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O mau estado das rodovias brasileiras aumenta significativamente o custo de produtos nacionais,
fazendo com que o pais perca competitividade no mercado internacional, a busca por novos
materiais, técnicas de projeto e construção é fundamental para melhorar o desempenho das
rodovias. O concreto asfáltico pode ser o material de maior custo em um pavimento, portanto a
substituição de um de seus componentes por resíduos industriais como ( borracha, cana de
açúcar) contribui para a redução de custo sem alterar suas propriedades e ainda diminui o impacto
ambiental causado pela necessidade de áreas especificas para depositar os resíduos.
PAVIMENTAÇÃO
No Brasil, Bittencourt (1958) apresenta um apanhado desta história desde os primeiros povos organizados
até o início do século XX. Destaca-se também o esforço de Prego (2001) de concluir a ação iniciada em
1994 pela ABPv, por meio de sua Comissão para Elaborar a Memória da Pavimentação, que nomeou
inicialmente o Engenheiro Murillo Lopes de Souza para escrever sobre o tema.
Percorrer a história da pavimentação nos remete à própria história da humanidade, passando pelo
povoamento dos continentes, conquistas territoriais, intercâmbio comercial, cultural e religioso,
urbanização e desenvolvimento.
Como os pavimentos, a história também é construída em camadas e, frequentemente, as estradas formam
um caminho para examinar o passado, daí serem uma das primeiras buscas dos arqueólogos nas
explorações de civilizações antigas.
• EGITO – Uma das mais antigas estradas pavimentadas implantadas não se destinou a veículos com
rodas, mas a pesados trenós destinados ao transporte de cargas elevadas. Para construção das pirâmides
(2600-2400 AC), vias com lajões justapostos em base com boa capacidade de suporte. Atrito era
amenizado com umedecimento constante (água, azeite, musgo molhado)
Ásia
Estrada Real (500a.C.) – na Ásia Menor ligando Iônia (Éfeso) do Império Grego ao centro do
Império Persa, Susa; vias com até 2000 km de extensão
Estrada da Seda: A estrada mais longa que o mundo tinha que ligava o oriente ao ocidente no
século XIII e XIV; 6400 km de extensão.
América
• Sistema viário avançado (pedestres e animais de carga); 30 a 40.000 km; definiram a rede
peruana de estradas.
Império Maia (300’s AC), México – ligando centros, povoados e portos do mar; sacbeob – estradas
brancas.
1560 – Caminho do Mar – ligação São Vicente à Piratininga (recuperada em 1661 como Estrada do Mar).
Em 1790 vira Calçada de Lorena.
1726 – Caminho do Ouro – Minas ao Rio – Resquícios em Parati e várias outras cidades. Também
chamada Estrada Real (Estrada Velha de Parati e Nova que vai para o Rio de Janeiro).
1865 – Estrada de rodagem União e Indústria (144km) ligando Petrópolis a Juiz de Fora – primeira estrada
a usar macadame como base/revestimento no Brasil. Até aqui era usual o calçamento de ruas com pedras
importadas de Portugal.
1906 – Calçamento asfáltico em grande escala na cidade do Rio de Janeiro – CAN (Trinidad)- Prefeito
Rodrigues Alves.
1922 – Estrada Rio - Petrópolis – Pavimento de concreto Malha ferroviária brasileira: 3.000 km
1942 – Contato com engenheiros norte-americanos que construíram pistas de aeroportos e estradas de
acesso durante a 2ª Guerra Mundial (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e Salvador) – CBR.
1942 – 1.300km de rodovias pavimentadas, uma das menores extensões da América Latina. 1945 –
Rodovia Rio – Bahia.
1960 – Fim do Governo de Juscelino Kubistchek- criação de Brasília – Estradas radiais e Plano Nacional
de Viação Malha ferroviária totalizava 38.000km
1964 – Alguns projetos de pavimentação do Governo militar: Transamazônica - Ponte Rio – Niterói.
1988 – 140.000km de rodovias pavimentadas (maior extensão da América Latina) Malha ferroviária:
30.000km.
1997 – Inícios do Programa de Concessões Rodoviarias. A malha rodoviária estadual concedida nessa
primeira etapa foi dividida em 12 lotes, totalizando 3.600 quilômetros, envolvendo 170 municípios e uma
população de aproximadamente 20 milhões de pessoas (54% da população do Estado).
Condição precária em grande parte da malha federal, muitos acidentes, quedas de pontes, etc. Alguns
estados têm ampliado sua malha e introduzido novas técnicas de pavimentação.
Uma definição mais ampla seria: Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas
construída sobre a superfície final de terraplenagem.
Camadas:
Pavimentos Flexíveis: É aquele em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa
sob o carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui em parcelas aproximadamente
equivalentes entre as camadas. Exemplo: Pavimento construido por uma base de brita ou
pedregulhoso, revestida por uma camada asfáltica. (Manual do DNIT, 2006).
Pavimentos Rígidos: Aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação as camadas
inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado.
Exemplo: Pavimento constituido por lajes de concreto de cimento Portland (Manual do DNIT, 2006).
Pavimentos Semi-Rígidos (Semi-Flexíveis): Caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante
com propriedas cimentícias como por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma
camada asfáltica.
Em obras de pavimentação, a borracha de pneus pode ser incorporada aos matériais asfálticos através de
dois processos: úmido e seco.
No processo úmido, a borracha moída de pneus descartados (cerca de 5 a 25% do peso total de ligante) é
incorporada ao ligante asfáltico antes de se adicionar o agregado. Quando da adição de borracha ao ligante
asfáltico, ocorre reação entre os componentes e a alteração de suas propriedades. No processo seco, a
borracha de pneus é misturada com o agregado antes de se adicionar o ligante asfáltico.
As técnicas de produção de mistura para o processo seco são semelhantes às utilizadas na produção de
CAUQ (Concreto asfáltico usinado a quente) convencional. Apesar de algumas evidências de que misturas
betuminosas executadas com adição de borracha picada têm suas propriedades melhoradas.
O reaproveitamento das cinzas geradas com a queima de bagaço de cana na produção de concreto, no
setor da construção civil, poderá transformar o resíduo em mais um subproduto da cana. A técnica para
produção de concreto foi desenvolvida pelo pesquisador e professor da UFSCAR - Universidade Federal
de São Carlos, Almir Sales, e vem sendo estudada há quatro anos.
O uso do bagaço de cana é uma alternativa viável, principalmente, pela grande quantidade de produção. O
volume elevado é um dos requisitos básicos para um resíduo ser considerado como alternativa para a
areia, já que ela é muito utilizada no dia-a-dia.
Atualmente, de 100 a 120 milhões de toneladas de areia de rios são consumidas anualmente no Brasil. Em
contrapartida, são produzidas cerca de quatro milhões de toneladas de cinza a partir do bagaço da cana.
Portanto, do volume total, a cinza representaria 4% da areia. Isto significa que em 1 m³ de concreto, a
cinza pode substituir até 50% da areia.
Além de bom para o meio ambiente, o uso do bagaço reduz o custo de produção do asfalto. As fibras
normalmente misturadas ao SMA(Stone Matrix Asphalt) têm um custo mais alto do que as misturas
convencionais com betume e compostos derivados do petróleo. O bagaço reduz consideravelmente esses
custos de produção e ainda proporciona um ganho ambiental. Para transformar o bagaço da cana em
aditivo na mistura asfáltica, o processo é bem simples. Ele precisa apenas ser seco e passado em peneira
de 1,2mm e já estará pronto para ser utilizado.