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Dados principais
Denominação → São Paulo Railway Co. Ltd.
Área de operação → Estado de São Paulo
Tempo de operação → 1867-1946
Extensão →139 km
Ferrovias antecessoras → Estrada de Ferro Santos- Jundiaí
Bitola → 1.600 mm
The São Paulo Railway Company, Limited foi a primeira ferrovia do estado de São
Paulo, Brasil. As linhas da empresa ligavam cidades do planalto paulista (Estação
Jundiaí) ao litoral (Estação Valongo/Santos).
Antecedentes
O Rio de Janeiro foi pioneiro na nova cultura, mas sua expansão continuou em direção
ao Vale do Paraíba, logo alcançando o interior paulista, onde se consolidou nas
regiões de Campinas, Rio Claro, Araraquara, Ribeirão Preto e Mogi Mirim. Isso
porque o plantio do café esgota o solo com muita rapidez, fazendo com que pólos
produtores tendam a se deslocar.
Em São Paulo, esse deslocamento afastou cada vez mais as lavouras do porto do Rio,
dificultando seu escoamento. A alternativa era o Porto de Santos, no litoral da própria
Província de São Paulo. Porém, entre a zona cafeeira e o porto havia o maior
obstáculo ao desenvolvimento da província: os 800 metros de desnível da Serra do
Mar.
pastos para as mulas, e por outros caminhos como a antiga trilha Tupiniquim, que
mais tarde seria a base do traçado de serra da SPR.
Mas esses caminhos eram precários - a própria Estrada Velha chegou praticamente
a ser interditada dois anos após sua inauguração, de tanto ser usada pelos tropeiros
- e restringiam o cultivo do café até Rio Claro, já que o custo do frete para qualquer
localidade além desse limite era tão alto que tornava inviável qualquer atividade,
sendo que a maior parte do carregamento se perdia pelo caminho.
Primeiros projetos
Projeto de Mauá
A primeira dúvida sobre a projetada São Paulo Railway era referente aos custos, já
que o contrato oferecido esboçava uma ferrovia de bitola larga (1 metro e 60
centímetros) através do traçado mais curto, entre Santos e Jundiaí.
Brunlees veio examinar a Serra. Achou que uma estrada de ferro podia escalá-la, por
um custo dentro dos limites estabelecidos, e aceitou o contrato.
Faltava agora achar alguém disposto a executar o projeto. Foi-se atrás de Daniel
Makinson Fox, engenheiro que havia adquirido experiência na construção de estradas
de ferro através das montanhas do norte do País de Gales e das encostas
dos Pirenéus. A descoberta do traçado definitivo foi feita a partir do litoral, conforme
Fábio Cyrino, na sua obra Café, Ferro e Argila:
Fox percorreu a Serra do Mar de cima a baixo, mas a descoberta de uma passagem
através da muralha da serra, na qual os trens podiam trafegar, só foi encontrada
quando o engenheiro desembarcava em Santos, pois a mesma só era possível se
avistar de longe. Nessa ocasião Fox percebeu uma fissura que se estendia até o
cume, sendo a mesma interrompida por uma grota aparentemente intransponível, a
Grota Funda, e deste ponto foi possível vislumbrar a rota definitiva para a estrada ao
longo do vale do Rio Mogi.[2]
Fox propôs então que a rota para a escalada da Serra deveria ser dividida em quatro
declives, com o comprimento de 1 781, 1 947, 2 096 e 3 139 metros, respectivamente,
tendo cada um a inclinação de 8%. No final de cada declive, seria construída uma
extensão de linha de 75 metros de comprimento, chamada de "patamar", com uma
inclinação de 1,3%. Em cada um desses patamares, deveriam ser montadas uma
casa de força e uma máquina a vapor, para promover a tração dos cabos.
A proposta foi aprovada por Brunless e uma nova empresa foi criada: The São Paulo
Railway Company Ltd.
Uma das famílias que residiram em Itu, posteriormente em Araras, vindos da Suíça
para trabalhar na SP Railway foi a de Frederich Rüegger. Seus descendentes residem
atualmente na cidade de Araras, interior de São Paulo. [3]
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Trecho de planície
No alto da serra foi criada uma estação que serviu de acampamento de operários que
foi chamada de Paranapiacaba. Ela possibilitava a troca de sistema pelos trens.
A estrada foi construída sem o auxílio de explosivos, pois o terreno era muito instável.
A escavação das rochas foi feita somente com cunhas e pregos. Alguns cortes
chegaram a 20 metros de profundidade. Para proteger o leito dos trilhos das chuvas
torrenciais foram construídos paredões de alvenaria de 3 a 20 metros de altura, o que
consumiu 230 000 metros cúbicos de alvenaria.
O grande volume de café transportado para o Porto de Santos fez com que
em 1895 se iniciasse a construção de uma nova estrada de ferro, paralela à antiga,
chamada de Serra Nova.
Para essa nova estrada de ferro foi utilizado um sistema endless rope, ou "sem-fim"
(funicular). Nesse sistema o percurso era dividido em cinco seções, em cada uma
delas havia máquinas de 1 000 cv instaladas em posições subterrâneas, embora estas
máquinas não ultrapassassem a potência de 951 cv.
Para cada composição que subia havia uma outra composição de peso próximo ou
equivalente, de modo a contrabalançar as forças de subida e descida e desta maneira,
permitir às máquinas fixas, um esforço mínimo.
Em 1889 foram feitos os primeiros protestos contra o monopólio britânico sobre a rota
do porto de Santos. Porém haviam leis que protegiam a contratação de exploração
privada das ferrovias. Assim, não se poderia construir outra ferrovia dentro da
distância de 31 quilômetros para cada lado na mesma direção que esta seguia. [4]
Ainda em 1889, por outro lado, também se projetou um novo trajeto do que viria a ser
a Linha Mairinque-Santos, a qual começou a ser efetivamente construída em 1929,
pela Estrada de Ferro Sorocabana, e foi inaugurada em 1935, quebrando
efetivamente o monopólio.
Encampação
Dez anos depois, a EFSJ foi uma das formadoras da RFFSA, juntamente com
a Estrada de Ferro Central do Brasil, no Estado de São Paulo.
Nos anos 60, a volume de carga para o porto de Santos aumentou e o sistema
de locobreques tornou-se obsoleto.
Em 1996, a administração da linha passou para a MRS, que a mantém até hoje.
Percurso
A São Paulo Railway tinha seu quilômetro zero na cidade de Santos, mais
precisamente no bairro do Valongo, na região central.
Conexões
Referências
3. http://www.estacoesferroviarias.com.br/b/braganca.htm