L0
= 300
ea
≥ h h - altura da seção transversal da peça referente ao plano de verificação.
30
( )
= e ig + e a ⋅ exp
[ ]
φ ⋅ N g ,k + (ψ1 + ψ 2 ) ⋅ N q ,k
− 1 , onde :
[ ]
FE − N g ,k + (ψ1 + ψ 2 ) ⋅ N q ,k
M1g ,d
e ig =
N g ,d
ec φ - coeficiente de fluência dado pela Tabela 5 da NBR 7190 : 1997;
N g ,k e N q,k − valores característicos da força normal devidos às cargas
permanentes e variáveis, respectivamente;
ψ1 e ψ 2 − coeficientes dados pela Tabela 2 da NBR 7190 : 1997.
t
β= (17)
d
t1
t2 = (18)
2 cos β
f yd
βlim = 1,25 (19)
f eα ,d
Figura 32 – Representação das direções dos esforços que produzem momentos devidos à
excentricidade da ligação, onde “X” indica o vetor de V1,y ou V2,y normal ao plano.
e e d ⋅ tgβ
z1 = + + (22)
2 2 ⋅ cos β 2
d e
z3 = + (23)
2 2 ⋅ tgβ
z2 = (z1 ) 2 + (z 3 ) 2 (24)
7 MATERIAIS E MÉTODOS
7.2 Protótipo
protótipo, pois este foi utilizado para cobrir a ligação entre o prédio principal do LaMEM
e a oficina de processamento da madeira, conforme apresentado pela Figura 2.
Arco da abóbada
4 ⋅ h 2 + L2
flecha: h = 43,0 cm; máxima corda: L = 518,0 cm; raio: R = = 801,5 cm ;
8⋅h
L2
ângulo de abertura de meio arco: α 0 = arcsen = 18,85 o ;
R
π ⋅ α0 ⋅ R
comprimento do arco: l arco = = 527,4 cm .
90
Arco de uma unidade da malha lamelar
18,85 527,4
ângulo de abertura: θ1 = = 6,28º ; comprimento: l arco un = = 87,9 cm ;
3 6
flecha: f un ( ) (
= R ⋅ 1 − cos θ1 2 = 1,3 cm ; máxima corda: x = 2 ⋅ R ⋅ sen θ1 2 = 87,8 cm.)
Lamela
x
ângulo interlamelar: β = 45º; comprimento: l lamela = = 95,0 cm ;
β
cos
2
seção transversal do meio da lamela: 1,5 cm x 5,0 cm ( 7,5 cm2);
momentos de inércia da seção transversal:
5,0 ⋅ 1,5 3 1,5 ⋅ 5,0 3
I x = 0 (desprezada resistência à torção) I y = = 1,4063 cm 4 I z = = 15,6250 cm 4
12 12
Abóbada
espaçamento entre os nós paralelamente à geratriz: c un = l lamela ⋅ sen β = 36,4 cm ;
2
quantidade de unidades de malha lamelar: 6 x 11 = 66 unidades;
quantidade de nós e de barras: 150 nós e 264 barras.
7.2.2 Carregamento
A partir do peso específico γ da madeira e da carga p proveniente das telhas
(foram utilizadas telhas de policarbonato para o fechamento do protótipo), determinou-
se a carga concentrada permanente P atuante em cada nó, através da eq.(8):
P = (1,03) ⋅ γ ⋅ v + p ⋅ A
Para o protótipo, tem-se:
h + he 5,0 + 3,7
v= m ⋅ l lamela ⋅ e = ⋅ 95,0 ⋅ 1,5 = 619,875 cm 3 ;
2 2
(∴ volume total de madeira referente à malha do protótipo: 264 barras de 309,938 cm3
⇒ 0,0818 m3 de madeira ⇒ 0,004 m3 de madeira / m2 de cobertura )
36,4 ⋅ 95,0
A= ⋅ cos(45 2 ) = 1597,39 cm 2 , eq.(7);
2
ρap = 472 kg/m3 ( conforme caracterização do lote de Pinus taeda utilizado) → γ =
472 kgf/m3 ≅ 4,720 ×10-6 kN/cm3 );
p = 0,0167 kN/m2 = 1,670 ×10-6 kN/cm2 (telha de policarbonato alveolar de 8 mm de
espessura);
P = 1,03 ⋅ 4,720 × 10 −6 ⋅ 619,875 + 1,670 × 10 -6 ⋅ 1597,39 = 0,0057 kN / nó
Figura 33 - Vista global do protótipo apoiado sobre dois arcos de madeira laminada colada e
duas vigas de madeira maciça.
7.2.4 Verificações
A partir dos esforços calculados para as barras da estrutura, em estados
limites últimos e de utilização, foram feitas as verificações em relação aos elementos
estruturais (conforme o item 6.4 deste trabalho) e a verificação global da estrutura
(item 6.5), sendo constatada bastante folga em tais verificações - a situação mais
crítica foi de 11% em relação aos valores de cálculo de resistência referentes a tais
verificações.
Cabe destacar que o fator limitante para o dimensionamento da malha lamelar
do protótipo foi o índice de esbeltez das peças (110).
abóbada, ou se aumenta seu vão, aumentam os esforços normais atuantes nas barras
e os deslocamentos dos nós. Ao se aumentar o comprimento da malha, os esforços
atuantes nas barras e dos deslocamentos dos nós aumentam, SAAD (1996).
8 RESULTADOS E DISCUSSÕES
para o nó mais deslocado. Porém, com o carregamento relativo a esta etapa, tal nó
deslocou 26,5 mm, maior em 2,3% que a flecha admissível para a estrutura, limitada a
0,5% do vão, de acordo com a NBR 7190:1997, cujo valor é de 25,9 mm. Este
deslocamento é devido às deformações ocorridas nas ligações que não são levadas
em consideração no cálculo da estrutura. Tais deformações ocorrem devido à
acomodação da estrutura, com o carregamento, pois as ligações não são rígidas.
As deformações ocorridas nos tirantes foram menores que as determinadas
através do cálculo realizado a partir do PORT-TRI. Foi aplicada uma pré-tensão nos
tirantes, e ensaiada novamente a estrutura, obtendo-se valores menores para os
deslocamentos dos nós.
A partir dos resultados obtidos através do ensaio do protótipo, recomenda-se
utilizar dois parafusos por ligação interlamelar. Obviamente, as ligações serão menos
deformáveis do que as realizadas com apenas um parafuso. Vale acrescentar que, a
partir da revisão bibliográfica realizada, constatou-se que se construíam estruturas
lamelares apenas com um parafuso por ligação.
9 CONCLUSÕES
10 AGRADECIMENTOS
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
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concreto armado sujeitas à flexão: aplicação a pavimentos.
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de ligações com chapa de topo: resultados experimentais.
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